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sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Acadêmicos reclamam que orçamento de Lula gasta mais com Defesa do que com a pesquisa

 Nota da ABRI,  ABEPSS, SOCICOM, ABRALIC, ABPI e ANPOLL sobre o novo PAC

Nós, da Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI), da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), da Federação Brasileira das Associações Científicas e Acadêmicas de Comunicação (SOCICOM), da Associação Brasileira de Literatura Comparada (ABRALIC), da Associação Brasileira dos Professores de Italiano (ABPI) e da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Letras e Linguística ( ANPOLL)  manifestamos publicamente nossa grande preocupação com a forma de alocação de investimentos do Novo PAC do Governo Federal. 

O Novo PAC foi lançado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nesta sexta-feira, dia 11 de agosto. Conforme as informações divulgadas, o programa tem um orçamento total de R$ 1,7 trilhão, sendo que os recursos do Orçamento Geral da União são de R$ 371 bilhões; o das empresas estatais, R$ 343 bilhões; financiamentos, R$ 362 bilhões; e setor privado, R$ 612 bilhões.

Ainda que a iniciativa de grandes recursos públicos em áreas estratégicas seja muito bem-vinda, a forma com que os investimentos foram distribuídos revela problemas que persistem no Brasil. Em particular, o investimento em DEFESA de R$ 53 bilhões, o que supera os investimentos em SAÚDE, de R$ 31 bilhões, e em EDUCAÇÃO, de R$ 45 bilhões, é algo que chama nossa atenção.

A priorização de investimentos em DEFESA em detrimento de outras áreas mais prioritárias e necessitadas revela um descompasso com uma sociedade que ainda luta para se tornar menos desigual, mais plural e mais democrática. Nós, enquanto associação de estudiosas e estudiosos de Relações Internacionais, manifestamos nosso profundo pesar com a desconexão dessa decisão com os interesses nacionais e internacionais do Brasil. As brasileiras e os brasileiros precisam de mais emprego, educação, saúde e menos desigualdade e pobreza, sobretudo após terrível quadra histórica que o país enfrentou nos últimos anos. 

Nossa preocupação é ainda mais candente em um cenário em que membros das Forças Armadas manifestaram suas opiniões e práticas anti-democráticas. Sem uma reforma institucional que considere o papel constitucional das Forças Armadas e as relações civis-militares como base de uma sociedade democrática, o autoritarismo continuará à espreita 

Nos somamos a outras associações como a ABED, ANPOCS e ABCP em nosso apelo ao Governo Federal. Esperamos que a alocação de recursos no Novo PAC seja reconsiderada e que haja mais diálogo com as representações da sociedade civil no futuro. 

Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI),

Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS)

Federação Brasileira das Associações Científicas e Acadêmicas de Comunicação (SOCICOM)

Associação Brasileira de Literatura Comparada (ABRALIC)

Associação Brasileira dos Professores de Italiano (ABPI)

Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Letras e Linguística ( ANPOLL)

17 de agosto de 2023


Associação Brasileira de Relações Internacionais
https://www.abri.org.br/

terça-feira, 12 de outubro de 2021

As transformações globais e a defesa - Rubens Barbosa (OESP)

Eu, na verdade, preferiria um POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO PRIMÁRIA, mas cada macaco no seu galho.

Paulo Roberto de Almeida

 

AS TRANSFORMAÇÕES GLOBAIS E A DEFESA

 

Rubens Barbosa

O Estado de S. Paulo, 12/10/2021


As Forças Armadas no Brasil, para seu fortalecimento, deveriam passar por ajustes e transformações para responder aos desafios das profundas mudanças no cenário internacional. O crescente avanço tecnológico das últimas décadas transformou significativamente os paradigmas dos conflitos e das ameaças, exigindo de todos os países um questionamento permanente de adequação das estruturas de seus instrumentos de Defesa e dos conceitos neles vigentes. 

O Centro de Estudos da Defesa e Segurança Nacional (CEDESEN) elaborou documento de trabalho sobre a Política e a Estratégia Nacional de Defesa e encaminhou recomendações ao governo e ao Congresso para num sentido mais amplo aprimorar as instituições e processos voltados para questões da defesa nacional.

As recomendações abrangem 3 áreas consideradas relevantes e estratégicas:

- Elevação do nível de tratamento pelo Poder Público dos temas de Defesa desde sua formulação até a implementação de políticas de defesa;

- Transformação urgente nas instituições de defesa, de forma a adequá-las às necessidades do país frente aos novos paradigmas de conflitos e torná-las ajustadas às boas práticas internacionais;

- Incrementar a participação de profissionais civis nas várias atividades voltadas para o preparo da capacidade militar, tanto as operacionais de combate, quanto as de logística de defesa (industriais e pesquisa e desenvolvimento).

A primeira recomendação do CEDESEN, para a formulação de uma política nacional de defesa e não apenas de defesa nacional, seria atribuir ao Conselho de Defesa Nacional (CDN), instituição do mais alto nível no âmbito do Executivo, a responsabilidade pela elaboração de documento, abrangendo Defesa/Segurança/Diplomacia e suas interfaces com o Desenvolvimento, o que permitiria maior participação dos órgãos diretamente interessados em questões de Defesa e Segurança. Adicionalmente, para que o Congresso Nacional possa ter melhores condições de acompanhar os principais temas relacionados com a Defesa e a Segurança Nacional, seria essencial a existência de um foro permanente que unisse as duas casas do Poder Legislativo. Nesse sentido, o CEDESEN recomendou o exame da possibilidade da criação de Comissão Mista de caráter permanente, integrada por Deputados e Senadores, para tratar de matérias de competência do Congresso Nacional na área de Defesa e Segurança Nacional. Até aqui, cabe ao Ministério da Defesa (MD), a responsabilidade principal da elaboração da Política e Estratégia Nacionais de Defesa, inclusive do Livro Branco da Defesa Nacional. Na prática, entretanto, ocorre um reduzido envolvimento de outros órgãos, particularmente dos Ministérios das Relações Exteriores, Justiça e Economia, além, em particular, do próprio Congresso Nacional, como representante do povo brasileiro.

No tocante às mudanças institucionais nas estruturas de defesa, todos os países com alguma relevância econômica e/ou militar no cenário internacional se ajustaram a  aceleração do desenvolvimento tecnológico com a consequente rápida obsolescência dos sistemas de armas e seus componentes críticos, com impacto na eficácia e sua manutenção. Foi levado em conta o aumento contínuo e significativo do custo dos sistemas de armas, particularmente pela necessária incorporação dos avanços tecnológicos, as restrições orçamentárias crescentes para a função defesa em períodos de paz e o interesse em contar com maior profissionalismo para a execução das atividades de logística de defesa, que se encontram entre as mais complexas que existem. A recomendação feita pelo CEDESEN, semelhante a encontrada nos principais países desenvolvidos, foi no sentido da separação das atividades de operações de combate e afins, das de logística de defesa destinadas a aparelhar e apoiar o emprego das unidades combatentes das Forças Armadas. As atividades de aquisição de produtos e sistemas de defesa e de desenvolvimento de atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação específicas para defesa, ficariam com um órgão independente das FFAA, mas subordinado diretamente ao MD. Esse órgão, que poderia evoluir a partir do SEPROD, seria dotado de um corpo profissional de militares e civis com formação e capacitação adequadas e, no caso dos militares, com carreiras totalmente independentes das carreiras militares. Com relação à participação de profissionais ou especialistas civis, há muito vem sendo apontada a necessidade de sua admissão, no âmbito do Ministério da Defesa e seus órgãos subordinados. Nesse particular, o CEDESEN recomendou que a definição dos cargos e perfis profissionais que mais se adequem a uma ocupação por especialistas civis, seja feita no âmbito dos estudos visando à transformação das instituições de defesa.

Na semana passada, o CEDESEN realizou encontro (YouTube/cedesen-interesse nacional) para discutir as transformações no MD. As outras duas recomendações serão examinadas publicamente durante o corrente mês. Essas reuniões têm como objetivo ampliar o conhecimento e o envolvimento da sociedade civil no exame de temas de interesse da defesa e da segurança nacional. E o fortalecimento das FFAA.

 

 

Rubens Barbosa, presidente do CEDESEN

 

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Mensagem ao Congresso 2019: Brasil Nação (seleção)



BRASIL: NAÇÃO FORTE ........................................................................................... 107
1 ASSUNTOS ESTRATÉGICOS PRIORITÁRIOS.......................................................... 108 
DIPLOMACIA BILATERAL E MULTILATERAL ........................................................... 108 
3 INTEGRAÇÃO REGIONAL ........................................................................................ 113 
4 COMÉRCIO EXTERIOR E DIPLOMACIA ECONÔMICA..............................................117 
5 COMUNIDADES BRASILEIRAS NO EXTERIOR E TEMAS MIGRATÓRIOS............... 121 
6 COOPERAÇÃO INTERNACIONAL ............................................................................ 123 
7 SEGURANÇA, DEFESA E INTELIGÊNCIA ................................................................ 124 






























segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Visita do Min. da Defesa-USA ao Brasil: influencia da China? Qual influencia da China?

Paranoia correndo solta por aí...

No Brasil, chefe do Pentágono busca conter influência militar da China

Visita de secretário de Defesa é permeada por incômodo dos EUA com alta nas atividades de Pequim com países na América do Sul 

por Henrique Gomes Batista, enviado especial*

James Mattis é fotografado no exterior do Pentágono: visita estratégica ao Brasil - MARK WILSON / AFP
WASHINGTON E BRASÍLIA - A crescente influência não só econômica, mas militar da China na América Latina marca o início da primeira viagem de James Mattis, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, à América do Sul. Com a visita que começa em Brasília, ele encontra uma região muito diferente da existente em 2014, quando Chuck Hagel foi o último chefe militar americano recebido na América do Sul.
Os asiáticos já contam com uma base de monitoramento de satélites na Argentina e negociam o fornecimento de insumos à indústria bélica brasileira. Embora oficialmente o objetivo da viagem a Brasil, Argentina, Chile e Colômbia seja reforçar laços com parceiros históricos, o debate sobre Pequim esteve presente já de cara.
— Temos visto China e Rússia atuando dentro da América Latina. Existe mais de uma maneira de perder soberania no mundo. Isso ocorre não apenas com a violência, pode ser com presentes e grandes empréstimos — afirmou Mattis a jornalistas que o acompanhavam em seu voo a Brasília, quando disse que quer países “livres, democráticos e independentes” no continente. — Eu não estou olhando o que as outras nações fazem como algum tipo de ataque contra nós. Estas são decisões soberanas, e eu somente me preocuparia se estes países (latino-americanos) estiverem perdendo certo grau de soberania por causa das decisões próprias ou de outras nações.

Mas o alinhamento ideológico dos principais países da região pode ajudar os Estados Unidos a reafirmarem sua influência, se Mattis conseguir avançar em propostas concretas de parcerias, compras e desenvolvimento tecnológico. O apelo pelos laços históricos esteve presente na conversa que ele manteve na viagem de Washington a Brasília. 
— Não estou interessado em reconquistar o controle destes países (da América do Sul) pois acredito que isso nunca existiu. Eu acredito na parceria, e não em controle — garantiu. — Mas citando a Argentina, gostaria de lembrá-los de quem os ajudou quando eles tiveram o submarino desaparecido (no fim do ano passado): os americanos. Fomos os mais rápidos e com a melhor tecnologia do mundo, agimos da mesma forma que se este fosse um submarino americano.
A maior prova desta influência chinesa está na Patagônia. O país asiático tem em Quintuco, na província de Neuquén, uma estação para controle de satélites e missões espaciais. A base, que começou a operar em março e oficialmente não tem fins militares, é vista com desconfiança pelos americanos. Herança dos anos de Cristina Kirchner no poder, a instalação foi negociada em segredo com Pequim e causa estranhamentos na relação bilateral entre Buenos Aires e Washington.

sábado, 21 de julho de 2018

Ensaios de grande estrategia brasileira - João Paulo Soares Alsina Jr.

Valendo-se da experiência adquirida no Itamaraty e no Ministério da Defesa e de quase 20 anos de estudos sobre o tema, João Paulo Alsina Jr. oferece aos leitores um diversificado painel sobre o conceito de grande estratégia, o sistema internacional de segurança, o caráter da guerra contemporânea, as operações de paz da ONU e o modelo de recrutamento militar brasileiro. Ensaios de grande estratégia brasileira reúne cinco capítulos sobre a articulação entre as políticas externa e de defesa do país, em que o autor enfatiza a necessidade inadiável de retirar o Exército do pântano da segurança pública, condição sine qua non para implementar uma grande estratégia coerente - e para enfrentar de maneira efetiva a ameaça do crime organizado. Este livro será de grande valia para todos os interessados em política externa, defesa, segurança internacional, história e ciência política, bem como para qualquer cidadão preocupado com o futuro do Brasil.

Minha transcrição de alguns trechos da Introdução do Autor: 

       “Esse texto inédito reflete, indiretamente, a perplexidade do autor diante da catástrofe que se abateu sobre o país nos últimos anos, reveladora de um estado de putrefação civilizacional sem paralelo em nossa história. A aterradora idiotizacão de nossa suposta elite cultural, produzida pela universidade brasileira ao longo de muitas décadas, está na base desse processo, razão pela qual torna impossível compreender o surrealismo nosso de cada dia sem referência ao quadro mais amplo que o engendrou. (...)
Sem que se proceda à discussão dessas mazelas primordiais, uma tão improvável quanto imprescindível reforma do modo brasileiro de estar no mundo não se materializará. Ao fim e ao cabo, novas aberrações serão criadas, talvez ainda mais nefastas do que as atuais. Roberto Campo afirmava que o Brasil ‘não perde oportunidade de perder oportunidades’. Talvez fosse o caso de não perder a oportunidade de apontar a oportunidade única que se apresenta com uma crise de tamanha envergadura. São nas crises que os indivíduos têm a chance de abandonar a complacência, de colocar em causa percepções longamente sedimentadas, de buscar a verdade sem o temor do ostracismo. A circunstância dos dias que seguem favorece a renovação, mas para tanto é preciso o diagnóstico correto e coragem moral para mudar. O indispensável senso de proporção, artigo raríssimo em nossas plagas, somente poderá ser reconstruído se formos capazes de recuperar o que de melhor o Brasil produziu no passado, e de acrescentar a esse patrimônio novos elementos que corrijam mazelas históricas.
Mais do que qualquer coisa, faz-se necessário questionar incisivamente as práticas recentes em todos os domínios da vida em sociedade – única forma de reverter o acelerado processo de decadência e de esgarçamento do tecido social. Somente no contexto de uma retomada vigorosa da modernização – de escopo igual ou superior em profundidade à restauração Meiji ou à fundação da Turquia liderada por Kemal Ataturk no pós-Primeira Guerra – poderá o Brasil aspirar a um futuro menos soturno. Evidentemente, a modernização não poderá seguir os moldes do modernismo nacional, que se transformou em uma tradição conservadora e deletéria – a despeito, ou talvez em função, da sua retórica de ruptura e emancipação. Se o mito modernista, associado ao mito revolucionário (ambos mediados pelos indivíduos que deles se nutriram), nos trouxe ao estado de coisas atual, caberia admitir que uma mudança qualitativa da nossa visão de mundo encontra-se dependente de duas tarefas prévias. A primeira, refere-se ao questionamento dos aspectos nefastos da cosmovisão reformista-revolucionária. A segunda, tem a ver com a criação de novos consensos virtuosos, menos dissociados da verdade e mais tendentes a fundamentar valores positivos: religiosidade tolerante, trabalho, honestidade, amor ao conhecimento, busca da verdade, solidariedade, patriotismo, apreço pela ordem, respeito ao mérito, autonomia do indivíduo em relação ao Estado, intolerância ao crime, universalismo na aplicação da lei, etc.
Ao contrário do que alguns querem fazer crer, os problemas atuais não têm a ver fundamentalmente com questões econômicas ou políticas. Trata-se de algo mais profundo e alarmante: uma crise multidimensional, que explicita a defasagem radical entre a mundivisão dominante, as elites do Brasil e as demandas da contemporaneidade. Esse fenômeno não diz respeito tão somente à obsolescência da base industrial ou à putrefação do sistema de educação – sequestrado ideologicamente pelo que há de mais retrógrado. Para onde se olhe, o observador encontrará atraso, corrupção, desalento, imobilismo, violência. Se é certo que essa não é uma tendência transversal – a justiça brasileira, apesar de suas carências e contradições, vem dando demonstrações de que pode agir de modo republicano –, parece igualmente correto afirmar que somente uma reforma em regra das nossas instituições e da nossa maneira de estar no mundo poderá reverter o processo de degeneração da vida coletiva no país.
A questão da grande estratégia brasileira encontra-se dependente desse processo de reforma, sempre penoso e repleto de obstáculos impostos pelo subdesenvolvimento – entrincheirado nas mentes de indivíduos que ocupam posições-chave na sociedade, o que apenas torna mais complexa a superação das redes de interesses materiais vinculados ao atraso. O pacto da mediocridade que prevalece na administração dos negócios do Estado, particularmente no tocante à gestão da política de defesa e à inércia de uma retórica de política externa castradora e derrotista, não nos permite antever que seja viável articular, de modo coerente, política, economia, poder militar e inteligência em prol dos interesses nacionais. Interesses, aliás, que são cada vez mais diluídos em função de um duplo cerco, representado pela adesão irrefletida de parcela das elites brasileiras ao globalismo e pela desorganização crescente de um aparato estatal assolado por níveis assustadores de entropia.
Nesse contexto, pensar a grande estratégia do país torna-se ainda mais relevante. Se a crise do presente vier a ser superada em bases sólidas, ela o será a partir de uma mudança de mentalidades que valorize o conhecimento e aqueles que o produzem de maneira séria e responsável. Nunca é demais enfatizar o quanto o proverbial desprezo brasileiro pelo estudo laborioso, baseado em um pragmatismo oportunista e acéfalo, prejudica, ou mesmo impossibilita, a obtenção de massa crítica indispensável à resolução de problemas.”

Retomo (PRA): 
Um livro que precisa ser lido não apenas por diplomatas e militares, mas por todos os brasileiros, em especial aqueles que pertencem (ou julgam pertencer) às elites do país (econômicas, políticas, os mandarins do Estado, etc.).
João Paulo Soares Alsina Jr. é um grande intelectual, um dos maiores que conheci na carreira diplomática.

Paulo Roberto de Almeida 
Brasília, 21/07/2018

Outros livros do autor: 


quinta-feira, 8 de junho de 2017

3° Simposio sobre Seguranca Regional Europa-America do Sul, 12/06 - Comando Militar do Planalto

 Simpósio sobre Segurança Regional Europa-América do Sul, a se realizar no dia 12 de junho de 2017, a partir das 8h30, no Auditório do Comando Militar do Planalto (Av. do Exército, Setor Militar Urbano, Brasília). O Simpósio será conduzido nos idiomas Português, Espanhol e Inglês, e haverá tradução simultânea nestas línguas.

Abaixo o programa e mapa de acesso ao local.

R.S.V.P. | Inscrições devem ser efetuadas pelo email ou telefone:
Tel: +55 61 3443-1133 (206)

Traje: Passeio completo

Encontra-se no site do Comando Militar do Planalto o relatório da edição 2016.

Certificados de participação serão encaminhados, a pedido, após o simpósio.





terça-feira, 1 de novembro de 2016

Defesa: debate no IEA-USP, 29/11/2016, 9-17hs

Seminário apresenta visão das Forças Armadas sobre a defesa no Brasil

por Mauro Bellesa - publicado 27/10/2016 17:10 - última modificação 31/10/2016 13:40

3º Pelotão Especial de Fronteira, sediado em Paracaima, RR, fronteira com a Venezuela
3º Pelotão Especial de Fronteira, sediado em Pacaraima,
Roraima, próximo à fronteira com a Venezuela
A Defesa no Brasil é o tema do encontro que se realiza no dia 29 de novembro, das 9h às 17h, na Sala de Eventos do IEA, atividade inaugural do Ciclo de Diálogos Estratégicos do IEA. Haverá exposições de representantes do Exército, Marinha, Aeronáutica e da indústria nacional de defesa.
Esse primeiro diálogo tem por objetivo proporcionar à comunidade acadêmica informações atualizadas e realistas que permitam debater e concluir sobre a situação e perspectivas do Brasil nesse campo, assim como os papeis das partes interessadas da sociedade.
"A atuação militar vem passando por uma transformação, seja pela posição que o país passou a ocupar no mundo ou pela incerteza e imprevisibilidade do cenário internacional", explica em artigo publicado no site do IEA o general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, comandante do Exército Brasileiro.
Já estão confirmadas as participações do capitão de mar e guerra Arthur Mendes de Oliveira, que falará sobre a fronteira marítima, e do representante do Departamento da Indústria de Defesa da Fiesp, Anastácio Katsanos. Os coordenadores serão o general da reserva do Exército Sergio Conforto e do vice-diretor do IEA, Guilherme Ary Plonski.
Alguns dos tópicos a serem discutidos no encontro são:
  • importância do mar para o Brasil. A "Amazônia azul"
  • a problemática decorrente da diversidade das fronteiras terrestres (sul, oeste, Amazônia)
  • controle e defesa do espaço aéreo brasileiro
  • as forças de paz
  • ciência, tecnologia e inovação e defesa
  • indústria e defesa
  • Política Nacional de Defesa
Ciclo
"Ao focalizar em temas estruturantes, o Ciclo de Diálogos Estratégicos convergirá com outras iniciativas do IEA e da USP na construção de um espaço de reflexão estratégica para o desenvolvimento sustentável e inclusivo do Brasil", segundo Plonski, que coordena o programa.

Relacionado

América do Sul: Integração, Geoestratégia e Segurança(painel realizado em 21/set/2006)
Notícia
Midiateca
O ciclo integra a série Strategic Workshops, organizada pela Pró-Reitoria de Pesquisa e pelo IEA, com apoio da Academia de Ciências do Estado de São Paulo.
Além desta primeira atividade do ciclo, o tema "segurança" será discutido no IEA também por meio da revista "Estudos Avançados", em futuro dossiê especial sobre o assunto.

A Defesa no Brasil
CICLO DE DIÁLOGOS ESTRATÉGICOS

29 de novembro, 9h
Sala de Eventos do IEA, rua da Praça do Relógio, 109, bloco K, 5º andar, Cidade Universitária, São Paulo
Evento gratuito e aberto ao público
Transmissão online ao vivo
Informações: com Sandra Sedini (sedini@usp.br), telefone (11) 3091-1678
Foto: Mauro Bellesa/IEA-USP

terça-feira, 12 de julho de 2016

IX ENABED e nova Diretoria da Associacao Brasileira de Estudos de Defesa (2016-2018)

A Associação Brasileira de Estudos de Defesa realizou, entre os dias 06 e 08 de julho de 2016, o seu IX Encontro Nacional. O encontro foi correalizado pelo curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina, e aconteceu no campus de Florianópolis (SC).

Foram, ao todo, 253 trabalhos apresentados, 45 pôsteres de iniciação científica, 8 mesas-redondas, 8 minicursos e 2 conferências. A qualidade e a evolução dos trabalhos apresentados no IX ENABED foram observadas pelos participantes do evento.

Esta Diretoria agradece a Universidade Federal de Santa Catarina, todos os convidados, organizadores e participantes deste que, com certeza, foi um dos ENABEDs de maior sucesso de nossa associação.

Desejamos à chapa eleita na Assembleia Ordinária, realizada no dia 07 de julho de 2016, que tenha sucesso em sua gestão à frente da ABED. Parabenizamos o novo Presidente-Eleito, prof. Alcides Costa Vaz, em nome de toda a comunidade abediana.

Seguem abaixo os nomes da nova Diretoria eleita:

Presidência: Alcides Costa Vaz (Universidade de Brasília)
Vice-Presidência: Wanderley Messias da Costa (Universidade de São Paulo)
Secretaria Executiva: Lucas Pereira Rezende (Universidade Federal de Santa Catarina)
Secretaria Adjunta: Flávio Pedroso (Universidade Federal de Uberlândia)
Diretoria de Relações Institucionais: Thiago Moreira de Souza Rodrigues (Universidade Federal Fluminense)
Diretoria Financeira: Paulo Gustavo Pellegrino Correa (Universidade Federal do Amapá)
Diretoria Financeira Adjunta: Érica Cristina Alexandre Winand (Universidade Federal de Sergipe)

Conselho Fiscal: Maria Celina D`Araujo (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) e Sabrina Evangelista Medeiros (Escola de Guerra Naval).

Informamos que a nova Diretoria (2016-2018) tomará a frente da ABED a partir do dia 06 de setembro de 2016, quando se encerrará o mandato da atual gestão. Até lá, as duas Diretorias atuarão de forma conjunta para realizar a transição da gestão de nossa associação.

Atenciosamente,

Diretoria ABED (2014-2016)