Saldo de Transações Correntes
Ricardo Bergamini
Série
história do saldo das transações correntes com base na média/ano foi
como segue: Governo FHC (1995/2002) – déficit de US$ 23,4 bilhões =
-3,31% do PIB; Governo Lula (2003/2010) – déficit de US$ 6,6 bilhões =
-0,52% do PIB; Governos Dilma/Temer (2011/2018) – déficit de US$ 48,2
bilhões = -2,21% do PIB; Governo Bolsonaro (2019) - déficit de US$ 50,8
bilhões = 2,76% do PIB, nos 12 meses encerrados em dezembro de 2019.
Resumo:
Governo FHC déficit de transações correntes de -3,31% do PIB, Governo
Lula déficit de -0,52% do PIB, governos Dilma/Temer déficit de -2,21% do
PIB e nos doze meses do governo Bolsonaro déficit de -2,76% do PIB, ou
seja, 24,89% maior do que o período de Dilma/Temer.
Estatísticas do setor externo Fonte BCB
Base: Dezembro de 2019
1. Balanço de pagamentos
Em
dezembro de 2019, o déficit em transações correntes totalizou US$ 5,7
bilhões, ante déficit de US$ 6,1 bilhões no mesmo mês de 2018. A
variação no déficit decorreu de redução de US$ 2,0 bilhões em despesas
líquidas de renda primária, parcialmente compensadas pela retração de
US$ 1,2 bilhão no saldo da balança comercial. Em 2019, o déficit em
transações correntes somou US$ 50,8 bilhões (2,76% do PIB), superior ao
déficit do ano anterior, US$ 41,5 bilhões (2,20% do PIB).
As
exportações de bens totalizaram US$ 18,2 bilhões em dezembro de 2019,
recuo de 6,0% em relação ao mesmo período de 2018. Na mesma base de
comparação, as importações de bens aumentaram 0,3%, para US$ 13,4
bilhões. No mês, não houve operações relativas ao Repetro. Na comparação
com o ano anterior, o superávit comercial reduziu de US$ 53,0 bilhões
para US$ 39,4 bilhões em 2019, repercutindo retrações de 6,3% nas
exportações e de 0,8% nas importações. No ano, as importações líquidas
no âmbito do Repetro foram estimadas em US$ 1,6 bilhão.
O
déficit na conta de serviços atingiu US$ 3,5 bilhões no mês, 2,7%
superior ao resultado de dezembro de 2018, US$ 3,4 bilhões. Em 2019, o
déficit em serviços situou-se em US$ 35,1 bilhões, 1,7% inferior ao
déficit de US$ 35,7 bilhões registrado em 2018, com redução nas despesas
líquidas de aluguel de equipamentos (US$ 1,3 bilhão; 8,2%) e de viagens
(US$ 664,0 milhões; 5,4%). Por outro lado, observou-se aumento nas
despesas líquidas de telecomunicações, computação e informações (US$
802,0 milhões; 36,9%) e de serviços de propriedade intelectual (US$
405,0 milhões; 9,4%).
Em
dezembro de 2019, o déficit em renda primária reduziu 23,2% na
comparação com dezembro de 2018, somando US$ 6,7 bilhões. Os gastos
líquidos com juros somaram US$ 3,2 bilhões no mês, aumento de 20,3% na
comparação interanual, com redução de receitas e expansão de despesas.
As despesas líquidas de lucros e dividendos somaram US$ 3,5 bilhões,
retração de 42,4% ante dezembro de 2018, com aumento de receita e recuo
de despesas. No ano, o déficit em renda primária recuou 4,8%, para US$
56,0 bilhões, resultado do aumento de 11,2% das despesas líquidas de
juros, para US$ 25,1 bilhões, em oposição à redução de 14,8% do déficit
em lucros e dividendos, para US$ 31,1 bilhões.
Os
ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) somaram US$
9,4 bilhões no mês, composto por ingressos líquidos de US$ 1,6 bilhão em
participação no capital e de US$ 7,8 bilhões em operações
intercompanhia. Em 2019, os ingressos líquidos de IDP somaram US$ 78,6
bilhões, correspondendo a 4,27% do PIB, patamar próximo aos US$ 78,2
bilhões registrados no ano de 2018, equivalente a 4,15% do PIB.
Em
dezembro, houve saídas líquidas de US$ 4,6 bilhões em instrumentos de
portfólio negociados no mercado doméstico, com saídas líquidas de US$
1,1 bilhão em ações e fundos de investimento, e de US$ 3,5 bilhões em
títulos de dívida. No ano, ocorreram saídas líquidas de US$ 7,6 bilhões
em instrumentos negociados no mercado doméstico, compostas por saídas
líquidas de US$ 3,6 bilhões em ações e fundos de investimento, e de US$
4,0 bilhões em títulos de dívida.
2. Reservas internacionais
O
estoque de reservas internacionais atingiu US$ 356,9 bilhões em
dezembro de 2019. A redução de US$ 9,5 bilhões nesse estoque,
relativamente à posição de novembro, decorreu principalmente da
liquidação de US$ 9,6 bilhões de vendas no mercado à vista e da
concessão de US$ 1,8 bilhão em operações de linha com recompra. As
variações por paridades e por preços contribuíram para elevar o estoque
de reservas em US$ 1,1 bilhão, enquanto a receita de juros adicionou US$
589,0 milhões ao estoque.
No
ano, houve redução de US$ 17,8 bilhões no estoque de reservas
internacionais, em função das vendas no mercado à vista, US$ 36,9
bilhões. Os principais fatores que atuaram em sentido contrário,
contribuindo para a elevação das reservas, foram as receitas com juros,
US$ 7,5 bilhões; as variações por preço, US$ 9,1 bilhões; e o retorno
líquido de linhas com recompra, US$ 2,3 bilhões.
Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.
Ricardo Bergamini
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ITAUMACRO:
LatAm Talking Points 27/01/2020
Wider-than-expected current account deficit in Brazil
Brazil
The current account posted a USD 5.7 billion deficit in December, wider than our forecast (USD -4.2 billion) and market estimates (USD -4.6 billion). The
main deviation in comparison to our forecast came from the profits and
dividends account, with larger-than-expected net remittances. The
current account deficit over 12 months amounted to USD 50.8 billion, or
2.8% of GDP, in 2019. The main driver behind the increase compared to
2018 (USD -41.5 billion, or 2.2% of GDP) was the shrinking trade
deficit, particularly slowing exports. The service deficit remained
virtually stable in the period, while the income deficit receded, partly
offsetting the deteriorating trade balance. For the next years, we
expect the current account deficit to reach 2.5%-3.0% of GDP, in line
with the economic rebound. In our view, even at a higher level, the
curre
nt account deficit will still be comfortably financed by foreign direct
investment. ** Full story here.
The BCB released its weekly survey with market participants (Focus).
The median of IPCA inflation expectations for 2020 declined 9 bps to
3.47%, probably reflecting downward revisions on IPCA inflation rates
for the first quarter of the year. Expectations for 2021 and 2022
remained unchanged at 3.75% and 3.50%, respectively. The median of
year-end Selic rate forecasts declined 25 bps to 4.25% for 2020, and
remained stable at 6.25% for 2021 and 6.50% for 2022. The median of GDP
growth did not change for the three years horizon (2020-2022), at 2.31%
for 2020 and 2.50% for both 2021 and 2022. On the exchange rate front,
expectations oscillated to BRL 4.10/USD (from 4.05) for 2020, and
remained unchanged at BRL 4.00/USD for 2021 and BRL 4.05/USD for 2022.
According to FGV’s monthly survey, retail confidence increased 1.3 p.p. to 98.1 in January. The
breakdown shows that this advance was boosted by a strong reading on
the expectations component, which increased 3.8 p.p, to 104.4. On the
opposite direction, the current condition component receded 1.1 p.p, to
91.9. According to FGV, this result is consistent with a gradual
recovery in the retail sector, which still depends on stronger signals
from the labor market and consumer confidence to accelerate.