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sábado, 15 de março de 2025

À sombra dos tiranos - Paulo Roberto Almeida

 À sombra dos tiranos

Paulo Roberto Almeida

Nota sobre os gurus dos autocratas vilãos.

Atrás, ou ao lado de algum dirigente insano, perverso ou tresloucado, que exibe poder absoluto sobre seus comandados, sobre incontáveis seguidores, geralmente fanatizados por alguma indução doentia ou tão tresloucados quanto ele, que controla um país inteiro ou quase todo ele (os opositores se calam ou se omitem por temor da repressão), costuma haver um guru, um conselheiro, um assessor do tirano ainda mais louco e desequilibrado que o próprio e que o induz a recrudescer nas apostas perversas e nas iniciativas mais delirantes.

No caso de Putin, o legítimo sucessor de Hitler 90 anos depois, encontra-se um outro psicopata, Alexander Dugin, capaz de sugerir ao tirano de Moscou até um ataque nuclear devastador  contra a Europa ocidental e os EUA.

Atrás de Trump, talvez até na frente, está o fascista megalomaníaco do Musk, um delirante apoiador da extrema-direita mais burra que existe no planeta. 

Ambos são ainda funcionais e atuantes, para desgraça dos próprios países e de meia humanidade.

No caso do psicopata perverso que desgovernou o Brasil entre 2019 e 2022 (e o infelicitou durante a pandemia da Covid-19 por ser um negacionista antivacinal e opositor até de medidas profiláticas, causando milhares de mortes excedentárias) havia um soi-disant “filósofo” que já havia sido de tudo um pouco — marxista, astrólogo, islamista, jornalista, professor frustrado nos meios acadêmicos — mas que enveredou na “profissão” de anticomunista fanático, capaz de detectar os comunistas brasileiros até nas creches e jardins da infância. Enquanto foi jornalista crítico da esquerda intelectualoide até chegou a produzir alguns bons artigos e até livros hilariantes sobre o besteirol universitario. Adotou as teorias conspiratórias da extrema-direita americana e as disseminou no Brasil com fervor típico de um Torquemada querendo levar ao fogo todo aquele povinho daquela outra alucinação coletiva chamada Foro de São Paulo, o Cominform cubano organizado pelo PT para tentar salvar Cuba da miséria do socialismo stalinista.

O guru em questão fez algumas das piores recomendações de ministros ao capitão desmiolado, entre elas a do patético chanceler acidental, que quase destruiu o Itamaraty com suas loucuras antiglobalistas. 

Já morreu — depois de tentar provar que fumar era saudável — mas se vivo fosse estaria dando conselhos tão lunáticos ao capitão demencial quanto as sugestões psicografadas do cachorro do atual desequilibrado presidente argentino. 

Gurus costumam ser mais loucos que os príncipes autocráticos aos quais dão conselhos. 

Portanto, cabe esperar o pior desses seres caricatos, saidos de algum roteiro de filme de terror série C.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 15/03/2025

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