Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sexta-feira, 26 de janeiro de 2018
RBPI call for papers: Global and Transnational History, Alexandre Moreli, editor
Dear Dr. Paulo Roberto de Almeida
The new phase of globalization opened in the 1970s, even if not inaugurating interdependence or interconnectedness, have at least created a new consciousness of how historical process is shared around the globe. In such context, historians have reinforced the call to embrace “global” or “transnational” approaches in order to identify and analyze dynamics or changing features in the development of state, economy, culture, and society formerly ignored or disdained by scholarship.
These perspectives have engulfed the long-term challenge of old national histories and area studies. They are not truly new, neither a turning point for the discipline, as much as Global History should not necessarily be reduced to the history of globalization. One can identify challenges to parochialism and essentialism within the discipline even few decades after Positivism and after Ranke’s German School had re-founded History in mid-Nineteenth Century. Actually, since the early Twentieth-Century, historians of international relations have moved beyond unilateral comparisons and reframed the centrality of diplomatic documents. They have also played down the study of the decision-making process, even when taking into account the weight of structural forces upon decision-makers. State-centrism and the primacy of power have then being challenged. However, strength, control, influence, balance, composition, and agency in political life have not disappeared from the explanatory range of History.
It is in this background and without belittling other perspectives or themes, that Revista Brasileira de Política Internacional – RBPI calls the academic community to submit contributions to its special issue on the analysis of power in a variety of domains, such as diplomacy, economy, gender, ethnicity, culture, science, governance, etc, taking into account the new narratives of Global and Transnational History.
This issue also intends to acknowledge the fact that, in spite of being part of the vocabularies of current historical debate, “Global History” and “Transnational History” do not correspond to a homogeneous body of problems, questions, and methodologies. It is rather a debate in which any author wishing to claim such an approach must be able to somehow stand. Our goal is to stimulate submissions of works shifting parts of the historical discipline to the same direction, but also including discussions over what ‘global’ approaches to history mean and how it can change the discipline.
Finally, we consider that different historical traditions might experience different moments in the evolution of the discipline, especially when taking into account how politics can be influent, even if not determinant, on the work of historians. For instance, historical traditions in Latin America, or even in Asia, are still constrained by national approaches and narratives, sometimes even sustaining exceptionalism for populations accidentally living within the same political borders. The challenging of this reality will also be appreciated in this volume.
The volume will be edited by Alexandre Moreli (Professor of International and Global History at Fundação Getulio Vargas, Rio de Janeiro, Brazil).
RBPI is published exclusively online at Scielo (http://www.scielo.br/rbpi), following the continuous publication model. This model gives faster publication for authors and also faster access for readers because the articles are published on line at the very moment their editorial production is finished.
All submissions should be original and unpublished, must be written in English, including an abstract of 70-80 words (and three keywords in English), and follow the Chicago System. They must be in the range of 8.000 words. The deadline for submissions is April 30th 2018. Submissions must be done at http://www.scielo.br/rbpi (Online Submissions).
Politica Externa e Eleicoes Presidenciais: livro de ensaios - Paulo Roberto de Almeida
Eis o volume: https://www.academia.edu/s/01644a871c/eleicoes-presidenciais-no-brasil-relacoes-internacionais-politica-externa-e-diplomacia-brasileira-1985-2018
quinta-feira, 25 de janeiro de 2018
Estatísticas de seguidores (paranóicos se abster)
O que fazer com isso?
Não tenho a menor ideia, mas acho que preciso começar tratando bem a cada um deles.
Como?
Bem, evitando besteirol, e só publicando coisas interessantes e inteligentes.
Está bem assim?
Saudações a todos.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 25/01/2018
Editorial da Gazeta do Povo, 24/01/2018
terça-feira, 23 de janeiro de 2018
Globalizacao economica e globalizacao politica: faz sentido? - Paulo Roberto de Almeida
Um parceiro de Facebook posta a seguinte mensagem, provavelmente ainda como "resquício" de um debate chatérrimo sobre o tal de globalismo:
... existem pelo menos dois tipos de globalização mesmo... reproduzo a seguir um trecho de um texto de Daniel Hannan, MEP liberal inglês:
"Economic globalization is a bottom-up process. It is driven not by governments, but by consumers. The reason goods and services cross borders is that someone wants to buy them. If a local business loses out, it is because consumers prefer someone else's product. Free trade reduces the power of the state and magnifies the freedom of the individual.
Political globalization, by contrast, is about imposing common rules, even when those rules are rejected by local leaders and their voters. It elevates technocracy over accountability.
To lump the two together is a category error."
Concordo em parte com o parlamentar liberal (do Partido Liberal; ou liberal clássico inglês?), mas apenas em parte.
Existe sim uma globalização econômica, que não é exatamente conduzida pelos consumidores, ou seja, pela demanda.
Neste ponto, fico com a Lei de Say (de Jean-Baptiste Say): "a oferta cria a sua própria demanda".
Ou seja, a globalização é levada adiante basicamente ao nível micro, ou seja, oferta e demanda, mas prioritariamente por indivíduos e empresas inovadoras que percebem alguma necessidade na sociedade, ou nem isso, simplesmente inventam algo que pode ser interessante para os consumidores, mesmo que não seja absolutamente necessário, que seja por puro lazer, entretenimento, para nada, apenas atraente. Preço e qualidade vão impulsionar o mercado por esse produto, e nas condições atuais da economia mundial isso vai se disseminar globalmente, em todo o planeta muito rapidamente.
Isso é globalização, e com muito poucas restrições, além das barreiras físicas e das ditaduras, esse processo é propriamente avassalador, ou seja, vai atingir todos os rincões do planeta, desde que a maioria dos países se guie pelo princípio dos mercados livres.
É o que eu chamo de globalização micro, a verdadeira globalização.
Na outra ponta, não creio que se possa colocar essa tal de globalização política, que simplesmente não existe para mim.
O que existe é a tentativa de governos e organizações internacionais regularem essas transações, seja para extrair renda (tributação), seja para supostamente "proteger" os consumidores, seja (e aqui eu acho que é mais comum) para fins PROTECIONISTAS.
Isto se dá por meio de acordos, tratados, convenções internacionais e outros instrumentos regulatórios, e a isso eu dou o nome de globalização macro, que na verdade tenta impedir, controlar, cercear, limitar o escopo, o alcance, a irrupção da globalização micro, a verdadeira.
E o globalismo, o que é?
Eu acho que é uma simples bobagem, uma invenção sem sentido daqueles que estão tão imbuídos de uma concepção conspiratória do mundo que interpretam esses dois procesos contraditórios, e paradoxais, como o resultado de uma coalizão de poderosos que quer controlar o mundo e retirar soberania aos Estados nacionais.
O que eu faço com isso?
Nada. Apenas digo que isso é puro bullshit...