O antiocidentalismo
Denis Lerrer RosenfieldTemas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53
Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks
segunda-feira, 6 de maio de 2024
O antiocidentalismo - Denis Lerrer Rosenfield (O Estado de S. Paulo)
quarta-feira, 1 de maio de 2024
Uma vida através dos livros: minhas memórias intelectuais - Paulo Roberto de Almeida
2594. “Uma vida através dos livros: minhas memórias intelectuais”, Hartford, 24 março 2014, 10 p. Registro parcial dos livros mais importantes publicados no mundo e no Brasil, ao longo de minha vida. Para desenvolvimento futuro com comentários sobre os autores e suas obras, ano a ano.
Uma vida através dos livros: minhas memórias intelectuais
Um registro sintético dos livros mais importantes desde 1949
Paulo Roberto de Almeida
(www.pralmeida.org; http://diplomatizzando.blogspot.com)
1949:
George Orwell: 1984 (Nineteen Eighty-Four)
C. W. Ceram: Deuses, túmulos e sábios: a história da arqueologia
Victor Nunes Leal: Coronelismo Enxada e Voto
Fernand Braudel: La Méditerranée et le monde méditerranéen à l’époque de Philippe II
Ludwig von Mises: Human Action: A Treatise on Economics
José Honório Rodrigues: Teoria da História do Brasil
1950:
Thor Heyerdahl: Kon-Tiki
Octavio Paz: El Labirinto de la Soledad y otros escritos
Ernet Gombrich: A História da Arte
Will Durant: The Age of Faith (Story of Civilization, vol. 4)
1951:
J. D. Salinger: The Catcher in the Rye
Hannah Arendt: The Origins of Totalitarianism
Ludwig von Mises: Socialism: An Economic and Sociological Analysis
George Kennan: American Diplomacy
1952:
José Honório Rodrigues: A Pesquisa Histórica no Brasil;
J. A. Soares de Souza: Um diplomata do Império: Barão da Ponte Ribeiro
Ernest Hemingway: The Old Man and the Sea
Heinrich Harrer: Seven Years in Tibet
Frantz Fanon: Peau Noire, Masques Blancs
Alan Bullock: Hitler: A Study in Tirany
J. Mortimer Adler: Great Books of the Western World
1953:
Pierre Renouvin: Histoire des relations internationales (Paris: 8 vols.: 1953-1958)
Lançamento dos Cadernos do Nosso Tempo (IBESP-RJ: 5 números até 1956);
Robert L. Heilbroner: The Wordly Philosphers
Czeslaw Miloz: A Mente Cativa
Isaiah BerlinL The Hedgehog and the Fox: An Essay on Tolstoy’s View of History
1954:
Criação do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais, Palácio Itamaraty (RJ)
John Kenneth Galbraith: The Great Crash of 1929
Georges Politzer: Principes Elementaires de Philosophie
Vinicius de Moraes: Antologia Poética
1955:
Costa, Hipólito José. Diário de Minha Viagem para Filadélfia, 1798-1799;
Lançamento da Revista Brasiliense (publicada até 1964);
Cornelius Ryan: The Longest Day
Claude Lévi-Strauss: Tristes Tropiques
Werner Keller: E a Bíblia Tinha Razão (The Bible as History)
1956:
Erich Fromm: The Art of Loving
João Guimarães Rosa: Grande Sertão, Veredas
C. Wright Mills: The Power Elite
Ludwig von Mises: The Anti-Capitalist Mentality
Winston Churchill: A History of the English Speaking Peoples
1957:
Boris Pasternak: Doutor Jivago
Ayn Rand: Atlas Shrugged
Mircea Eliade: Le Sacré et le Profane
Karl Popper: The Poverty of Historicism
Norman Cohn: Pursuit of the Millenium: Revolutionay Millenarians and Mystical Anarchists of the Middle Ages
1958:
Hélio Jaguaribe: O Nacionalismo na Atualidade Brasileira;
Hélio Vianna: História diplomática do Brasil;
Lançamento no Rio de Janeiro da RBPI
Jorge Amado: Gabriela, Cravo e Canela
John Kenneth Galbraity: The Affluent Society
Claude Lévi-Strauss: Anthropologie Structurelle
Hannah Arendt: The Human Condition
1959:
Carlos Delgado de Carvalho: História diplomática do Brasil;
Luis Vianna Filho: A vida do Barão do Rio Branco;
Celso Furtado: Formação Econômica do Brasil
Karl Popper: The Logic of Scientific Discovery
1960:
Delgado de Carvalho e Therezinha de Castro: Atlas de Relações Internacionais;
William L. Shirer: The Rise and Fall of the Third Reich
David H. Lawrence: Lady Chatterley's Lover sells 200,000 copies in one day following its publication since being banned since 1928
1961:
Foreign Affairs: Jânio Quadros: “Brazil’s new foreign policy”
José Honório Rodrigues: Brasil e África: outro horizonte;
René Goscinny, Albert Uderzo: Astérix le Gaulois
1962:
Boxer, Charles R. The Golden Age of Brazil, 1695-1750
San Tiago Dantas: Política externa independente
Alexander Soljenitsin: Um Dia na Vida de Ivan Denisovich
The works of Pierre Teilhard de Chardin are denounced by the Roman Catholic Church
Milton Friedman: Capitalism and Freedom
Thomas Kuhn: The Structure of Scientific Revolutions
John Steinbeck: Travels With Charley: In Search of America
Barbara Tuchman: The Guns of August
1963:
Hannah Arendt: Eichmann in Jerusalem: A Report on the Banality of Evil
Morris West: The Shoes of Fisherman
1964:
Herbert Marcuse: One-Dimensional Man
Prêmio Nobel de Literatura para Jean-Paul Sartre, que recusa
Ernst Mayr: What Evolution Is
Mao Tse-tung: O Livro Vermelho do Presidente Mao (Citations from...)
1965:
Werner Baer: Industrialization and Economic Development in Brazil
Edmar Morel: O Golpe começou em Washington
Erico Veríssimo: O Senhor Embaixador
1966:
E. Bradford Burns: The Unwritten Alliance: Rio Branco and Brazilian-American Relations
Mikhail Bulgakov: O Mestre e a Margarida (1940), publicada com cortes na URSS
Jorge Amado: Dona Flor e seus dois maridos
Barbara W. Tuchman: The Proud Tower: A Portrait of the World Before the War, 1890-1914
Barrington Moore Jr.: Social Origins of Dictatorship and Democracy: Lord and Peasant in the Making of the Modern World
Carrol Quigley: Tragedy and Hope: A History of the World in Our Time
1967:
Robert T. Daland: Brazilian Planning
John W. F. Dulles: Vargas of Brazil
Thomas E. Skidmore: Politics in Brazil, 1930-1964: An Experiment in Democracy
Gabriel Garcia Marquez: Cien Años de Soledad
1968:
Richard Graham: Britain and the Onset of Modernization in Brazil, 1850-1914
Arthur C. Clark: 2001, A Space Odissey
Alexander Soljenitsyn: Pavilhão dos Cancerosos; O Primeiro Círculo
Paul R. Ehrlich: The Population Bomb
1969:
Werner Baer: The development of the Brazilian steel industry
Jorge Amado: Tenda dos Milagres
Dean Acheson: Present at the Creation: My Years at the Department of State
1970:
John W. F. Dulles: Unrest in Brazil: Political-Military Crises, 1955-1964
Henri Charrière: Papillon
Alvin Toffler: Future Shock
1971:
Alfred Stepan: The Military in Politics: changing patterns in Brazil
Alexander Soljenitsyn: Agosto 14
1972:
Frank D. McCann Jr.: The Brazilian-American Alliance, 1937-1945
Jorge Amado: Tereza Batista Cansada de Guerra
Walter Rodney: How Europe Underdeveloped Africa
1973:
John W. F. Dulles: Anarchists and Communists in Brazil, 1900-1935
Moniz Bandeira: Presença dos Estados Unidos no Brasil: dois séculos de história;
Celso Lafer e Felix Peña: Argentina e Brasil no sistema de relações internacionais
Golpe no Chile (11/09): morte de Victor Jara, no Estadio (16), assassinado, e de Pablo Neruda (23, morte suspeita)
Alexander Soljenitsyn: novela O Arquipélago de Gulag, escrita em 1958-1968, publicada em Paris, de um manuscrito contrabandeado da URSS
Mikhail Bulgakov: O Mestre e a Margarida (1940), publicada completa na URSS
Mario Vargas Llosa: Pantaleón y las visitadoras
E. F. Schumacher: Small is Beautiful
1974:
Alexander Soljenitsyn, preso e expulso da URSS; seus livros começam a ser publicados no Ocidente.
John Le Carré: Tinker, Tailor, Soldier, Spy
Nicholas Meyer: The Seven-Percent Solution
1975:
Stanley E. Hilton: Brazil and the great powers, 1930-1939: the politics of trade rivalry; Brazil and the Internacional Crisis: 1930-1945
Romain Gary, escrevendo sob o pseudônimo de Émile Ajar, ganha o Goncourt pela segunda vez, com o romance: La Vie Devant Soi
Philip Agee: Inside the Company: CIA Diary
1976:
Luciano Martins: Pouvoir et Développement Économique: formation et évolution des structures politiques au Brésil;
Alex Haley: Roots: The Saga of an American Family
Ira Levin: The Boys From Brazil
Richard Dawkins: The Selfish Gene
Michel Foucault: Histoire de la Sexualité: 1. La volonté de Savoir
Jean-François Revel: La Tentation Totalitaire
1977:
Ronald Schneider: Brazil: Foreign Policy of a Future World Power
Pedro Malan et ali: Política econômica externa e industrialização do Brasil (1939-52)
Jorge Amado: Tieta do Agreste
Alfred D. Chandler Jr.: The Visible Hand: The Managerial Revolution in American Business
1978:
Dulles, John W. F. President Castelo Branco: A Brazilian Reformer
Lançamento em Brasília da revista Relações Internacionais (UnB)
Graham Greene: The Human Factor
1979:
Peter Evans: Dependent Development: The Alliance of Multinational, State and Local Capital in Brazil
Henry Kissinger: White House Years
1980:
Gerson Moura: Autonomia na Dependência: 1935-1942
Umberto Eco: Il nome della Rosa
Carl Sagan: Cosmos
Alvin Toffler: Third Wave
Mario Vargas Llosa: La Guerra del Fin del Mundo
Martin Cruz Smith: Gorky Park
Stephen Jay Gould: The Mismeasure of Man
1981:
Stanley Hilton: Hitler’s Secret War in South America
Stephen Jay Gould: The Mismeasure of Man
Gore Vidal: Creation
1982:
Laurence Hallewell: Books in Brazil: a history of the publishing trade
1983:
Lançamento em São Paulo da revista Política e Estratégia (Soc. Convívio);
1984:
O ano de George Orwell: reedições
Barbara W. Tuchman: The March of Folly: From Troy to Vietnam
1985:
1986:
Gerson Moura: Tio Sam chega ao Brasil: a penetração cultural americana
A. L. Cervo e C. Bueno: A Política Externa Brasileira, 1822-1985
Richard Dawkins: The Blind Watchmaker
1987:
Steve Topik: The Political Economy of the Brazilian State, 1889-1930
Paul M. Kennedy: The Rise and Fall of the Great Powers: Economic Change and Military Conflict From 1500 to 2000
1988:
Thomas Skidmore: The Politics of Military Rule in Brazil, 1964-85
Winston Fritsch: External constraints on economic policy in Brazil, 1889-1930
Stephen Hawking: A Brief History of Time
Erik Orsenna: L'Exposition coloniale (Prix Goncourt)
1989:
Gerald K. Haines: The Americanization of Brazil: a study of U.S.: cold war diplomacy in the Third World, 1945-1954
Moniz Bandeira: Brasil-Estados Unidos: A Rivalidade Emergente, 1950-1988
Gelson Fonseca Jr. e Valdemar Carneiro Leão (orgs.): Temas de Política Externa Brasileira I
João H. P. de Araújo, M. Azambuja e Rubens Ricupero: Três Ensaios sobre Diplomacia Brasileira
Khomeiny decreta uma fatwa contra Salman Rushdie por causa dos Versos Satânicos; em 1991 o tradutor japonês seria esfaqueado e morto, na Universidade Tsukuba, segundo a fatwa.
Umberto Eco: O Pêndulo de Foucault
1990:
Gerson Moura: O Alinhamento sem Recompensa: a política externa do Governo Dutra
1991:
Gerson Moura: Sucessos e Ilusões: relações internacionais do Brasil durante e após a Segunda Guerra Mundial;
Rubens A. Barbosa: América Latina em perspectiva
1992:
A. L. Cervo; Clodoaldo Bueno: História da Política Exterior do Brasil
Lançamento da revista Política Externa (SP: Ed. Paz e Terra-NUPRI/USP)
1993:
Paulo R. Almeida: O Mercosul no contexto regional e internacional
1º número da série de Brasília da Revista Brasileira de Política Internacional
1994:
Roberto Campos: A Lanterna na Popa
Vasco Leitão da Cunha: Diplomacia em Alto Mar
1995:
José H. Rodrigues e Ricardo Seitenfus: Uma História Diplomática do Brasil)
MRE: A Palavra do Brasil nas Nações Unidas: 1946-1995
Moniz Bandeira: O Expansionismo Brasileiro e a formação dos Estados na Bacia do Prata
R. Ricupero: Visões do Brasil
C. Bueno: A República e sua Política Exterior
1996:
Steve Topik: Trade and Gunboats: The United States and Brazil in the Age of Empire
Lançamento da revista Parcerias Estratégicas (CEE-SAE)
1997:
Marshall C. Eakin: Brazil: the once and future country
Iris Chang: The Rape of Nanking
Jared Diamond: Guns, Germs and Steel
1998:
Thomas M. Cohen: The Fire of Tongues: Antonio Vieira and the Missionary Church in Brazil and Portugal
Moniz Bandeira: De Marti a Fidel: a revolução cubana e a América Latina
Paulo R. Almeida: Relações internacionais e política externa do Brasil
1999:
Paulo R. Almeida: O Brasil e o multilateralismo econômico
Paulo R. Almeida: O estudo das relações internacionais do Brasil
2000:
H. W. Brands: The First American: the Life and Times of Benjamin Franklin
2001:
Lincoln Gordon: Brazil’s Second Chance: en route toward the First World
Paulo R. Almeida: Os primeiros anos do século XXI: relações internacionais contemporâneas
2002:
Stephen Jay Gould: I Have Landed
2003:
2004:
Jared Diamond: Collapse: How Societies Choose to Fail or Succeed
2005:
Tony Judt: Postwar: A History of Europe since 1945
Jung Chang & Jan Halliday: Mao: the Unknown Story
2006:
Richard Dawkins: The God Delusion
2007:
Christopher Hitchens: God is not Great
2008:
2009:
Guy Sorman: Economics does not lie
2010:
Mario Vargas Llosa: El Sueño del Celta
2011:
Richard Dawkins: The Magic of Reality: How We know What’s Really True?
Daniel Yergin: The Quest
2012:
2013:
http://www.theguardian.com/books/2013/jan/21/george-orwell-day-begins-annual-commemoration ; "George Orwell Day begins annual commemoration". The Guardian (London). 21 January 2013. Retrieved 21 January 2013
2014:
Hartford, 25 março de 2014
sábado, 9 de março de 2024
Libros que hay que leer en marzo de 2024 - El Grand Continent
Neste link a lista completa: https://legrandcontinent.eu/es/2024/03/04/21-libros-que-hay-que-leer-en-marzo-de-2024/
Só seleciono os livros que me interessam.
Martin Thomas, The End of Empires and a World Remade; A Global History of Decolonization, Princeton University Press
«Hasta hace poco, los imperios eran omnipresentes. Configuraban fronteras, alimentaban conflictos y definían las condiciones de la política internacional. El colapso de los imperios condujo a una reorganización fundamental de nuestro mundo. La descolonización se extendió tanto a través de los territorios como dentro de ellos. Sus luchas se internacionalizaron y se volvieron transnacionales. Por ello, Martin Thomas relata el vínculo intrínseco entre descolonización y globalización. Traza los vínculos entre estos dos procesos de transformación: el fin de los imperios formales y la aceleración de la integración mundial, la reorganización de los mercados, los intercambios culturales y las migraciones.
The End of Empires and a World Remade muestra hasta qué punto la descolonización configuró el proceso de globalización tras el colapso de los imperios. En la segunda mitad del siglo XX, la descolonización catalizó nuevas coaliciones internacionales, desencadenó particiones y guerras y reconfiguró la dinámica Norte-Sur. La globalización prometió a los descolonizados un mayor acceso a recursos esenciales, redes de influencia más amplias y públicos globales, pero su variante neoliberal reforzó las desigualdades económicas y las formas imperiales de influencia política y cultural. Repasando estas dos historias interrelacionadas en todo el planeta, desde América Latina hasta Asia, Martin Thomas explica por qué las naciones recién independizadas se han visto tan penalizadas.»
Ghassan Salamé, La tentation de Mars. Guerre et paix au XXIe siècle, Fayard
«Hemos entrado en la era de la desregulación de la fuerza. Al final de la Guerra Fría, había muchas razones para creer en el desvanecimiento de Marte, si no en el triunfo de Venus: ¿no había aplacado la disuasión nuclear el ardor de los belicistas? ¿No se habían derrumbado las ideologías? ¿No se suponía que el «comercio blando» garantizaría la paz?
Sin embargo, tras su florecimiento simultáneo, los cimientos de tal promesa se han ido erosionando uno tras otro: la ola democratizadora ha tocado techo, la globalización se ha desacelerado, la revolución tecnológica ha cercenado la libertad después de haberla servido, la cultura ha sido llamada a fracturar en lugar de unir, la cuestión nuclear se ha reabierto y el multilateralismo ha seguido marchitándose. Se ha perdido una oportunidad histórica de construir un sistema mundial equilibrado y pacífico. Ahora debemos comprender la «tentación de Marte» que caracteriza nuestro tiempo y la urgente necesidad de contrarrestarla.”
M’hamed Oualdi, L’esclavage dans les mondes musulmans. Des premières traites aux traumatismes, Amsterdam
«Durante la última década, los medios de comunicación han informado ampliamente de la presencia de ciertas formas de ‘esclavitud moderna’ en Libia y Qatar, lo que ha dado lugar a una serie de polémicas sobre la trata de esclavos en el mundo musulmán. Este libro de M’hamed Oualdi se propone cuestionar las tergiversaciones que rodean a este fenómeno histórico. El historiador refuta la suposición común de que la esclavitud es tabú en las sociedades musulmanas contemporáneas. Destaca la diversidad de la trata de esclavos que ha tenido lugar en el mundo musulmán desde la época medieval, lejos de la visión homogeneizadora de una esclavitud «islámica» unificada.
M’hamed Oualdi cuestiona las historiografías que pretenden comparar esta forma de esclavitud con la trata atlántica para relativizar la gravedad histórica de esta última. Para ello, describe las múltiples funciones desempeñadas por los esclavos en el mundo musulmán. Centrándose a continuación en el periodo moderno, M’hamed Oualdi analiza los procesos de liberación de esos esclavos. Al hacerlo, pone de relieve el carácter ambivalente de las políticas abolicionistas aplicadas por las potencias europeas de la época. Al mismo tiempo, presenta el pensamiento abolicionista musulmán que se desarrolló en esas regiones. Por último, el historiador examina la presencia de la esclavitud en las sociedades musulmanas.
Elizabeth N. Saunders, The Insiders’ Game: How Elites Make War and Peace, Princeton University Press
«Una de las opiniones más extendidas sobre los líderes democráticos es que son reacios al uso de la fuerza militar porque los votantes pueden exigirles cuentas, lo que en última instancia hace que las democracias sean más pacíficas. ¿Cómo pueden entonces los líderes hacer la guerra frente a la oposición popular o poner fin a los conflictos cuando la opinión pública sigue apoyándolas? The Insiders’ Game arroja luz sobre este eterno enigma, argumentando que las principales limitaciones en las decisiones sobre la guerra y la paz provienen de las élites, no del público.
Elizabeth Saunders se centra en tres grupos de élites —asesores presidenciales, legisladores y oficiales militares— para mostrar cómo la dinámica de este juego de iniciados es fundamental para entender el uso de la fuerza en la política exterior estadounidense. Explora cómo las preferencias de las élites difieren de las de los votantes ordinarios y cómo los líderes deben negociar con las élites para asegurarse su apoyo a la guerra. Explica por qué los líderes inician y prolongan conflictos que la opinión pública no desea, pero también muestra cómo las élites pueden obligar a los líderes a cambiar de rumbo y poner fin a las guerras.»
Melissa Teixeira, A Third Path; Corporatism in Brazil and Portugal, Princeton University Press
«Tras la Gran Depresión, mientras el mundo buscaba nuevos modelos económicos, Brasil y Portugal experimentaron con el corporativismo como una «tercera vía» entre el capitalismo del laissez-faire y el comunismo. En una sociedad corporativista, el gobierno integra verticalmente en el Estado a grupos económicos y sociales con el fin de gestionar el trabajo y la producción económica. En la década de 1930, las dictaduras de Getúlio Vargas en Brasil y António de Oliveira Salazar en el Imperio portugués aprovecharon las ideas corporativistas para reactivar el desarrollo económico dirigido por el Estado.
Lo que distingue al corporativismo portugués y brasileño de los experimentos de economía mixta de otros países es la forma en que Vargas y Salazar desmantelaron las instituciones democráticas liberales, celebrando sus esfuerzos por limitar las libertades individuales y la propiedad con el fin de reactivar la economía y establecer la paz social. Al rastrear el movimiento de personas e ideas a través del Atlántico Sur, Melissa Teixeira muestra cómo dos países con escasa reputación de creatividad económica se convirtieron en importantes centros de experimentación política. Las autoridades portuguesas y brasileñas crearon leyes y organismos para controlar los precios y la producción, generando nuevas fricciones sociales y problemas económicos cuando particulares y empresas intentaron eludir las normas. Sin embargo, según Teixeira, a pesar de los fracasos y frustraciones de los experimentos corporativistas en Brasil y Portugal, las ideas e instituciones ensayadas en las décadas de 1930 y 1940 proporcionaron un nuevo conjunto de herramientas jurídicas y técnicas para el auge de la planificación económica, configurando así el modo en que los gobiernos regulan las relaciones laborales y de mercado hasta nuestros días.»
Paul R. Josephson, Hero Projects; The Russian Empire and Big Technology from Lenin to Putin, Oxford University Press
«Desde Lenin y Stalin hasta Putin, el desarrollo económico de Rusia se ha basado en tecnologías a gran escala. Estos ‘megaproyectos’ han estado en el centro del crecimiento económico y el poder militar del país. A pesar de sus considerables costos medioambientales y sociales, estas tecnologías «heroicas» han avanzado al servicio de los intereses desenfrenados de los funcionarios del Estado, la arrogancia desmesurada de los ingenieros y la adhesión de las masas a una ideología nacional de logros gloriosos y grandeza militar.
En Hero Projects, Paul R. Josephson rastrea cómo, a lo largo de los últimos cien años, zares, comisarios y oligarcas rusos desarrollaron megaproyectos para crear el mayor imperio del mundo. Construidos por campesinos, prisioneros del Gulag y voluntarios comunistas, estos enormes proyectos —tuberías a través de la tundra, ferrocarriles desde Europa hasta el Océano Pacífico, centrales hidroeléctricas y canales desde el noroeste hasta la árida Asia Central, instalaciones nucleares— han alterado para siempre el paisaje, la política y la sociedad rusos. Paul Josephson muestra que, aunque estos proyectos fueron recibidos por el público como maravillas tecnológicas, en última instancia siempre sirvieron para enriquecer al Kremlin y demostrar la destreza tecnológica de la nación en la escena mundial. Y siguen siendo una característica importante del régimen político autoritario de Rusia en el siglo XXI; explotando los recursos de Rusia y fomentando un autoproclamado «renacimiento» de las armas y reactores nucleares, el gobierno ruso ha decidido invertir en tecnologías de la información y la comunicación.