O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens classificadas por data para a consulta Gulag. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por data para a consulta Gulag. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 6 de maio de 2024

O antiocidentalismo - Denis Lerrer Rosenfield (O Estado de S. Paulo)

Mais do que desejo de implantar o socialismo no Brasil – pois sabem que seria um desastre – o que os petistas querem mesmo e controlar tudo por um Estado só deles. Na política externa, prevalece o antiamericanismo anacrônico, incompatível com os interesses nacionais do Brasil.


O antiocidentalismo

Denis Lerrer Rosenfield
O Estado de S. Paulo, 06/05/2024 O Ocidente voltou-se contra o Ocidente. A esquerda, e nesse caso a brasileira também, se cala diante de tão flagrantes contradições O antiocidentalismo faz parte da cultura ocidental. O Ocidente sempre esteve permeado por contradições internas, algumas das quais atentaram contra os seus próprios fundamentos. Propostas liberais e democráticas foram se desenvolvendo concomitantemente ao racismo, à escravidão, ao antissemitismo e ao colonialismo. Mais radicalmente ainda, o Ocidente gerou em seu seio regimes totalitários como o nazismo e o comunismo, que conflagraram a Europa, colocando-a a perigo. No entanto, o Ocidente soube se reinventar, fortalecendo valores de cunho universal. No núcleo dessas contradições, convém salientar o papel do marxismo e, sobretudo, de seus prolongamentos no comunismo soviético, no maoísmo e em outros ismos como os que levaram a mortandades monstruosas como no Camboja e na Ucrânia. A história desses horrores está repleta de exemplos, a única dificuldade reside na escolha de alguns deles. O destaque deve ser, assim, ressaltado, visto que tal concepção nasceu de princípios universais, como a igualdade entre os homens, que seria contraposta à liberdade, embora a realização dessa proposta tenha logo ganhado um caráter perverso. A violência foi generalizada e valores universais foram simplesmente destruídos em nome das “transformações sociais” em curso. O Ocidente voltou-se contra o Ocidente. Lenin e Trotsky ainda ostentavam valores universais, sobretudo esse último, já como profeta desarmado, para utilizar essa expressão de Isaac Deutscher. Contudo, mesmo eles, no auge da revolução, não hesitaram em eliminar todos aqueles que com eles não concordavam, instaurando uma ditadura de partido único. O massacre dos anarquistas em Kronstadt e dos mencheviques, aliados e amigos naquele então, assim como de todos os outros socialistas, é uma amostra do apreço pela violência e do desprezo para com a democracia e com ideias verdadeiramente universais. Com Stalin, nem mais a aparência dos valores universais do Ocidente foi resguardada. Instaurou um regime totalitário, controlando a vida das pessoas, criando o Gulag para onde eram enviados para os trabalhos forçados e à morte os seus dissidentes. Só intelectuais amigos e professores universitários fecharam os olhos diante do horror, procurando justificá-lo. Stalin não hesitou, inclusive, em se aliar a Hitler no famoso Pacto Molotov-Ribbentrop, de 1939 a 1941. Tudo valia contra o Ocidente, o “capitalismo”. Note-se que já estamos em plena guerra, com a França derrotada, o Reino Unido resistindo e os Estados Unidos hesitando em entrar no conflito. Contra o Ocidente, naquele momento representando claramente a democracia e as liberdades, comunismo e nazismo se irmanaram. Apenas a invasão da Rússia, na Operação Barbarossa, pela Alemanha, rompeu com esse pacto. Stalin ficou tão atônito, que chegou a não acreditar que os nazistas estavam invadindo o seu território. Acreditou no “amigo”, que compartilhava valores seus. Atualmente, estamos vivenciando uma volta dessa proposta antiocidental, isso quando os princípios da liberdade e da igualdade, por intermédio da democracia, do Estado de Direito e dos direitos humanos, tinham conseguido se sustentar e desenvolver. A especificidade, porém, consiste em que o seu aliado maior reside no terror islâmico e em regimes de cunho totalitário como o Irã. Qualquer resquício de valores universais simplesmente se evaporou. A esquerda identitária, dita anticolonial, uniu-se a uma proposta ancorada no ódio do outro e no culto da morte, como tão bem mostra o Hamas, voltado ao aniquilamento de Israel, à utilização dos palestinos como escudos humanos, tornando o “martírio” um exemplo a ser seguido. Ou os iranianos que assassinam mulheres, às centenas, se não milhares, por não se vestirem de acordo com suas regras rígidas de vestimentas. O antiocidentalismo se posicionou contra aquilo que o Ocidente de mais alto moralmente criou. Curioso que o antiocidentalismo, ao tecer essa aliança, se volte contra aquilo que diz defender. Homossexuais e LBGT+ são simplesmente presos e assassinados nesses regimes de puro domínio da polícia islâmica. E, no entanto, prezam os seus potenciais assassinos. A esquerda, e nesse caso a brasileira também via PT e PSOL, se cala diante de tão flagrantes contradições. Um país colonialista como o Irã, que já domina partes do Iraque, do Líbano, do Iêmen e da Síria, pretendendo alongar os seus tentáculos para a Jordânia e Israel, é hoje um grande aliado do atual governo. O tal posicionamento do dito Sul Global tem como “inimigo” os países ocidentais, naquilo que essa cultura produziu de melhor, em uma comunidade de países autocráticos e ditatoriais, que comungam de valores liberticidas. Nada compartilham de universal no combate comum ao Estado Democrático de Direito e à afirmação da liberdade em seus mais diferentes domínios. No discurso e na prática, essa tem sido a posição do governo petista, de sua política diplomática e de partidos como o PT e o PSOL. Já passou o momento de o País mudar de rumo.

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Uma vida através dos livros: minhas memórias intelectuais - Paulo Roberto de Almeida

 2594. “Uma vida através dos livros: minhas memórias intelectuais”, Hartford, 24 março 2014, 10 p. Registro parcial dos livros mais importantes publicados no mundo e no Brasil, ao longo de minha vida. Para desenvolvimento futuro com comentários sobre os autores e suas obras, ano a ano.

Uma vida através dos livros: minhas memórias intelectuais

Um registro sintético dos livros mais importantes desde 1949

 

Paulo Roberto de Almeida

(www.pralmeida.orghttp://diplomatizzando.blogspot.com)

 

 

1949: 

George Orwell: 1984 (Nineteen Eighty-Four)

C. W. Ceram: Deuses, túmulos e sábios: a história da arqueologia

Victor Nunes Leal: Coronelismo Enxada e Voto

Fernand Braudel: La Méditerranée et le monde méditerranéen à l’époque de Philippe II

Ludwig von Mises: Human Action: A Treatise on Economics

José Honório Rodrigues: Teoria da História do Brasil

 

1950: 

Thor Heyerdahl: Kon-Tiki

Octavio Paz: El Labirinto de la Soledad y otros escritos

Ernet Gombrich: A História da Arte

Will Durant: The Age of Faith (Story of Civilization, vol. 4)

 

1951: 

J. D. Salinger: The Catcher in the Rye

Hannah Arendt: The Origins of Totalitarianism

Ludwig von Mises: Socialism: An Economic and Sociological Analysis

George Kennan: American Diplomacy

 

1952:

José Honório Rodrigues: A Pesquisa Histórica no Brasil

J. A. Soares de Souza: Um diplomata do Império: Barão da Ponte Ribeiro

Ernest Hemingway: The Old Man and the Sea

Heinrich Harrer: Seven Years in Tibet

Frantz Fanon: Peau Noire, Masques Blancs

Alan Bullock: Hitler: A Study in Tirany

J. Mortimer Adler: Great Books of the Western World

 

1953: 

Pierre Renouvin: Histoire des relations internationales (Paris: 8 vols.: 1953-1958)

Lançamento dos Cadernos do Nosso Tempo (IBESP-RJ: 5 números até 1956);

Robert L. Heilbroner: The Wordly Philosphers

Czeslaw Miloz: A Mente Cativa

Isaiah BerlinL The Hedgehog and the Fox: An Essay on Tolstoy’s View of History

 

1954:

Criação do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais, Palácio Itamaraty (RJ)

John Kenneth Galbraith: The Great Crash of 1929

Georges Politzer: Principes Elementaires de Philosophie

Vinicius de Moraes: Antologia Poética

 

1955:

Costa, Hipólito José. Diário de Minha Viagem para Filadélfia, 1798-1799

Lançamento da Revista Brasiliense (publicada até 1964);

Cornelius Ryan: The Longest Day

Claude Lévi-Strauss: Tristes Tropiques

Werner Keller: E a Bíblia Tinha Razão (The Bible as History)

 

1956: 

Erich Fromm: The Art of Loving

João Guimarães Rosa: Grande Sertão, Veredas

C. Wright Mills: The Power Elite

Ludwig von Mises: The Anti-Capitalist Mentality

Winston Churchill: A History of the English Speaking Peoples

 

1957: 

Boris Pasternak: Doutor Jivago

Ayn Rand: Atlas Shrugged

Mircea Eliade: Le Sacré et le Profane

Karl Popper: The Poverty of Historicism

Norman Cohn: Pursuit of the Millenium: Revolutionay Millenarians and Mystical Anarchists of the Middle Ages

 

1958:

Hélio Jaguaribe: O Nacionalismo na Atualidade Brasileira

Hélio Vianna: História diplomática do Brasil;

Lançamento no Rio de Janeiro da RBPI

Jorge Amado: Gabriela, Cravo e Canela

John Kenneth Galbraity: The Affluent Society

Claude Lévi-Strauss: Anthropologie Structurelle

Hannah Arendt: The Human Condition

 

1959:

Carlos Delgado de Carvalho: História diplomática do Brasil

Luis Vianna Filho: A vida do Barão do Rio Branco;

Celso Furtado: Formação Econômica do Brasil

Karl Popper: The Logic of Scientific Discovery

 

1960:

Delgado de Carvalho e Therezinha de Castro: Atlas de Relações Internacionais;

William L. Shirer: The Rise and Fall of the Third Reich

David H. Lawrence: Lady Chatterley's Lover sells 200,000 copies in one day following its publication since being banned since 1928

 

1961: 

Foreign Affairs: Jânio Quadros: “Brazil’s new foreign policy”

José Honório Rodrigues: Brasil e África: outro horizonte;

René Goscinny, Albert Uderzo: Astérix le Gaulois

 

1962: 

Boxer, Charles R. The Golden Age of Brazil, 1695-1750

San Tiago Dantas: Política externa independente

Alexander Soljenitsin: Um Dia na Vida de Ivan Denisovich

The works of Pierre Teilhard de Chardin are denounced by the Roman Catholic Church

Milton Friedman: Capitalism and Freedom

Thomas Kuhn: The Structure of Scientific Revolutions

John Steinbeck: Travels With Charley: In Search of America

Barbara Tuchman: The Guns of August

 

1963: 

Hannah Arendt: Eichmann in Jerusalem: A Report on the Banality of Evil

Morris West: The Shoes of Fisherman

 

1964: 

Herbert Marcuse: One-Dimensional Man

Prêmio Nobel de Literatura para Jean-Paul Sartre, que recusa

Ernst Mayr: What Evolution Is

Mao Tse-tung: O Livro Vermelho do Presidente Mao (Citations from...)

 

1965: 

Werner Baer: Industrialization and Economic Development in Brazil

Edmar Morel: O Golpe começou em Washington

Erico Veríssimo: O Senhor Embaixador

 

1966:

E. Bradford Burns: The Unwritten Alliance: Rio Branco and Brazilian-American Relations

Mikhail Bulgakov: O Mestre e a Margarida (1940), publicada com cortes na URSS

Jorge Amado: Dona Flor e seus dois maridos

Barbara W. Tuchman: The Proud Tower: A Portrait of the World Before the War, 1890-1914

Barrington Moore Jr.: Social Origins of Dictatorship and Democracy: Lord and Peasant in the Making of the Modern World

Carrol Quigley: Tragedy and Hope: A History of the World in Our Time

 

1967: 

Robert T. Daland: Brazilian Planning

John W. F. Dulles: Vargas of Brazil

Thomas E. Skidmore: Politics in Brazil, 1930-1964: An Experiment in Democracy

Gabriel Garcia Marquez: Cien Años de Soledad

 

1968: 

Richard Graham: Britain and the Onset of Modernization in Brazil, 1850-1914

Arthur C. Clark: 2001, A Space Odissey

Alexander Soljenitsyn: Pavilhão dos Cancerosos; O Primeiro Círculo

Paul R. Ehrlich: The Population Bomb

 

1969: 

Werner Baer: The development of the Brazilian steel industry

Jorge Amado: Tenda dos Milagres

Dean Acheson: Present at the Creation: My Years at the Department of State

 

1970: 

John W. F. Dulles: Unrest in Brazil: Political-Military Crises, 1955-1964

Henri Charrière: Papillon

Alvin Toffler: Future Shock

 

1971: 

Alfred Stepan: The Military in Politics: changing patterns in Brazil

Alexander Soljenitsyn: Agosto 14

 

1972: 

Frank D. McCann Jr.: The Brazilian-American Alliance, 1937-1945

Jorge Amado: Tereza Batista Cansada de Guerra

Walter Rodney: How Europe Underdeveloped Africa

 

1973: 

John W. F. Dulles: Anarchists and Communists in Brazil, 1900-1935

Moniz Bandeira: Presença dos Estados Unidos no Brasil: dois séculos de história

Celso Lafer e Felix Peña: Argentina e Brasil no sistema de relações internacionais

Golpe no Chile (11/09): morte de Victor Jara, no Estadio (16), assassinado, e de Pablo Neruda (23, morte suspeita)

Alexander Soljenitsyn: novela O Arquipélago de Gulag, escrita em 1958-1968, publicada em Paris, de um manuscrito contrabandeado da URSS 

Mikhail Bulgakov: O Mestre e a Margarida (1940), publicada completa na URSS

Mario Vargas Llosa: Pantaleón y las visitadoras

E. F. Schumacher: Small is Beautiful

 

1974:

Alexander Soljenitsyn, preso e expulso da URSS; seus livros começam a ser publicados no Ocidente.

John Le Carré: Tinker, Tailor, Soldier, Spy

Nicholas Meyer: The Seven-Percent Solution

 

1975: 

Stanley E. Hilton: Brazil and the great powers, 1930-1939: the politics of trade rivalryBrazil and the Internacional Crisis: 1930-1945

Romain Gary, escrevendo sob o pseudônimo de Émile Ajar, ganha o Goncourt pela segunda vez, com o romance: La Vie Devant Soi

Philip Agee: Inside the Company: CIA Diary

 

1976: 

Luciano Martins: Pouvoir et Développement Économique: formation et évolution des structures politiques au Brésil;

Alex Haley: Roots: The Saga of an American Family

Ira Levin: The Boys From Brazil

Richard Dawkins: The Selfish Gene

Michel Foucault: Histoire de la Sexualité: 1. La volonté de Savoir

Jean-François Revel: La Tentation Totalitaire

 

1977: 

Ronald Schneider: Brazil: Foreign Policy of a Future World Power

Pedro Malan et ali: Política econômica externa e industrialização do Brasil (1939-52)

Jorge Amado: Tieta do Agreste

Alfred D. Chandler Jr.: The Visible Hand: The Managerial Revolution in American Business

 

1978:

Dulles, John W. F. President Castelo Branco: A Brazilian Reformer

Lançamento em Brasília da revista Relações Internacionais (UnB)

Graham Greene: The Human Factor

 

1979: 

Peter Evans: Dependent Development: The Alliance of Multinational, State and Local Capital in Brazil

Henry Kissinger: White House Years

 

1980:

Gerson Moura: Autonomia na Dependência: 1935-1942

Umberto Eco: Il nome della Rosa

Carl Sagan: Cosmos

Alvin Toffler: Third Wave

Mario Vargas Llosa: La Guerra del Fin del Mundo

Martin Cruz Smith: Gorky Park

Stephen Jay Gould: The Mismeasure of Man

 

1981: 

Stanley Hilton: Hitler’s Secret War in South America

Stephen Jay Gould: The Mismeasure of Man

Gore Vidal: Creation

 

1982: 

Laurence Hallewell: Books in Brazil: a history of the publishing trade

 

1983:

Lançamento em São Paulo da revista Política e Estratégia (Soc. Convívio);

 

1984:

O ano de George Orwell: reedições

Barbara W. Tuchman: The March of Folly: From Troy to Vietnam

 

1985:

 

1986:

Gerson Moura: Tio Sam chega ao Brasil: a penetração cultural americana

A. L. Cervo e C. Bueno: A Política Externa Brasileira, 1822-1985

Richard Dawkins: The Blind Watchmaker

 

1987: 

Steve Topik: The Political Economy of the Brazilian State, 1889-1930

Paul M. Kennedy: The Rise and Fall of the Great Powers: Economic Change and Military Conflict From 1500 to 2000

 

1988: 

Thomas Skidmore:  The Politics of Military Rule in Brazil, 1964-85

Winston Fritsch: External constraints on economic policy in Brazil, 1889-1930

Stephen Hawking: A Brief History of Time

Erik Orsenna: L'Exposition coloniale (Prix Goncourt)

 

1989: 

Gerald K. Haines: The Americanization of Brazil: a study of U.S.: cold war diplomacy in the Third World, 1945-1954

Moniz Bandeira: Brasil-Estados Unidos: A Rivalidade Emergente, 1950-1988

Gelson Fonseca Jr. e Valdemar Carneiro Leão (orgs.): Temas de Política Externa Brasileira I

João H. P. de Araújo, M. Azambuja e Rubens Ricupero: Três Ensaios sobre Diplomacia Brasileira

Khomeiny decreta uma fatwa contra Salman Rushdie por causa dos Versos Satânicos; em 1991 o tradutor japonês seria esfaqueado e morto, na Universidade Tsukuba, segundo a fatwa.

Umberto Eco: O Pêndulo de Foucault

 

1990:

Gerson Moura: O Alinhamento sem Recompensa: a política externa do Governo Dutra

 

1991:

Gerson Moura: Sucessos e Ilusões: relações internacionais do Brasil durante e após a Segunda Guerra Mundial

Rubens A. Barbosa: América Latina em perspectiva

 

1992:

A. L. Cervo; Clodoaldo Bueno: História da Política Exterior do Brasil

Lançamento da revista Política Externa (SP: Ed. Paz e Terra-NUPRI/USP)

 

1993:

Paulo R. Almeida: O Mercosul no contexto regional e internacional

1º número da série de Brasília da Revista Brasileira de Política Internacional

 

1994:

Roberto Campos: A Lanterna na Popa

Vasco Leitão da Cunha: Diplomacia em Alto Mar

 

1995:

José H. Rodrigues e Ricardo Seitenfus: Uma História Diplomática do Brasil)

MRE: A Palavra do Brasil nas Nações Unidas: 1946-1995

Moniz Bandeira: O Expansionismo Brasileiro e a formação dos Estados na Bacia do Prata

R. Ricupero: Visões do Brasil

C. Bueno: A República e sua Política Exterior

 

1996: 

Steve Topik: Trade and Gunboats: The United States and Brazil in the Age of Empire

Lançamento da revista Parcerias Estratégicas (CEE-SAE)

 

1997: 

Marshall C. Eakin: Brazil: the once and future country

Iris Chang: The Rape of Nanking

Jared Diamond: Guns, Germs and Steel

 

1998: 

Thomas M. Cohen: The Fire of Tongues: Antonio Vieira and the Missionary Church in Brazil and Portugal

Moniz Bandeira: De Marti a Fidel: a revolução cubana e a América Latina

Paulo R. Almeida: Relações internacionais e política externa do Brasil

 

1999:

Paulo R. Almeida: O Brasil e o multilateralismo econômico

Paulo R. Almeida: O estudo das relações internacionais do Brasil

 

2000: 

H. W. Brands: The First American: the Life and Times of Benjamin Franklin

 

2001: 

Lincoln Gordon: Brazil’s Second Chance: en route toward the First World

Paulo R. Almeida: Os primeiros anos do século XXI: relações internacionais contemporâneas

 

2002: 

Stephen Jay Gould: I Have Landed

 

2003: 

 

2004: 

Jared Diamond: Collapse: How Societies Choose to Fail or Succeed 

 

2005: 

Tony Judt: Postwar: A History of Europe since 1945

Jung Chang & Jan Halliday: Mao: the Unknown Story

 

2006: 

Richard Dawkins: The God Delusion

 

2007: 

Christopher Hitchens: God is not Great

 

2008: 

 

2009: 

Guy Sorman: Economics does not lie

 

2010: 

Mario Vargas Llosa: El Sueño del Celta

 

2011: 

Richard Dawkins: The Magic of Reality: How We know What’s Really True?

Daniel Yergin: The Quest

 

2012: 

 

2013: 

http://www.theguardian.com/books/2013/jan/21/george-orwell-day-begins-annual-commemoration ;  "George Orwell Day begins annual commemoration". The Guardian (London). 21 January 2013. Retrieved 21 January 2013

 

2014:

 

 

 

Hartford, 25 março de 2014

 

sábado, 9 de março de 2024

Libros que hay que leer en marzo de 2024 - El Grand Continent

 Neste link a lista completa: https://legrandcontinent.eu/es/2024/03/04/21-libros-que-hay-que-leer-en-marzo-de-2024/

Só seleciono os livros que me interessam.

 

Martin Thomas, The End of Empires and a World Remade; A Global History of Decolonization, Princeton University Press

«Hasta hace poco, los imperios eran omnipresentes. Configuraban fronteras, alimentaban conflictos y definían las condiciones de la política internacional. El colapso de los imperios condujo a una reorganización fundamental de nuestro mundo. La descolonización se extendió tanto a través de los territorios como dentro de ellos. Sus luchas se internacionalizaron y se volvieron transnacionales. Por ello, Martin Thomas relata el vínculo intrínseco entre descolonización y globalización. Traza los vínculos entre estos dos procesos de transformación: el fin de los imperios formales y la aceleración de la integración mundial, la reorganización de los mercados, los intercambios culturales y las migraciones.

The End of Empires and a World Remade muestra hasta qué punto la descolonización configuró el proceso de globalización tras el colapso de los imperios. En la segunda mitad del siglo XX, la descolonización catalizó nuevas coaliciones internacionales, desencadenó particiones y guerras y reconfiguró la dinámica Norte-Sur. La globalización prometió a los descolonizados un mayor acceso a recursos esenciales, redes de influencia más amplias y públicos globales, pero su variante neoliberal reforzó las desigualdades económicas y las formas imperiales de influencia política y cultural. Repasando estas dos historias interrelacionadas en todo el planeta, desde América Latina hasta Asia, Martin Thomas explica por qué las naciones recién independizadas se han visto tan penalizadas.»

 

 

Ghassan Salamé, La tentation de Mars. Guerre et paix au XXIe siècle, Fayard

«Hemos entrado en la era de la desregulación de la fuerza. Al final de la Guerra Fría, había muchas razones para creer en el desvanecimiento de Marte, si no en el triunfo de Venus: ¿no había aplacado la disuasión nuclear el ardor de los belicistas? ¿No se habían derrumbado las ideologías? ¿No se suponía que el «comercio blando» garantizaría la paz?

Sin embargo, tras su florecimiento simultáneo, los cimientos de tal promesa se han ido erosionando uno tras otro: la ola democratizadora ha tocado techo, la globalización se ha desacelerado, la revolución tecnológica ha cercenado la libertad después de haberla servido, la cultura ha sido llamada a fracturar en lugar de unir, la cuestión nuclear se ha reabierto y el multilateralismo ha seguido marchitándose. Se ha perdido una oportunidad histórica de construir un sistema mundial equilibrado y pacífico. Ahora debemos comprender la «tentación de Marte» que caracteriza nuestro tiempo y la urgente necesidad de contrarrestarla.”

 

 

M’hamed Oualdi, L’esclavage dans les mondes musulmans. Des premières traites aux traumatismes, Amsterdam

«Durante la última década, los medios de comunicación han informado ampliamente de la presencia de ciertas formas de ‘esclavitud moderna’ en Libia y Qatar, lo que ha dado lugar a una serie de polémicas sobre la trata de esclavos en el mundo musulmán. Este libro de M’hamed Oualdi se propone cuestionar las tergiversaciones que rodean a este fenómeno histórico. El historiador refuta la suposición común de que la esclavitud es tabú en las sociedades musulmanas contemporáneas. Destaca la diversidad de la trata de esclavos que ha tenido lugar en el mundo musulmán desde la época medieval, lejos de la visión homogeneizadora de una esclavitud «islámica» unificada.

M’hamed Oualdi cuestiona las historiografías que pretenden comparar esta forma de esclavitud con la trata atlántica para relativizar la gravedad histórica de esta última. Para ello, describe las múltiples funciones desempeñadas por los esclavos en el mundo musulmán. Centrándose a continuación en el periodo moderno, M’hamed Oualdi analiza los procesos de liberación de esos esclavos. Al hacerlo, pone de relieve el carácter ambivalente de las políticas abolicionistas aplicadas por las potencias europeas de la época. Al mismo tiempo, presenta el pensamiento abolicionista musulmán que se desarrolló en esas regiones. Por último, el historiador examina la presencia de la esclavitud en las sociedades musulmanas.

 

 

Elizabeth N. Saunders, The Insiders’ Game: How Elites Make War and Peace, Princeton University Press

 

«Una de las opiniones más extendidas sobre los líderes democráticos es que son reacios al uso de la fuerza militar porque los votantes pueden exigirles cuentas, lo que en última instancia hace que las democracias sean más pacíficas. ¿Cómo pueden entonces los líderes hacer la guerra frente a la oposición popular o poner fin a los conflictos cuando la opinión pública sigue apoyándolas? The Insiders’ Game arroja luz sobre este eterno enigma, argumentando que las principales limitaciones en las decisiones sobre la guerra y la paz provienen de las élites, no del público.

Elizabeth Saunders se centra en tres grupos de élites —asesores presidenciales, legisladores y oficiales militares— para mostrar cómo la dinámica de este juego de iniciados es fundamental para entender el uso de la fuerza en la política exterior estadounidense. Explora cómo las preferencias de las élites difieren de las de los votantes ordinarios y cómo los líderes deben negociar con las élites para asegurarse su apoyo a la guerra. Explica por qué los líderes inician y prolongan conflictos que la opinión pública no desea, pero también muestra cómo las élites pueden obligar a los líderes a cambiar de rumbo y poner fin a las guerras.»

 

 

Melissa Teixeira, A Third Path; Corporatism in Brazil and Portugal, Princeton University Press

 

«Tras la Gran Depresión, mientras el mundo buscaba nuevos modelos económicos, Brasil y Portugal experimentaron con el corporativismo como una «tercera vía» entre el capitalismo del laissez-faire y el comunismo. En una sociedad corporativista, el gobierno integra verticalmente en el Estado a grupos económicos y sociales con el fin de gestionar el trabajo y la producción económica. En la década de 1930, las dictaduras de Getúlio Vargas en Brasil y António de Oliveira Salazar en el Imperio portugués aprovecharon las ideas corporativistas para reactivar el desarrollo económico dirigido por el Estado.

Lo que distingue al corporativismo portugués y brasileño de los experimentos de economía mixta de otros países es la forma en que Vargas y Salazar desmantelaron las instituciones democráticas liberales, celebrando sus esfuerzos por limitar las libertades individuales y la propiedad con el fin de reactivar la economía y establecer la paz social. Al rastrear el movimiento de personas e ideas a través del Atlántico Sur, Melissa Teixeira muestra cómo dos países con escasa reputación de creatividad económica se convirtieron en importantes centros de experimentación política. Las autoridades portuguesas y brasileñas crearon leyes y organismos para controlar los precios y la producción, generando nuevas fricciones sociales y problemas económicos cuando particulares y empresas intentaron eludir las normas. Sin embargo, según Teixeira, a pesar de los fracasos y frustraciones de los experimentos corporativistas en Brasil y Portugal, las ideas e instituciones ensayadas en las décadas de 1930 y 1940 proporcionaron un nuevo conjunto de herramientas jurídicas y técnicas para el auge de la planificación económica, configurando así el modo en que los gobiernos regulan las relaciones laborales y de mercado hasta nuestros días.»

 

 

Paul R. Josephson, Hero Projects; The Russian Empire and Big Technology from Lenin to Putin, Oxford University Press

 

«Desde Lenin y Stalin hasta Putin, el desarrollo económico de Rusia se ha basado en tecnologías a gran escala. Estos ‘megaproyectos’ han estado en el centro del crecimiento económico y el poder militar del país. A pesar de sus considerables costos medioambientales y sociales, estas tecnologías «heroicas» han avanzado al servicio de los intereses desenfrenados de los funcionarios del Estado, la arrogancia desmesurada de los ingenieros y la adhesión de las masas a una ideología nacional de logros gloriosos y grandeza militar.

En Hero Projects, Paul R. Josephson rastrea cómo, a lo largo de los últimos cien años, zares, comisarios y oligarcas rusos desarrollaron megaproyectos para crear el mayor imperio del mundo. Construidos por campesinos, prisioneros del Gulag y voluntarios comunistas, estos enormes proyectos —tuberías a través de la tundra, ferrocarriles desde Europa hasta el Océano Pacífico, centrales hidroeléctricas y canales desde el noroeste hasta la árida Asia Central, instalaciones nucleares— han alterado para siempre el paisaje, la política y la sociedad rusos. Paul Josephson muestra que, aunque estos proyectos fueron recibidos por el público como maravillas tecnológicas, en última instancia siempre sirvieron para enriquecer al Kremlin y demostrar la destreza tecnológica de la nación en la escena mundial. Y siguen siendo una característica importante del régimen político autoritario de Rusia en el siglo XXI; explotando los recursos de Rusia y fomentando un autoproclamado «renacimiento» de las armas y reactores nucleares, el gobierno ruso ha decidido invertir en tecnologías de la información y la comunicación.