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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Certas pessoas estao acima da Etica, ou ao lado...

Por Marcela Mattos
VEJA.com, 29/01/2014

A Comissão de Ética Pública da Presidência arquivou nesta quarta-feira o pedido de investigação sobre os gastos da presidente Dilma Rousseff em viagem secreta a Lisboa, onde passou quinze horas no sábado. O pedido para apurar se houve excesso nas despesas durante o pernoite de Dilma, quando ela e sua comitiva gastaram mais de 71.000 reais com hospedagem e alimentação, foi protocolado nesta terça pelo PSDB.
De acordo com o presidente do colegiado, Américo Lacombe, a comissão não tem competência para julgar a Presidência ou a Vice-Presidência da República. “Nós só podemos julgar de ministro [inclusive] para baixo. Foi unanimidade”, disse Lacombe. “Nós somos o órgão auxiliar da presidente, a auxiliamos a fiscalizar os funcionários”, continuou.
Dilma fez uma escala sigilosa em Portugal depois de participar do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, na sexta-feira, enquanto sua agenda oficial informava que ela seguiria direto para Havana, em Cuba. Após a aparição da presidente ter sido divulgada pela imprensa local, o governo brasileiro chegou a justificar a alteração na rota como uma medida tomada de última hora porque a aeronave não teria autonomia para voo direto entre os países. O governo português, no entanto, desmentiu a versão e afirmou que fora comunicado sobre a viagem com dois dias de antecedência.
Questionado sobre a falta de transparência da presidente, Lacombe afirmou que o tema não cabe. Também informou que os interessados em apurar o fato precisam recorrer ao Congresso Nacional ou ao Supremo Tribunal Federal. A oposição ainda aguarda um posicionamento da Procuradoria-Geral da República sobre o caso. O PPS e o PSDB também ingressaram com ações no Ministério Público pedindo a investigação dos gastos da Presidência em hotéis e restaurantes luxuosos de Lisboa.
O presidente da Comissão de Ética disse ainda que tem o poder de investigar os ministros que acompanharam a presidente durante a viagem, mas que “não vê razão” para fazê-lo de ofício. “Eles estavam auxiliando a presidente. Ter jantando não é problema nenhum, desde que paguem a conta. Não é problema nosso ou do contribuinte.”

Cardozo
Nesta manhã, o colegiado também arquivou a representação contra o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, apresentada pelos tucanos. O ministro repassou à Polícia Federal documentos que envolviam políticos de oposição no cartel do metrô de São Paulo e deixou de investigar o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Vinícius Carvalho, no caso.

Brasil-Cuba, companheiros: olhando para o passado, e ficando para tras...

Dilma em Cuba

29 de janeiro de 2014 | 2h 10
Editorial O Estado de S.Paulo
Sem entrar no mérito das negociações diplomáticas e comerciais do governo brasileiro com o de Cuba, que resultam no momento em decisiva contribuição dos cofres públicos nacionais para a implantação da Zona de Desenvolvimento Especial do Porto de Mariel na ilha dos irmãos Castro, este mais recente afago à ditadura cubana reitera o carinho de Dilma Rousseff pelo dogmatismo ideológico que o lulopetismo compartilha com os Castros e só não logrou ainda consagrar plenamente entre nós por duas razões. Primeiro, porque, pragmaticamente, sua prioridade passou a ser manter-se no poder a qualquer custo; depois, pela razão histórica de que a superação de dois regimes discricionários no século passado, o getulista e o militar, teve o dom de fortalecer nossas instituições democráticas e dificultar a escalada de aventuras autoritárias, especialmente a partir da promulgação da Carta Magna de 1988 - a cujo texto, aliás, o PT fez ferrenha oposição.
A conquista do poder e seu exercício por onze anos converteram o lulopetismo, nunca é demais repetir, em um pragmatismo que hoje o identifica com as piores práticas políticas que são, desde sempre, a principal característica do patrimonialismo. Mas, principalmente para efeito externo - mas também para satisfazer a militância que ainda imagina pertencer ao velho PT -, o discurso "libertário" do "socialismo do século 21" mantém-se inalterado e foi para exercitá-lo que Dilma Rousseff decidiu encerrar na ilha dos Castros seu último périplo internacional. Pois precisava de algum modo exorcizar eventuais fluidos negativos remanescentes de sua passagem por Davos, o covil do capitalismo, onde foi praticamente implorar por investimentos estrangeiros no Brasil.
Ao lado de Raúl Castro e no indispensável beija-mão de Fidel, Dilma esteve perfeitamente à vontade. Não se poupou de reafirmar que tem "muito orgulho" da boa relação que mantém com a dupla que há mais de meio século domina a ilha com mão de ferro e nenhum apreço pelas liberdades democráticas. Derreteu-se em agradecimentos ao favor que Cuba presta ao Brasil ao fornecer, para o programa Mais Médicos, a um custo altíssimo só parcialmente repassado aos profissionais, os doutores que aqui desembarcam para suprir a deficiência de atendimento básico nos grotões que a incompetente política nacional de saúde não tem conseguido alcançar. Para conferir maior brilho a esse tópico de sua agenda em Havana, Dilma levou a tiracolo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que brevemente será o candidato do PT ao governo de São Paulo.
Mas foi no Porto de Mariel, no qual o nosso Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já havia investido mais de US$ 800 milhões e agora vai colocar outros US$ 290 milhões - menos mal que com a condição de serem gastos com fornecedores brasileiros de bens e serviços -, que Dilma escancarou sua admiração pela mítica ilha dos sonhos da esquerda inconsequente. Chegou mesmo a enaltecer o fato de que "Cuba gera um dos três maiores volumes de comércio do Caribe", algo assim tão relevante e extraordinário para a economia globalizada quanto, para o futebol mundial, saber que o Confiança Futebol Clube, de Aracaju, é uma das três maiores forças do ludopédio sergipano.
A presidente foi a Havana também para bater ponto na 2.ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos (Celac), preciosa oportunidade para mais uma manifestação de simpatia pela ideologia "libertária" que irmana o lulopetismo aos Castros e a outros aventureiros bolivarianos do continente.
Ao procurar sua turma, Dilma Rousseff deixa no ar uma questão fundamental para o futuro da democracia brasileira, que a tão duras penas tenta se consolidar: o que o PT planeja para o Brasil é o mesmo que, para ficar apenas no continente, os amigos de fé de Lula e Dilma oferecem a cubanos, nicaraguenses, venezuelanos, bolivianos, equatorianos e argentinos? Sonho por sonho, melhor acreditar que tudo é apenas jogo de cena.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

E por falar no Instituto Millenium, fui dar um passeio por lá...

Como o Instituto Millenium foi premiado com uma bela classificação numa lista dos melhores sites de "ideias" da América Latina, fui ver o que havia de novo para ler.
Acabei dando com um velho artigo meu, que nem havia registrado como publicado no site, e assim de artigo em artigo, acabei vendo vários, cujo índice coloco aqui abaixo, como informação e curiosidade...
A ordem é a que aparece, numa saudável anarquia, ou seja, cronologia maluca...
Paulo Roberto de Almeida

3.000 dias no bunker

Autor: Guilherme Fiuza Veja para este livro a resenha de Paulo Roberto de Almeida: Como o antigo refrigerante Grapette ou o atual achocolatado Nescau, este livro tem sabor de aventura. Uma aventura que se prolonga no tempo e que ainda não acabou. Marcos Sá Corrêa, na orelha, resume a...
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Involução democrática na América Latina?

Com Paulo Roberto de Almeida A sabedoria popular afirma que “água mole em pedra dura tanto bate até que fura” mas também afirma que “não adianta dar murro em ponta de faca”. O dilema sugere uma tensão entre a ação e a reação diante de um fato, um evento,...
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Autor Convidado: Paulo Roberto de Almeida O Brasil marcha para a estagnação, talvez para o colapso. Este, segundo o biólogo Jared Diamond (Colapso: como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso), não é uma catástrofe inesperada. O colapso “nasce” do acúmulo de fatores negativos e da insistência nos...
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Fidel e o Brasil: uma reflexão pessoal

Autor Convidado: Paulo Roberto de Almeida As relações efetivas entre Fidel Castro, enquanto líder político cubano, e o Brasil, enquanto país e sociedade, são, ao mesmo tempo, esporádicas e intensas. Esporádicas elas o são, obviamente, em vista dos reduzidos contatos ocorridos no plano oficial ao longo do último meio...
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Idéias fora do lugar, 5

O protecionismo, como visto no artigo precedente desta série, revela-se uma falsa solução aos problemas da competitividade externa da nossa economia. Um outro tipo de defesa de nossos interesses no plano internacional passaria, alegadamente, pela ação de agrupamentos afins atuando de forma coordenada no plano multilateral. Veja se você...
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O Mercosul aos 15 anos

Autor Convidado: Paulo Roberto de Almeida O Mercosul – ou mercado comum do sul – começou sua trajetória a partir de 1985, com os esquemas bilaterais entre a Argentina e o Brasil. Um tratado bilateral de integração, em 1988, prometia o estabelecimento de um mercado comum em dez anos,...
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A insustentável rigidez das sociedades islâmicas

Autor Convidado: Paulo Roberto de Almeida Vinte notas (o mais possível objetivas) sobre algumas das razões que podem explicar seu imobilismo atual (que não necessariamente perdurará…) 1. Nos países islâmicos, ninguém pode nascer sem religião, isto é, o recém-nascido tem automaticamente a religião do pai. 2. Igualmente, ninguém pode...
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Paulo Roberto de Almeida
Paulo Roberto Almeida fala sobre a importância de capacitar jovens brasileiros no exterior e de internacionalizar universidades do país
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“Para ser bem-sucedido, o Mercosul tem de voltar ao básico”, afirma diplomata

Paulo-Roberto-de-Almeida
Paulo Roberto de Almeida analisa cenário para o bloco latino-americano e perspectivas para o Brasil com acordo entre EUA e União Europeia




Paulo Roberto de Almeida: “O PT exagerou na cara-de-pau”

Este blog não se ocupa diretamente de questões políticas, pelo menos não de temas partidários, ou de eleições e preferências políticas. Ele se ocupa de ideias, entre outras ideias politicas, mas sobretudo de princípios, valores, políticas públicas. Ele pretende preservar a dignidade das boas ideias politicas e contribuir para...
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Paulo Roberto de Almeida – Convidado

Paulo Roberto de Almeida
Diplomata, mestre em planejamento econômico pelo Colégio dos Países em Desenvolvimento da Universidade de Estado de Antuérpia, doutor em ciências sociais pela Universidade de Bruxelas. Trabalhou como assessor especial no Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. É autor dos livros: “O Mercosul no contexto regional e internacional”...
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Uma Constituição economicamente esquizofrênica Não cabe estender ainda mais as demonstrações de irracionalidade econômica contidas na maior parte dos dispositivos constitucionais que pretendem assegurar a todos os brasileiros sua cota de felicidade terrena, se possível assessorados, assistidos, ajudados e financiados por um Estado generoso, concebido pelos constituintes como sendo...
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A Constituição brasileira aos 25 anos: Um caso especial de esquizofrenia econômica (VI)

A Constituição dos “direitos sociais”: sem qualquer análise dos custos O Título VIII (Da Ordem Social), encerra, como se sabe, a visão generosa, e totalmente antieconômica, dos constituintes, ao determinar a prestação universal, não discriminatória, de diversos serviços públicos coletivos, sem que jamais tenha sido efetuada alguma avaliação sobre...
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A Constituição brasileira aos 25 anos: Um caso especial de esquizofrenia econômica (IV)

A Constituição “parlamentar”: muitos privilégios, baixa produtividade Os maiores problemas econômicos do processo legislativo não são decorrentes, explicitamente, de disposições constitucionais, mas de certas interpretações especiosas, quando não fantasiosas, quanto ao sentido que se deve dar às medidas executivas aprovadas pelo Congresso, em primeiro lugar, o orçamento, a peça...
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“Sistema Internacional com hegemonia das democracias de mercado” Autores: Eduardo Viola e Héctor Leis Para este livro, veja a resenha de Paulo Roberto de Almeida “Brasil e Argentina: reincidentes no erro?” Os autores simbolizam a história dramática dos dois maiores países da América do Sul: vindos da esquerda e...

Deve ter mais, mas fico por aqui...
Paulo Roberto de Almeida