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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Duas ou tres coisas que cabe falar sobre a economia (2) - Mansueto Almeida

Vamos continuar este exercício-lúdico-didático de trazer um pouco de luz ao debate econômico, já que as autoridades econômicas se esmeram em escurecer o ambiente, com suas frases otimistas demais, ou diretamente enganadoras, que não têm nada a ver com a realidade.
Para isso, me apoio novamente no economista Mansueto Almeida.
Como este que vos escreve, trata-se igualmente de um funcionário, aliás de um órgão ainda mais estratégico para a formulação de políticas econômicas, do que o que constitui meu antro de trabalho, que não tem qualquer influência sobre esse campo das políticas públicas.
Mas, também como eu, o Mansueto não costuma deixar o cérebro em casa, ou deixá-lo depositado na portaria, quando segue para o trabalho. Ele usa seus neurônios para refletir e ponderar sobre quais seriam as melhores políticas públicas para o Brasil.
Não vamos achar que o debate se esgota nestas duas ou três questões aqui formuladas, mas avancemos devagar que é para não cansar certas pessoas.
Paulo Roberto de Almeida

Entrevista à rádio CBN

Segue o link para aqueles que se interessarem em escutar a entrevista que dei hoje ao jornalista Carlos Alberto Sardenberg da rádio CBN (clique aqui). A entrevista foi baseada em uma nota simples que fiz, na semana passada, e que havia repassado ao jornal Estado de São Paulo. O jornalista Fernando Dantas aproveitou para fazer matéria publicada hoje na primeira página do caderno “Economia & Negócios” do jornal (clique aqui).
O ponto é simples: com a forte desaceleração esperada para o PIB e a necessidade de aumentar o investimento público, tornou-se elevada a chance de o governo Dilma repetir o mesmo ritmo de expansão do gasto público do governo Lula ou até superar o governo Lula. É claro que se o Brasil estivesse crescendo a 5% seria muito mais fácil acomodar os aumentos de gastos como ocorreu em 2008, quando o PIB cresceu 5,1% e, apesar do crescimento real dos gastos em quase R$ 20 bilhões, a despesa não financeira do governo federal passou de de 17,1% do PIB para 16,6% – uma queda em relação ao PIB.
O risco é se o PIB não ajudar e, agora, com esse regra formal de indexação do mínimo a dinâmica ficou pior. A propósito, apesar de eu achar que a politica do salário mínimo tem cada vez mais um custo elevado frente ao benefício, esse é um debate político. A sociedade pode até decidir por aumentos maiores.
Não cabe a um economista dizer qual deve ser a regra de reajuste do salário mínimo. Estou apenas emitindo uma opinião pessoal quando falo que essa politica tem um custo elevado frente à formas mais eficazes de combater pobreza e desigualdade como o programa bolsa-família e maiores investimento em educação. Mas vários amigos meus discordam de mim e acham que a política atual de reajuste do salário mínimo é boa.
Eu discordo deles porque não conheço no mundo nenhum caso de um país que tenha conseguido reduzir, sistematicamente, a pobreza e a desigualdade por meio de uma política agressiva de aumentos do salário mínimo. Se souberem de algum exemplo específico por favor me mandem a referência. E como já falei, o Brasil tem mecanismos mais eficazes e baratos para aumentar a renda dos mais pobres no curto-prazo, como o bolsa-família e, no longo-prazo, eu prefiro maiores investimentos em educação pré-escolar e educação básica, e  melhoria na progressividade da tributação.

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