O diplomata Mauricio Costa, que mantém o excelente blog Diálogo Diplomático (mas que insiste em permanecer incógnito), nos transmite mais algumas recomendações para um exame bem sucedido na área de história do Brasil.
Segunda-feira, 27 de Agosto de 2007
DICAS DE HISTÓRIA DO BRASIL PARA O TPS
Atendendo a pedidos, esta semana iniciarei uma série de comentários sobre as provas, matéria por matéria e fase por fase. Não tenho a menor pretensão de ser exaustivo nas minhas análises e indicações, muito menos acredito que sejam as únicas corretas. Não estou, de maneira nenhuma, publicando receitas prontas para a aprovação no concurso. O que pretendo é contribuir para que os interessados possam evitar erros recorrentes na condução do processo de preparação sem que precisem aprender com eles depois de perderem um ou dois anos de dedicação.
Começaremos hoje pela prova de história do Brasil no TPS.
O programa de HB é extenso, bem como a bibliografia indicada. É importante atentar para o fato de que boa parte da bibliografia de HB, principalmente os tópicos referentes à politica externa brasileira, coincidem com a bibliografia de política internacional. Não há como ler tudo, mas é possível otimizar o rendimento com estudo com algumas leituras imprescindíveis. Vamos a elas.
Amado Cervo e Clodoaldo Bueno, História da Política Exterior do Brasil: imprescindível. Deve ser lido quantas vezes forem necessárias e decorado nos fatos e nas interpretações. Não adianta nada contestar gabarito do CESPE discordando de Amado Cervo. Leia, decore, assimile, consolide. Não tem erro.
Bóris Fausto, História do Brasil: também é imprescindível. Ao contrário do História Concisa, este manual é o mais completo, didático e bem direcionado para o conhecimento necessário de HB. Apesar de fazer uma boa cobertura de todos os períodos de HB, o "domingão da faustão" é excelente para o período republicano, nem tanto para o império e a colônia. Deve ser lido quantas vezes forem necessárias, decorado e assimilado em todos os aspectos. Os tópicos de HB não referentes à PEB são baseados em Bóris Fausto, não vai adiantar teimar com a banca depois...
As duas primeiras obras citadas, se bem lidas e assimiladas, podem garantir um TPS seguro em HB. Entretanto, meus caros, como eu não sou o tipo que conta com a sorte, vou indicar umas leiturinhas complementares que podem ajudar consolidar um ou outro aspecto do programa que não tenha ficado claro na leitura das duas bíblias de HB no TPS. Vamos a elas:
Colônia
Charles Boxer, a Idade de Ouro do Brasil: incomparável, aprofunda aspectos fundamentais do período.
Caio Prado Júnior, Formação do Brasil Contenporâneo: nenhuma outra obra apresenta uma visão tão abragente dos temas que envolvem a colônia, embora não se restrinja a tal período.
Na dúvida, é melhor ler três vezes!
Império
Maria Yeda Linhares, História Geral do Brasil: incomparável na abrangência, detalhamento e didática na análise do período. Aborda diversos aspectos que passam batidos em Bóris Fausto.
História da Política Externa Brasileira
Paulo Vizentini, Relações Internacionais do Brasil-46/64 e A Política Exterior dos Governos Militares: sem dúvidas, esses livros contribuem significativamente para sanar muitas dúvidas sobre o período do pós-guerra. Para o TPS, são mais que suficientes.
Agora vamos as tópicos que não podem ser negligenciados no "decoreba" para um bom TPS:
-Revoltas Coloniais e economia da colônia;
-Período Joanino, processo de independência;
-Sistema de tratados do Primeiro Reinado;
-Revoltas na Regência;
-Política de Limites (em todos os períodos);
-Era Vargas (decorar tudo, ou tudo o que conseguir);
-Regimes militares.
A prova de HB do CESPE é bastante factual, o ideal é decorar as cronologias. Mesmo questões interpretativas podem exigir o conhecimento factual e/ou cronológico. A prova de 2007, para ficarmos num exemplo mais próximo, teve muitas questões do tipo. Se o candidato não soubesse que o tratado de 1851 foi com o Peru, não com a Bolívia, perderia uma questão... E muita (gente) que perdeu uma questão no TPS dançou...
OBS: há obras que não citei porque não considero imprescindíveis para o TPS e serão debatidas quando chegarmos na discussão sobre a terceira fase. ;-)
Por último, um alerta: não pense que somente porque um ou outro tópico não apareceu nas duas últimas provas ele não aparecerá na próxima. É melhor estar preparado para qualquer questão. Com a disputa pela vaga no TPS cada vez mais acirrada, é sempre melhor nivelar por cima.
Postado por M-A-C às 03:20 0 comentários
Domingo, 19 de Agosto de 2007
O QUE ESPERAR DO CACD 2008?
Não há discordâncias, creio eu, relativas ao fato de que a preparação torna-se mais fácil quando se pode prever o padrão de prova do CACD. A pergunta que não quer calar é: o padrão do CACD é previsível? Apressadamente, qualquer um de nós afirmaria que sim. Uma análise mais detalhada, entretanto, demonstra que as coisas não são tão simples quanto parecem à primeira vista.
Se eu fosse a Mãe Dinah, ou então algum outro tipo de vidente(alguns me acusam de ser uma espécie de Lair Ribeiro), diria que o CACD do ano que vem será elaborado pelo CESPE, que o formato da prova do TPS incluirá itens e múltipla escolha, que o modelo de 3 fases será preservado e que o concurso tende a começar a fevereiro. Minhas chances de acertar seriam grandes, mas não auxiliaram em nada no principal objetivo deste texto: ajudar a orientar quem está se preparando para a o CACD 2008.
Se analisarmos os concursos realizados pelo atual governo, a partir de 2003, veremos que nenhuma edição do CACD foi igual à edição anterior. Houve todo o tipo de mudança: TPS com notas mínimas por matéria, TPS com todas as matérias do concurso, TPS com questões discursivas, CACD com prova oral, CACD sem prova oral, TPS com geografia, TPS com PI e sem geografia. Se analisarmos no último nível de detalhe, perceberemos que a formatação do TPS variou no conteúdo programático que foi privilegiado, bem como no peso de cada matéria na prova. Se eu ainda fosse candidato, minha conclusão seria: algo vai mudar em 2008.
Pautar a preparação pelo o concurso anterior é uma estratégia que eu qualifico como temerária, no mínimo. Apenas como exemplo, quem passou 2006 se preparando para um TPS com geografia teve de recuperar muito tempo perdido quando geografia foi substituída por PI. Quantos candidatos que foram aprovados no TPS de 2006 ficaram de fora em função da mudança em 2007? Não sei. Se foram muitos ou poucos não faz diferença, o relevante é que a preparação de alguém foi prejudicada pela mudança.
A única estratégia segura é estar preparado para qualquer tipo de prova, que inclua qualquer item dos conteúdos programáticos do concurso. Dedicar-se a estudar somente as matérias do TPS antes de conhecer o conteúdo do edital pode ser um "tiro no pé" e resultar no desperdício de muitos meses, alguns milhares de reais e muita energia gastos e aplicados na preparação.
A tendência, de acordo com as estatísticas, é que o concurso mude em algum ponto(pode ser num ponto fundamental ou não), portanto é melhor não confundir as expectativas, que devem ser baseadas nos fatos, com as esperanças, baseadas nos desejos.
Estudem muito e estudem tudo, nenhuma estratégia é mais segura, pelo menos até sair o edital do CACD 2008.
Postado por M-A-C às 18:56 4 comentários
http://dialogodiplomatico.blogspot.com/
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
terça-feira, 28 de agosto de 2007
770) Dois discursos de politica externa: China (1985), França (2007)
A uma distância de 22 anos, dois discursos de política externa, que não precisam necessariamente ser comparados, pois cada um expressa uma realidade distinta.
O que os une, provavelmente, é o mesmo propósito de expor claramente princípios de política externa segundo interesses nacionais bem definidos:
1) Discurso del Primer Ministro Zhao Ziyang de la República Popular China en el Consejo Argentino para las Relaciones Internacionales (Buenos Aires, 6.11.1985)
Neste link.
2) Le discours de politique étrangère de M. Sarkozy (Le Monde, 27.08.2007)
Neste link.
Boas reflexões...
Pela transcrição: Paulo Roberto de Almeida, em 28 de agosto de 2007.
O que os une, provavelmente, é o mesmo propósito de expor claramente princípios de política externa segundo interesses nacionais bem definidos:
1) Discurso del Primer Ministro Zhao Ziyang de la República Popular China en el Consejo Argentino para las Relaciones Internacionales (Buenos Aires, 6.11.1985)
Neste link.
2) Le discours de politique étrangère de M. Sarkozy (Le Monde, 27.08.2007)
Neste link.
Boas reflexões...
Pela transcrição: Paulo Roberto de Almeida, em 28 de agosto de 2007.
terça-feira, 21 de agosto de 2007
769) Carreira diplomatica: informações
Reproduzo aqui uma matéria que continua a ser de interesse de muitos, uma vez que recebo consultas "bilaterais" muito freqüentes.
Neste link, coloquei um post, "669) Carreira diplomática: dicas", que traz informações gerais e textos de leitura sobre a carreira diplomática.
Boa sorte a todos...
Neste link, coloquei um post, "669) Carreira diplomática: dicas", que traz informações gerais e textos de leitura sobre a carreira diplomática.
Boa sorte a todos...
sábado, 18 de agosto de 2007
768) Grupos mafiosos e delinquentes: eles tambem fazem parte da globalizacao
Pequenos bandos de criminosos se convertem em multinacionais, literalmente. Associações para delinquir, organizações criminosas, "empresas" crapulosas, capitalistas amigos do alheio, enfim, são muitas as designações para velhos e novos bandidos, que encontram no processo de globalização oportunidades únicas para crescer vertical e horizontalmente, expandindo-se para os cantos mais recuados do planeta, infiltrando-se inclusive em governos tidos por responsáveis.
Abaixo uma "Guida", em italiano, sobre as organizações mais importantes.
Depois de ler, não fique tendo idéias malucas, pensando, por exemplo, em constituir a sua própria: a concorrência é feroz, e surpresas sempre acontecem...
Le categorie della guida
'ndrangheta: mafia calabrese (17)
associazioni malfattori (11)
banditismo sardo (12)
brigantesse e briganti (18)
camorra: mafia campana (26)
carogne, delinquenti e poco di buono (11)
cinemafia (31)
codici riti e miti di gruppi marginali (10)
delitti e castighi (7)
lanterne rosse italiane (21)
macchina giudiziaria (2)
mafia albanese (13)
mafia bulgara (1)
mafia columbiana (1)
mafia coreana (2)
mafia irlandese (1)
mafia italo-americana (20)
mafia messicana (3)
mafia nigeriana (5)
mafia nord-africana (1)
mafia romena (1)
mafia russa (13)
mafia serba (1)
mafia siciliana (78)
mafia slovena (1)
mafia turca (3)
mafia vietnamita (1)
mafie internazionali (11)
mafie italiane (21)
marchi, segni e contrassegni (12)
narcos trafficanti (2)
nomiantimafia (10)
organizzazioni criminali (14)
pentitismo (5)
sacra corona unita: mafia pugliese (11)
sanzionamiquesto (11)
stidda (8)
strumenti di tortura (6)
strumenti istituzionali (11)
triade e tong: mafia cinese (12)
yakuza: mafia giapponese (11)
Sentiu falta de alguma máfia? Não seja por isso: crie a sua própria. Trabalhando com afinco e dentro das normas, em pouco tempo ela poderá converter-se em uma próspera organização, segundo os melhores modelos do gênero. Basta adotar os métodos corretos, manter registro atualizado de suas operações, cooperar com as autoridades regulatórias da área e, em pouco tempo, você poderá ser um capo dei tutti capi, com direito a serviços exclusivos e ambiente apropriado. Faça um seguro de vida, que é sempre recomendável, e garanta o futuro das crianças.
Nota: falta o link com a "sacra corona unita: mafia pugliese", talvez porque eles sejam tão eficientes que suprimiram a informação da sua própria organização (ou eliminaram o consultor empregado para tal efeito), ou por defeito do próprio site organizador deste guia (talvez ele pertença à própria).
Por fim, acha que o Brasil não está bem representado na amostra?
Simples desvio estatístico, ou então desinformação dos organizadores da amostra: eles não conhecem nossa operosidade neste particular, talvez até em canais pouco ortodoxos. Mas, atenção: não confunda "pentitismo" com qualquer grupo organizado que você conhece ou do qual já ouviu falar. Pode ser simples coincidência nominal...
Abaixo uma "Guida", em italiano, sobre as organizações mais importantes.
Depois de ler, não fique tendo idéias malucas, pensando, por exemplo, em constituir a sua própria: a concorrência é feroz, e surpresas sempre acontecem...
Le categorie della guida
'ndrangheta: mafia calabrese (17)
associazioni malfattori (11)
banditismo sardo (12)
brigantesse e briganti (18)
camorra: mafia campana (26)
carogne, delinquenti e poco di buono (11)
cinemafia (31)
codici riti e miti di gruppi marginali (10)
delitti e castighi (7)
lanterne rosse italiane (21)
macchina giudiziaria (2)
mafia albanese (13)
mafia bulgara (1)
mafia columbiana (1)
mafia coreana (2)
mafia irlandese (1)
mafia italo-americana (20)
mafia messicana (3)
mafia nigeriana (5)
mafia nord-africana (1)
mafia romena (1)
mafia russa (13)
mafia serba (1)
mafia siciliana (78)
mafia slovena (1)
mafia turca (3)
mafia vietnamita (1)
mafie internazionali (11)
mafie italiane (21)
marchi, segni e contrassegni (12)
narcos trafficanti (2)
nomiantimafia (10)
organizzazioni criminali (14)
pentitismo (5)
sacra corona unita: mafia pugliese (11)
sanzionamiquesto (11)
stidda (8)
strumenti di tortura (6)
strumenti istituzionali (11)
triade e tong: mafia cinese (12)
yakuza: mafia giapponese (11)
Sentiu falta de alguma máfia? Não seja por isso: crie a sua própria. Trabalhando com afinco e dentro das normas, em pouco tempo ela poderá converter-se em uma próspera organização, segundo os melhores modelos do gênero. Basta adotar os métodos corretos, manter registro atualizado de suas operações, cooperar com as autoridades regulatórias da área e, em pouco tempo, você poderá ser um capo dei tutti capi, com direito a serviços exclusivos e ambiente apropriado. Faça um seguro de vida, que é sempre recomendável, e garanta o futuro das crianças.
Nota: falta o link com a "sacra corona unita: mafia pugliese", talvez porque eles sejam tão eficientes que suprimiram a informação da sua própria organização (ou eliminaram o consultor empregado para tal efeito), ou por defeito do próprio site organizador deste guia (talvez ele pertença à própria).
Por fim, acha que o Brasil não está bem representado na amostra?
Simples desvio estatístico, ou então desinformação dos organizadores da amostra: eles não conhecem nossa operosidade neste particular, talvez até em canais pouco ortodoxos. Mas, atenção: não confunda "pentitismo" com qualquer grupo organizado que você conhece ou do qual já ouviu falar. Pode ser simples coincidência nominal...
767) China e India: dois gigantes da economia mundial
Ensaio preparado pela consultora de negócios internacionais McKinsey, em seu Boletim The McKinsey Quarterly. O ensaio foi preparado e divulgado em 2004, mas suas grandes linhas permanecem válidas ainda hoje.
Neste post, apenas um resumo. Para o estudo completo remeto a este link.
Article at a glance:
China and India: The race to growth
China and India are both developing quickly but with vastly different approaches. China's growth has been driven by manufacturing, and the country's planned economy has tapped into domestic savings and foreign investment to build an impressive infrastructure. India, by contrast, owes much of its progress to private businesses. Without much assistance from the government, they serve companies in the West's knowledge-based industries, such as software, IT services, and pharmaceuticals. The difference between the two models prompts debate about whether one country has a better approach to economic development than the other and which will eventually emerge as the stronger.
The take-away
A series of essays on the Chinese and Indian economies sheds light on the particular advantages and difficulties of each. Tarun Khanna, the Jorge Paulo Lemann professor at the Harvard Business School, wonders whether China, unlike India, might have shackled its entrepreneurs—to the detriment of the economy's long-term health. Jonathan Woetzel, a director in McKinsey's Shanghai office, believes that the Chinese government has chosen the only method available to kick-start the economy. Diana Farrell, the director of the McKinsey Global Institute, argues that the performance of the two countries should be compared only at the sector level. In her view, sectors that escape heavy-handed regulation are the ones most likely to thrive.
Continuar a leitura neste link.
Neste post, apenas um resumo. Para o estudo completo remeto a este link.
Article at a glance:
China and India: The race to growth
China and India are both developing quickly but with vastly different approaches. China's growth has been driven by manufacturing, and the country's planned economy has tapped into domestic savings and foreign investment to build an impressive infrastructure. India, by contrast, owes much of its progress to private businesses. Without much assistance from the government, they serve companies in the West's knowledge-based industries, such as software, IT services, and pharmaceuticals. The difference between the two models prompts debate about whether one country has a better approach to economic development than the other and which will eventually emerge as the stronger.
The take-away
A series of essays on the Chinese and Indian economies sheds light on the particular advantages and difficulties of each. Tarun Khanna, the Jorge Paulo Lemann professor at the Harvard Business School, wonders whether China, unlike India, might have shackled its entrepreneurs—to the detriment of the economy's long-term health. Jonathan Woetzel, a director in McKinsey's Shanghai office, believes that the Chinese government has chosen the only method available to kick-start the economy. Diana Farrell, the director of the McKinsey Global Institute, argues that the performance of the two countries should be compared only at the sector level. In her view, sectors that escape heavy-handed regulation are the ones most likely to thrive.
Continuar a leitura neste link.
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
766) Cineminha histórico, mas a pipoca é inglesa...
Cineminha histórico em torno de Downing Street, a residência do Primeiro-Ministro britânico:
Churchill, Roosevelt and Stalin at Yalta
Watch a range of films on Prime Ministers past and present on the Downing Street YouTube channel.
The latest entry shows Churchill, Roosevelt and Stalin at Yalta in 1945. The leaders met at the Crimean resort to discuss the final stages of the Second World War and its aftermath.
History audio files from Downing Street
Listen to landmark speeches and notable remarks from past Prime Ministers that tell of the rich history of Number 10.
Take a tour of Number 10
Take a look behind the most famous door in the world with our interactive tour of 10 Downing Street.
A pipoca, em príncipio, deveria ser fornecida pelo cabinete do Primeiro-Ministro britânico, mas acho que tem de passar em 10, Downing Street para pegar...
Churchill, Roosevelt and Stalin at Yalta
Watch a range of films on Prime Ministers past and present on the Downing Street YouTube channel.
The latest entry shows Churchill, Roosevelt and Stalin at Yalta in 1945. The leaders met at the Crimean resort to discuss the final stages of the Second World War and its aftermath.
History audio files from Downing Street
Listen to landmark speeches and notable remarks from past Prime Ministers that tell of the rich history of Number 10.
Take a tour of Number 10
Take a look behind the most famous door in the world with our interactive tour of 10 Downing Street.
A pipoca, em príncipio, deveria ser fornecida pelo cabinete do Primeiro-Ministro britânico, mas acho que tem de passar em 10, Downing Street para pegar...
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
765) Concurso do IRBr: padrao das provas de Historia
ESTATÍSTICAS DE HISTÓRIA DO BRASIL DOS CINCO TPSs ANTERIORES
Professor Bruno Cameschi
TPS (2007): 15 QUESTÕES
· Temas Atemporais: 23,5%
· Brasil Império (1822-1889): 11,75%
· Primeira República (1889-1930): 11,75%
· Era Vargas (1930-1945): 11,75%
· Ditadura Militar (1964-1985):11,75%
· Nova República (1985 - ?): 11,75%
· República Liberal (1945-1964): 6%
TPS (2006): 20 QUESTÕES
· Brasil Império (1882-1889): 25%
· Brasil Colônia (1500-1808): 20%
· República Liberal (1945-1964): 15%
· Processo de Independência do Brasil (1808-1822): 10%
· Primeira República (1889-1930): 10%
· Era Vargas (1930-1945): 10%
· Temas Atemporais: 10%
TPS (2005): 11 QUESTÕES
· Brasil Colônia (1500-1808): 30%
· República Liberal (1945-1964): 30%
· Processo de Independência do Brasil (1808-1822): 10%
· Brasil Império (1822-1889): 10%
· Primeira Republica (1889-1930): 10%
· Ditadura Militar (1964-1985):10%
TPS (2004): 11 ITENS
· Primeira República (1889-1930): 40%
· República Liberal (1945-1964): 30%
· Era Vargas (1930-1945): 20%
· Ditadura Militar: 10%
TPS (2003): 10 ITENS
· Primeira República (1889-1930): 20%
· Era Vargas (1930-1945): 20%
· República Liberal (1945-1964): 20%
· Temas Atemporais: 20%
· Ditadura Militar (1964-1985): 10%
· Nova República: (1985 - ?): 10%
MÉDIA ARITMÉTICA DOS ÚLTIMOS CINCO TPSs
· República Liberal (1945-1964): 20,2%
· Primeira República (1889-1930): 18,35%
· Temas Atemporais: 13,05%
· Era Vargas (1930-1945): 12,35%
· Brasil Colônia (1500-1808): 10%
· Brasil Império (1822-1889): 9,35%
· Ditadura Militar: (1964-1985): 8,35%
· Nova República: (1985 - ?): 4,35%
· Processo de Independência do Brasil (1808-1822): 4%
Brasília, março de 2007
Estatística elaborada pelo Professor Bruno Cameschi
TEMAS PRINCIPAIS DENTRO DE CADA PERÍODO HISTÓRICO
República Liberal (1945-1964)
Política Interna:
· Estrutura político-partidária
· Crises políticas (1954/1955/1961/1964)
· Governas ( Dutra/ Vargas/ JK/ Jânio/ Jango)
Política Externa:
· Política Externa Independente (19641-1964)
· Operação Panamericana
· Comissão Mista Brasil- Estados Unidos
· Aliança para o Progresso
Economia:
· Nacional-Desenvolvimentismo
· Plano de Metas
TEMAS PRINCIPAIS DENTRO DE CADA PERÍODO HISTÓRICO
Primeira República (1889-1930)
Política Interna:
· Política dos Governadores
· Coronelismo
· Sistema eleitoral
· Revoltas Sociais na Primeira República
· Tenentismo
· Revolução de 30
Política Externa:
· Atuação de Barão do Rio Branco
· Conferência de Haia
· O Brasil na Primeira Guerra Mundial
Economia:
· Modelo agro-exportador
· Liberalismo Excludente
TEMAS PRINCIPAIS DENTRO DE CADA PERÍODO HISTÓRICO
Temas atemporais:
· Escravismo
· A questão fundiária
· Constituições (1824/1891/1934/1937/1946/1967/1969/1988)
· Política Externa: Fronteiras
TEMAS PRINCIPAIS DENTRO DE CADA PERÍODO HISTÓRICO
Era Vargas (1930-1945)
Política Interna:
· Governo Provisório (1930-1934)
- Revolução Constitucionalista (1932)
· Governo Constitucional (1934-1937)
- ANL vs AIB
- Intentona Comunista (1935)
- Plano Cohen (1937)
· Estado Novo (1937-1945)
- Centralismo
- Autoritarismo
Política Externa:
· Oswaldo Aranha
· O Brasil na Segunda Guerra Mundial
Economia:
· Modelo de substituição de Importações
· Consolidação das Leis do Trabalho (1943)
· Fundação de grandes empresas estatais
TEMAS PRINCIPAIS DENTRO DE CADA PERÍODO HISTÓRICO
Brasil Colônia (1500-1822)
Política e Administração Internas:
· Capitanias Hereditárias
· Governos Gerais
· Vice-reinos
· Reformas Pombalinas
· Movimentos Nativistas
· Movimentos Emancipacionistas
Política Externa:
· Tratados de delimitação das terras brasileiras durante o século XVII
· A atuação de Alexandre de Gusmão
Economia:
· Exclusivo Metropolitano
· Plantation
· Economia açucareira
· Mineração
TEMAS PRINCIPAIS DENTRO DE CADA PERÍODO HISTÓRICO
Brasil Império (1822-1889)
Política Interna:
· Primeiro Reinado (1822-1831)
- A Assembléia Constituinte (1822-1823)
- Confederação do Equador (1824)
- A abdicação de D. Pedro I
· Período Regencial (1831-1840)
- Regências Trina e Uma
- Revoltas no período regencial
- O Golpe da Maioridade
· Segundo Reinado (1840-1889)
- O parlamentarismo às “avessas”
- Liberais vs Conservadores
- Revolução Praieira
- O ocaso do Império
Política Externa:
· O reconhecimento internacional pela independência
· A Guerra Cisplatina (1825)
· A Questão Christie
· A Guerra contra Oribe e Rosas
· A Guerra contra Aguirre
· A Guerra do Paraguai
Economia:
· O café
· A tarifa Alves Branco
· O início da industrialização brasileira
· Barão de Mauá
TEMAS PRINCIPAIS DENTRO DE CADA PERÍODO HISTÓRICO
Ditadura Militar (1964-1985)
Política Interna:
· Os governos Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo
· A abertura lenta, gradual e segura
· ARENA vs MDB (1965-1979)
Política Externa:
· As relações com os EUA
· O Pragmatismo Responsável
Economia:
· A vitória do modelo autoritário-modernizante
· O milagre brasileiro
· As crises do petróleo e a economia brasileira
TEMAS PRINCIPAIS DENTRO DE CADA PERÍODO HISTÓRICO
Nova República (1985 - ?)
Política Interna:
· A Assembléia Nacional Constituinte (1987-1988)
· Governos Sarney, Collor, Itamar, FHC e Lula
Política Externa:
· O MERCOSUL
· O Brasil nas Nações Unidas
Economia:
· Os Planos econômicos
· O neoliberalismo no Brasil
TEMAS PRINCIPAIS DENTRO DE CADA PERÍODO HISTÓRICO
O processo de independência do Brasil (1808-1822)
Política Interna:
· A Revolução Pernambucana (1817)
· O 7 de Setembro
· As guerras pela independência
Política Externa:
· As guerras Napoleônicas
· Brasil: Reino Unido à Portugal (1815)
· O Congresso de Viena (1815)
· A Revolução do Porto (1820)
Economia:
· Fim do pacto colonial: a abertura dos Portos
Professor Bruno Cameschi
TPS (2007): 15 QUESTÕES
· Temas Atemporais: 23,5%
· Brasil Império (1822-1889): 11,75%
· Primeira República (1889-1930): 11,75%
· Era Vargas (1930-1945): 11,75%
· Ditadura Militar (1964-1985):11,75%
· Nova República (1985 - ?): 11,75%
· República Liberal (1945-1964): 6%
TPS (2006): 20 QUESTÕES
· Brasil Império (1882-1889): 25%
· Brasil Colônia (1500-1808): 20%
· República Liberal (1945-1964): 15%
· Processo de Independência do Brasil (1808-1822): 10%
· Primeira República (1889-1930): 10%
· Era Vargas (1930-1945): 10%
· Temas Atemporais: 10%
TPS (2005): 11 QUESTÕES
· Brasil Colônia (1500-1808): 30%
· República Liberal (1945-1964): 30%
· Processo de Independência do Brasil (1808-1822): 10%
· Brasil Império (1822-1889): 10%
· Primeira Republica (1889-1930): 10%
· Ditadura Militar (1964-1985):10%
TPS (2004): 11 ITENS
· Primeira República (1889-1930): 40%
· República Liberal (1945-1964): 30%
· Era Vargas (1930-1945): 20%
· Ditadura Militar: 10%
TPS (2003): 10 ITENS
· Primeira República (1889-1930): 20%
· Era Vargas (1930-1945): 20%
· República Liberal (1945-1964): 20%
· Temas Atemporais: 20%
· Ditadura Militar (1964-1985): 10%
· Nova República: (1985 - ?): 10%
MÉDIA ARITMÉTICA DOS ÚLTIMOS CINCO TPSs
· República Liberal (1945-1964): 20,2%
· Primeira República (1889-1930): 18,35%
· Temas Atemporais: 13,05%
· Era Vargas (1930-1945): 12,35%
· Brasil Colônia (1500-1808): 10%
· Brasil Império (1822-1889): 9,35%
· Ditadura Militar: (1964-1985): 8,35%
· Nova República: (1985 - ?): 4,35%
· Processo de Independência do Brasil (1808-1822): 4%
Brasília, março de 2007
Estatística elaborada pelo Professor Bruno Cameschi
TEMAS PRINCIPAIS DENTRO DE CADA PERÍODO HISTÓRICO
República Liberal (1945-1964)
Política Interna:
· Estrutura político-partidária
· Crises políticas (1954/1955/1961/1964)
· Governas ( Dutra/ Vargas/ JK/ Jânio/ Jango)
Política Externa:
· Política Externa Independente (19641-1964)
· Operação Panamericana
· Comissão Mista Brasil- Estados Unidos
· Aliança para o Progresso
Economia:
· Nacional-Desenvolvimentismo
· Plano de Metas
TEMAS PRINCIPAIS DENTRO DE CADA PERÍODO HISTÓRICO
Primeira República (1889-1930)
Política Interna:
· Política dos Governadores
· Coronelismo
· Sistema eleitoral
· Revoltas Sociais na Primeira República
· Tenentismo
· Revolução de 30
Política Externa:
· Atuação de Barão do Rio Branco
· Conferência de Haia
· O Brasil na Primeira Guerra Mundial
Economia:
· Modelo agro-exportador
· Liberalismo Excludente
TEMAS PRINCIPAIS DENTRO DE CADA PERÍODO HISTÓRICO
Temas atemporais:
· Escravismo
· A questão fundiária
· Constituições (1824/1891/1934/1937/1946/1967/1969/1988)
· Política Externa: Fronteiras
TEMAS PRINCIPAIS DENTRO DE CADA PERÍODO HISTÓRICO
Era Vargas (1930-1945)
Política Interna:
· Governo Provisório (1930-1934)
- Revolução Constitucionalista (1932)
· Governo Constitucional (1934-1937)
- ANL vs AIB
- Intentona Comunista (1935)
- Plano Cohen (1937)
· Estado Novo (1937-1945)
- Centralismo
- Autoritarismo
Política Externa:
· Oswaldo Aranha
· O Brasil na Segunda Guerra Mundial
Economia:
· Modelo de substituição de Importações
· Consolidação das Leis do Trabalho (1943)
· Fundação de grandes empresas estatais
TEMAS PRINCIPAIS DENTRO DE CADA PERÍODO HISTÓRICO
Brasil Colônia (1500-1822)
Política e Administração Internas:
· Capitanias Hereditárias
· Governos Gerais
· Vice-reinos
· Reformas Pombalinas
· Movimentos Nativistas
· Movimentos Emancipacionistas
Política Externa:
· Tratados de delimitação das terras brasileiras durante o século XVII
· A atuação de Alexandre de Gusmão
Economia:
· Exclusivo Metropolitano
· Plantation
· Economia açucareira
· Mineração
TEMAS PRINCIPAIS DENTRO DE CADA PERÍODO HISTÓRICO
Brasil Império (1822-1889)
Política Interna:
· Primeiro Reinado (1822-1831)
- A Assembléia Constituinte (1822-1823)
- Confederação do Equador (1824)
- A abdicação de D. Pedro I
· Período Regencial (1831-1840)
- Regências Trina e Uma
- Revoltas no período regencial
- O Golpe da Maioridade
· Segundo Reinado (1840-1889)
- O parlamentarismo às “avessas”
- Liberais vs Conservadores
- Revolução Praieira
- O ocaso do Império
Política Externa:
· O reconhecimento internacional pela independência
· A Guerra Cisplatina (1825)
· A Questão Christie
· A Guerra contra Oribe e Rosas
· A Guerra contra Aguirre
· A Guerra do Paraguai
Economia:
· O café
· A tarifa Alves Branco
· O início da industrialização brasileira
· Barão de Mauá
TEMAS PRINCIPAIS DENTRO DE CADA PERÍODO HISTÓRICO
Ditadura Militar (1964-1985)
Política Interna:
· Os governos Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo
· A abertura lenta, gradual e segura
· ARENA vs MDB (1965-1979)
Política Externa:
· As relações com os EUA
· O Pragmatismo Responsável
Economia:
· A vitória do modelo autoritário-modernizante
· O milagre brasileiro
· As crises do petróleo e a economia brasileira
TEMAS PRINCIPAIS DENTRO DE CADA PERÍODO HISTÓRICO
Nova República (1985 - ?)
Política Interna:
· A Assembléia Nacional Constituinte (1987-1988)
· Governos Sarney, Collor, Itamar, FHC e Lula
Política Externa:
· O MERCOSUL
· O Brasil nas Nações Unidas
Economia:
· Os Planos econômicos
· O neoliberalismo no Brasil
TEMAS PRINCIPAIS DENTRO DE CADA PERÍODO HISTÓRICO
O processo de independência do Brasil (1808-1822)
Política Interna:
· A Revolução Pernambucana (1817)
· O 7 de Setembro
· As guerras pela independência
Política Externa:
· As guerras Napoleônicas
· Brasil: Reino Unido à Portugal (1815)
· O Congresso de Viena (1815)
· A Revolução do Porto (1820)
Economia:
· Fim do pacto colonial: a abertura dos Portos
764) A Memória Suja do Itamaraty
Nota preliminar: não concordo com tudo o que este historiador, antigo exilado, escreveu, mas reconheço que ele toca em questões concretas e reais. O Itamaraty, como tantas outras instituições públicas, não poderia ficar imune aos efeitos deletérios da ditadura militar no plano das idéias e da manifestação de pensamento, sobretudo considerando-se que ele era feito de homens dotados de posições políticas -- alguns mais à "direita" do que outros -- e que o Brasil vivia, então, uma fase de lutas políticas que não raro derivaram para tentativas de derrubada pela força do regime militar. Acredito que esse tipo de depoimento, e as próprias reportagens que estão na base dos comentários do historiador, devam ser complementadas por uma análise histórica isenta e tanto quanto possível "desapaixonada" sobre esses tempos sombrios vividos pelo Itamaraty e por toda a sociedade brasileira. PRA (13.08.07)
A Memória Suja do Itamaraty
Por Mário Maestri*
Via Política, 12 de agosto de 2007, neste link.
A submissão canina do Itamaraty ao regime militar foi prática de conhecimento geral dos brasileiros que viveram no exterior, como refugiados ou não, durante a ditadura. Naqueles anos, sobretudo os exilados fugiam dos diplomatas nacionais como o diabo da cruz. As recentes investigações do jornalista Claudio Dantas Sequeira, publicadas no Correio Braziliense no passado mês de julho, acabam de desvelar aspectos gravíssimos das prestações policialescas do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Furungando nos documentos do Itamaraty, Sequeira desvelou a existência de atuante Centro de Informações do Exterior [Ciex], formado por diplomatas que, de 1966 a 1985, trabalharam como sabujos da ditadura, contribuindo para a prisão, tortura e morte de cidadãos nacionais. As investigações do jornalista registram que os diplomatas dedos-duros foram recompensados profissionalmente durante a ditadura e, após seu fim, protegidos pelos dirigentes da instituição e pela inimputabilidade ainda garantida aos criminosos do Estado militar.
Os valiosos artigos de Sequeira não discutem as raízes de tão fácil e profunda disfunção policial do Itamaraty. O Ministério de Relações Exteriores constitui órgão elitista, com consolidados interesses corporativistas. Ele foi e continua sendo espécie de corpo aristocrático a serviço de república elitista. Quem viveu no exterior, antes ou após a ditadura, certamente conheceu a displicência dos serviços diplomáticos nacionais com o trabalhador ou estudante comum no exterior.
A dimensão dos serviços prestados e o sigilo em que foram mantidos nos últimos 22 anos registram que o Ciex não foi produto da ação de alguns poucos diplomatas direitistas ou oportunistas. O amplo desvio do Itamaraty de suas funções constitucionais só foi possível devido ao envolvimento da instituição como um todo, pela ação ou pela inação. Não se registra entre os pupilos do barão de Rio Branco um diplomata como o português Aristides de Sousa Mendes que, em pleno salazarismo, serviu-se destemidamente de sua posição funcional para proteger perseguidos e humilhados.
O apoio institucional do Itamaraty à repressão militar apoiou-se certamente na sua dissidência visceral com o projeto de democratização político-social do país proposto pela oposição à ditadura militar. No decurso das atuais discussões sobre a ação do Ciex, terminou registrando-se que a vigilância aos brasileiros tidos como subversivos pelo serviço diplomático brasileiro existia já em forma embrionária muito anos antes do golpe militar de 1964, em pleno regime constitucional.
A colaboração do Itamaraty com a ditadura parece ter superado o ocorrido com os corpos diplomáticos de outras nações latino-americanas. Desde os primeiros momentos do golpe militar de 11 de setembro de 1973, os golpistas chilenos empreenderam verdadeira caçada aos milhares de latino-americanos que o governo Salvador Allende recebera e abrigara de braços abertos. Ação que, sob inspiração estadunidense, objetivava liquidar fisicamente boa parte da militância do continente. Foi tamanha a sanha xenófoba que os próprios diplomatas de países do nosso continente com governos ditatoriais abriram as portas das embaixadas para salvar seus opositores perseguidos como cães. Diplomatas uruguaios acolheram militantes tupamaros refugiados no Chile, escoados a seguir para outras embaixadas.
Houve apenas uma e só uma legação diplomática latino-americana que manteve as portas insensivelmente cerradas aos nacionais acuados: a brasileira. Ação com o resultado previsível: centenas de nacionais, turistas, refugiados e familiares de refugiados, foram presos, agredidos, torturados. Diversos brasileiros como o professor universitário Vânio José de Mattos e o engenheiro Túlio Quintiliano foram executados por não terem conseguido refúgio. Tudo isso era sabido, ainda que pouco difundido. O não sabido e revelado pelo jornalista Sequeira é que a perseguição, tortura e execução de brasileiros por militares chilenos foram em boa parte teleguiadas por diplomatas nacionais em serviço no Chile.
Corroborando com o ocultamento desses fatos e de seus responsáveis, o Ministério de Relações Exteriores do governo Lula da Silva faz agora ouvidos moucos às exigências, sobretudo de órgãos envolvidos na elucidação de desaparecimentos e assassinatos de resistentes à ditadura, de que a documentação reservada do Ciex seja posto em disponibilidade para a consulta .
* Mário Maestri, 59, é historiador e professor do Programa de Pós-Gradução em História da UPF. Viveu no Chile e na Bélgica como refugiado, de 1971 a 1977.
E-mail: maestri@via-rs.net
A Memória Suja do Itamaraty
Por Mário Maestri*
Via Política, 12 de agosto de 2007, neste link.
A submissão canina do Itamaraty ao regime militar foi prática de conhecimento geral dos brasileiros que viveram no exterior, como refugiados ou não, durante a ditadura. Naqueles anos, sobretudo os exilados fugiam dos diplomatas nacionais como o diabo da cruz. As recentes investigações do jornalista Claudio Dantas Sequeira, publicadas no Correio Braziliense no passado mês de julho, acabam de desvelar aspectos gravíssimos das prestações policialescas do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Furungando nos documentos do Itamaraty, Sequeira desvelou a existência de atuante Centro de Informações do Exterior [Ciex], formado por diplomatas que, de 1966 a 1985, trabalharam como sabujos da ditadura, contribuindo para a prisão, tortura e morte de cidadãos nacionais. As investigações do jornalista registram que os diplomatas dedos-duros foram recompensados profissionalmente durante a ditadura e, após seu fim, protegidos pelos dirigentes da instituição e pela inimputabilidade ainda garantida aos criminosos do Estado militar.
Os valiosos artigos de Sequeira não discutem as raízes de tão fácil e profunda disfunção policial do Itamaraty. O Ministério de Relações Exteriores constitui órgão elitista, com consolidados interesses corporativistas. Ele foi e continua sendo espécie de corpo aristocrático a serviço de república elitista. Quem viveu no exterior, antes ou após a ditadura, certamente conheceu a displicência dos serviços diplomáticos nacionais com o trabalhador ou estudante comum no exterior.
A dimensão dos serviços prestados e o sigilo em que foram mantidos nos últimos 22 anos registram que o Ciex não foi produto da ação de alguns poucos diplomatas direitistas ou oportunistas. O amplo desvio do Itamaraty de suas funções constitucionais só foi possível devido ao envolvimento da instituição como um todo, pela ação ou pela inação. Não se registra entre os pupilos do barão de Rio Branco um diplomata como o português Aristides de Sousa Mendes que, em pleno salazarismo, serviu-se destemidamente de sua posição funcional para proteger perseguidos e humilhados.
O apoio institucional do Itamaraty à repressão militar apoiou-se certamente na sua dissidência visceral com o projeto de democratização político-social do país proposto pela oposição à ditadura militar. No decurso das atuais discussões sobre a ação do Ciex, terminou registrando-se que a vigilância aos brasileiros tidos como subversivos pelo serviço diplomático brasileiro existia já em forma embrionária muito anos antes do golpe militar de 1964, em pleno regime constitucional.
A colaboração do Itamaraty com a ditadura parece ter superado o ocorrido com os corpos diplomáticos de outras nações latino-americanas. Desde os primeiros momentos do golpe militar de 11 de setembro de 1973, os golpistas chilenos empreenderam verdadeira caçada aos milhares de latino-americanos que o governo Salvador Allende recebera e abrigara de braços abertos. Ação que, sob inspiração estadunidense, objetivava liquidar fisicamente boa parte da militância do continente. Foi tamanha a sanha xenófoba que os próprios diplomatas de países do nosso continente com governos ditatoriais abriram as portas das embaixadas para salvar seus opositores perseguidos como cães. Diplomatas uruguaios acolheram militantes tupamaros refugiados no Chile, escoados a seguir para outras embaixadas.
Houve apenas uma e só uma legação diplomática latino-americana que manteve as portas insensivelmente cerradas aos nacionais acuados: a brasileira. Ação com o resultado previsível: centenas de nacionais, turistas, refugiados e familiares de refugiados, foram presos, agredidos, torturados. Diversos brasileiros como o professor universitário Vânio José de Mattos e o engenheiro Túlio Quintiliano foram executados por não terem conseguido refúgio. Tudo isso era sabido, ainda que pouco difundido. O não sabido e revelado pelo jornalista Sequeira é que a perseguição, tortura e execução de brasileiros por militares chilenos foram em boa parte teleguiadas por diplomatas nacionais em serviço no Chile.
Corroborando com o ocultamento desses fatos e de seus responsáveis, o Ministério de Relações Exteriores do governo Lula da Silva faz agora ouvidos moucos às exigências, sobretudo de órgãos envolvidos na elucidação de desaparecimentos e assassinatos de resistentes à ditadura, de que a documentação reservada do Ciex seja posto em disponibilidade para a consulta .
* Mário Maestri, 59, é historiador e professor do Programa de Pós-Gradução em História da UPF. Viveu no Chile e na Bélgica como refugiado, de 1971 a 1977.
E-mail: maestri@via-rs.net
domingo, 12 de agosto de 2007
763) Diálogo Internacional: um blog de relações internacionais
Diálogo Internacional
André Meireles, um atento estudioso das questões internacionais, nos informa o que segue:
Olá pessoal,
Venho comunicar a todos a criação de um blog meu, que tem por fim expor idéias e artigos meus, de demais autores que queiram dar sua opinião/crítica ou sugerir algum texto a ser publicado, e notícias concernentes ao mundo do direito e relações internacionais.
O endereço é dialogointernacional.vox.com.
Espero a participação de todos.
Abraços,
André Meireles
André Meireles, um atento estudioso das questões internacionais, nos informa o que segue:
Olá pessoal,
Venho comunicar a todos a criação de um blog meu, que tem por fim expor idéias e artigos meus, de demais autores que queiram dar sua opinião/crítica ou sugerir algum texto a ser publicado, e notícias concernentes ao mundo do direito e relações internacionais.
O endereço é dialogointernacional.vox.com.
Espero a participação de todos.
Abraços,
André Meireles
sábado, 11 de agosto de 2007
762) Candidatos à carreira diplomática: seleção de leituras
O diplomata Marcelo Vaz de Campos, recém ingressado no Instituto Rio Branco, transmite um pouco de sua experiência de estudo e de exames, obviamente bem sucedidos, no seu novo blog, Diplomacia e Afins, onde ele oferece uma lista comentada de leituras selecionadas,
neste link: http://diplomaciaeafins.blogspot.com/
neste link: http://diplomaciaeafins.blogspot.com/
terça-feira, 7 de agosto de 2007
761) Algumas definições quanto ao "socialismo do século XXI"...
Bem, agora parece que é para valer, ao menos começam a ser adotadas as primeiras medidas para superar a economia capitalista na Venezuela, no sentido da criação de um sistema solidário, no qual o mercado terá um papel menor, e o Estado assume alguns encargos da velha competição, considerada não desejável nesse tipo de empreendimento.
Nossos votos para que o povo venezuelano encontre satisfação e bem-estar na aventura que agora começa, desejando que tudo dê certo num itinerário já trilhado por outros povos no século XX, com resultados não exatamente felizes...
Venezuela Tries To Create Its Own Kind of Socialism
Chávez Taps Oil Wealth in Effort to Build System That Favors 'Human Necessities'
By Juan Forero
Washington Post Foreign Service, Monday, August 6, 2007; A12
CARACAS, Venezuela -- At a sleek, airy factory built by Venezuela's populist government, 80 workers churn out shoes -- basic and black and all of them to be shipped to Fidel Castro's Cuba, a leading economic partner.
With no manager or owner, the workers have an equal stake in a business celebrated as a shining alternative to the "savage capitalism" President Hugo Chavez constantly disparages.
"Here there are no chiefs, no managers," said Gustavo Zuniga, one of the workers, explaining that a workers' assembly makes the big decisions.
There's also no need to compete -- production is wholly sustained by government orders.
Like the Venezuelan economy itself, the assembly line here is designed to put workers ahead of the bottom line and, in the process, serve as a building block in Chavez's dream of constructing what he calls 21st-century socialism. According to a 59-page economic blueprint for the next six years, free-market capitalism's influence will wane with the proliferation of state enterprises and mixed public-private firms called social production companies, the objective being to generate funding for
community programs.
"The productive model will principally respond to human necessities and be less subordinate to the production of capital," the report says. "The creation of wealth will be destined to satisfy the basic necessities of all the population."
In year nine of Chávez's presidency, Venezuela's economy is undergoing a sweeping, if improvised,
facelift as a president with powers to pass economic laws by decree enacts wholesale changes.
The transformation includes thousands of new state-run cooperatives, the government takeover of companies and new trade ties to distant countries such as Iran and Belarus, which the United States has dubbed "Europe's last dictatorship." The Chavez administration has recently announced plans to build factories to produce agricultural goods, cellular telephones, bicycles and a variety of other items.
Venezuela's state oil company, the engine for what Chavez calls a peaceful revolution, will have an even bigger role: The president has approved the creation of seven subsidiaries of Petroleos de Venezuela to grow soybeans, build ships and produce clothing and appliances.
Venezuela has also taken majority control of the oil sector, driving out Exxon Mobil and ConocoPhillips. Venezuelan officials hint that the government might nationalize production of natural gas by the end of the year. Chavez and other officials have also raised the possibility that the government will inject itself in banks, steel production and private hospitals.
The big question -- still not spelled out in detail by government officials -- is what exactly is 21st-century socialism?
"Chavez is, of course, radicalizing his model, but not in the Cuban way," said Luis Vicente Leon, a pollster and political analyst. "This is not communist. This is not capitalist. What is it? It's a mix."
Economic advisers and strategists, including Haiman El Troudi, who helps develop economic policy at the state's International Miranda Center in Caracas, say Venezuela is learning from failed economic models.
"We're distancing ourselves from the errors committed in the socialism of the past century," El Troudi said. Though El Troudi asserts that capitalism has failed, he said private capital is needed here -- as long as it is employed in "a new kind of company that dignifies the human condition."
In a country that was once as Americanized as any in Latin America, the economic alterations have resulted in a strange blend.
Workers are tutored on socialist values, and officials frequently call for the creation of a selfless and patriotic "New Man." The one prevailing feature of economic policy here is high government spending, particularly on popular social programs. The budget has gone from $20 billion in 1999, Chavez's first year in office, to $59 billion last year.
The excess liquidity, ironically, has helped generate unbridled capitalism, as construction, banking and other sectors are flooded with government spending. In a money-fueled, go-go consumer culture, inflation is elevated, cars sell for $100,000, elegant shopping malls thrive, a black market for American greenbacks is growing and fashionable art galleries sell paintings for tens of thousands of dollars.
The contradictions have not escaped the attention of economic policymakers, who say Venezuela needs to distance itself from the American-style capitalism Chavez frequently derides.
"That's not the society we want to build," Jorge Giordani, minister of planning and development and one of Chavez's oldest associates, said in an interview. "The Venezuelan economy is not just capitalist, but the wealth is concentrated, and it's dependent and underdeveloped. There's enough qualifiers for us to be worried and try to change it."
Although Giordani said foreign companies continue to be welcome in Venezuela, he criticized their quest for big profits. "We have to condemn it because, in the end, it leads you to misery," he said.
With oil income rising fourfold during Chavez's presidency, the economy has registered double-digit growth the past three years. Gross domestic output has gone from $103 billion in 1999 to $174 billion last year, according to recent testimony on Capitol Hill. Increased royalties and taxes leveled on private oil companies since 2004 have generated nearly $6 billion for government coffers, Chavez said last month, and authorities are cracking down relentlessly on tax evaders.
But in frequent speeches, Chavez has also lauded the bounties of Marxism, praised Castro's economic management and threatened private businesses with takeovers. That has helped unsettle markets. Foreign investment has screeched to a halt, registering an outflow of $543 million last year.
The Caracas stock exchange has lost much of its volume after the government nationalized CANTV, the telecommunications company, and the Caracas electric utility. Perhaps most significant, Venezuela's state oil company has seen production decline over the past decade.
Though a solid majority of Venezuelans approved of Chavez's influence on national events, according to a recent poll by the Pew Research Center, an even higher majority, 72 percent, agreed that people are better off in a free-market economy.
For business leaders here, the big concern is that the economy is structured more on ideology and the whims of one man than on sound policy.
"Venezuela is on a path where politics and ideology appear to be a priority for those who have power," said José Luis Betancourt, a cattleman and leader in Fedecamaras, the country's most influential business federation. "The reality is there's a hegemony in terms of control of the economy and political power, and that leads to a situation where the development of private business is seriously affected."
Rigoberto Lanz, a senior adviser in the Ministry of Science and Technology, acknowledged that Venezuela is going through "a very risky time," as businesses wait to see exactly what kind of economic model the country will develop.
"In the short term, Venezuela will not be an attractive market for foreign investment, because this search to define an economic model, 21st-century socialism if you will, is a bit complicated," he said, explaining that officials are still working on that model. "They're trying to develop something to fit Venezuela, and that's not done in one day."
Some respected Latin American economists say the growing state role, coupled with the
improvisation, could unravel the economy. "It might look great for a while, but we know these are formulas that don't work," said Hernando de Soto, a Peruvian economist who has written extensively about how to legitimize informal economies.
In co-ops and state companies, Chavez's policies have generated legions of devoted followers like Iris Pinto, 31, who said her life had been dull, mostly cleaning homes. Now she's at the shoe factory.
"He's a wonderful president, really socialist," she said. "President Hugo Chavez Frias gave us this opportunity, and it's been completely successful."
Boa sorte, então....
Nossos votos para que o povo venezuelano encontre satisfação e bem-estar na aventura que agora começa, desejando que tudo dê certo num itinerário já trilhado por outros povos no século XX, com resultados não exatamente felizes...
Venezuela Tries To Create Its Own Kind of Socialism
Chávez Taps Oil Wealth in Effort to Build System That Favors 'Human Necessities'
By Juan Forero
Washington Post Foreign Service, Monday, August 6, 2007; A12
CARACAS, Venezuela -- At a sleek, airy factory built by Venezuela's populist government, 80 workers churn out shoes -- basic and black and all of them to be shipped to Fidel Castro's Cuba, a leading economic partner.
With no manager or owner, the workers have an equal stake in a business celebrated as a shining alternative to the "savage capitalism" President Hugo Chavez constantly disparages.
"Here there are no chiefs, no managers," said Gustavo Zuniga, one of the workers, explaining that a workers' assembly makes the big decisions.
There's also no need to compete -- production is wholly sustained by government orders.
Like the Venezuelan economy itself, the assembly line here is designed to put workers ahead of the bottom line and, in the process, serve as a building block in Chavez's dream of constructing what he calls 21st-century socialism. According to a 59-page economic blueprint for the next six years, free-market capitalism's influence will wane with the proliferation of state enterprises and mixed public-private firms called social production companies, the objective being to generate funding for
community programs.
"The productive model will principally respond to human necessities and be less subordinate to the production of capital," the report says. "The creation of wealth will be destined to satisfy the basic necessities of all the population."
In year nine of Chávez's presidency, Venezuela's economy is undergoing a sweeping, if improvised,
facelift as a president with powers to pass economic laws by decree enacts wholesale changes.
The transformation includes thousands of new state-run cooperatives, the government takeover of companies and new trade ties to distant countries such as Iran and Belarus, which the United States has dubbed "Europe's last dictatorship." The Chavez administration has recently announced plans to build factories to produce agricultural goods, cellular telephones, bicycles and a variety of other items.
Venezuela's state oil company, the engine for what Chavez calls a peaceful revolution, will have an even bigger role: The president has approved the creation of seven subsidiaries of Petroleos de Venezuela to grow soybeans, build ships and produce clothing and appliances.
Venezuela has also taken majority control of the oil sector, driving out Exxon Mobil and ConocoPhillips. Venezuelan officials hint that the government might nationalize production of natural gas by the end of the year. Chavez and other officials have also raised the possibility that the government will inject itself in banks, steel production and private hospitals.
The big question -- still not spelled out in detail by government officials -- is what exactly is 21st-century socialism?
"Chavez is, of course, radicalizing his model, but not in the Cuban way," said Luis Vicente Leon, a pollster and political analyst. "This is not communist. This is not capitalist. What is it? It's a mix."
Economic advisers and strategists, including Haiman El Troudi, who helps develop economic policy at the state's International Miranda Center in Caracas, say Venezuela is learning from failed economic models.
"We're distancing ourselves from the errors committed in the socialism of the past century," El Troudi said. Though El Troudi asserts that capitalism has failed, he said private capital is needed here -- as long as it is employed in "a new kind of company that dignifies the human condition."
In a country that was once as Americanized as any in Latin America, the economic alterations have resulted in a strange blend.
Workers are tutored on socialist values, and officials frequently call for the creation of a selfless and patriotic "New Man." The one prevailing feature of economic policy here is high government spending, particularly on popular social programs. The budget has gone from $20 billion in 1999, Chavez's first year in office, to $59 billion last year.
The excess liquidity, ironically, has helped generate unbridled capitalism, as construction, banking and other sectors are flooded with government spending. In a money-fueled, go-go consumer culture, inflation is elevated, cars sell for $100,000, elegant shopping malls thrive, a black market for American greenbacks is growing and fashionable art galleries sell paintings for tens of thousands of dollars.
The contradictions have not escaped the attention of economic policymakers, who say Venezuela needs to distance itself from the American-style capitalism Chavez frequently derides.
"That's not the society we want to build," Jorge Giordani, minister of planning and development and one of Chavez's oldest associates, said in an interview. "The Venezuelan economy is not just capitalist, but the wealth is concentrated, and it's dependent and underdeveloped. There's enough qualifiers for us to be worried and try to change it."
Although Giordani said foreign companies continue to be welcome in Venezuela, he criticized their quest for big profits. "We have to condemn it because, in the end, it leads you to misery," he said.
With oil income rising fourfold during Chavez's presidency, the economy has registered double-digit growth the past three years. Gross domestic output has gone from $103 billion in 1999 to $174 billion last year, according to recent testimony on Capitol Hill. Increased royalties and taxes leveled on private oil companies since 2004 have generated nearly $6 billion for government coffers, Chavez said last month, and authorities are cracking down relentlessly on tax evaders.
But in frequent speeches, Chavez has also lauded the bounties of Marxism, praised Castro's economic management and threatened private businesses with takeovers. That has helped unsettle markets. Foreign investment has screeched to a halt, registering an outflow of $543 million last year.
The Caracas stock exchange has lost much of its volume after the government nationalized CANTV, the telecommunications company, and the Caracas electric utility. Perhaps most significant, Venezuela's state oil company has seen production decline over the past decade.
Though a solid majority of Venezuelans approved of Chavez's influence on national events, according to a recent poll by the Pew Research Center, an even higher majority, 72 percent, agreed that people are better off in a free-market economy.
For business leaders here, the big concern is that the economy is structured more on ideology and the whims of one man than on sound policy.
"Venezuela is on a path where politics and ideology appear to be a priority for those who have power," said José Luis Betancourt, a cattleman and leader in Fedecamaras, the country's most influential business federation. "The reality is there's a hegemony in terms of control of the economy and political power, and that leads to a situation where the development of private business is seriously affected."
Rigoberto Lanz, a senior adviser in the Ministry of Science and Technology, acknowledged that Venezuela is going through "a very risky time," as businesses wait to see exactly what kind of economic model the country will develop.
"In the short term, Venezuela will not be an attractive market for foreign investment, because this search to define an economic model, 21st-century socialism if you will, is a bit complicated," he said, explaining that officials are still working on that model. "They're trying to develop something to fit Venezuela, and that's not done in one day."
Some respected Latin American economists say the growing state role, coupled with the
improvisation, could unravel the economy. "It might look great for a while, but we know these are formulas that don't work," said Hernando de Soto, a Peruvian economist who has written extensively about how to legitimize informal economies.
In co-ops and state companies, Chavez's policies have generated legions of devoted followers like Iris Pinto, 31, who said her life had been dull, mostly cleaning homes. Now she's at the shoe factory.
"He's a wonderful president, really socialist," she said. "President Hugo Chavez Frias gave us this opportunity, and it's been completely successful."
Boa sorte, então....
760) A busca incessante do desenvolvimento: descaminhos latino-americanos
Reflections from Latin America: Latin America and the Ideology of Development
Ibsen Martinez*
EconLib, neste link.
August 6, 2007
To me it is simply a mystery why the Spanish edition of William Easterly's The Elusive Quest for Growth: Economist's Adventures and Misadventures in the Tropics (MIT Press, 2002) has gone almost unnoticed to both reviewers and readers in Latin America.
Yet, it is hard to think of a book so relevant to one of the debate on how to defeat poverty and backwardness in our nations.
Easterly's work could provide many Latin American scholars, policymakers and politicians with a penetrating survey of the ideas behind so many failed development policies tried in our region for at least five decades. To be sure, he makes his case against what he calls "the ideology of development" with a quick-witted and frequently humorous writing that reads with congenial ease in Spanish.
(...)
Leia o resto neste link (um outro blog meu).
Ibsen Martinez*
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August 6, 2007
To me it is simply a mystery why the Spanish edition of William Easterly's The Elusive Quest for Growth: Economist's Adventures and Misadventures in the Tropics (MIT Press, 2002) has gone almost unnoticed to both reviewers and readers in Latin America.
Yet, it is hard to think of a book so relevant to one of the debate on how to defeat poverty and backwardness in our nations.
Easterly's work could provide many Latin American scholars, policymakers and politicians with a penetrating survey of the ideas behind so many failed development policies tried in our region for at least five decades. To be sure, he makes his case against what he calls "the ideology of development" with a quick-witted and frequently humorous writing that reads with congenial ease in Spanish.
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