Confissões não agostinianas
Paulo Roberto de Almeida
Confesso que sou intolerante: contra a maldade e a injustiça. Acredito que existam pessoas naturalmente boas, de uma bondade natural, espontânea, e também pessoas naturalmente más, de uma malvadeza quase inata. Acho que dá para reconhecer uns e outros, mesmo que os primeiros possam se comportar de maneira irracional em certas ocasiões (faz parte), e que os segundos possam hesitar um momento antes de perpetrar sua próxima malvadeza.
Confesso também que tenho certa alergia à burrice, não à ignorância dos ingênuos, daqueles que não tiveram a oportunidade de estudar, ou que simplesmente nunca tiveram qualquer vontade ou desejo de estudar, de se informar pela leitura, que é um dos traços mais formidáveis de nossa cultura civilizada: existem burros que se auto fabricaram, uma propensão também encontrada em certos seres que são quase amebas mentais (se isso por acaso existe).
Confesso que sou intolerante com essas coisas, que são perdoáveis, acredito (mas não tenho certeza). Talvez eu devesse ser mais tolerante com a ignorância e a burrice alheias. Correto, mas continuo intolerante para com a maldade.
Paulo Roberto de Almeida
Brasilia, 15/11/2025
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