O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador BRIC. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador BRIC. Mostrar todas as postagens

sábado, 14 de dezembro de 2013

O BRIC nao existe, mas alguns insistem na fantasia, como Jim O'Neill,por exemplo

O autor da sigla insiste na ficção, falando desse grupo absurdo como se fosse uma realidade tangível, no qual o crescimento fosse pré-ordenado para mostrar convergência de conjunto. Esse absurdo, essa total falta de lógica, essa fantasia econômica  é seguida por muitos patetas ao redor do mundo, a começar por gente que é paga com o nosso dinheiro para, no mínimo, não ser pateta, justamente. Mas o que se pode fazer quando as pessoas são esquizofrênicas o suficiente para acreditar em contos de fada econômicos? Só desejar que o sonho acabe e que se possa voltar o mais rapidamente para a realidade.
Paulo Roberto de Almeida 

Status de Bric do Brasil pode ser questionado', diz Jim O'Neill

Para criador do termo Bric, um terceiro ano seguido de crescimento baixo deve fazer mercado colocar posição em dúvida 

Álvaro Campos - O Estado de S.Paulo, 13/12/2013
O ex-presidente do Goldman Sachs Asset Management, Jim O'Neill, avisa que um eventual terceiro ano seguido de crescimento fraco, em 2014, colocaria o "status Bric" do Brasil em dúvida. O'Neill foi o criador, em 2001, do termo Bric, em estudo que apontava Brasil, Rússia, Índia e China como economias potencialmente dominantes no mundo em 2050.
Segundo ele, o Brasil precisa permitir que o setor privado possa investir e competir - na sua avaliação, o País deve parar de imitar a velha China, ao usar a máquina do Estado para tentar impulsionar o crescimento econômico. "É preciso mudar", diz. A seguir, os principais trechos da entrevista:
Quais são as perspectivas para os países do grupo Bric em 2014? Como ficará o crescimento econômico e quais serão os principais desafios?
A China e a Índia vão obviamente crescer mais, como sempre acontece em relação aos outros países do Bric. Eu acredito que a China vai crescer entre 7,5% e 8% e essa trajetória é bem clara - e impressionante. O caminho da Índia é bem menos claro. Pode haver uma nova desaceleração, mas meu palpite é que a Índia pode surpreender positivamente no próximo ano e crescer na faixa entre 6% e 7%. Como temos visto recentemente, as pessoas estão animadas com a possibilidade de mudança de governo e, se isso realmente acontecer, os investimentos podem acelerar. O potencial de longo prazo da Índia continua muito forte. Para Brasil e Rússia, 2014 será importante, já que ambos tiveram dois anos seguidos de crescimento decepcionante e, se isso acontecer pelo terceiro ano, cada vez mais as pessoas vão começar a questionar o status deles como Bric.
A normalização da política monetária dos Estados Unidos é boa ou ruim para os países emergentes, já que sugere que a maior economia do mundo está se fortalecendo?

Se o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) estiver normalizando suas políticas, então isso significa que algo deve estar melhor sobre a economia dos Estados Unidos, o que é uma boa notícia. Eu acho que os EUA vão crescer 3% ou mais no próximo ano, então eles certamente vão reduzir os estímulos monetários e talvez adotar alguma outra medida. Isso significa que existem riscos para todos aqueles que sobrevivem somente graças às taxas de juros artificialmente baixas. A mudança vai forçar os investidores a distinguir entre as economias emergentes onde os fundamentos estão bons e aquelas com fundamentos menos positivos.
A mudança no modelo de crescimento da China - para uma economia mais voltada para o mercado doméstico - terá grande impacto em outros emergentes, como o Brasil, que exporta bilhões de dólares para o país?

A nova China é muito mais focada na qualidade do crescimento, e não na quantidade. Isso não é bom para a maioria das commodities, especialmente aquelas relacionadas à indústria. Países que se beneficiaram da "velha China" precisam se adaptar, pois as coisas não voltarão a ser como antes. Por outro lado, isso será bom para países que lutam para competir com a China devido aos salários baixos no país, que já estão subindo. Isso parece que será melhor para o México, por exemplo.
Quais serão as "estrelas emergentes" no próximo ano? México, Indonésia e Turquia parecem estar em quase todas as listas de mercados promissores. 

Eu concordo. É o chamado grupo Mint (formado por México, Indonésia, Nigéria e Turquia). Eu viajei para esses quatro países nos últimos três meses e retornei especialmente animado com México e Nigéria.
Todos os países do chamado grupo dos "cinco frágeis" (Brasil, Índia, Indonésia, Turquia e África do Sul) terão eleições gerais no próximo ano. Isso pode ser um fator de risco?

Eleições são sempre muito importantes. Isso é especialmente verdade nos casos de Índia, Indonésia e Turquia. Esses países têm enorme potencial, mas precisam de governos que possam focar na governança e implementação de reformas. O mesmo, é claro, vale para o Brasil e a África do Sul, mas o potencial dos outros três é muito maior. Eu acho que a expressão "cinco frágeis" é divertida, mas não exatamente correta. As economias emergentes podem perfeitamente ter déficits em conta corrente, já que se espera que atraiam capital - se fizeram as coisas certas.
O déficit em conta corrente continuará sendo um dos maiores problemas para algumas economias emergentes no próximo ano? 

Essa é uma afirmação complicada. Na verdade a grande questão é o tamanho do déficit. O déficit do Brasil não é um grande problema, nem o da Índia. Se a Índia introduzir mais reformas, sua moeda vai se valorizar, em função da grande entrada de capital, especialmente por meio de investimento estrangeiro direto (IED). Eu acho que os déficits em conta corrente de Turquia e Indonésia são grandes demais, mas graças a mudanças que já estão sendo implementadas, esses déficits já estão diminuindo.
Analistas acreditam que o governo brasileiro não deve promover um aperto fiscal significativo no próximo ano, para não prejudicar a atividade econômica em um ano de eleição. Isso pode elevar os custos de financiamento e pressionar as métricas de dívida?

O Brasil precisa focar muito mais em permitir que o setor privado possa investir e competir. O governo está tentando muito imitar a China, ao usar demais o Estado para gerar crescimento. Isso está ultrapassado, nem mesmo os chineses querem imitar a China mais. É preciso mudar.
O sr. acredita que a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos vão ajudar a economia brasileira nos próximos anos?

Não. Existem pouquíssimas evidências de que tais eventos tenham realmente ajudado os países-sede. Mesmo assim, isso geralmente é bom para a autoconfiança. Eu acho que, no caso do Brasil, é realmente importante vencer a Copa do Mundo, mas com a força das seleções da Espanha e Alemanha, isso será muito difícil.
O Banco Central brasileiro e as autoridades monetárias de outros emergentes estão certos em intervir no mercado de câmbio para tentar conter a volatilidade provocada pela redução dos estímulos do Federal Reserve?

Talvez. No entanto, o fato é que o Brasil precisa ter como prioridade absoluta, na questão monetária, cumprir suas metas de inflação. Isso é muito mais importante do que a oscilação do real. Mais amplamente falando, eu não tenho muita simpatia por emergentes que reclamam das políticas do Fed. O trabalho do Fed é implementar políticas para os EUA. Se os outros países não gostam disso, eles precisam desenvolver melhor seus próprios sistemas monetários e mercados, para se tornarem menos dependentes. 

quarta-feira, 18 de abril de 2012

BRIC, BRICS, whatever: trabalhos PRAlmeida

Um amigo me pediu o que eu tinha escrito sobre o grupo cujo acrônimo foi sugerido por um economista de um banco de investimentos -- pensando nas oportunidades de ganhos financeiros -- e que acabou virando um grupo diplomático (certamente é a primeira vez que isso acontece, que países soberanos respondem a uma indução externa), e eu fui buscar nas minhas listas o que tinha produzido desde algum tempo.
Paulo Roberto de Almeida 


O resultado está aqui: 
Comecei por uma entrevista:



1686. “Os BRICs e a economia mundial: Algumas questões de atualidade”, Brasília, 13 novembro 2006, 3 p. Entrevista concedida ao jornalista Lourival Sant’Ana, do jornal O Estado de São Paulo, no Rio de Janeiro, em 9 de novembro de 2006. Publicado na edição d’O Estado de São Paulo em 04.12.06, caderno Economia, pág. B7, sob o título “O Bric é só um exercício intelectual”. Refeito em formato de artigo sob n. 1691. Entrevista foi objeto de editorial do jornal em 5.12.06, sob o título “Atraso made in Brazil” (disponível no link: http://si.knowtec.com:8080/scripts-si/MostraNoticia?&idnoticia=423633&idcontato=35949&origem=fiqueatento&nomeCliente=PROBRASIL&data=2006-12-05). Entrevista republicada no site do Instituto Millenium em 6.12.06 (link: http://institutomillenium.org/2006/12/06/o-bric-e-so-um-exercicio-intelectual/) e no site Defesa.NetDefesa, Estratégia e Inteligência (6.12.2006; link: http://www.defesanet.com.br/zz/pensa_bric.htm). Relação de Publicados n. 725.

1691. “O papel dos BRICs na economia mundial (corrigindo alguns equívocos de compreensão)”, Brasília, 26 novembro 2006, 5 p. Revisão, em formato de artigo, da entrevista concedida sob n. 1686, para fins de publicação de forma independente.  Publicado nos blogs: Via Política (Porto Alegre, 26.11.06; link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=16); Mercado Global (18.06.07; link: http://mercado-global.blogspot.com/2007/06/papel-dos-brics-na-economia-mundial.html). Postado no blog Diplomatizzando (28/05/2011; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/05/os-brics-antes-de-existirem-os-brics.html). Relação de Publicados n. 720.

Posteriormente, fiz apresentações ou dei entrevistas, mas apenas com base em dados objetivos (estatísticas) e alguns argumentos que desenvolvi oralmente:

1743. “O Brasil e os BRICs: economia política de uma sigla”, Brasília, 15 abril 2007, 10 p. Palestra nos cursos de relações internacionais da FMU, no dia 16 de abril de 2007, em formato de PowerPoint, em 74 slides.
1950. “Les Brics et l’économie brésilienne : Interview pour la Chaire des Amériques – Université Paris I”, Brasília, 11 novembro 2008, 6 p. Respostas a questionário colocado por Vincent Paes, assistente da Chaire Amériques-Université de Paris I, para divulgação online. Divulgado em 25.11.2008, nos seguintes links: (a) Brics: http://www.economie-et-societe.com/article-24982794.html; (b) Brésil: http://www.economie-et-societe.com/article-25122338.html; a ser integrado ao website da Chaire Amériques oportunamente. 

Depois, escrevi dois trabalhos mais ou menos grandes sobre o BRIC, criticando, sem ser explicito (apenas por disciplina), as escolhas da diplomacia brasileira. Um deles rendeu vários "subtrabalhos" e artigos, o que explica esta ficha enorme:

1920. “Radiografia do Bric: indagações a partir do Brasil”, Brasília, 26 agosto 2008, 29 p. Análise econômica dos países integrantes do novo grupo proposto e dos problemas políticos a isso vinculados. Preparada versão resumida, sob o título de “O Brasil e o Bric: o questionamento de um conceito”; Publicado na revista Nueva Sociedad (Buenos Aires: Friedrich Ebert Stiftung; especial “O Brasil no mundo”, outubro 2008; ISSN: 0251-3552, p. 133-152; link: http://www.nuso.org/especialportugues2008.php; Artigo PRA: http://www.nuso.org/upload/portugues/2008/DeAlmeida.pdf). Dividido em dez seções e publicado, sob o título “Bric: anatomia de um conceito”, no boletim Via Política (1: 31.08.2008; link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=74; 2: 8.09.2008; link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=75; 3: 15.09.2008; link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=76; 4: 29.09.2008; link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=77; 5: 06.10.2008, link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=79; 6: 13.10.2008; link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=80; 7: 20.10.2008, link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=81; 8: 27.10.2008, link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=82; 9: 03.11.2008, link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=83; 10: 10.11.2008, link: http://www.viapolitica.com.br/diplomatizando_view.php?id_diplomatizando=84). Resumido em nova versão (10 p.), sob o título “O papel dos Bric na economia mundial”, para publicação em livro pela Editora Aduaneiras, resultado de curso dado a jornalistas em Brasília (10.10.2008); In: Cebri-Icone-Embaixada Britânica Brasília, Comércio e Negociações Internacionais para Jornalistas (Rio de Janeiro, 2009, p. 57-65); feita versão em inglês, com revisão em 29.01.2009, para publicação. Publicada sob o título “The Bric’s role in the Global Economy”. In: Cebri-Icone-British Embassy in Brasília, Trade and International Negotiations for Journalists (Rio de Janeiro, 2009, p. 146-154); Relação de Publicados n. 903 (Postado no website pessoal, links: http://www.pralmeida/05DocsPRA/1920BricsAduaneiras.pdf  e http://www.pralmeida/05DocsPRA/1920BricsRoleEnglish.pdf). Feita nova versão resumida, sob o título de “Anatomia do Bric: um exercício de clarificação”, para curso de jornalistas em Brasília (10.10.2009). Revisto, modificado e ampliado (34 p.), em 18.11.2008, para publicação, sob o título de “Bric: reflexões a partir do Brasil”, na revista Inteligência. Publicado sob o título de “To Be or Not the Bric”, Inteligência (Rio de Janeiro: Ano: XI - 4º trimestre, 12/2008, p. 22-46; link: http://www.insightnet.com.br/inteligencia/43/PDFs/01.pdf). Relação de Publicados n. 853.

  1884. “Questionário sobre BRIC”, Brasília, 5 maio 2008, 4 p. Respostas a questionário colocado por estudante de RI de Curitiba, sobre os BRICs no contexto internacional. Postado no blog Diplomatizzando (13.07.2010; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2010/07/questionario-sobre-o-bric-paulo-r.html).

  O último trabalho importante foi este aqui:

2077. “O Bric e a substituição de hegemonias: um exercício analítico (perspectiva histórico-diplomática sobre a emergência de um novo cenário global)”, Brasília, 31 dezembro 2009, 31 p. Ensaio preparado para projeto do IPEA, sob a coordenação de Renato Baumann (Cepal-Escritório no Brasil). Publicado In: Renato Baumann (org.): O Brasil e os demais BRICs: Comércio e Política (Brasília: CEPAL-Escritório no Brasil/IPEA, 2010, 179 p.; ISBN: 85-781-1046-3), p. 131-154. Disponível no site pessoal (link: http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/2077LivroBRICsPRAlmCap.pdf). Relação de Publicados n. 967.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

BRIC ma non troppo: a falta que faz um C...

Do tijolo ao queijo, uma trouvaille que faz todo sentido:

Brics de uma letra só

PEQUIM - O conglomerado Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) soa como tijolo em inglês (brick), sinônimo de solidez. Mas é só tirar o C de China que vira um queijo mole e cremoso no miolo (o brie).
Esse jogo de palavras é usado pelo especialista David Rothkopf, presidente da Garten Rothkopf, assessoria especializada em investimentos em mercados emergentes, em artigo para a "Foreign Policy". É uma maneira, meio sem graça, admito, de deixar claro que o que conta mesmo é o C, porque "tem as maiores reservas e o maior mercado potencial".
O departamento de pesquisas do Deutsche Bank concorda -e põe números no domínio do C: a economia da China é maior do que as três outras somadas, suas exportações e suas reservas em divisas duplicam as de seus parceiros.

Parceiros, aliás, é um termo forte para Brics (porque agora eles incorporam a África do Sul). Não há entre eles uma liga geográfica, histórica, cultural, política. Dele fazem parte a maior democracia do planeta, a Índia, um Brasil que também é grande nesse capítulo, e a maior ditadura do mundo, a China.
A única liga está dada pelo fato de a sigla ter sido inventada por uma firma financeira, a Goldman Sachs, e alegremente incorporada pelos quatro governos, como é próprio da era de hegemonia dos "senhores do universo".
Pois a estreia de Dilma Rousseff no grande mundo do multilateralismo se dará quarta-feira exatamente na cúpula dos Brics.
Mal não faz. É sempre bom bater papo com líderes globais, de países importantes por si, independentemente de haver ou não Brics como conglomerado.
Mas é ilusório esperar muito mais do que isso. Nem quando o voto coincide ele é combinado antes, como aconteceu na abstenção de todos, menos a África do Sul, na recente votação da zona de exclusão aérea sobre a Líbia.

(Clovis Rossi, desde Pequim, na Folha de São Paulo, domingo 10 de abril 2011)

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Do BRIC ao BRICS: o valor "agregado" de um S...

Parece que os observadores não estão avaliando muito positivamente o ingresso da África do Sul no grupo Bric.
Uma única observação, antes de alguma análise mais circunstanciada: se os quatro já tinham problemas de compatibilização de agendas e de harmonização de prioridades, a cinco os exercícios de convergência se tornarão ainda mais difíceis.
Paulo Roberto de Almeida

Creating more walls than Brics
Mills Soko; Dr Mzukisi Qobo
Mail & Guardian online, January 07, 2011

JOHANNESBURG, SOUTH AFRICA - South Africa has finally edged closer to becoming a member of the "elite" grouping of the Bric nations (Brazil, Russia, India and China), following the recent expression of support by China and Russia for Pretoria's bid. It is expected that South Africa will be accepted formally as a new Bric member at these emerging powers' next summit in April.

The Bric states wield significant diplomatic and economic clout and have become crucial powerbrokers in the evolving, albeit volatile, multi-polar world order.

They are the four biggest economies in the developing world and Goldman Sachs has predicted that, thanks to their rapid growth rates, the combined economies of the Brics could overtake those of the current wealthiest countries in the next four decades. They account for 40% of the world's total foreign exchange reserves. They represent more than 40% of the world's population and more than a quarter of the world's land area.

Unlike most Western countries, the Brics (with the exception of Russia) weathered the global economic recession relatively well. This was partly as a result of their pursuit of unorthodox economic policies, which have eschewed the neoliberal nostrums embodied in the now discredited so-called Washington Consensus. The Brics, notably China, have played a pivotal role in cushioning global growth during the recession and have actively championed the reform of the international financial system within the G20.

It is not surprising, therefore, that South Africa finds close association with the Brics alluring. Yet amid South Africa's apparent diplomatic triumph a number of questions remain unanswered about the purpose and benefit of positioning the country within the Bric grouping. It is not clear what South Africa's motivation for joining the group is and what it seeks to gain from its membership. It is not evident what South Africa's strategy to the Brics is and how this fits into the country's wider global strategy.

This is all the more important given that Brics are not a formal political club or economic bloc, with clearly defined and coherent objectives and programmes. It is a construct of Jim O'Neill, a former chief economist at Goldman Sachs, that is based on certain assumptions and projections, which may or may not materialise. In any case, the notion of Bric as an analytical category is problematic and has outlived its usefulness. How, for example, does one justify the inclusion of the failing Russian state in the group and the exclusion of Turkey, a resurgent geopolitical powerhouse and a fast-growing economy -- the sixth largest in Europe?

Ibsa and Brics
How cohesive the Brics will be is another matter of concern, not least because its agenda runs the risk of being burdened by contentious issues, such as competition between China and India, China's historical alliance with Pakistan, Beijing's campaign against India's (and Japan's) bid for United Nation Security Council permanent membership and unresolved border disputes between Beijing and Delhi. Moreover, it bears stating that while India, Brazil and South Africa rank among the world's leading democracies, Russia and China are not known for their democratic practices.

What South African policymakers need to explain is how our country's imminent membership of the Brics will affect its role in the Ibsa (India, Brazil and South Africa) Dialogue Forum, which was set up in 2003 in terms of the Brasilia Declaration. The declaration set out a broad agenda for cooperation among the three countries, which included an ambition to alter the balance of power between rich and poor countries by democratising global decision-making bodies, such as the UN, and international financial institutions, such as the World Bank and the International Monetary Fund, developing alternatives to the current model of globalisation and giving shape to the ideal of promoting the economic and social interests of the South.

Does South Africa's elevation to Bric membership imply that this transformative policy agenda will now be promoted within the confines of the Brics and does it signal the beginning of the end of the Ibsa forum?

Given the extensive financial and human resources required to drive and maintain effective club diplomacy, our policymakers will have to accept that the Brics and Ibsa are essentially competing entities and that it will not be possible in the long run for South Africa to sustain both of them.

Membership of the Brics has been touted by some government officials and business commentators as providing a big opportunity for South Africa to leverage trade and investment relations with these countries. This is not a convincing argument. South Africa does not need to become a Bric member to maximise economic cooperation with these countries; it can do so at a bilateral level.

Since 1994 South Africa has developed strong bilateral economic relations with all the Brics and has signed strategic partnership frameworks with some of them. China, the bedrock of the group and the only credible contender for global superpower status, has become South Africa's single biggest trade partner.

But this steady economic progress has masked inescapable facts: despite the vast commercial opportunities the Brics offer, access to its markets has been constrained by a range of tariff barriers as well as complex and restrictive domestic regulations.

Brics relations
As World Bank studies have shown, it is far easier to do business in South Africa than it is in the Brics. Compounding these market access challenges has been the reality that the Brics are our competitors in sectors such as steel, clothing and textiles and the automotive industry. Also, despite sanguine public pronouncements, South Africa has yet to upgrade its limited trade pact with Brazil to a comprehensive agreement and its negotiations on a preferential trading arrangement with India has been proceeding at an excruciatingly slow pace.

As such, the Brics are barren ground for yielding significant trade and investment opportunities. Against this backdrop, it is not clear how Brics membership will make up for the failure to extract meaningful economic benefits at the bilateral level.

Cultivating strong relations with the Brics is not only important, it is also in South Africa's interest. The global financial crisis has underscored the importance of diversifying South Africa's export markets away from Europe -- which currently absorbs 40% of our exports -- and of exploring new markets, particularly those in the fast-growing developing economies. The Brics should be an integral part of this diversification strategy, but strengthening links with them should not be the country's all-consuming foreign economic policy goal. South Africa's evolving South-South strategy should include Africa, the Middle East and other Asian and Latin American countries.

South Africa's engagement with the Brics must be guided not by ideological whims, but by a strategic paradigm that is grounded in our country's domestic needs and fundamental interests.
South Africa has in the past earned international recognition on the basis of its own intellectual and normative weight. It has always championed multilateralism, offered innovative ideas on vital global governance issues and demonstrated leadership in conflict resolution, peace-building and post-conflict reconstruction in several parts of Africa. Moreover, the country has over the years developed a fluent narrative of global development, especially on the imperative of bridging the North-South chasm. What happened to all that conceptual clarity, diplomatic finesse and self-assurance?

The carefully cultivated image of South Africa as an assertive regional power sits uneasily with that of a country begging for acceptance into the Brics' informal deliberations. The spectre of South Africa rejoicing at being invited to join an amorphous entity such as the Brics is plainly degrading and it is an affront to our national pride. South Africa needs to ponder its foreign policy identity and strategic posture in a changing and complex global environment.

Dr Mills Soko is an associate professor at the University of Cape Town's Graduate School of Business.
Dr Mzukisi Qobo is head: emerging powers and global challenges at the South African Institute of International Affairs.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Farewell to BRIC, welcome the BRICS: uma mudança nao muito consensual, suspeito eu

Desconfio, mas apenas desconfio que esta adição de um "S" -- que na verdade deveria ter sido um "SA", mas talvez isso não ficaria bem, por mais de uma razão -- não tenha sido bem acolhida por todos os membros do BRIC, um deles pretendia manter separados os grupos, como forma de impulsionar iniciativas de diferente escopo em cada um deles, sendo um tipicamente "Sul-Sul" -- e de países em desenvolvimento, para tratar de questões de desenvolvimento "alternativo" -- e o outro, mais "estratégico", para tratar da "high politics", ou de questões relevantes no plano dos equilíbrios entre "grandes potências".
Minha desconfiança só vai ser confirmada, ou não, quando se abrirem os arquivos diplomáticos de correspondência entre os quatro BRIC atuais ou alguém fizer um depoimento sincero, o que corre o risco de não acontecer, pois ninguém gosta de exibir dissensos...
Paulo Roberto de Almeida

S. Africa invited to join BRIC group

Jon Herskovitz and David Dolan; Editing by Peter Graff
Reuters Africa, Friday December 24, 2010 2:45pm GMT
 

* BRIC grouping may become BRICS
* Zuma invited to attend BRIC summit
* South African growth lags behind BRIC members
(Recasts with confirmation from minister)

JOHANNESBURG, Dec 24 (Reuters) - South Africa, Africa's top economy, has been invited by China to join the four-member "BRIC" grouping of fast-growing emerging markets, a government minister said on Friday.
South Africa received the invitation to join the group -- which currently includes Brazil, Russia, India and China -- from China's foreign minister, said a statement from South Africa's minister of international relations and cooperation, Maite Nkoana-Mashabane.
China, South Africa's largest trading partner, has invited South African President Jacob Zuma to attend a summit of BRIC leaders that Beijing will host next year, Nkoana-Mashabe said.
"China believed that South Africa's accession would promote the development of BRICS and enhance cooperation among emerging market economies," she said.
South Africa is the world's 31st-largest economy, according to World Bank data for 2009 and is less than a quarter the size of the smallest BRIC economy, Russia.
The BRIC countries have sought greater clout for their grouping, holding a summit in Russia in 2009. "BRIC" is a term invented in 2001 by Jim O'Neill, the chairman of Goldman Sachs Asset Management.
South Africa applied to join BRIC at the G20 meeting of the world's leading economies in Seoul in November, Russian President Dmitry Medvedev said at the meeting.
Its economy is projected by its government to grow about 3.0 percent this year, hardly the blistering pace seen in other BRIC countries.
Some investors make asset allocations based on the BRIC classification and all of the countries that currently make up the grouping have seen their global financial clout increase substantially in recent years.