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segunda-feira, 22 de abril de 2024

O que aguarda o Brasil em 2024? (2023) - Paulo Roberto de Almeida

 O que aguarda o Brasil em 2024? 


Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.

Prognósticos para o novo ano.

1543. “O que aguarda o Brasil em 2024?”, revista Crusoé (n. 297, 12/01/2024, link: https://crusoe.com.br/edicoes/297/o-que-aguarda-o-brasil-em-2024/). Divulgado no blog Diplomatizzando (22/04/2024; link: ).Relação de Originais n. 4531. 

  

Os prognósticos eram quase todos promissores ao início de 2023, quando Lula iniciou seu terceiro mandato. Logo em seguida ocorreu o 8 de janeiro, a tentativa golpista dos adeptos do ex-presidente fugido, o que chocou o Brasil e o mundo, inclusive vários dirigentes estrangeiros que tinham vindo para a posse. Os economistas, por sua vez, faziam estimativas sombrias para o crescimento econômico, menos de 1% do PIB, com inflação e juros ainda nas alturas. A maioria conservadora do Congresso, do seu lado, se encarregou de reduzir as expectativas do governo quanto às grandes mudanças propostas pelo presidente eleito. A grande revelação foi o ministro da Fazenda, que conseguiu arrancar, a trancos e barrancos, algumas das medidas econômicas mais relevantes para o futuro do Brasil. 

O ano de 1924 será, portanto, dominado pela regulamentação da reforma tributária e pelo continuado esforço do ministro da Fazenda de fazer cumprir sua meta de déficit zero, a despeito das intenções do presidente de continuar gastando – ou “investindo”, como ele prefere – como se o Brasil estivesse ainda navegando na bonança econômica do início do século (metade pelas reformas “neoliberais” do tucanato, a outra metade pela demanda da China por nossos produtos de exportação). O crescimento pode voltar a surpreender, apesar das estimativas modestas dos economistas e dos organismos internacionais. Em todo caso, os principais desafios do Brasil não estão principalmente na economia.

A política doméstica continuará dominada pela divisão do país, mesmo quando o próprio governo optou pelo slogan “união e reconstrução”. A luta política, voltada em 2024 para as eleições locais, parece cristalizar uma polarização que só interessa aos dois blocos opositores nas eleições de 2022. A “solução”, para o governo, parece situar-se nos mesmos métodos empregados nos dois primeiros mandatos, isto é, a mobilização, pela via de cargos e recursos, de partidos e parlamentares individuais para cada uma das medidas a serem votadas. Com uma diferença, porém: o poder do parlamento cresceu de modo significativo, no modelo completamente distorcido das emendas individuais, de bancada e de comissão, que passaram a desfigurar completamente a noção de aplicação racional dos recursos disponíveis. 

O grande ativo do terceiro mandato, no plano interno e no externo, deveria ser a política ambiental, mais proclamada do que efetivamente implementada, sobretudo se as promessas de preservação do meio ambiente e de transição energética se chocarem com os projetos e veleidades petrolíferas do presidente, inclusive na região amazônica. Durante a conferência das partes sobre mudanças climáticas em 2023, o governo resolveu associar o Brasil ao cartel dos produtores de petróleo, como se Lula pudesse cumprir sua promessa de convencer os líderes da OPEP a dar início à conversão para energias renováveis. Esse tipo de contradição também está presente em outras posturas de política externa do governo, nas quais pretende intermediar negociações de paz entre partes em confronto, ao mesmo tempo em que coloca num mesmo plano agressores e agredidos (em função das simpatias ideológicas do partido do poder). Nessa vertente, o Brics não é tanto um ativo diplomático como se pretende, quanto é um passivo geopolítico, sobretudo em função de sua recente ampliação a novos membros peculiares. Enquanto isso, a OCDE permanece no limbo.

Os mais relevantes problemas brasileiros – além e à margem dos quase eternos desequilíbrios regionais e desigualdades sociais – estão na educação e na segurança cidadã, áreas na quais o governo ainda não apresentou propostas abrangentes e integradas para reduzir deficiências notórias, que se agravaram nos últimos anos. A criminalidade tornou-se igualmente abrangente, nas grandes metrópoles e nas regiões recuadas, assim como mais sofisticada, alcançando as novas tecnologias de informação e de comunicação. Um dos grandes problemas econômicos é justamente a falta de competitividade da produção manufatureira do Brasil, resultado dos níveis medíocres de produtividade do capital humano, o que deriva da baixa qualidade da educação brasileira (como refletida nos exames do PISA).

A miséria residual e a pobreza mais extensiva poderão ser reduzidas por meio dos canais existentes de distribuição de renda e de auxílio focalizado, mas não parece haver hipótese de mudança estrutural nesse perfil iníquo da sociedade brasileira apenas através de programas governamentais. O subsídio ao consumo dos mais pobres deveria ter como objetivo principal a redução dos beneficiários pela via do mercado de trabalho, não o aumento quantitativo da população assistida. A reforma tributária ficou concentrada apenas no consumo, não na renda e no patrimônio, sendo que a regressividade impositiva poderá ainda ser agravada por um nível anormalmente alto da taxação pelo valor agregado (dados os subsídios remanescentes ou as exclusões e regimes preferenciais criados). Os novos poderes do parlamento, assim como do mandarinato estatal (a começar pela aristocracia do judiciário) não facilitarão a correção das principais desigualdades distributivas. 

Alguns dos principais desafios do terceiro mandato de Lula se situam no âmbito da política externa, uma vez que o Brasil estará, em 2004, no comando do G20, com propostas até bem-vindas no campo social e ambiental, mas também com a ilusória pretensão de uma grande reforma na estrutura da governança global, o que parece impossível, dado o aumento das tensões mundiais já identificadas a uma nova “Guerra Fria”. Nesse terreno, as opções de Lula se chocam com o seu tratamento leniente dos grandes violadores da paz e da segurança internacionais, por acaso proponentes de uma “ordem global não ocidental”, pela qual o presidente já manifestou diversas vezes sua predileção. Mais adiante virá a organização da conferência sobre aquecimento global na própria Amazônia, onde estarão em curso os novos projetos da Petrobras de exploração dos recursos eventualmente detectados in e off shore. No intervalo, continuarão as discussões com os parceiros do Mercosul e da União Europeia em torno dos projetos de reforma do bloco – no qual o Brasil estará relativamente isolado, em face de governos bem mais liberais – e da possibilidade de concluir um acordo que se arrasta penosamente em face dos protecionistas dos dois lados há mais de duas décadas. 

Surpresas certamente advirão no decorrer de 2024, tanto no plano interno, quando no cenário externo, para as quais o presidente e seu governo precisam estar preparados, pois sucessos e insucessos de alternarão ao longo dos próximos meses. Ainda não se tem um documento de governo claramente definido em função dos seus grandes objetivos, inclusive porque, tanto na arena da política doméstica quanto no teatro da política externa, o Executivo não dispõe de comandos suficientes para controlar a marcha e o conteúdo de suas propostas e reações aos desafios que inevitavelmente surgirão. O personalismo no ambiente interno e a diplomacia excessivamente presidencial no cenário internacional podem não ser as alavancas adequadas para uma governança efetiva em face da complexidade dos problemas que marcam o Brasil e o mundo na presente conjuntura histórica de transformação geopolítica. 

Os paradoxos de uma globalização fragmentada – crescimento, crise e concentração ao mesmo tempo – afetaram o funcionamento do multilateralismo contemporâneo e os grandes Estados (com a possível exceção da União Europeia) apresentam visível tendência a atuar unilateralmente, inclusive porque suas políticas internas também se encontram divididas em grupos ou lideranças mais radicais que disputam o poder. A atmosfera política e econômica do mundo é mais de névoa e de sombras do que de céu claro e caminhos desimpedidos. Lula terá algumas difíceis escolhas a fazer, num e noutro ambiente, daí a importância de se cercar de boas assessorias: econômicas, políticas e diplomáticas.

 

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 4531, 26 dezembro 2023, 3 p.

Publicado na revista Crusoé (n. 297; 12/01/2024; link: https://crusoe.com.br/edicoes/297/o-que-aguarda-o-brasil-em-2024/). Relação de Publicados n. 1543.

 

O Brasil em 2023: avanços e retrocessos - Paulo Roberto de Almeida

 O Brasil em 2023: avanços e retrocessos 

Paulo Roberto de Almeida

diplomata, professor, membro do Conselho Acadêmico do Livres.

Revista Crusoé (22/12/2023; link: https://crusoe.com.br/edicoes/295/o-brasil-em-2023-avancos-e-retrocessos/)

 

O ano começou sob os melhores auspícios: uma festa de posse com diversidade social, assistida e saudada por número apreciável de convidados estrangeiros e de milhares de entusiastas na Praça dos Três Poderes. O Itamaraty comprovou sua expertise nessas grandes recepções e tudo parecia augurar uma saudável inversão de tendências e posturas depois de quatro anos de rebaixamento internacional, tensão golpista pairando no ar de Brasília e uma pesada herança fiscal, fruto do populismo econômico praticado expressamente por razões eleitorais. Nada empanava o início de um ano que se anunciava tão triunfal quanto o slogan escolhido naquele momento: “O Brasil voltou!” 

Algumas políticas teimavam, porém, numa insistente continuidade com o governo recém findo: a teimosia em dividir o país entre “nós” – os que aderiram ao líder carismático em seu terceiro mandato – e “eles”, os bolsonaristas, e todos os derrotados de outubro; uma chocante atitude objetivamente favorável ao ditador agressor da Ucrânia, a despeito da neutralidade formal proclamada na ONU; a mesma propensão ao gasto público infinito, apesar das promessas de reforma tributária e de despesas orçamentárias controladas. O ano avançou e as contrariedades começaram a se acumular na agenda interna e na externa. 

A política doméstica começou a refletir exatamente o que outubro havia reservado em termos de maioria congressual. A exiguidade de votos consolidou uma mudança já antevista desde o governo anterior: seria o Legislativo a determinar o que seria ou não seria aprovado, e o Executivo teve de se conformar ao novo parlamentarismo informal. O preço, prolongado ao longo do ano, foi a cessão de cargos ministeriais e a continuidade do estupro orçamentário sob a forma de emendas impositivas em volume e valores crescentes. Sem qualquer pudor ou contenção, os congressistas passaram a determinar o que eles precisariam receber em troca dos projetos de lei que o Executivo buscava fazer aprovar.

Na política externa, o brilho da antecipada liderança do Sul Global começou a ser empanado justamente em função da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, para cuja solução o presidente chegou até a sugerir cessão de território por parte da nação agredida. A recepção dessas ideias no G7 de Hiroshima foi a pior possível e um esperado encontro com o presidente Zelensky foi sorrateiramente evitado. Os resultados de duas reuniões regionais sul-americanas, ainda no primeiro semestre, fugiram completamente ao projetado inicialmente: nem o retorno da Unasul, nem a promessas de redução da devastação florestal amazônica ou a prometida transição energética figuraram nas declarações finais das cúpulas integracionista e amazônica. Lula recebeu objeções dos próprios presidentes de esquerda, em especial devido a fato de ter recebido o estimado ditador venezuelano com honras de visita de Estado.

Ainda na frente externa, uma outra cúpula, a dos companheiros e aliados do Brics em Joanesburgo, terminou com um “bolinho da sorte chinês”: a ampliação a 120% dos membros, com seis novos países admitidos, todos eles do clube dos autoritários e antiocidentais, com exceção da Argentina, que acabou por rechaçar o convite de adesão desde a eleição do novo mandatário em novembro. O curioso é que, junto com a Índia, o Brasil afirmava que primeiro era necessário “definir os critérios de adesão” antes de acolher novos membros, ao passo que o chanceler oficioso se pronunciou em favor da adesão sem qualquer critério explícito. A agenda apresentada para a presidência do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, no mês de outubro tinha começado com todo o otimismo das causas sociais e da “reforma da governança global” para logo se chocar com a barbárie dos ataques terroristas do Hamas contra a população civil de Israel, sem que Lula e o PT fizessem, no início, qualquer alusão aos perpetradores das atrocidades, como se tudo fosse reação palestina à opressão do Estado de Israel. Pouco adiante, em face das reações dos aliados de Israel, Lula concedeu em identificar o agressor primeiro, designando os seus atos como terroristas, mas passando a condenar Israel como “genocida” de mulheres e crianças palestinas.

A postura do governo em relação ao drama terrível seguiu o mesmo padrão adotado no caso da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia: equiparar agressor e agredido, como se Putin não tivesse violado deliberadamente a Carta da ONU e as normas mais elementares do Direito Internacional, ou como se o Hamas representasse a legítima resposta do povo palestino contra o “apartheid israelense”. A mesma atitude prevaleceu no novo foco de tensão criado pela Venezuela contra a vizinha Guiana, recomendando “bom senso” aos dois lados, como se eles fossem equivalentes na solução dos problemas legados pelas antigas potências coloniais na região. Trata-se de um padrão costumeiro do lulopetismo: os aliados ideológicos podem atentar contra os direitos humanos, o que não é permitido aos ocidentais.

Na última reunião internacional do ano, a COP-28, Lula conseguiu ser reiteradamente contraditório: aceitou o convite para ser um associado na OPEP ao mesmo tempo em que preconizava a transição energética para combustíveis renováveis. Confrontado, finalmente, à esperada oposição da França ao acordo com a União Europeia, conformou-se ao fracasso de vinte anos de negociações – em parte provocadas pelo projeto americano da Alca, implodida por ele com a ajuda dos amigos Chávez e Kirchner – para retomar um aparente interesse, ao visitar o socialdemocrata Olaf Scholz, da Alemanha, a principal interessada na associação. Na verdade, não só os agricultores franceses tinham enormes restrições à abertura dos mercados aos competitivos produtores do Mercosul, mas outros protecionistas europeus também, sobretudo no setor das carnes; os próprios brasileiros e argentinos mantinham seu tradicional protecionismo industrial e Lula externou diversas vezes sua objeção à abertura das compras governamentais.

Entre avanços e retrocessos, o Brasil conheceu alguma estabilidade: na mediocridade do ensino, por exemplo, como refletido nos testes do PISA – programa de avaliação de jovens do ciclo médio, organizado pela OCDE e cobrindo seis dezenas de países – nos quais os estudantes brasileiros ficam sistematicamente nos últimos lugares, em matemáticas e ciências elementares e língua pátria, desde o início de nossa participação no exercício. Uma outra estabilidade das menos desejáveis situou-se num cenário bem conhecido desde a década perdida dos anos 1980: as taxas muito modestas de crescimento, numa estagnação de meio século, apenas moderadamente mais vigorosas na primeira década deste século, puxadas pela extraordinária demanda chinesa por nossos produtos de exportação.

Um outro tipo de retrocesso ocorreu na política externa. Depois da alegada autonomia pelo distanciamento da era militar, o país experimentou a chamada autonomia pela integração ao abrir-se relativamente ao mundo na redemocratização; um breve intervalo de submissão com desintegração seguiu-se no modelo “pária” antimultilateralista de Bolsonaro. Qualquer política externa mais ou menos normal depois disso seria saudada dentro em fora do país. O que se observou, no entanto, foi um ativismo seletivo caracterizado pela divisão do mundo entre um Ocidente supostamente declinante e um inexistente Sul global, por acaso incluindo duas grandes autocracias interessadas numa “nova ordem global” antiocidental.

Lula escolheu ser contraditório em várias frentes: uma reforma tributária que trará novo aumento da carga fiscal, uma duvidosa liderança ambiental associada a um cartel de produtores de petróleo, o entusiasta da transição energética quando o Brasil continua sendo um dos maiores responsáveis pelo aquecimento global, um defensor da democracia contra autoritários de direita, mas que apoia ditaduras de esquerda, enfim, a mesma metamorfose ambulante bem conhecida desde os anos 1980. Nos avanços, o golpismo foi vencido, embora a divisão do país tenha persistido. Nos retrocessos, o estatismo de retorno e uma diplomacia abertamente revisionista da atual ordem internacional. Finalmente, numa síntese sobre o ano de 2023 na frente externa, o chanceler, em discurso na CREDN-CD, conseguiu realizar a proeza de “esquecer” completamente da Ucrânia, inclusive do encontro Lula-Zelensky em Nova York, por ocasião da Assembleia Geral da ONU. Um “esquecimento” sintomático...

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4523, 5 dezembro 2023, 3 p.; revisão em 27/12/2023.

Publicado em 22/12/2023 (link: https://crusoe.com.br/edicoes/295/o-brasil-em-2023-avancos-e-retrocessos/). Relação de Publicados n. 1537. 

Política externa e diplomacia brasileira na redemocratização, 1985-2010 (2023) - Paulo Roberto de Almeida

Política externa e diplomacia brasileira na redemocratização, 1985-2010

 

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor

  

Sumário: 

1. Uma periodização diplomática para o período contemporâneo

2. A restauração constitucional e os erros econômicos

3. Os anos turbulentos das revisões radicais do momento neoliberal

4. Estabilização macroeconômica e nova presença internacional

5. A primeira era do Nunca Antes: a diplomacia personalista de Lula

Bibliografia e referências

 

 

1. Uma periodização diplomática para o período contemporâneo 

O ano de 1985 é o ponto de partida de um período marcado pela reconstrução constitucional do país, depois de mais de duas décadas de regime autoritário militar. Ele foi seguido pelos anos turbulentos de reformas econômicas e sociais, com a chamada ruptura do “neoliberalismo” – um termo profundamente equivocado, mas que pode contentar os mais estatizantes, ao risco de descontentar os verdadeiramente liberais. O período de constitucionalização foi marcado por algumas importantes mudanças conceituais e práticas nas relações internacionais do Brasil. 

Essa fase da era contemporâneo na história do Brasil foi especialmente conturbada em todas as frentes das políticas públicas, mas ela desembocou no processo de estabilização macroeconômica comandada por FHC – primeiro como ministro econômico, depois em dois mandatos como presidente –, ela mesma profundamente perturbada pelas crises financeiras dos anos 1994 a 2002, com todos os ajustes adicionais que o país teve de fazer para superar essas conjunturas difíceis nos contextos econômicos nacional e internacional. A partir de 2003, o país entrou numa fase bem diferente das precedentes, e que se prolongou com a sucessão de seu promotor e patrono, com políticas na área externa bastante distintas daquelas seguidas nos períodos anteriores da era lulopetista, mas que serão examinadas na segunda fase da Nova República, a do declínio e crise dos governos do PT.

Pode-se distinguir, metodologicamente, várias fases da vida política e econômica nacional, desde o final do regime militar, às quais não caberia, por enquanto, atribuir qualquer novo rótulo simplista, o que aliás denotaria uma falsa identidade entre, de um lado, os processos em curso nos terrenos da política e da economia, na frente doméstica e no plano internacional, e, de outro lado, nas relações internacionais do país, uma área que por vezes apresenta um comportamento de certa forma autônomo em relação aos desdobramentos que ocorrem no cenário interno no período contemporâneo imediato. 

Essa relativa autonomia das relações exteriores do país, em relação às duras realidades da conjuntura interna, pode ser vista como algo relativamente natural, considerando-se as distintas modalidades de tomada de decisões em cada frente, ou os procedimentos adotados na condução das relações exteriores, mais autocentrados, em face, por exemplo, das intensas pressões que se exercem em qualquer área das políticas públicas na frente interna. Ela também depende da personalidade e do engajamento do presidente, que dispõe de ampla margem de manobra nessa área, mas que também pode escolher para liderá-la um aliado político ou um profissional da própria diplomacia, casos nos quais se apresentam agendas e resultados eventualmente diferentes, em função das próprias personalidades e suas perspectivas políticas. Não se pode tampouco negligenciar os influxos ou demandas externas, já que a agenda internacional se faz, ou se constrói, a partir de outras forças e outras dinâmicas, às quais o país nem sempre consegue influenciar ou se adaptar de modo adequado, sem falar de crises externas, ou de desequilíbrios internos que se transformam em crises de transações correntes ou em outros desafios do gênero. 

Em qualquer hipótese, uma característica distingue profundamente as três primeiras fases deste exercício de periodização – Sarney, Collor e FHC – de uma das fases mais emblemáticas, a que se desenvolveu entre 2003 e 2010, enfeixada sob um rótulo puramente figurativo, o de “lulopetismo”. Nos três primeiros períodos – chamemo-los, simplificadamente de “redemocratização”, de “ruptura neoliberal” e de “reformas globalizadoras” – as relações exteriores do Brasil, no plano estritamente diplomático, estiveram enfeixadas, talvez dominadas, pelo staff diplomático, ou seja, o próprio corpo de profissionais do Itamaraty, que forneceu alguns ministros, conselheiros presidenciais e, mais importante, determinou grande parte da agenda externa, senão toda ela; ocorreu, também, o fato relativamente inédito, desde a ditadura do Estado Novo, de uma grande estabilidade na condução da política econômica sob o governo Fernando Henrique Cardoso, com um único ministro da Fazenda a permanecer durante dois mandatos presidenciais no comando da pasta. O período do “lulopetismo”, por sua vez, foi caracterizado por muitos observadores como sendo o de uma diplomacia partidária, o que parece evidente em muitas opções de política externa, com claro distanciamento em relação às linhas tradicionais de ação do Itamaraty, e também pelo fato de que o conselheiro presidencial era um funcionário do partido, bem menos identificado com as posturas relativamente neutras do corpo diplomático em diversas matérias da política internacional e regional (Almeida, 2014). 

Cabe agora examinar, na sequência, os padrões e as características das relações internacionais do Brasil no período em questão, ou seja, na fase da redemocratização estrito senso, na fase da ruptura “neoliberal” e dos ajustes reformistas, ambos dos anos 1990, e, finalmente, na fase da diplomacia partidária iniciada com o “lulopetismo”, em seus dois primeiros mandatos. Serão igualmente sugeridos alguns elementos interpretativos sobre as grandes tendências da diplomacia brasileira em cada uma dessas fases, com considerações finais sobre as características do desenvolvimento brasileiro e seus desafios mais importantes. Uma recomendação factual e interpretativa essencial para acompanhar, em detalhe, as diferentes configurações da política externa e da diplomacia brasileira no período de cinco presidentes, em sete mandatos sucessivos no período de 1985 a 2010, é a obra em dois volumes de Fernando Paulo de Melo Barreto Filho: A Política Externa Após a Redemocratização; tomo 1: 1985-2002; tomo 2: 2003-2010 (2012), que se encontra inteiramente disponível na Biblioteca Digital da Funag.

 (...)


Ler a íntegra nestes links: 

Disponibilizado em Research Gate (3/11/2023); link: https://www.researchgate.net/publication/375236186_Politica_externa_e_diplomacia_brasileira_na_redemocratizacao_1985-2010 

na plataforma Academia.edu (22/04/2024); link: https://www.academia.edu/117850764/4503_Política_externa_e_diplomacia_brasileira_na_redemocratização_1985_2010_2023_

domingo, 21 de abril de 2024

Política externa e diplomacia brasileira na era militar, 1964-1985 - Paulo Roberto de Almeida

  • Política externa e diplomacia brasileira na era militar, 1964-1985 
  •  

Paulo Roberto de Almeida

Doutor em Ciências Sociais, diplomata professor 

(www.pralmeida.orghttp://diplomatizzando.blogspot.compralmeida@me.com)

Disponível na plataforma acadêmica Academia.edu (link: https://www.academia.edu/117848745/4498_Política_externa_e_diplomacia_brasileira_na_era_militar_1964_1985_2023_) e em Research Gate (27/10/2023; link: https://www.researchgate.net/publication/375002356_As_relacoes_internacionais_do_Brasil_na_era_militar_1964-1985).

 


Sumário:

1. Visão geral da diplomacia e das políticas externas do regime militar

2. A diplomacia dos círculos concêntricos: governo Castello Branco (1964-1967)

3. A diplomacia da prosperidade: governo Costa e Silva (1967-1969)

4. A diplomacia do interesse nacional: governo Garrastazu Médici (1969-1974)

5. A diplomacia do pragmatismo responsável: dupla Geisel-Silveira (1974-1979)

6. A diplomacia do universalismo: governo Figueiredo (1979-1985)

7. Balanço global das diplomacias do regime militar (1964-1985)

Referências bibliográficas

 

 

As relações internacionais do Brasil durante o regime militar brasileiro podem ser analisadas, por uma parte, do lado das políticas mantidas pelos diferentes governos dos cinco generais presidentes que se sucederam ao longo do período – e, a despeito do que se crê habitualmente, elas diferiram bastante entre si – e, de outra parte, através das reações e interações mantidas por esses governos como respostas a questões da agenda internacional (dos órgãos das Nações Unidas, por exemplo), a pressões de parceiros (conflitos com os Estados Unidos sobre temas comerciais ou de propriedade intelectual, sobre a proliferação nuclear, entre outros contenciosos) ou, objetivamente, a partir de eventos ou processos dotados de grande impacto na economia do país (os dois choques do petróleo, em 1973 e 1979, ou o aumento dos juros americanos, que resultou na crise da dívida externa a partir de 1982). Vários elementos importantes dessas diplomacias resultaram, no entanto, de iniciativas dos próprios dirigentes, militares ou diplomatas, em função da percepção que mantinham sobre os interesses fundamentais do Brasil.

A literatura acumulada na área já possui diversas obras de referência obrigatória (Vizentini, 1998; Barreto, 2006; Cravo, 2016, entre muitas outras), mas uma tentativa de síntese abrangente, sobre um período especialmente problemático, do ponto de vista político, na vida do país, talvez tenha de ser efetuada por meio de uma obra coletiva que possa recolher textos expositivos de diplomatas, que disponham de um conhecimento direto das políticas praticadas ao longo do período, assim como ensaios analítico-explicativos de acadêmicos com independência em relação aos formuladores-executores dessas políticas. Aguardando que uma iniciativa desse tipo possa ser tomada, o ensaio que segue pode ser visto como uma combinação tentativa nessas duas vertentes, já que elaborada por um diplomata de carreira que também se exerce desde longos anos nas lides acadêmicas, com a independência intelectual que se requer nessas circunstâncias.

A metodologia adotada é linear, dividindo a cobertura das diplomacias praticadas em cada uma das presidências militares, mas iniciando e terminando por considerações gerais sobre o contexto externo e os problemas enfrentados pelo Brasil ao longo do período, concluindo por uma avaliação sobre a própria instituição diplomática.

 

1. Visão geral da diplomacia e das políticas externas do regime militar


(...)


Íntegra disponível nos links acima.

O Brasil como um imenso Portugal? (2023) - Paulo Roberto de Almeida

Este artigo foi publicado em abril de 2023, na revista Crusoé, por ocasião da visita de Lula a Portugal, quando também entregou o prêmio Camões ao compositor e escritor Chico Buarque.

O Brasil como um imenso Portugal?

  

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor

Artigo para a revista Crusoé, a propósito da visita do presidente Lula a Portugal.

revista Crusoé (27/04/2023; link: https://crusoe.uol.com.br/secao/colunistas/o-brasil-como-um-imenso-portugal/). Relação de Publicados n. 1506

 

Muito tempo antes que Chico Buarque e Ruy Guerra, nos anos 1970 aventavam essa hipótese numa das mais bonitas canções (Fado Tropical) da época da ditadura brasileira, e quando Portugal se preparava para se libertar da sua longeva ditadura civil, dois “pais fundadores” da nação brasileira já tinham sugerido tal conformação no limiar da independência: em lugar de uma separação completa entre a metrópole lusitana e o então Reino Unido do Brasil, que as duas partes do reino configurassem um só Estado, com sede no Rio de Janeiro, no comando de um grande império marítimo transnacional. Com efeito, tanto Hipólito da Costa – o primeiro jornalista brasileiro independente –, quanto José Bonifácio – o primeiro membro brasileiro de um gabinete português sob a regência do príncipe D. Pedro –, concebiam, ainda poucos meses antes da separação, a continuidade de um só Estado monárquico constitucional, com a capital que abrigou a família real portuguesa quando esta teve de se resguardar da invasão napoleônica.

Em 1820-21, quando da revolução do Porto e das Cortes de Lisboa, o rei D. João VI teve de retornar relutantemente a Portugal; mas ele também mantinha essa ideia de que as duas partes do reino – e o Brasil já era bem mais rico do que Portugal – deveriam se manter juntas, para a maior glória da dinastia dos Braganças, em face de todas as outras monarquias europeias. Teria sido o primeiro reino “europeu” estabelecido numa possessão tropical, uma novidade absoluta na história europeia e mundial. Mas, como se sabe, as Cortes forçaram, a separação, ao tentar fazer o Brasil retornar ao seu antigo estatuto colonial; daí o rompimento, mas contra o qual lutaram, enquanto puderam, tanto Bonifácio quanto Hipólito. 

A separação não era inevitável, inclusive porque D. Pedro, ao assumir em outubro de 1822 como Imperador do Brasil, era o legítimo sucessor do pai no Reino de Portugal, e a ruptura, de fato e de direito, só se deu, para todos os efeitos jurídicos e diplomáticos, em 1825, com a intermediação da potência da época, a Grã-Bretanha. Mas cabe considerar também que suas elites econômicas, os grandes proprietários de terras, tinham todo interesse na separação, para poder controlar de forma soberana e completamente as atividades mais lucrativas da época: o tráfico de escravos, a exportação dos produtos locais e a importação dos bens necessários à manutenção e desenvolvimento da nova nação. Nesse intervalo, a jovem república do hemisfério norte, os Estados Unidos, já tinha reconhecido a independência, assim como o fizeram, mas de forma bizarra, os independentistas de Buenos Aires, que logo entraram em desavenças e em guerra contra o Brasil, por causa da Cisplatina, finalmente reconhecida como República Oriental do Uruguai, sob pressão inglesa, em 1828. 

Durante quase dois séculos Portugal e Brasil se “desenvolveram” em separado, não fosse pelo aporte contínuo de emigrantes lusitanos para sua grande ex-colônia. Depois das comemorações do quarto centenário do descobrimento, em 1900, e as do primeiro centenário da independência, em 1922, os dois países começaram novamente a se “unir” por meio de tratados sobre migração e cidadania, mas também pela via de regimes políticos que, justamente, se aproximaram pelo lado autoritário. O Estado Novo português foi “entregue” a Salazar no início dos anos 1930, seguido pelo Brasil vários anos à frente, ambos fortemente anticomunistas, mas com diferentes visões da economia e da política. 

A antiga metrópole continuou parada no tempo, num sistema ultrarreacionário, mas se manteve “neutra” durante o grande turbilhão da Segunda Guerra. O Brasil deu início a um processo de industrialização nacionalista que se estendeu pelo meio século seguinte, inclusive com ajuda americana, que armou e vestiu os soldados brasileiros que foram lutar, integrados ao V Exército dos EUA, nos campos de batalha da Itália. Mas, por razões talvez sentimentais, data dessa época o apoio diplomático do Brasil à manutenção do império colonial remanescente de Portugal, o que se prolongou até os anos 1960, quando a maior parte das colônias europeias da África e da Ásia se alçou à independência. 

O Brasil só mudou de posição praticamente ao final do período salazarista, que ganhou uma sobrevida em 1968, ainda com o mesmo espírito anticomunista: passamos a reconhecer os novos Estados independentes imediatamente após a “revolução dos cravos” de 1974, ao tempo em que Chico Buarque e Ruy Guerra compunham o fado prometedor. Com a liberdade sendo saudada à beira do Tejo, eles aspiravam a que o Brasil se tornasse um “imenso Portugal”, com democracia e políticas progressistas dos dois lados do Atlântico. Refugiados da ditadura brasileira, em vários países da América Latina e da Europa e afluíram rapidamente a Portugal, dando assim início a uma aproximação verdadeiramente sentimental. Portugueses da resistência e brasileiros exilados cantaram no Tejo o fado proibido no Brasil.

Uma década depois, o Brasil adentrou num longo ciclo de baixo crescimento e de aumento da pobreza que inverteu a tendência secular de atração de imigrantes: foi a vez do Brasil passar a “exportar” os seus filhos, um volume significativo para os Estados Unidos, muitos descendentes de japoneses para a terra de seus avós e muitos mais para diversos países europeus, com destaque, justamente, para Portugal, por óbvias razões linguísticas. Depois da Grécia, Portugal e Espanha, livres de ditaduras, ingressaram na então Comunidade Econômica Europeia; teve início um processo de modernização e de desenvolvimento que converteu o pequeno país ibérico em foco de atração de investimentos estrangeiros e de mão de obra de qualidade de diversos outros membros comunitários, e do próprio Brasil.

Com sua economia reconstruída e internacionalizada, foram empresas portuguesas – bancos, comunicações, serviços – que passaram a investir no Brasil das privatizações dos anos 1990, nos governos FHC. A imigração brasileira se intensificou, assim como a instalação de empresas brasileiras em terras portuguesas. novamente abriu-se a hipótese de um “imenso Portugal”, mas no sentido inverso, a partir de certa “colonização” brasileira – novelas, dentistas, restaurantes –, um processo não isento de dificuldades, dadas as regras comunitárias. Portugal não escapou da crise dos anos 2008-2009, e teve de passar por um severo processo de ajuste, não muito diferente daquele que o Brasil enfrentou, nos anos 1990, para se livrar de problemas que se arrastavam desde a “década perdida” dos anos 1980. Ainda assim, seja com governos de direita, ou de centro direita, seja com gabinetes socialistas (moderados, e em coalizão), Portugal conseguiu superar, a duros custos, a restauração das finanças públicas, com redução de vários benefícios (salários e aposentadorias), além de novas privatizações e algum desemprego. 

No Brasil, os anos tucanos e petistas foram os melhores para as relações bilaterais e também do lado comunitário: em 2010 foi reconhecida a parceria estratégica entre a UE e o Brasil, embora o acordo de associação entre o bloco europeu e o Mercosul tenha patinado por duas décadas até ser finalizado sob o governo Temer para ser finalmente assinado nos primeiros seis meses do governo Bolsonaro; mas foi aí que ele empacou de vez, frente à antipolítica ambiental e os retrocessos registrados em todas as áreas sociais e humanitárias. Até um simples Prêmio Camões, justamente concedido ao compositor e escritor Chico Buarque pelo conjunto de sua obra, foi paralisado na sua entrega binacional, por antipatia do presidente anticultural: a entrega e celebração foram marcadas para a visita do presidente Lula, por ocasião do 49º aniversário da Revolução dos Cravos. 

Com governos social-democratas dos dois lados do Atlântico e grandes promessas de cooperação também no âmbito da CPLP, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (a partir de agora sob a presidência de São Tomé), o Brasil estaria preparado, mais do que nunca, a se converter em um “imenso Portugal”, se conseguir, realmente, fazer entrar em vigor o acordo inter-regional Mercosul-UE e completar seu acesso à OCDE, organização a que pertence Portugal desde a sua primeira encarnação, a OECE do Plano Marshall. Um desajuste entre os dois países se manifesta na questão da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, pois que Portugal apoia resolutamente sanções e resoluções condenando o agressor, como membro disciplinado que é da UE e da Otan (esta também desde a origem). 

Em qualquer hipótese, as perspectivas para a ampliação das relações, tanto bilaterais, quanto comunitárias, se mostram bastante promissoras, em que pese certo retorno do Brasil a uma possível reprodução da “década perdida” dos anos 1980. No governo anterior, o cenário brasileiro era tão desolador que um imaginativo escritor, Fernando Dourado Filho, mandou uma espécie de carta ao presidente Marcelo Rebelo, sugerindo-lhe a devolução do Brasil a Portugal. O livrinho, bastante curto, se chama, mais precisamente, “O boiadeiro que tentou devolver o Brasil a Portugal” (2022). Não sabemos, exatamente, o que lhe respondeu o atilado presidente português, mas se aceitasse a proposta teríamos, finalmente, a realização do projeto defendido 200 anos atrás por Hipólito da Costa e por José Bonifácio: o Brasil como um “imenso Portugal”. Não é de todo uma má ideia...

 

Paulo Roberto de Almeida

[Brasília, 4342: 24 março 2023, 4 p.; revisto: 22/04/2023]

 

 

 

FADO TROPICAL

Chico Buarque e Ruy Guerra 

 

Oh, musa do meu fado, 

Oh, minha mãe gentil, 

Te deixo consternado 

No primeiro abril, 

 

Mas não sê tão ingrata! 

Não esquece quem te amou 

E em tua densa mata 

Se perdeu e se encontrou. 

Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal: 

Ainda vai tornar-se um imenso Portugal! 

 

"Sabe, no fundo eu sou um sentimental. Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dosagem de lirismo (além da sífilis, é claro). Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar, o meu coração fecha os olhos e sinceramente chora..." 

 

Com avencas na caatinga, 

Alecrins no canavial, 

Licores na moringa: 

Um vinho tropical. 

 

E a linda mulata 

Com rendas do Alentejo 

De quem numa bravata 

Arrebata um beijo... 

 

Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal: 

Ainda vai tornar-se um imenso Portugal! 

 

"Meu coração tem um sereno jeito 

E as minhas mãos o golpe duro e presto, 

De tal maneira que, depois de feito, 

Desencontrado, eu mesmo me contesto. 

Se trago as mãos distantes do meu peito 

É que há distância entre intenção e gesto 

E se o meu coração nas mãos estreito, 

Me assombra a súbita impressão de incesto. 

Quando me encontro no calor da luta 

Ostento a aguda empunhadora à proa, 

Mas meu peito se desabotoa. 

E se a sentença se anuncia bruta 

Mais que depressa a mão cega executa, 

Pois que senão o coração perdoa". 

 

Guitarras e sanfonas, 

Jasmins, coqueiros, fontes, 

Sardinhas, mandioca 

Num suave azulejo 

 

E o rio Amazonas 

Que corre Trás-os-Montes 

E numa pororoca 

Deságua no Tejo... 

 

Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal: 

Ainda vai tornar-se um império colonial! 

Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal: 

Ainda vai tornar-se um imenso Portugal!

 

Deterioração da imagem do governo Lula também em política externa: efeitos sobre o Itamaraty - Paulo Roberto de Almeida

Pesquisa do Ipec revela números ruins para o governo em TODOS os quesitos. No que concerne a política externa, a razão inegável é a amizade de Lula com TODOS os regimes autocráticos: desprezo absoluto pela democracia e DH. Não sei se haverá correção dessa deformação fundamental.  Reprodução, abaixo, de comentário anterior, mas que apresenta nova atualidade em função das últimas pesquisas de opinião. 

O rebaixamento do Itamaraty 

 

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.

Nota sobre a submissão do Itamaraty a uma mal-informada e mal implementada diplomacia personalista do presidente

  

O lado mais preocupante para o futuro do Itamaraty e o dos seus diplomatas é o fato desses dois dogmas da vida militar, a disciplina e a hierarquia, tê-los conduzido a muito mais submissão à diplomacia presidencial, nem sempre bem orientada, do que ao necessário e indispensável aconselhamento. 

Sempre tivemos diplomacia presidencial, algumas vezes mais, outras vezes menos. O aspecto preocupante é quando ela esmaga a diplomacia profissional, sobretudo aquela personalista e mal-informada ou aconselhada. Parece que vivemos essa situação agora.

Antigamente usávamos as Informações ao PR, quando queríamos preservar a sanidade e a coerência da diplomacia do Estado brasileiro. Atualmente parece que isso se perdeu no excesso de personalismo da diplomacia presidencial. 

Isso não é bom, nem para o Estado brasileiro, nem para o Itamaraty.


Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4564, 17 janeiro 2024, 1 p.

 

 

Paulo Roberto de Almeida no Escavador: participação em eventos acadêmicos (1992-2020)

 Paulo Roberto de Almeida no Escavador: participação em eventos acadêmicos (1992-2020) 

 

Paulo Roberto de Almeida, diplomata, professor.

Transcrição da informação constante do site Escavador; a ser atualizada.

  

O site Escavador apresenta uma informação organizada de forma diferente com base nos dados coletados a partir de minhas inscrições no Lattes. Eis a parte relativa a eventos: 

 

Organização de eventos: 

ALMEIDA, Paulo Roberto de; PATTI, C. O Brasil e a questão nuclear global na década de 1970: novas interpretações historiográficas. 2018. (Outro).

ALMEIDA, Paulo Roberto de. Centenário Roberto Campos: o homem que pensou o Brasil. 2017. (Outro).

 

Participação em eventos: 

18o. Congresso Brasileiro de Direito Internacional. O Brasil e os projetos de integração regional: passado, presente e futuro. 2020. (Congresso). 

7o. Simpósio de Direito Internacional. O Brasil no cenário internacional e o futuro da diplomacia brasileira. 2020. (Simpósio). 

XXV Encontro Nacional da FENERI, 2020. A Amazônia legal e os desafios da política externa brasileira. 2020. (Congresso). 

7ª Conferência Internacional de História Econômica da ABPHE. A trajetória econômica do Brasil na era militar: crescimento e crises. 2018. (Congresso). 

O que esperar de 2017? Política, economia e relações internacionais. O que esperar de 2017: economia e política internacional. 2017. (Seminário). 

Latin American Studies Association. Presidential leadership and economic regimes in Brazil: structural transformations, institutional building up. 2014. (Congresso). 

Economic & Business History Society. Brazilian Economic Historiography: an essay on bibliographical synthesis. 2013. (Congresso). 

Brazilian Studies at London's King's College.Emerging Brazil: the past, the present, and the future. 2012. (Oficina). 

Dépasser les dichotomies: (comment) penser autrement les Amériques?. La grande marche en arrière de l’Amérique Latine. 2012. (Seminário). 

La politique extérieure du Brésil: du passé lointain au futur proche.La politique extérieure du Brésil: du passé lointain au futur proche. 2012. (Oficina). 

La UE y Brasil en el escenario futuro de la asociación estratégica birregional.Brasil y Europa frente al regionalismo y la gobernanza global de los bienes comunes. 2012. (Seminário). 

Le Brésil et le scénario économique mondial actuel: un émergent en mal (et en retard) de réformes.Le Brésil et le scénario économique mondial actuel: un émergent en mal (et en retard) de réformes. 2012. (Oficina). 

Politique Etrangère des Pays Emergents. La Politique Etrangère du Brésil de Lula: un bilan critique. 2012. (Simpósio). 

Rencontre de Etudes Strategiques. Processus de prise de décision dans la diplomatie brésilienne. 2012. (Oficina). 

Rio Branco et la diplomatie du Brésil, hier et aujourd'hui. Rio Branco et la diplomatie du Brésil, hier et aujourd'hui. 2012. (Oficina). 

2o. Fórum Democracia e Liberdade, Instituto Millenium. O Brasil na encruzilhada: qual modelo de país queremos?. 2011. (Congresso). 

A Economia-Mundo Contemporânea: crise estrutural ou transição hegemônica?. O Brasil na economia-mundo do último século (1910 a 2010). 2011. (Seminário). 

Estudos sobre a Guerra Fria. A economia política da velha Guerra Fria e a nova ?guerra fria? econômica da atualidade: o que mudou, o que ficou?. 2011. (Simpósio). 

8th World Congress of RSAI: Regional Science Association International. Convergence and divergence in historical perspective: Regions and countries and their differing paths and rhythms towards sustainable integration into the world economy. 2008. (Congresso). 

III Congresso Brasileiro do Direito do Agronegócio. Crises financeiras internacionais e seus reflexos no agronegócio. 2008. (Congresso). 

Seminário Internacional Teorias e conceitos de relações internacionais: perspectivas nacionais e regionais.50 Anos da Revista Brasileira de Relações Internacionais. 2008. (Seminário). 

XVII Congresso Nacional do Conpedi - Conselho Nacional de PEsquisa e Pós-Graduação em Direito. Bases Conceituais de uma Política Externa Nacional. 2008. (Congresso). 

1 Encontro Nacional da Associação Brasileira de Relações Internacionais. Esperando Godot: o nunca existente neoliberalismo brasileiro. 2007. (Congresso). 

Abertura dos Portos: 200 anos. A formação econômica brasileira a caminho da autonomia política: uma análise estrutural e conjunturasl do período pré-independência. 2007. (Seminário). 

Brazil: President Lula's First Administration. President Lula's Foreign Policy during its first administration. 2007. (Simpósio). 

Centro de Estudos Político-Estratégicos da Escola de Guerra Naval (CEPE-EGN). Consequências Estratégicas para uma Marinha da Águas Marrons: abordagem econômica. 2007. (Oficina). 

Discussão de uma Agenda de Atualidades Brasileiras. O Brasil e os BRICs: economia política de uma sigla. 2007. (Seminário). 

III Curso de Inverno em Direito Internacional do Centro de Direito Internacional (CEDIN).A ordem política e econômica internacional no início do século XXI: Questões da agenda internacional e suas implicações para o Brasil. 2007. (Outra). 

Mudanças Climáticas. 2007. (Encontro). 

Novas dinâmicas na política internacional: o Brasil como ator regional e global. Percepções variadas do papel desempenhado pelo Brasil como ator global: alianças estratégicas ou retórica política?. 2007. (Seminário). 

Re-Ordering the World? Emerging Powers and Prospects for Global Governance. Brazil as a regional player and as an emerging global power: Foreign policy strategies and the impact on the new international order. 2007. (Seminário). 

Seminário 10 Anos do Curso de Relações Internacionais do Paraná. As Relações Internacionais do Brasil: oportunidades e perspectivas. 2007. (Seminário). 

V Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão e V Encontro de Iniciação Científica do Uniceub. Grupo de Pesquisa Direito Internacional Econômico e Integração. 2007. (Congresso). 

VII Encontro Nacional de Estudos Estratégicos (Brasilia, novembro 2007). Limites do Mercosul no sistema internacional: passado recente e perspectivas futuras. 2007. (Encontro). 

Ciclo San Tiago Dantas da UFBA. Relações Internacionais e Política Externa do Brasil: uma visão global. 2006. (Congresso). 

III Conferência Mundial para as relações internacionais (Brasilia, outubro 2006). Lançamento do livro. 2006. (Congresso). 

III Fórum de Relações internacionais do curso de relações internacionais da USP.O Internacionalista e as oportunidades de trabalho: desafios. 2006. (Simpósio). 

Integração Regional: Experiências da União Européia e América Latina. Benefícios das Economias na Integração Regional: Experiência Européia. 2006. (Seminário). 

Integração Regional: Experiências da União Européia e América Latina. Benefícios econômicos da integração européia. 2006. (Seminário). 

Novas Abordagens para a Reforma do Estado (Brasilia, julho 2006). O planejamento do desenvolvimento econômico no Brasil: uma visão de longo prazo (1934-2006). 2006. (Seminário). 

Profissionalização em relações internacionais: diplomacia (Instituto Camões-Pacta Internacional). O Ser Diplomata: Reflexões sobre a profissionalização em relações internacionais. 2006. (Encontro). 

Programa de Altos Estudos do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais. A ordem política e econômica internacional no início do século XXI. 2006. (Oficina). 

Segurança Nacional: análise histórica e perspectivas. 2006. (Encontro). 

Semana de Relações Internacionais, Instituto Ricardo Seitenfus, Recife. Relações Internacionais e Política Externa Brasileira: uma visão global. 2006. (Seminário). 

Seminário de Pesquisa da Escola de Governo da Fundação João Pinheiro. A Inserção Econômica Internacional do Brasil: a agenda diplomática regional e multilateral. 2006. (Oficina). 

V Congresso Brasileiro de Direito Internacional. Uma nova arquitetura diplomática? Interpretações divergentes sobre a diplomacia do governo Lula. 2006. (Congresso). 

VI Encontro Nacional de Estudos Estratégicos (Rio de Janeiro, novembro 2006). Os Estados Unidos no seu terceiro século: um poder aroniano e o último Estado westfaliano das relações internacionais (com algumas breves alusões ao Brasil). 2006. (Encontro). 

Colombia y sus regiones: retos a la internacionalización. Políticas de Integración Regional en el Gobierno Lula. 2005. (Seminário).

Colóquio internacional « Brésil: acteur global? » La diplomatie du gouvernement Lula. 2005. (Simpósio). 

Colóquio internacional « Brésil: acteur global? » Recrutement et formation des diplomates brésiliens. 2005. (Simpósio). 

III Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão e III Encontro de Iniciação Científica. Grupo de Pesquisa sobre Direito Econômico Internacional - GIDE. 2005. (Congresso). 

III Semana de Relações Internacionais 2005 da Universidade Católica de Brasília. O Processo de Integração Regional: Balanço histórico e perspectivas para o futuro imediato. 2005. (Simpósio). 

IV Semana de Relações Internacionais da PUC-São Paulo. A ONU e a questão da assimetria de poder. 2005. (Simpósio). 

IV Semana de Relações Internacionais da PUC-São Paulo. Negociações internacionais e política externa brasileira. A ONU e a questão da assimetria de poder. 2005. (Encontro). 

O crescimento das Relações Internacionais do Brasil. Finanças Internacionais do Brasil: uma perspectiva de meio século. 2005. (Seminário). 

Palestra no curso de graduação em relações internacionais da Unisul (Tubarão, SC). As relações internacionais do Brasil no atual contexto internacional e a formação dos novos internacionalistas. 2005. (Outra). 

Palestra no MBA com Especialização em Comércio Internacional da FIA-USP. Cooperação, Assistência Técnica e Organismos Internacionais. 2005. (Outra). 

Regime Político, Modelo de Desenvolvimento e Relações internacionais. Globalização, sistemas econômicos, regimes políticos e políticas exteriores no início do século XXI: os casos de Brasil, Argentina, Chile e México. 2005. (Seminário). 

Semana de Relações Internacionais da UFRGS.O profissional de relações internacionais: visão de um diplomata. 2005. (Encontro). 

Semana de Relações Internacionais do Uniceub. Comércio exterior no âmbito das relações internacionais. 2005. (Simpósio). 

Seminário sobre negociações comerciais da American Chamber-SP. Acordos minilaterais de integração e de liberalização do comércio: Uma ameaça potencial ao sistema multilateral de comércio. 2005. (Seminário). 

Seminário sobre o Mercosul e negociações comerciais multilaterais. Mercosul: sete teses na linha do bom senso. 2005. (Seminário). 

Task Force de Negociações Internacionais. A agenda negociadora internacional do Brasil: temas diplomáticos nos contextos regional e multilateral. 2005. (Oficina). 

Brazil Between Regionalism and Globalism: Old Ambitions, New Results? Comparing two foreign policies: FHC and Lula in perspective. 2004. (Seminário). 

Brazil in a Neo-Liberal World, Social and Economic Aspects. Seria o governo Lula neoliberal? As inconsistências das políticas econômicas ditas “alternativas” numa era de constrangimentos fiscais. 2004. (Encontro). 

Curso de Mestrado Lato Sensu da Escola de Direito da FGV-SP. A construção econômica do mundo contemporâneo: o Brasil e o moderno sistema de relações econômicas internacionais. 2004. (Outra). 

Formatura do Curso de Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasilia. Patrono. 2004. (Outra). 

III Encontro de Pesquisa da Pós-Graduação em Direito da Universidade de Franca.10 Anos de Mercosul: uma análise crítica. 2004. (Encontro). 

III Semana da Economia da Unicamp. A estratégia de integração internacional do Brasil: mudanças recentes. 2004. (Seminário). 

IX Eneri - Encontro Nacional de Estudantes de Relações internacionais e International Relations World Conference. A globalização e seus benefícios: um contraponto ao pessimismo. 2004. (Congresso). 

Semana de história do curso de graduação em História do Uniceub. Globalização e poder militar: lições da história: Democracia e supremacia no sistema internacional. 2004. (Simpósio). 

Brazil and United States in a Changing World: Political, economic and diplomatic relations in regional and international contexts. U.S.-Brazil relations in historical perspective. 2003. (Seminário). 

Curso de Verão sobre Cultura Brasileira e Língua Portuguesa. As relações Brasil-Estados Unidos do século 20 ao 21: A economia política de uma interação em fase de amadurecimento. 2003. (Encontro). 

Palestra no Brazil Program da Georgetown University. Brazil-United States Relationship: challenges and convergences. 2003. (Encontro). 

Encontro-palestra na PUC-Rio de Janeiro. O Brasil na Globalização: crises financeiras e negociações comerciais. 2002. (Encontro). 

Palestra no Brazil Program da Georgetown University.Brazil?s international economic relations, from the 19th to the 21st century. 2002. (Encontro). 

Palestra no Instituto Rio Branco, MRE, Brasilia. Diplomacia econômica brasileira: lições da história. 2002. (Encontro). 

Congresso Brasileiro de Direito Internacional, Curitiba, PR. Mercosul e Alca na perspectiva do Brasil: uma avaliação política sobre estratégias de atuação diplomática. 2001. (Congresso). 

Relações internacionais e política externa do Brasil. Relações Internacionais e política externa do Brasil. 2000. (Oficina). 

A política externa do Brasil num mundo em mudança. A inserção internacional do Brasil: da independência à globalização. 1999. (Simpósio). 

Conferência regional da Internacional Law Association. Mercosul: situação atual, cenários previsíveis, desenvolvimentos prováveis. 1999. (Simpósio). 

Comércio Internacional do Instituto de Administração. Diplomacia e Política Externa Brasileira. 1999. (Simpósio). 

Curso de Aperfeiçoamento de Diplomatas. Capitais voláteis e Tobin Tax. 1999. (Simpósio). 

Curso de Formação de Quadros para a Ação Internacional. Cooperação Financeira Internacional e o Financiamento para o Desenvolvimento. 1999. (Simpósio). 

Curso de Política e Estratégia Aeroespaciais. O Setor Externo no Desenvolvimento Econômico. 1999. (Simpósio). 

III Conferência dos Advogados do Distrito Federal. A Experiência de Integração Européia e a Evolução do Mercosul. 1999. (Simpósio). 

IV Ciclo de Conferências sobre Política Exterior do Brasil. O Brasil e as crises financeiras internacionais: visão histórica e reflexos sobre a política exterior, 1929-1999. 1999. (Simpósio). 

Palestra no Mestrado em relações internacionais. O Brasil e as crises financeiras internacionais. 1999. (Simpósio). 

Palestras para inauguração dos cursos de relações internacionais. Profissionalização em relações internacionais: exigências e possibilidades. 1999. (Simpósio). 

Seminário da Fundação Konrad Adenauer, Rio de Janeiro. Mercosul: problema de coordenação de políticas macroeconômicas e de uma futura união monetária. 1999. (Seminário). 

Curso de Aperfeiçoamento de Diplomatas, CAD-IRBr, MRE.O Brasil e a globalização financeira. 1998. (Simpósio). 

I Congresso Brasileiro de Direito Empresarial. Assimetrias estruturais e divergências institucionais no processo de constituição do Mercosul. 1998. (Simpósio). 

Conferência sobre Política Comercial do Brasil. Política Comercial do Brasil. 1997. (Simpósio). 

Curso de preparação ao vestibular do Instituto Rio Branco. Questões Internacionais Contemporâneas: itens selecionados. 1997. (Simpósio). 

Conferência na AEUDF, Brasilia. Mercosul e Globalização. 1996. (Simpósio). 

Conferência no curso de especialização da Escola de Políticas Públicas.A dimensão econômica das transformações mundiais. 1996. (Simpósio). 

Curso de Negociações Agrícola Internacional. Negociações econômicas internacionais: uma visão macropolítica da agenda mundial. 1996. (Simpósio). 

Chaire d’Histoire du Brésil de l’université de Paris-IV Sorbonne. Les Relations Internationales du Brésil en perspective historique. 1995. (Simpósio). 

Chaire de Relations Internationales de l'Université Paris-IV - Sorbonne. Principales étapes de l’intégration latino-américaine: le processus institutionnel de formation du Mercosud. 1995. (Simpósio). 

Chaire de Relations Internationales de Paris-IV. Problèmes politiques et économiques de la construction du Mercosud. 1995. (Simpósio). 

Conferência na mesa-redonda sobre o Mercosul. Aspects politique du Mercosud. 1995. (Simpósio). 

Conferência na Université de Paris-IV - Sorbonne. L’Économie Brésilienne et l’intégration régionale. 1995. (Simpósio). 

Conferência no II Seminário Español sobre la Realidad Brasilera. El Mercosur: evolución, diagnóstico y situación actual. 1995. (Simpósio). 

Enjeux et Perspectives du Mercosur. Antécédents, structure institutionelle et évolution du Mercosud. 1995. (Simpósio). 

Seminárie sur l’intégration Régionale - Le Mercosud. L’Intégration Latino-Américaine et le Mercosud. 1995. (Seminário). 

"L’Amérique Latine et le nouveau paysage international". Conferência sobre "Les projets d'intégration régionale en Amérique Latine: facteurs de stabilité politique". 1994. (Simpósio). 

"L’économie capitaliste est-elle compatible avec toutes les civilisations?'. Conferência sobre "Le capitalisme brésilien: dynamisme et inégalités". 1994. (Simpósio). 

Apresentação no Mestrado em Desenvolvimento da Université de Paris I -Sorbonne. Le Développement Récent de l'Amérique Latine: tendances et problèmes. 1994. (Seminário). 

Intervenção no colóquio "L' Union Européenne: puissance et équilibre dans le système économique international. "La Clause Sociale dans les Accords Internationaux". 1994. (Simpósio). 

Méthodes et Problématiques de l’Histoire Moderne et Contemporaine. Introduction à l'Étude des Relations Internationales du Brésil. 1994. (Seminário). 

"Intégration régionale et développement". "Le Mercosud: problèmes de l' intégration en Amérique du Sud". 1993. (Simpósio). 

" Propiedad Intelectual, Política Legislativa e Integración"." La Propiedad Intelectual en la Política Externa y en los Procesos de Integración Económica". 1993. (Simpósio). 

Conferência sobre "O Cone Sul e o Mercosul". Conferência sobre "O Cone Sul e o Mercosul". 1993. (Simpósio). 

Mestrado em Comércio Exterior, Uneb, Brasilia. Comércio Exterior. 1993. (Simpósio). 

Semana de Relações Internacionais da Unicap. O Mercosul: problemas da fase de transição. 1993. (Simpósio). 

Seminário Latino-Americano de Planejamento Urbano. O Mercosul no contexto regional e internacional. 1993. (Seminário). 

Ética, Cidadania e Educação. O Mercosul e a Integração Latino-Americana. 1992. (Seminário). 

La Situación Actual y las Perspectivas del Grupo Andino y el Mercado Común del Sur. La Optica del Brasil con respecto al Mercosur. 1992. (Seminário). 

Seminário Brasil-Itália: Imagens, Cooperação e Cultura na Relações Bilaterais. A inserção internacional da Itália contemporânea. 1992. (Seminário). 

Seminário Internacional de Universidades sobre o Mercosul. Avaliação das Implicações Culturais e Educacionais do Mercosul. 1992. (Seminário). 

VI Encuentro Regional de História.1492 e o nascimento da moderna diplomacia. 1991. Montevideo (Simpósio). 

Seminário Internacional Hight Tech 90. O Novo Regime da Propriedade Intelectual. 1990. (Seminário). 

V° Corso sulla cooperazione e lo sviluppo internazionali: Città e campagna nei processi di sviluppo. Modernisation et Urbanisation au Brésil: 1940-1990. 1990. (Simpósio). 

V Encuentro Regional de História (Montevidéu). Internacionalismo Proletário no Cone Sul: a experiência internacional do sindicalismo brasileiro no começo do século. 1990. (Simpósio). 

Conferência comemorativa do 20° aniversário do Intituto Universitaire di Bergamo. The New Intellectual Property Regime and its Economic Impact on Developing Countries. 1989. (Simpósio). 

Europa e Brasil no limiar do Ano 2000.Retorno ao Futuro: a ordem internacional em direção do horizonte 2000. 1988. (Simpósio). 

Seminário sobre a obra de Florestan Fernandes. O Paradigma Perdido: a Revolução Burguesa de Florestan Fernandes. 1986. (Seminário). 

Conferência sobre os Partidos Políticos e a Política Externa no Brasil.Partidos Políticos e a Política Externa no Brasil. 1985. (Simpósio). 

 

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4636, 21 abril 2024, 7 p.

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