- Política externa e diplomacia brasileira na era militar, 1964-1985
Paulo Roberto de Almeida
Doutor em Ciências Sociais, diplomata professor
(www.pralmeida.org; http://diplomatizzando.blogspot.com; pralmeida@me.com)
Disponível na plataforma acadêmica Academia.edu (link: https://www.academia.edu/117848745/4498_Política_externa_e_diplomacia_brasileira_na_era_militar_1964_1985_2023_) e em Research Gate (27/10/2023; link: https://www.researchgate.net/publication/375002356_As_relacoes_internacionais_do_Brasil_na_era_militar_1964-1985).
Sumário:
1. Visão geral da diplomacia e das políticas externas do regime militar
2. A diplomacia dos círculos concêntricos: governo Castello Branco (1964-1967)
3. A diplomacia da prosperidade: governo Costa e Silva (1967-1969)
4. A diplomacia do interesse nacional: governo Garrastazu Médici (1969-1974)
5. A diplomacia do pragmatismo responsável: dupla Geisel-Silveira (1974-1979)
6. A diplomacia do universalismo: governo Figueiredo (1979-1985)
7. Balanço global das diplomacias do regime militar (1964-1985)
Referências bibliográficas
As relações internacionais do Brasil durante o regime militar brasileiro podem ser analisadas, por uma parte, do lado das políticas mantidas pelos diferentes governos dos cinco generais presidentes que se sucederam ao longo do período – e, a despeito do que se crê habitualmente, elas diferiram bastante entre si – e, de outra parte, através das reações e interações mantidas por esses governos como respostas a questões da agenda internacional (dos órgãos das Nações Unidas, por exemplo), a pressões de parceiros (conflitos com os Estados Unidos sobre temas comerciais ou de propriedade intelectual, sobre a proliferação nuclear, entre outros contenciosos) ou, objetivamente, a partir de eventos ou processos dotados de grande impacto na economia do país (os dois choques do petróleo, em 1973 e 1979, ou o aumento dos juros americanos, que resultou na crise da dívida externa a partir de 1982). Vários elementos importantes dessas diplomacias resultaram, no entanto, de iniciativas dos próprios dirigentes, militares ou diplomatas, em função da percepção que mantinham sobre os interesses fundamentais do Brasil.
A literatura acumulada na área já possui diversas obras de referência obrigatória (Vizentini, 1998; Barreto, 2006; Cravo, 2016, entre muitas outras), mas uma tentativa de síntese abrangente, sobre um período especialmente problemático, do ponto de vista político, na vida do país, talvez tenha de ser efetuada por meio de uma obra coletiva que possa recolher textos expositivos de diplomatas, que disponham de um conhecimento direto das políticas praticadas ao longo do período, assim como ensaios analítico-explicativos de acadêmicos com independência em relação aos formuladores-executores dessas políticas. Aguardando que uma iniciativa desse tipo possa ser tomada, o ensaio que segue pode ser visto como uma combinação tentativa nessas duas vertentes, já que elaborada por um diplomata de carreira que também se exerce desde longos anos nas lides acadêmicas, com a independência intelectual que se requer nessas circunstâncias.
A metodologia adotada é linear, dividindo a cobertura das diplomacias praticadas em cada uma das presidências militares, mas iniciando e terminando por considerações gerais sobre o contexto externo e os problemas enfrentados pelo Brasil ao longo do período, concluindo por uma avaliação sobre a própria instituição diplomática.
1. Visão geral da diplomacia e das políticas externas do regime militar
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