Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
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segunda-feira, 22 de junho de 2015
Previdencia dos servidores publicos - Ricardo Bergamini
Ricardo Bergamini
Jornal do Comércio (Porto Alegre), 22/06/2015
No Brasil sempre que se debate a falência da previdência se refere apenas ao Regime Geral de Previdência (INSS), jamais se toca no Regime Próprio de Previdência dos servidores público, nesse campo há um silêncio abissal de todos, sejam políticos, imprensa, grupos de debates, estudiosos, intelectuais. Em 2014, o déficit previdenciário pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) foi de R$ 79,5 bilhões (1,44% do PIB) e do déficit previdenciário do setor público federal pelo Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) foi de R$ 66,9 bilhões (1,21% do PIB), totalizando no ano 2014 déficit previdenciário de R$ 146,4 bilhões (2,65% do PIB).
Em 2014, a receita previdenciária pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) foi de ? R$ 319, bilhões (5,79% do PIB) em contribuições de 67,1 milhões de pessoas físicas, sendo 53,8 milhões de empregados. A despesa previdenciária dos benefícios pagos aos 27,5 milhões de aposentados e pensionistas, com salário médio de R$ 1.044,05, foi de R$ 399,2 bilhões (7,23% do PIB), fazendo com que o resultado previdenciário tenha sido negativo em R$ 79,5 bilhões (1,44% do PIB). No ano passado, a receita previdenciária pelo Regime Próprio de Previdência Social da União (RPPS) das
contribuições dos 1.294.040 servidores ativos do governo federal (934.822 civis e 359.218 militares), com salário médio mensal de R$ 9.228,20, além da parte patronal e da contribuição dos inativos foi de R$ 29,2 bilhões (0,53% do PIB). A despesa previdenciária dos benefícios pagos aos 1.028.563 servidores aposentados e pensionistas do governo federal (731.977 civis e 296.586 militares), com salário médio de mensal de R$ 7.785,94, foi de R$ 96,1 bilhões (1,74% do PIB).
Em 2014, o rendimento médio/mês per capita com pessoal ativo da União -- 1.294.040 servidores (934.822 civis e 359.218 militares -- foi de R$ 9.228,20, enquanto a média/mês per capita nacional para os trabalhadores formais nas atividades privadas foi de R$ 2.122,10 (77% menor).
Analista financeiro
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http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=200100
terça-feira, 21 de abril de 2015
Impeachment "salvador", ou putrefacao do PT ate 2018? - Ricardo Bergamini
impeachment que pode, hipoteticamente, "salvar" o PT para disputar como vítima em 2018
ou
deterioração progressiva da situação econômica, a ponto de inviabilizar o PT em 2018.
Cabe refletir sobre seus argumentos, mas existem elementos imprevisíveis na equação política, e a realidade sempre pode mudar em função de personagens erráticos.
Paulo Roberto de Almeida
Governo do PT: impeachment ou agonia?
Ricardo Bergamini
Nos 12 anos do governo do PT (2003/2014) as decisões foram muito mais ideológicas do que técnicas, tanto nas politicas internas quanto nas externas, enquanto as condições externas estavam favoráveis ao Brasil, com a supervalorização das commodities, todos imaginavam que o Brasil havia batido à porta do primeiro mundo, mas já ao analisar os números do balanço do ano de 2011 eu alertava para o início de uma crise de balanço de pagamentos, conforme texto abaixo:
Mesmo com um saldo de reservas de US$ 352,0 bilhões em 31/12/11 o Brasil está no limite de uma crise cambial, em função do segundo déficit nas transações correntes de US$ 47,5 bilhões (2,22% do PIB) no ano de 2010 e de US$ 52,6 bilhões (2,13% do PIB) no ano de 2011. Cabe lembrar que 85% das nossas exportações são de commodities (alimentos e metais), os quais tiveram uma valorização internacional em dólares americanos de 152,80% entre os anos de 2002 até 2011.
Nota: No primeiro mandato da presidente Dilma (2011/2014) o déficit nas transações correntes foi da ordem de US$ 279,0 bilhões (2,86% do PIB).
Ao analisar os 12 anos do governo do PT podemos afirmar que, nem o Lula foi responsável pelo falso milagre brasileiro pregado no seu período de governo (não promoveu nenhuma reforma no seu governo), nem a Dilma é responsável pela tragédia atual, visto ser um conjunto vazio (nem é política e nem é técnica), ou seja: o Brasil viveu esses 12 anos sem nenhuma proposta de governo, mas somente uma luta pela manutenção do poder.
Mesmo para um primário em economia sabe que a correção do estágio atual de putrefação das contas nacionais do Brasil (vide análise de macroeconomia de minha autoria divulgada recentemente) levará muito tempo, bem como será de muita dor e sofrimento para os mais pobres, seja qual for o governante de plantão.
Com base no parágrafo acima haverá 2 cenários para o Brasil:
Cenário 1 – que a Dilma vá até o final de seu mandato sangrando, com isso o PT estará praticamente encerrado no ano de 2018. Não conseguiria eleger nem síndico de edifício.
Confesso ser esse o meu desejo.
Cenário 2 – Ocorra o impeachment de Dilma. Sendo um processo político seria a salvação da lavoura da Dilma e do PT, visto que sairiam como vítimas e teriam os argumentos conhecidos da esquerda de longa data de culpar a conspiração existente entre a CIA americana e a elite brasileira para tomarem o poder de forma imoral de um governo legítimo dado pelo povo, visto que o PT estava tirando o pobre da miséria e a elite detesta ver o povo feliz andando de avião e tendo carro (concidentemente pregação atual do Lula). Da mesma forma com que ocorreu com João Goulart onde até hoje ouvimos a mesma ladainha.
Peço paciência aos leitores para que os exaltados sejam humilhados. Não seria justo o segundo cenário do impeachment.
Ricardo Bergamini
www.ricardobergamini.com.br
sexta-feira, 20 de março de 2015
Operacao Lava a Jato - Ricardo Bergamini
Ricardo Bergamini, 20/03/2015
Na década de 1980 fui executivo financeiro da IESA - Internacional de Engenharia S/A, empresa onde conheci o meu amigo pensador Paulo Rabello de Castro (palestrante de economia), que é uma das empresas investigadas pela operação lava jato. Posso afirmar que não há nada de novo no que já era feito naquela época, ou seja: fazer parte de um clube de empresas para participar do rodízio, colocar um “over price” nos contratos e a cada recebimento de fatura repassar o valor do “over price” para uma empresa de consultoria indicada pelo contratante (na minha época eram empresas que aprovavam a qualidade da obra denominada de teste de aceitação). Cabe lembrar que: essa prática era adotada por todas as empresas estatais e governos e não existe outra forma de trabalhar já que a regra era institucional.
A regra era tão institucional que o presidente da IESA na época era o Dr. Sérgio Franklin Quintela, que hoje é um dos membros do conselho de administração da Petrobrás.
Quanto a Petrobrás sugiro pesquisar artigos do jornalista Paulo Francis, escritos na década de 90, onde sempre denunciou para o vento a corrupção na Petrobrás. Por isso o CAZUZA foi muito feliz ao afirma que o Brasil era um museu de grande novidade, ou seja: todos diariamente nos indignamos com fatos antigos e repetitivos (anões do orçamente, Carlinhos Cachoeira e a Delta, etc).
Como toda a minha vida profissional foi vivida dentro da área financeira das empresas e dos bancos poderia escrever um livro sobre corrupção.
Temos que admitir que vivemos em um país com deformação cultural do cinismo e da hipocrisia, haja vista que todos criticam a sonegação de impostos, ao mesmo tempo em que todos sabem que não há como manter nenhuma atividade econômica sem sonegar impostos.
Para encerrar o meu depoimento devo dizer que concordo plenamente com senhor Paulo Roberto Costa (ex- Diretor da Petrobrás) quando afirma em seu depoimento que não existe doação legal para partidos e políticos. Inexoravelmente todas tem como origem a corrupção. O resto é debate de bêbados. Diga-se de passagem, não podemos nos esquecer que foram as mesmas palavras ditas pelo Paulo Cesar Faria tesoureiro do Collor m 1992. Mais uma vez o museu de grandes novidades.
QUE DEUS TENHA PIEDADE DA ABISSAL ESCURIDÃO E ESTUPIDEZ COLETIVA REINANTE NO BRASIL
Ricardo Bergamini
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
E agora, um pouco do mundo real: queda economica em todos os setores...
Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Brasil – Fonte IBGE
Base: Agosto de 2014
Produção industrial cresce 0,7% em agosto
Agosto 2014 / Julho 2014: 0,7%
Agosto 2014 / Agosto 2013: -5,4%
Acumulado em 2014: -3,1%
Acumulado em 12 meses: -1,8%
Média móvel trimestral: -0,1%
Em agosto de 2014, a produção industrial nacional avançou 0,7% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, após também crescer 0,7% em julho, quando interrompeu quatro meses seguidos de resultados negativos, período em que acumulou perda de 3,4%. Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, o total da indústria apontou redução de 5,4% em agosto de 2014, sexta taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação. Assim, o setor industrial acumulou queda de 3,1% nos oito meses do ano, intensificando, portanto, o recuo de 2,6% registrado no primeiro semestre de 2014. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, com o recuo de 1,8% em agosto de 2014, manteve a trajetória descendente iniciada em março último (2,0%) e assinalou o resultado negativo mais intenso desde dezembro de 2012 (-2,3%).
O setor industrial, em agosto de 2014, permanece com o quadro de ligeira melhora no ritmo produtivo, ao marcar o segundo avanço seguido que interrompeu quatro meses consecutivos de queda na produção. Vale destacar que com o resultado positivo desse mês, o total da indústria recuperou apenas parte da perda de 3,4% acumulada entre março e junho e ficou 6,2% abaixo do nível recorde alcançado em junho de 2013. Ainda na série com ajuste sazonal, os sinais de menor dinamismo da atividade industrial nos últimos meses também ficaram evidenciados na evolução do índice de média móvel trimestral, que embora tenha reduzido o ritmo de queda frente aos meses anteriores, manteve a trajetória descendente iniciada em março último.
14 dos 24 ramos investigados registram crescimento em agosto contra julho
O crescimento de 0,7% da atividade industrial na passagem de julho para agosto teve predomínio de índices positivos, alcançando 14 dos 24 ramos pesquisados, com destaque para o avanço de 2,4% registrado porindústrias extrativas, que apontou o sexto resultado positivo consecutivo, acumulando nesse período expansão de 7,3%. Outras contribuições positivas importantes sobre o total da indústria vieram dos setores de máquinas e equipamentos (3,9%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,5%), de produtos alimentícios (1,1%), de produtos de borracha e material plástico (4,1%), de produtos do fumo (15,4%) e deprodutos de metal (2,7%). Por outro lado, entre os dez ramos que reduziram a produção nesse mês, os desempenhos de maior importância para a média global foram assinalados por bebidas (-6,1%), perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (-4,2%), produtos farmacêuticos e farmoquímicos (-7,4%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-1,5%) e outros equipamentos de transporte (-6,9%). Vale ressaltar que, com exceção do primeiro setor, que mostrou taxa negativa pelo segundo mês seguido e acumulou perda de 8,6% nesse período, as demais atividades apontaram resultados positivos em julho último: 2,8%, 4,1%, 8,4% e 31,0%, respectivamente.
Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, somente bens intermediários (1,1%) assinalou avanço na produção nesse mês e interrompeu quatro meses consecutivos de taxas negativas nesse tipo de confronto, período em que acumulou recuo de 1,4%. O segmento de bens de capital (0,0%) repetiu o patamar registrado no mês anterior, após apontar expansão de 15,0% em julho último, quando reverteu quatro meses seguidos de queda na produção, com perda acumulada de 19,4% nesse período. Os setores produtores de bens de consumo duráveis (-3,0%) e de bens de consumo semi e não-duráveis(-0,8%) mostraram as taxas negativas nesse mês, com o primeiro voltando a recuar após crescer 26,3% no mês anterior, e o segundo eliminando o crescimento de 0,6% verificado em julho.
Média móvel trimestral tem variação negativa (-0,1%)
Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria mostrou variação negativa de 0,1% no trimestre encerrado em agosto frente ao nível do mês anterior, após também registrar resultados negativos em abril (-0,3%), maio (-0,6%), junho (-1,0%) e julho (-0,6%). Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, bens de consumo duráveis (-2,3%) assinalou a redução mais acentuada em agosto e manteve a trajetória descendente iniciada em março último. O setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis (-0,6%) também apontou taxa negativa nesse mês, após ficar praticamente estável nos dois últimos meses. Por outro lado, os segmentos debens intermediários e de bens de capital, ambos com variação de 0,2%, registraram os resultados positivos em agosto, com o primeiro revertendo o comportamento negativo iniciado em maio; e o segundo interrompendo quatro meses seguidos de queda nesse tipo de indicador.
Na comparação com agosto de 2013, produção industrial cai (-5,4%)
Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial mostrou queda de 5,4% em agosto de 2014, com perfil disseminado de resultados negativos, já que as quatro grandes categorias econômicas e a maior parte (21) dos 26 ramos apontaram redução na produção. Vale citar que agosto de 2014 (21 dias) teve um dia útil a menos do que igual mês do ano anterior (22). Entre as atividades, a de veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuou 25,6%, exerceu a maior influência negativa na formação da média da indústria, pressionada em grande parte pela menor fabricação de automóveis, caminhões, caminhão-trator para reboques e semirreboques e autopeças. Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram deprodutos alimentícios (-4,0%), de metalurgia (-11,2%), de produtos de metal (-12,0%), de máquinas e equipamentos (-6,6%), de outros produtos químicos (-5,7%), de produtos de borracha e de material plástico(-8,5%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-9,4%), de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-9,3%) e de bebidas (-6,6%). Em termos de produtos, as pressões negativas mais importantes nesses ramos foram, respectivamente, açúcar cristal e VHP, sorvetes, picolés, carnes de bovinos congeladas, frescas ou refrigeradas e carnes de aves congeladas; artefatos e peças diversas de ferro fundido, barras de aços ao carbono, bobinas a frio de aços ao carbono, chapas, bobinas, fitas e tiras de aço relaminadas, tubos flexíveis e trefilados de ferro e aço, bobinas ou chapas de aços zincadas e de outras ligas de aço e tubos, canos ou perfis ocos de aços sem costura; estruturas de ferro e aço, parafusos, ganchos, pinos ou porcas de ferro e aço, esquadrias de ferro e aço, torres e pórticos de ferro e aço, construções pré-fabricadas de metal, artefatos diversos de ferro e aço estampado e pontes e elementos de pontes de ferro e aço; máquinas para colheita, motoniveladores, válvulas, torneiras e registros, guindastes, pontes e vigas rolantes, pórticos, pontes-guindastes e carros-pórticos, carregadoras-transportadoras, empilhadeiras propulsoras, rolamentos de esferas, agulhas e cilindros para equipamentos industriais e retroescavadeiras;tintas e vernizes para usos em geral, herbicidas e fungicidas para uso na agricultura; peças e acessórios de plástico para indústria automobilística, pneus, juntas, gaxetas e semelhantes de borracha vulcanizada não endurecida, garrafas, garrafões, frascos e artigos semelhantes de plástico e filmes de material plástico (inclusive BOPP) para embalagem; fios, cabos e condutores elétricos com capa isolante, motores elétricos de corrente alternada ou contínua, grupos eletrogêneos, interruptores, seccionadores e comutadores para tensão menor ou igual a 1kv, eletroportáteis domésticos, aparelhos elétricos de alarme para proteção e fogões de cozinha para uso doméstico; televisores, transmissores e receptores de telefonia celular, rádios para veículos automotores, placas de circuito impresso para informática, telefones celulares, computadores pessoais de mesa (desktops) e relógios; e refrigerantes, cervejas, chope e preparações em xarope para elaboração de bebidas para fins industriais. Por outro lado, ainda na comparação com agosto de 2013, entre as cinco atividades que aumentaram a produção, os principais impactos foram observados em indústrias extrativas(7,6%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (5,3%) e produtos de fumo (34,6%), impulsionados, em grande parte, pelos avanços nos itens minérios de ferro pelotizados, óleos brutos de petróleo e minérios de ferro em bruto, no primeiro ramo, óleos combustíveis, querosenes de aviação e álcool etílico, no segundo, e fumo processado industrialmente, no último.
Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de consumo duráveis (-17,9%) e bens de capital(-13,4%) assinalaram, em agosto de 2014, as quedas mais acentuadas entre as grandes categorias econômicas. Os segmentos de bens intermediários (-3,3%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (-3,1%) registraram os demais resultados negativos nesse mês, com ambos recuando com intensidade menor do que a média nacional (-5,4%).
O segmento de bens de consumo duráveis recuou 17,9% no índice mensal de agosto de 2014, sexta taxa negativa consecutiva nesse tipo de confronto e mais intensa do que a observada no mês anterior (-13,7%). Nesse mês, o setor foi particularmente pressionado pela menor fabricação de automóveis (-25,0%), ainda influenciado por reduções de jornadas de trabalho e pela concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas. Outros impactos negativos importantes vieram de motocicletas (-18,3%), de eletrodomésticos da “linha marrom” (-21,0%), por conta da menor produção de televisores, de eletrodomésticos da “linha branca”(-5,4%), de outros eletrodomésticos (-9,9%) e de móveis (-14,7%).
O setor produtor de bens de capital, ao recuar 13,4% em agosto de 2014, também assinalou o sexto resultado negativo consecutivo no índice mensal e com queda mais intensa do que a verificada no mês anterior (-8,2%). Na formação do índice desse mês, o segmento foi influenciado pelo recuo observado na maior parte dos seus grupamentos, com claro destaque para a redução de 22,3% de bens de capital para equipamentos de transporte, pressionado principalmente pela menor fabricação de caminhões, de caminhão-trator para reboques e semirreboques, de reboques e semirreboques e de veículos para transporte de mercadorias. As demais taxas negativas foram registradas por bens de capital para construção (-22,9%), agrícola (-13,0%) e para finsindustriais (-1,2%), enquanto bens de capital para energia elétrica (6,3%) e de uso misto (1,7%) apontaram os resultados positivos em agosto de 2014.
A queda na produção de bens intermediários (-3,3%), que apontou o sexto resultado negativo consecutivo na comparação com igual mês do ano anterior, foi explicada principalmente pelos recuos nos produtos associados às atividades de veículos automotores, reboques e carrocerias (-25,1%), metalurgia (-11,2%), produtos de metal(-13,6%), outros produtos químicos (-5,6%), produtos de borracha e de material plástico (-8,8%), produtos alimentícios (-4,3%), produtos de minerais não-metálicos (-3,5%) e produtos têxteis (-5,5%), enquanto as pressões positivas foram assinaladas por indústrias extrativas (7,6%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (6,3%), máquinas e equipamentos (4,9%) e celulose, papel e produtos de papel (1,3%). Ainda nessa categoria, vale citar também os resultados negativos registrados pelos grupamentos de insumos para construção civil (-7,2%), que registrou a sexta queda consecutiva nesse tipo de comparação, e de embalagens(-2,3%), após também recuar em junho (-3,6%) e julho (-2,6%) últimos.
Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, o segmento de bens de consumo semi e não-duráveis, ao recuar 3,1% em agosto de 2014, reverteu o avanço de 0,6% assinalado em julho último. O desempenho nesse mês foi influenciado em grande parte pelos recuos vindos dos grupamentos de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-4,2%), de semiduráveis (-7,1%) e de não-duráveis (-1,2%), pressionados principalmente pela menor fabricação de sorvetes, picolés, refrigerantes, carnes de bovinos congeladas, frescas ou refrigeradas, cervejas, chope, carnes e miudezas de aves congeladas, biscoitos e bolachas, no primeiro subsetor, camisetas de malha, calças compridas de uso feminino, telefones celulares, camisas e blusas, exceto de malha, de uso feminino, calçados de material sintético e de couro de uso feminino, no segundo, e demedicamentos e livros, no último. Por outro lado, o grupamento de carburantes (3,2%) assinalou o único resultado positivo nesse mês, impulsionado pelo avanço na produção de álcool etílico e de gasolina automotiva.
No acumulado em 2014, produção industrial cai (-3,1%)
No índice acumulado para os oito meses de 2014, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial mostrou queda de 3,1%, com perfil disseminado de taxas negativas, alcançando três das quatro grandes categorias econômicas, 18 das 26 atividades, 56 dos 79 grupos e 64,3% dos 805 produtos investigados. O principal impacto negativo foi observado no ramo de veículos automotores, reboques e carrocerias (-18,8%), pressionado, em grande parte, pela redução na produção de aproximadamente 94% dos produtos investigados no setor, com destaque para os recuos registrados por automóveis, caminhões, caminhão-trator para reboques e semirreboques, veículos para transporte de mercadorias e autopeças. Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram dos setores de produtos de metal (-11,0%), de metalurgia (-6,6%), demáquinas e equipamentos (-5,6%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-8,1%), de outros produtos químicos (-3,8%) e de produtos de borracha e de material plástico (-4,4%). Em termos de produtos, as influências negativas mais importantes nesses ramos foram, respectivamente, estruturas de ferro e aço, artefatos diversos de ferro e aço estampado, esquadrias de ferro e aço, construções pré-fabricadas de metal, pontes e elementos de pontes de ferro e aço, parafusos, ganchos, pinos ou porcas de ferro e aço e andaimes tubulares e material para andaimes; artefatos e peças diversas de ferro fundido, bobinas ou chapas de outras ligas de aço, chapas, bobinas, fitas e tiras de aço relaminadas, tubos flexíveis e trefilados de ferro e aço e tubos de aços com costura; válvulas, torneiras e registros, tratores agrícolas, guindastes, pontes e vigas rolantes, pórticos, pontes-guindastes e carros-pórticos, retroescavadeiras, rolamentos de esferas, agulhas e cilindros para equipamentos industriais e máquinas para colheita; fios, cabos e condutores elétricos com capa isolante, interruptores, seccionadores e comutadores para tensão menor ou igual a 1kv, motores elétricos de corrente alternada ou contínua, aparelhos elétricos de alarme para proteção, eletroportáteis domésticos, máquinas de lavar ou secar roupas e refrigeradores ou congeladores para uso doméstico; fungicidas para uso na agricultura, tintas e vernizes para usos em geral e para construção, propeno não-saturado, éteres e peróxidos orgânicos, benzeno, aditivos para óleos lubrificantes e etileno não-saturado; e peças e acessórios de plástico e de borracha para indústria automobilística, borracha misturada não vulcanizada em formas primárias, juntas, gaxetas e semelhantes de borracha vulcanizada não endurecida, cartuchos de plástico para embalagem, filmes de material plástico (inclusive BOPP) para embalagem e garrafas, garrafões, frascos e artigos semelhantes de plástico. Por outro lado, entre as oito atividades que ampliaram a produção, as principais influências foram observadas em indústrias extrativas (4,9%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (2,3%), produtos farmacêuticos e farmoquímicos (5,6%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (4,8%) e produtos alimentícios (0,8%), impulsionadas, em grande parte, pelo crescimento na produção de minérios de ferro em bruto ou beneficiado e pelotizados, na primeira, de óleos combustíveis, álcool etílico, asfalto de petróleo, querosene para aviação e gasolina automotiva, na segunda, demedicamentos, na terceira, de televisores, aparelhos de comutação para telefonia, monitores de vídeo e gravador ou reprodutor de sinais de áudio e vídeo (DVD e home theater), na quarta, e de açúcar cristal, na última.
Entre as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para o índice acumulado nos oito meses de 2014 mostrou menor dinamismo para bens de consumo duráveis (-10,3%) e bens de capital (-8,8%), pressionadas especialmente pela redução na fabricação de automóveis (-18,6%), na primeira, e de bens de capital para equipamentos de transporte (-16,9%), na segunda. O segmento de bens intermediários (-2,6%) também assinalou resultado negativo no índice acumulado no ano, mas com queda menos intensa do que a observada na média nacional (-3,1%). Por outro lado, o setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis(0,0%) foi o único que não apontou taxa negativa.
Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.
Ricardo Bergamini
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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
Evolucao da carga tributaria brasileira - Ricardo Bergamini
Por Ricardo Bergamini , 18 Feb 2014
Carga Tributária Brasileira - % PIB
1 – Em 1990 o Presidente Collor assumiu o governo com uma carga tributária de 23,71% do PIB, entregando o governo em 1992 com uma carga tributária de 24,96% do PIB. Aumento de 5,27% em relação ao ano de 1989.
2 – Em 1992 o Presidente Itamar Franco assumiu o governo com uma carga tributária de 24,96% do PIB, entregando o governo em 1994 com uma carga tributária de 27,90% do PIB. Aumento de 11,78% em relação ao ano de 1992.
3- Em 1995 o Presidente FHC assumiu o governo com uma carga tributária de 27.90% do PIB, entregando governo em 2002 com uma carga tributária de 32,35% do PIB. Aumento de 15,95% em relação ao ano de 1994.
4 – Em 2003 o Presidente Lula assumiu o governo com uma carga tributária de 32,35% do PIB, entregando o governo em 2010 com uma carga tributária de 33,53% do PIB. Aumento de 3,65% em relação ao ano de 2002.
5 – Em 2011 a Presidente Dilma assumiu o governo com uma carga tributária de 33,53% do PIB aumentando para 35,85% do PIB no seu segundo ano de governo. Aumento de 6,92% em relação ao ano de 2010.
6 – De 1990 até 2012 a carga tributária brasileira teve um aumento real em relação ao PIB de 51,20%.
6.1 – Aumento da carga tributária federal no período – 54,27%.
6.2 – Aumento da carga tributária estadual no período – 34,43%.
6.3- Aumento da carga tributária municipal no período – 117,89%.
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sexta-feira, 19 de abril de 2013
A Previdencia ja' quebrou: so' falta juntar os cacos - Ricardo Bergamini
Ricardo Bergamini
19/04/2013
Cansado de rebater estudos demonstrando que a previdência social não gera déficit, resolvi montar um modelo que despreza conhecimentos econômicos profundos, ou de alto nível de saber e conhecimento, necessitando apenas de conhecimentos de nível primário ou de primeiro grau.
Vou analisar apenas o regime dos servidores públicos da União, onde existe a maior distorção, e por ser o maior gerador de déficit do sistema.
Todas as premissas utilizadas são com base nos números divulgados pelo Ministério do Planejamento relativos ao ano de 2012.
1) Em dezembro 2012 existiam 1.235.709 servidores federais ativos (civis, militares e intergovernamentais*) que custaram ao Tesouro Nacional o montante de R$ 123,2 bilhões.
2) Em dezembro 2012 existiam 1.015.333 servidores federais inativos (aposentados e pensionistas – civis e reformados, reservas e pensões – militares e intergovenamentais*) que custaram ao Tesouro Nacional o montante de R$ 81,3 bilhões.
3) Com base nos números acima podemos chegar a duas conclusões de nível primário ou de primeiro grau:
3.1) Em dezembro 2012 existia uma relação de 1,22 servidores federais ativos para 1,00 servidores federais inativos. Número obtido dividindo-se 1.235.709 ativos por 1.015.333 inativos. Aí reside a primeira distorção do serviço público federal montando através de várias distorções e privilégios gerados de longa data, podendo citar alguns deles, tais como: aposentadoria precoce dos políticos, e de várias outras atividades e a aberração das pensões para filhas de militares (no ano de 2012 os gastos com pessoal militar foi de 40,82% com ativos e 59,18% com inativos - reserva, reforma e pensão), dentre muitas outras distorções.
3.2) A segunda conclusão primária ou de primeiro grau é a de que a União gastou 65,99% do correspondente aos salários dos servidores federais ativos com o pagamento dos servidores federais inativos. Número obtido dividindo-se os gastos com servidores federais inativos de R$ 81,3 bilhões pelos gastos com servidores federais ativos de R$ 123,2 bilhões.
4) Com base no acima colocado podemos chegar a conclusão, sem masturbação mental ideológica, e de forma incontestável de que a União necessita do correspondente a 65,99% dos gastos com salários dos servidores ativos para pagar os servidores inativos. Como, em média, os servidores federais ativos, inativos e pensionistas contribuem com 11% dos seus salários para o fundo do Regime Próprio de Previdência da União, ficam faltando 54,99% dos gastos correspondentes aos salários dos servidores federais ativos para fechar a conta da orgia pública federal, que são pagos pelo Tesouro Nacional (POVO), quando na verdade a parte patronal (Governo) legal para o fundo do Regime Próprio de Previdência da União seria de apenas 22% dos gastos correspondentes aos salários dos servidores federais ativos, conforme abaixo demonstrado:
Demonstrativo do RPPS da União – Fonte MF – Base: R$ Bilhões
Benefícios Pagos aos Servidores Militares (Reserva, Reforma e Pensão): (23,2)
Benefícios Pagos aos Servidores Civis da União (Aposentadorias e Pensões): (58,1)
Total de Benefícios Pagos aos Servidores Inativos da União: (81,3)
Contribuição Patronal (União): 13,5
Contribuição dos Servidores Civis Ativos da União: 7,1
Contribuição dos Servidores Militares Ativos da União: 2,0
Contribuição dos Servidores Inativos da União: 1,8
Contribuição dos Servidores Pensionistas da União: 0,6
Total de Contribuições Recebidas no RPPS da União: 25,0
Total de Déficit Previdenciário Gerado no RPPS da União: (56,3)
Como acima demonstrado o governo além da parte patronal legal de R$ 13,5 bilhões teve que cobrir o déficit previdenciário de R$ 56,3 bilhões, totalizando gastos de R$ 69,8 bilhões, ou seja: na realidade o governo participou com 56,65% (legal e déficit) dos gastos com pessoal ativo e os servidores (ativos e inativos e pensionistas) com 9,34% dos salários dos ativos para pagamento dos inativos e pensionistas.
*Nota: Intergovernamentais: Ex-Territórios e DF: - Nº de Empregados de outras esferas de Governo pagos com recursos do Ministério da Fazenda.
Ricardo Bergamini
domingo, 3 de março de 2013
Contas Nacionais 2012 - Números do IBGE
Base: Ano de 2012
Em relação ao 3º tri de 2012, PIB varia 0,6%
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Taxa Média de Crescimento Econômico, 1964-2012
Ricardo Bergamini
Períodos - Média/Ano
1964/84 - 6,29
1985/89 - 4,39
1990/94 - 1,24
1995/02 - 2,31
2003/10 - 4,06
2011/2012 - 1,80
Fonte de Consulta IBGE
1 – Nos 21 anos dos governos militares, o Brasil teve um crescimento econômico real médio de 6,29% ao ano.
2 – Nos 5 anos do governo Sarney, com moratória internacional e hiperinflação, o Brasil teve um crescimento econômico real médio de 4,39% ao ano.
3 – Nos 5 anos dos governos Collor e Itamar, o Brasil teve um crescimento econômico real médio de 1,24% ao ano.
4 – Nos 8 anos do governo FHC, o Brasil teve um crescimento econômico real médio de 2,31% ao ano.
5 – Nos 8 anos do governo Lula, o Brasil teve um crescimento econômico real médio de 4,06% ao ano.
6 – No governo Dilma (2011/2012) o Brasil teve um crescimento econômico real médio de 1,80% ao ano.
sábado, 20 de outubro de 2012
Derrapagem orcamentaria, financeira e inflacionaria - Celso Ming, Ricardo Bergamini
Períodos
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1964/84
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1985/89
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1990/94
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1995/02
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2003/10
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2011
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Média/Ano
Fonte: IBGE.
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6,29
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4,39
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1,24
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2,31
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4,06
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2,70
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quarta-feira, 21 de março de 2012
Balanco fiscal dos governos FHC, Lula e Dilma - Ricardo Bergamini
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