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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Um governo ladrao: adivinhem qual?

Fui consultar meu extrato bancário, hoje, e descobri uma coisa extraordinária: o governo está roubando o meu dinheiro -- como sempre está, aliás, mas teoricamente para prestar algum serviço em contrapartida.
Desta vez não: se trata de um roubo gratuito, deliberado, criminoso, eu diria.

Transferi, como faço ocasionalmente, um dinheiro para uma pessoa da família, tudo dentro do mesmo banco -- esse que o governo usa para fazer demagogia, tendo mesmo constituído um soi-disant "Banco do Povo", que só gastou dinheiro com propaganda, e provavelmente com corrupção, também, e depois fechou, sem a propaganda inicial -- e sem maiores burocracias, tudo feito online, portanto sem nenhuma despesa ou favor desse governicho.
Eis o que encontro agora:
01/09/11  Cobrança de juros 0,09
01/09/11  Cobrança de IOF  0,26

Ou seja, apenas por isso, o governo me rouba 35 centavos, e suponho que esteja roubando também de outros correntistas, de qualquer correntista, de qualquer banco, que faça uma operação implicando transferência de recursos de um CPF a outro.
Bandidos! Assaltantes!
Será que o governo quer me fazer usar dinheiro vivo, agora?
Ladrões de casaca! (talvez nem usem casaca...)
Paulo Roberto de Almeida

domingo, 22 de maio de 2011

Acautele-se, leitor consumidor: estao construindo um pacto contra voce...

Eu chamo isso de "pacto perverso".
Ou seja, se trata de um complô contra os interesses da maioria da população, perpetrados contra ela, e em seu detrimento e desconhecimento, alegando justamente que o pacto perverso está sendo feito para proteger emprego, renda, o mercado interno, os interesses nacionais.
Não é nada disso: se trata apenas de um pacto para escalpelar os clientes consumidores, se quisermos, feito para extrair renda dos brasileiros, em benefício de duas categorias que sempre complotaram contra o interesse público.
Estou falando de um pacto entre sindicato de patrões e um sindicato de ladrões, ops, me enganei, de trabalhadores, embora eu considere que os ladrões estejam de fato no primeiro grupo. Os segundos são apenas os operários industriais, neste caso representado pela máfia sindical, que diz pretender agir em benefício dos segundos, ou seja, dos trabalhadores industriais, confundindo-os com a sociedade em geral.

Leio na imprensa de sexta-feira, 20 de maio de 2011, esta notícia:

Fiesp e centrais negociam pacto pró-indústria
Subtítulo: Entidades vão chamar o governo para fechar um acordo que combata a desindustrialização

Pois é, caro leitor: quando conseguirem fechar esse acordo, pode ter certeza de que você vai pagar por isto, e caro, direta e indiretamente.
Primeiro, os produtos vão ficar mais caros, pois vão dispor de mais proteção, o que significa que os industriais da Fiesp vão poder cobrar mais por eles, com tarifas altas e outras medidas de defesa comercial.
Depois, os industriais vão ter mais créditos (dinheiro público, eventualmente via BNDES), já que eles alegarão que precisam de dinheiro barato para investir.
No longo prazo, a indústria nacional vai ficar ainda mais defasada em relação aos níveis de competitividade internacional, e terá de pedir mais proteção.
Em última instância, caro leitor, você pagará por isto, direta e indiretamente: consumindo produtos mais caros (e nem por isso melhores do que a concorrência estrangeira, afastada, porém, por causa da alta proteção concedida, o que também o prejudicará no futuro) e subsidiando, via impostos e receitas públicas transferências de renda (do seu bolso) para quem já é rico, ou seja, os industriais "nacionais" (reunidos na Fiesp e na CNI).

Esse é o mesmo tipo de pacto perverso que levou a Argentina à decadência -- da qual ela ainda não saiu, diga-se de passagem, via peronismo e outros governos -- e que também conduziu a Grã-Bretanha a uma decadência de décadas, até o processo ser revertido graças à coragem de Margareth Tatcher. Na Grã-Bretanha, o pacto perverso se dava entre a TUC, de um lado (a Trade Union Congress, a CUT deles), e o Labour, de outro, o Partido Trabalhista, que quando estava no poder impulsionava medidas que protegessem os trabalhadores e patrões locais, em detrimento da concorrência e, portanto, dos consumidores britânicos.

Portanto, fique sabendo, caro leitor: quando conseguirem anunciar triunfalmente que patrões e trabalhadores, com o beneplácito do Estado, conseguiram conquistar o seu pacto, eles vão enfiar a mão no seu bolso, para transferir renda compulsoriamente para os seus próprios bolsos.
Estamos a caminho da decadência econômica e da perversão moral, apresentada como virtude.

Pelo menos a mim, não me enganam...

Paulo Roberto de Almeida