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sexta-feira, 9 de julho de 2021

A gestão de Vasco Leitão da Cunha no Itamaraty e a política externa brasileira: seleção de documentos diplomáticos (1964-1965) - livro Funag

FUNAG – Lançamento do livro “A gestão de Vasco Leitão da Cunha no Itamaraty e a política externa brasileira: seleção de documentos diplomáticos (1964-1965)” | Última atualização - 06/07/2021 às 15:16


 A FUNAG publicou a obra A gestão de Vasco Leitão da Cunha no Itamaraty e a política externa brasileira: seleção de documentos diplomáticos (1964-1965), organizada pelo Conselheiro Henri Carrières. A publicação, em dois volumes, reúne documentos da gestão do Embaixador Vasco Leitão da Cunha como Ministro das Relações Exteriores. O material vem acompanhado de notas explicativas que ajudam a situá-lo em seu quadro histórico. Também foram incluídos um álbum com fotografias da época, recuperadas nos acervos do Itamaraty e do Arquivo Nacional, e uma cronologia da ação diplomática brasileira nos anos em questão.
Faça o download gratuito da obra na biblioteca digital da FUNAG: 

http://funag.gov.br/biblioteca-nova/produto/37-1151-1

A Gestão de Vasco Leitão da Cunha no Itamaraty e a política externa brasileira

 (dois volumes) 

Descrição: 
A publicação, em dois volumes, reúne documentos da gestão do Embaixador Vasco Leitão da Cunha como ministro das Relações Exteriores. O material vem acompanhado de notas explicativas que ajudam a situá-lo em seu quadro histórico. Também foram incluídos um álbum com fotografias da época, recuperadas nos acervos do Ministério das Relações Exteriores e do Arquivo Nacional, e uma cronologia da ação diplomática brasileira nos anos em questão. Dentre os temas abordados na obra figuram as relações com os Estados Unidos e com os países a leste da Cortina de Ferro; o rompimento com Cuba; a questão colonial portuguesa; a ação em foros multilaterais; e a participação de tropas brasileiras na Força Interamericana de Paz na República Dominicana. As informações apresentadas ampliam o conhecimento disponível sobre o período ou trazem de volta à luz episódios como a reunião de chefes de missão do Brasil em países socialistas, realizada em Viena, em julho de 1965.

Gestão de Vasco Leitão da Cunha no Itamaraty e a política externa brasileira: seleção de documentos diplomáticos (1964-1965), A: vol. 1


A publicação, em dois volumes, reúne documentos da gestão do Embaixador Vasco Leitão da Cunha como ministro das Relações Exteriores. O material vem acompanhado de notas explicativas que ajudam a situá-lo em seu quadro histórico. Também foram incluídos um álbum com fotografias da época, recuperadas nos acervos do Ministério das Relações Exteriores e do Arquivo Nacional, e uma cronologia da ação diplomática brasileira nos anos em questão.

Dentre os temas abordados na obra figuram as relações com os Estados Unidos e com os países a leste da Cortina de Ferro; o rompimento com Cuba; a questão colonial portuguesa; a ação em foros multilaterais; e a participação de tropas brasileiras na Força Interamericana de Paz na República Dominicana. As informações apresentadas ampliam o conhecimento disponível sobre o período ou trazem de volta à luz episódios como a reunião de chefes de missão do Brasil em países socialistas, realizada em Viena, em julho de 1965.

Este primeiro volume reúne mais de uma centena de documentos sobre assuntos caros à nossa historiografia, sobretudo a já mencionada convergência com os Estados Unidos, e outros mais, como o rompimento com Cuba e a questão colonial portuguesa.


Gestão de Vasco Leitão da Cunha no Itamaraty e a política externa brasileira: seleção de documentos diplomáticos (1964-1965), A: vol. 2

A publicação, em dois volumes, reúne documentos da gestão do Embaixador Vasco Leitão da Cunha como ministro das Relações Exteriores. O material vem acompanhado de notas explicativas que ajudam a situá-lo em seu quadro histórico. Também foram incluídos um álbum com fotografias da época, recuperadas nos acervos do Ministério das Relações Exteriores e do Arquivo Nacional, e uma cronologia da ação diplomática brasileira nos anos em questão.

Dentre os temas abordados na obra figuram as relações com os Estados Unidos e com os países a leste da Cortina de Ferro; o rompimento com Cuba; a questão colonial portuguesa; a ação em foros multilaterais; e a participação de tropas brasileiras na Força Interamericana de Paz na República Dominicana. As informações apresentadas ampliam o conhecimento disponível sobre o período ou trazem de volta à luz episódios como a reunião de chefes de missão do Brasil em países socialistas, realizada em Viena, em julho de 1965.

Este segundo volume de documentos diplomáticos da gestão de Vasco Leitão da Cunha no Itamaraty reúne mais de 60 fontes primárias sobre temas como as relações do Brasil com os países a leste da Cortina de Ferro, a ação do País em foros multilaterais, nossa participação na Força Interamericana de Paz na República Dominicana e outros tantos, apresentando as questões mais críticas e tocando em pontos nevrálgicos da atuação do Ministério das Relações Exteriores à época.


terça-feira, 17 de julho de 2018

Celso Lafer: livro de seus textos sobre RI, PExt-Br e diplomacia. em preparação pela Funag

Acabo de revisar uma versão pré-impressão deste livro: 

Relações internacionais, política externa e diplomacia brasileira: pensamento e ação
2 Volumes  
Brasília, Funag, 2018


Índice do Volume 1
  
Prefácio – Gelson Fonseca              
Introdução geral – Celso Lafer 

PARTE I - A reflexão da experiência
1. Uma vida na diplomacia: entrevista ao Cpdoc (1993)
2. Reflexões sobre uma gestão: 2000-2002 (2003) 
3. Uma trajetória diplomática: entrevista à revista Sapientia(2012)

PARTE II –Itamaraty
A instituição
4. A autoridade do Itamaraty (1992)
5. O Palácio do Itamaraty: Rio-Brasília (2001)
6. Uma diplomacia de fundação: O Itamaraty na cultura brasileira(2001)
7. Rio Branco e o Itamaraty: 100 anos em 10 (2002)
8. Rio Branco e a memória nacional (2012)
9. Desatar nós: posse do secretário-geral Osmar Chohfi (2001)
10. O retorno ao Itamaraty (2001)

Diálogos
11. José Guilherme Merquior: a legitimidade na política internacional (1993)
12. Gelson Fonseca Jr.: a legitimidade na vida mundial (1998)
13. Sergio Danese: Diplomacia Presidencial(1998)
14. Synesio Sampaio Goes: Navegantes, Bandeirantes e Diplomatas(2000)
15. Fernando Barreto: Os Sucessores do Barão, 1912-1964(2001)
16. Rubens Ricupero: a viagem presidencial de Tancredo (2010) 
17. Gelson Fonseca: A Diplomacia Multilateral do Brasil(2015)

Memórias
18. Horácio Lafer (1900-1965): sua atualidade (2015)
19. Diplomatas contra o Holocausto (2001) 
20. Saraiva Guerreiro: um empregado do Itamaraty (1992)
21. As lições das memórias de Lampreia (2010)

PARTE III – Relações internacionais
A necessidade do campo
22. O estudo das relações internacionais: necessidade e perspectivas (1982)
23. Discurso de agradecimento pelo prêmio Moinho Santista (2001)
24. Discurso de agradecimento como professor emérito do IRI-USP (2012)

O campo teórico
25. A política externa, a paz e o legado da Grécia clássica (1982)
26. Os dilemas da soberania (1982) 
27. Karl Deutsch e as relações internacionais (1982)
28. Aron e as relações internacionais (2005)
29. A Escola Inglesa: suas contribuições (2013)
30. Andrew Hurrell: sobre a ordem global (2008)
31. Zelotismo-Herodianismo na reflexão de Helio Jaguaribe (2013) 

Tópicos específicos 
33. Guerra e Paz: o painel de Portinari na sede da ONU (2004)
34. O desarmamento e o problema da paz (1984)
35. Direito e legitimidade no sistema internacional (1989) 
36. Obstáculos a uma leitura kantiana do mundo no século XXI (2005)
37. Direitos humanos e democracia no plano interno e internacional (1994)
38. O GATT, a cláusula de nação mais favorecida e a América Latina (1971) 
39. Comércio internacional, multilateralismo e regionalismo (1991)
40. Reflexões sobre a OMC aos 50 anos do comércio multilateral (1998)
41. Perspectivas da Argentina: Felix Peña (2004)
42. Empresas transnacionais: Luiz Olavo Baptista (1987)
43. O significado da Rio-92 e os desafios da Rio+20 (2002) 
44. Mundo, ciência, diplomacia (2015) 
45. Cúpulas ibero-americanas (1992)
46. O Diálogo Transatlântico: Carlos Fuentes (2013)
47. Armas nucleares (2017)
48. O mundo e os refugiados (2016) 
49. União Europeia, 50 anos: lições do passado, desafios futuros(2007) 
50. 60 anos do GATT e da Declaração Universal dos Direitos Humanos (2008)
51. Proteção de nacionais no exterior: decisão da corte da Haia (2004)
52. A independência do Kosovo e a Corte de Haia (2010)
53. Sobre o Holocausto (2011) 
55. Variações sobre o tempo (2011)  

Índice do Volume 2

PARTE IV –A inserção internacional do Brasil: a política externa brasileira

O Brasil no mundo
56. Segurança e desenvolvimento: uma perspectiva brasileira (1972) 
57. Panorama geral da situação internacional (1981)
58. Representação, controle e gestão em política externa (1984) 
59. Dilemas da América Latina num mundo em transformação (1988) 
60. A inserção internacional do Brasil (1992)
61. Diplomacia e parlamento (1992) 
62. Relações internacionais do Brasil: palestra na ESG (1992)
63. O mundo mudou (2001) 
64. Repúdio ao terrorismo (2001) 
65. O Brasil, sua gente e o Oriente Médio (2012)
66. O Brasil num mundo conturbado (2016)

Lições do passado
67. 1ª e 2ª conferências da paz de Haia, 1899 e 1907 (2010)
68. O Brasil e a Liga das Nações (2000) 
69. Conferência do Rio de 1992 (1998) 
70. Gerson Moura: a política externa de Vargas e Dutra (1992) 
71. Diplomacia de JK: dualidade a serviço do Brasil (2001)
72. Política exterior brasileira: um balanço da década de 1970 (1981) 
73. Brasil-EUA: história e perspectivas das relações diplomáticas (1982)
74. Possibilidades diplomáticas do governo Tancredo Neves (1985)
75. A viagem presidencial de Tancredo Neves: seu significado (1985)
76. A política externa do governo Collor (2017) 
77. Reflexões sobre o 11 de setembro (2003)
78. Um olhar sobre o mundo atual (2015)
79. A herança diplomática de FHC (2004) 
80. Ação, experiência e narração em FHC (2006) 

Parceiros vitais do Brasil
81. Brasil-Argentina – uma relação estratégica (2001) 
82. Relações Brasil-Portugal: passado, presente, futuro (2000) 
83. A política externa do Brasil para a América Latina (2014)
84. O Brasil na América Latina (2013) 
85. Reflexões sobre a CPLP: lusofonia, sonhos e realidade (2013)
86. Reflexões sobre o tratado de 1895 com o Japão (2015) 

Questões polêmicas
87. A ONU, Israel e o sionismo (1975) 
88. Entusiasmo no Itamaraty? (2003)
89. Partidarização da política externa (2009) 
90. A política externa: necessidades internas, possibilidades externas (2006) 
91. A política externa e a crise política (2005)  
92. Variações sobre a política externa (2006)
93. Novas variações sobre a política externa (2007)
94. Diplomacia brasileira: novas variações críticas (2010) 
95. Ahmadinejah no Brasil: um equívoco (2009)
96. O Brasil e a nuclearização do Irã (2010) 
97. O Mercosul, a Venezuela e a cláusula democrática (2009)
98. Asilo diplomático: o caso do senador Roger Pinto (2013)

PARTE V –Personalidades

Personagens
99. Gerson Moura (1939-1992): In Memoriam (1992)
100. José Guilherme Merquior: diplomacia da inteligência (2001)
101. Sérgio Vieira de Mello: uma vida na construção da paz (2003)
102. Em louvor de Aristides de Souza Mendes (1885-1954)(2004)
103. Homenagem a Celso Furtado (1920-2004) (2005)
104. Gilberto Dupas: uma homenagem (2009) 
105. Com coragem, Mandela fez o impossível (2013)
106. De Klerk: um herói da retirada (2014)
107. Octavio Paz: a democracia no mundo ibero-americano (2014) 
108. Sergio Paulo Rouanet e a questão da democracia (2014)
109. Shimon Peres (1923-2016): um estadista diplomata (2016) 
110. Rubens Ricupero: saudação ao professor emérito (2016) 
111. Koffi Annan e as Nações Unidas (2001)
112. Antonio Guterres na ONU (2017) 

Biobibliografia do autor

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Relacoes do Brasil com os paises da Asia: lancamento de livro no IPRI (21/08, 16hs)

Gostaria novamente de convidar os interessados para esta apresentação-debate de um livro devotado inteiramente às relações do Brasil com os países da imensa região asiática, com a participação do organizador do livro, Secretário Pedro Henrique Barbosa, e de alguns outros colaboradores.


Livro disponível neste link: http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product/product&product_id=905

Miolo do livro aqui: http://funag.gov.br/loja/download/RELACAO_BRASIL_ASIA_MIOLO_FINAL.pdf

Abaixo, um convite mais elegante do vice-diretor doIPRI: 


1. Em nome do presidente da Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG), embaixador Sergio Eduardo Moreira Lima, gostaria de convidá-lo (a) para o seminário de lançamento do livro “Desafios e Oportunidades na Relação Brasil-Ásia na Perspectiva de Jovens Diplomatas", na segunda-feira 21/08 às 16h00 no auditório Paulo Nogueira Batista, no anexo II do Ministério das Relações Exteriores.
2. O evento será aberto pelo Presidente da FUNAG e pelo Subsecretário-Geral da Ásia e do Pacífico, embaixador Georges Lamazière. O coordenador do livro, secretário Pedro Henrique Batista Barbosa, fará então palestra sobre os diversos países e temas abordados na obra. Em seguida, coautores do livro farão breves intervenções sobre os capítulos de sua autoria. Após essas apresentações, o debate será aberto ao público. Transmito, anexo, o programa do seminário.
3. O livro “Desafios e Oportunidades na Relação Brasil-Ásia na Perspectiva de Jovens Diplomatas" pode ser baixado gratuitamente em formato digital no seguinte endereço: http://funag.gov.br/loja/index.php?route=product/product&product_id=905
4. As vagas para participação no seminário são limitadas. As inscrições devem ser feitas no seguinte endereço: http://funag.gov.br/index.php/pt-br/2015-02-12-19-38-42/2066-palestra-e-lancamento-do-livro-os-desafios-e-oportunidades-na-relacao-brasil-asia-na-perspectiva-de-jovens-diplomatas

Atenciosamente,
_________________
Marco Tulio S. Cabral
Coordenador-Geral de Pesquisa
Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais - IPRI Ministério das Relações Exteriores
U: http://www.funag.gov.br/ipri

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Marcelo Raffaelli: um embaixador historiador, e sua obra, no RI em Pauta

Nesta próxima quarta-feira, dia 23, vou receber no IPRI o embaixador aposentado Marcelo Raffaelli, que prestará um depoimento sobre sua vida, obra e atividades profissionais para a série "Relações Internacionais em Pauta", do IPRI (http://www.funag.gov.br/ipri/riempauta/).
Dele eu tenho um livro publicado em inglês sobre os acordos internacionais de produtos de base, elaborado com base em sua experiência de trabalho no Gatt, e a obra sobre as relações Brasil-Estados Unidos no século 19, publicado em dois volumes pela Funag.
Sobre essa obra eu fiz uma resenha quando os dois volumes foram divulgados, que transcrevo abaixo no formato publicado na revista Desafios do Desenvolvimento:


Relações Brasil-Estados Unidos, na infância

Paulo Roberto de Almeida
Desafios do Desenvolvimento (maio 2007)

Marcelo Raffaelli:
 A Monarquia e a República: Aspectos das Relações entre Brasil e Estados Unidos Durante o Império
(Rio de Janeiro-Brasília: Centro de História e Documentação Diplomática/Funag, 2006, 290 p.)

Exemplo de síntese histórica,em sua objetividade e concisão, a compilação de despachos e ofícios trocados ao longo do século XIX por diplomatas brasileiros e norte-americanos, com suas respectivas secretarias de Estado, compõe um relato saboroso das relações entre dois grandes países do hemisfério.O autor é diplomata experiente, com passagens por diversas embaixadas e longo estágio como funcionário do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT, das iniciais em inglês de General Agreement on Tariffs and Trade). Aposentado, atual presidente da Associação dos Diplomatas Brasileiros, pesquisou velhos arquivos empoeirados (os americanos certamente microfilmados).

Organizado tematicamente, antes que cronologicamente, o livro abrange desde o reconhecimento da Independência brasileira até o fim do regime monárquico e a inauguração da República no Brasil, bem recebida pelos Estados Unidos.O delicado equilíbrio entre os poderes traçado na Constituição de 1786 – cuja inspiração os founding fathers foram buscar em Montesquieu – serviu de modelo para que Rui Barbosa e outros republicanos tentassem mimetizar o sucesso americano, a começar pela designação da nova federação como “Estados Unidos do Brazil”(assim mesmo, com “z”). Aparentemente, o molde não bastou para frutificar por aqui.

A obra realiza uma descrição sintética de cada um dos chefes de missão e suas respectivas instruções diplomáticas,o que permite contrastar a objetividade comercial dos anglo-saxões com a generalidade das metas brasileiras no gigante em formação. Analisa, ainda,os problemas do tráfico escravo (abolido bem antes nos EUA, que se dedicaram à “criação”de escravos) e alguns contenciosos diplomáticos decorrentes da Guerra de Secessão.Outro problema abordado é o da impossível abertura do rio Amazonas à navegação internacional, reclamada por americanos e europeus, mas temida pelos dirigentes da monarquia brasileira, numa posição diametralmente oposta às demandas brasileiras no rio da Prata,que era a única via de acesso às terras de Mato Grosso. Interessante à leitura, também, são os despachos nos quais os enviados a cada capital comentam características do povo e do país em que servem, com toda a franqueza dos papéis confidenciais.

No plano historiográfico, trata-se de um excelente resumo de fontes primárias, com intenso apoio nos arquivos oficiais e em bibliografia equilibrada.O autor deixa falar os velhos papéis,o que contrasta saudavelmente com certas obras que, ao pretender analisar a emergência da “nova Roma” da atualidade, descambam rapidamente para teorias conspiratórias. Raffaelli produziu uma excelente síntese sobre as relações entre os dois gigantes hemisféricos, antes que este gigante meridional pretendesse estabelecer “relações especiais” com o Big Brother do norte, já na era do barão de Rio Branco.

O livro está disponível na Biblioteca Digital da Funag: 
http://funag.gov.br/loja/download/329-monarquia-e-a-republica.pdf

Marcelo Raffaelli por ele mesmo: 

Nascido em 1929, formado em Direito pela PUC do Rio em 1953. Fiz o concurso, que tomou os inteiros 2 meses de 12/51 e 1/52, para o IRB e terminei o CPCD em maio de 1953. Na SE, trabalhei (1953-55) na velha Divisão Econômica, na Assessoria de Imprensa do Gabinete e novamente na DE; (1962-1964) na divisão da Europa Ocidental; (1971-3) chefe das Divisões de Produtos de Base e de Política Comercial; (1977-9) chefe dos departamentos da Àsia, África e Oceania e dos Organismos Regionais Americanos.
No exterior - Embaixada em Caracas, CG em Amsterdam, Missão na ONU, embaixada em Washington, Delegação junto a ALALC em Montevidéu (Representante Suplente), ministro em Londres, embaixador em Abidjã.
Em 1982 agreguei para servir no GATT, na presidência do Órgão de Vigilância dos Têxteis, onde fiquei até o fim de 1994; tinha pedido aposentadoria do MRE em 1990.
Assim, minha carreira levou-me a participar de muitas negociações bi e multilaterais, cobrindo tanto assuntos econômicos como políticos, ou políticos com fundo econômico, como os acordos sobre pesca da lagosta durante o período em que nosso mar territorial tinha 200 milhas...
Minhas publicações resumem-se a Rise and Demise of Commodity Agreements, escrito (em inglês) durante a época em que as negociações da Rodada Uruguai colocaram meu OVT em marcha lenta e me deram o tempo para tanto. Foi publicado na Inglaterra em 1995.
Também em 1995 publiquei, em coautoria com minha então assistente Tripti Jenkins, um relatório, que me foi encomendado pela associação dos países exportadores de têxteis, sobre o acordo de têxteis negociado no contexto da Rodada.
Em 1996 a FUNAG publicou A Monarquia e a República, livro que cobre aspectos das relações Brasil-EU durante o Império e que foi possibilitado pelo fato de que, morando naquele momento em Washington, pude pesquisar nos National Archives e na Biblioteca do Congresso, bem como em nosso Arquivo Histórico. Para o CHDD escrevi um artigo sobre a chamada guerra da lagosta.
Ultimamente, morando de novo em Washington, aproveitei a riqueza dos recursos oferecidos pela NARA e Bibl. do Congresso para um livro sobre o período que vai do fim da monarquia francesa, em 1792, a 1828; trata da interação, da influência que mutuamente se exerciam Europa e Estados Unidos de um lado, e do outro as colônias espanholas e o Brasil.