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sábado, 10 de novembro de 2018

Desafios da Politica Comercial de Bolsonaro - Marcos Sawaya Jank (FSP)

Desafios da Política Comercial de Bolsonaro

Jornal “Folha de São Paulo”, Caderno Mercado, 10/11/2018

Marcos Sawaya Jank (*)

Precisamos de uma política comercial que amplie significativamente a nossa inserção no mundo.

Com Paulo Guedes, Tereza Cristina e um diplomata experiente do Itamaraty, o governo Bolsonaro tem todas as condições para construir uma política comercial consistente e ambiciosa para o Brasil.

Nas duas últimas décadas, os resultados da política comercial brasileira foram sofríveis: acordos irrelevantes, imobilismo ou regressão no Mercosul, resultados parcos da prioridade Sul-Sul e deterioração das condições de acesso a mercados afetando principalmente as exportações agropecuárias. Até mesmo o acordo UE-Mercosul, há duas décadas em negociação, corre o risco de não ver a luz do dia.

No momento, o mais importante é priorizar temas relevantes em países estratégicos (eu diria no máximo 15) com base em metas factíveis de aumento de comércio e investimentos. Resultados palpáveis poderiam ser obtidos no cotidiano das relações bilaterais com acordos específicos —por exemplo, nas áreas de sanidade, investimentos e tecnologia—, protocolos para abertura de determinados segmentos de mercado (caso dos miúdos de carnes) e trade-offs que levem à abertura recíproca de setores protegidos.

O que falta é uma melhor coordenação intragoverno e com o setor privado, que leve a uma presença internacional semelhante à de nossos concorrentes.

Na área de negociações comerciais mais amplas, creio que o foco deveria estar na Ásia - Japão, Coreia, ASEAN (nações do Sudeste Asiático) e na Parceria Transpacífico -, se possível com o Mercosul, se não, sozinhos. 

Valeria também dar um ultimato à União Europeia, abrindo ao mesmo tempo conversas sérias para um acordo bilateral com os EUA. Apesar de o mundo caminhar hoje via acordos bilaterais, em tempos de guerras comerciais é do nosso interesse preservar a OMC e o seu mecanismo de solução de controvérsias, de modo a impedir que as relações de poder interfiram no comércio.

É preciso atentar para que a política externa não prejudique a política comercial. A transferência da Embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém pode efetivamente prejudicar os crescentes volumes de exportações para o mundo islâmico. Nossa venda de carnes para esses países atingiu US$ 4,25 bilhões em 2017, com incrível crescimento de 16% ao ano desde 2000.

Na guerra comercial EUA-China, que já está se transformando em uma segunda Guerra Fria, parece-me que ganharemos mais ficando equidistantes e oscilando de forma pragmática entre os dois rivais, que aliás, são os países mais importantes para solidificarmos parcerias estratégicas globais.

Os EUA são a maior economia de mercado do mundo, um país com imensa capacidade de se reinventar graças à concorrência e à inovação. Mas por razões ideológicas foi deixado de lado na área comercial a partir de 2003, quando o PT enterrou a Alca e apostou nos países bolivarianos. É hora de reverter o jogo e construir uma parceria mais efetiva com os americanos.

Mas isso não deveria ser feito em detrimento da relação com a China, que é o principal parceiro comercial desde 2009 e hoje o maior investidor no Brasil. Precisamos sim de visão estratégica e mão forte para negociar os chineses. Não tem cabimento que apenas soja, minério de ferro e petróleo respondam por 80% das exportações para aquele país. Restrições de toda ordem impedem ou dificultam as nossas vendas de óleos, farelo, milho, arroz, açúcar, etanol, carnes e frutas

Já vimos muita coisa ser anunciada com grande estardalhaço na área da política comercial e terminarmos de mãos abanando, isolados e queixosos.

O Brasil perdeu peso específico e confiança. Agora precisa dar passos firmes na direção de uma política comercial que amplie significativamente a nossa inserção no mundo.


(*) Marcos Sawaya Jank é especialista em questões globais do agronegócio. Escreve aos sábados, a cada duas semanas.

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Rubens Barbosa, livro: O lugar do Brasil no mundo: agenda modernizadora


Rubens Barbosa: 
O lugar do Brasil no mundo: agenda modernizadora
(São Paulo, Sesi-SP, 2018)

Sumário



Introdução ,    9


PARTE 1- AGENDA MODERNIZADORA

1.     Integração ou desintegração regional ,   15
2.     A nova agenda externa para o Brasil em um mundo em transformação ,  18
3.     A nova geopolítica global ,  36
4.     A nova revolução francesa | Modernização do Estado ,  39
5.     Agenda para um Brasil moderno ,   42
6.     As perspectivas das relações Brasil-EUA nos próximos dez anos ,     45
7.     Autoridade internacional para hidrovia ,   57
8.     Déficit diplomático ,  .60
9.     Desafio à política industrial brasileira ,  63
10.  Desafios internos e externos ,  66
11.  Desafios para o Brasil em um mundo em transformação ,  69
12.  Integração do Brasil à economia global ,   81
13.  Made in China 2025 ,  84
14.  Manifesto ,  87
15.  O Brasil e as recentes negociações comerciais e internacionais ,   89
16.  O Brasil e os acordos comerciais ,  105
17.  O Brasil e os BRICS ,   108
18.  O Brasil em um mundo em transformação ,  115
19.  O lugar do Brasil no mundo ,  .118
20.  Parceria transpacífico: liberalização competitiva ,  121
21.  Profissão: político ,  124
22.  Projeto de futuro ,  127
23.  Uma nova agenda para a área externa ,     130
24.  Tabuleiro das Nações e o Brasil ,     133


PARTE 2 – COMÉRCIO EXTERIOR

1.     A Camex e o interesse nacional ,   141
2.     A volta da China como grande potência ,   144
3.     Acordo comercial na América Latina ,  147
4.     China, economia de mercado? ,  .150
5.     Comércio exterior no novo governo ,  153
6.     Mercosul: 25 anos ,     156
7.     Mercosul passado a limpo ,   159
8.     Presidência brasileira do Mercosul ,     162
9.     Luz no fim do túnel ,  165




PARTE 3 – DEFESA

1.     A crise econômica e as Forças Armadas ,  171
2.     Base militar russa na Venezuela e chinesa na Argentina ,   174
3.     Defesa nacional: por um país mais seguro ,  177
4.     Defesa, uma questão de segurança nacional ,  .180
5.     Missão não cumprida ,  183
6.     Segurança cibernética ,  186


PARTE 4 – POLÍTICA EXTERNA

1.     A crise na Venezuela e o Brasil ,  191
2.     História esquecida: os soldados da borracha ,  194
3.     A política externa do governo Temer ,     197
4.     A política externa e a crise política ,  200
5.     A política externa do PT e do PSDB ,  204
6.     A política externa e as eleições ,  .210
7.     A volta da China como grande potência ,  .213
8.     Afinidades ideológicas ,  .216
9.     América do Sul em um mundo em transformação ,  219
10.  Balanço da política externa do governo Dilma ,     222
11.  Comédia de erros ,     225
12.  Déficit diplomático ,  228
13.  Donald Trump, presidente ,  231
14.  Entre a ética e a real política ,  234
15.  Fim da União Soviética ,  .237
16.  Grandes desafios para um ministério em crise ,  .240
17.  Históricas mudanças em Cuba: desafios e oportunidades , 243
18.  Missão não cumprida ,  246
19.  O Brasil e a OCDE ,  249
20.  O Brasil e o Oriente Médio ,     252
21.  O maior espetáculo da Terra ,  .255
22.  O Reino Unido e a Europa ,  258
23.  Os BRICS em nova fase ,     261
24.  Política externa e o interesse nacional ,  264
25.  Presidência brasileira do Mercosul ,  267
26.  Reforma do Conselho de Segurança ,  270


PARTE 5 – POLÍTICA INDUSTRIAL

1.     Política industrial: um debate necessário ,  275
2.     Política industrial: um debate necessário 2 ,  278


PARTE 6 – POLÍTICA INTERNA

1.     A política externa e a crise política ,  .283
2.     Conselho de Relações Interacionais ,  286
3.     Governo e PT atacam o Brasil no exterior ,  289
4.     Novothink tankem São Paulo ,  292
5.     O Brasil em primeiro lugar | Hora da verdade ,    295
6.     Por falar em corrupção ,  299
7.     Síndrome do pessimismo ,  302




quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Brasil-OCDE: seminario sobre politica comercial - FGV-SP

OECD: Dialogue on Trade in Brazil -- New Challenges in International Trade

The São Paulo School of Economics - FGV, the Center on Global Trade and Investment Studies (CGTI), the WTO Chair and the Organization for Economic Co-operation and Development (OECD) invite you to the conference “OECD: Dialogue on Trade in Brazil -- New Challenges in International Trade.”

Transformations in global trade from global value chains and digitalization are bringing new opportunities for participation in international trade. At the same time, the external environment is challenging, with persistently slow trade - and global - growth and rising protectionist barriers. These developments underscore the need to connect trade to domestic economic policy, to promote the domestic reforms that enable opportunities to be seized and processes of adjustment to be managed, helping trade to contribute to more inclusive growth and employment. Against this background, it is timely to look again at the issues and challenges for policy-making, globally and in Brazil.

The Conference will happen in November 21st 2017, from 8h30 to 18h30, at the Auditório Itaú da FGV-SP at Av. 9 de Julho, 2029. The Conference will bring together practitioners, policymakers and business leaders around the world who are engaged in trade discussions, issues and negotiations administered by the OECD and the WTO.

Please confirm your presence at the event link:

Hereby follows the program.


Vera Thorstensen
Coordenadora do Centro do Comércio Global e Investimentos – CCGI/Cátedra OMC Brasil
EESP | Escola de Economia de São Paulo | FGV
Rua Itapeva, 286 - 10º andar - São Paulo - SP 01332 000 – Brasil
+ 55 11 3799 3344 – http://ccgi.fgv.br/en/

               

Programme

08h30-09h00
Registration & Welcome coffee

09h00-09h45
Opening Session

Ambassador Carlos Márcio Cozendey, Ministry of Foreign Affairs (MRE)
Marcelo Pacheco dos Guaranys, Deputy Minister for Public Policies, Ministry of Chief of Staff
Fernando Alcaraz, Undersecretary for Regional Integration and Foreign Trade, Ministry of Finance (MF)
Ken Ash, Director of the OECD Trade and Agriculture Directorate
Vera Thorstensen, Professor, Center for Global Trade and Investment (CCGI-EESP/FGV)

09h45-10h45
Agricultural Trade:
Changes in global agricultural markets and policies since the end of the Uruguay Round suggest that it is timely to look again at what this means for priorities in the multilateral agricultural trade reform agenda. Global value chains in food and agriculture are another important development and discussion could explore Brazil's current role, the policies that affect participation, and how to increase the benefits from participation.

Ken Ash, Director of the OECD Trade and Agriculture Directorate
Alexandre Pontes Pontes, Nontariff Negotiations Division, Ministry of Agriculture Livestock and Supply (MAPA)
Lígia Dutra Silva, Head of International Office, Brazilian Confederation of Agriculture and Livestock (CNA)

10h45-11h00
Coffee-Break

11h00-12h00
Global Value Chains:
On-going OECD work examining the impact on GVC participation of Rules of Origin and Non-Tariff Measures in FTAs, the determinants of participation of SMEs in GVCs, and in-depth analysis of selected sectors may include additional insights for Brazil.
Julia Nielson Head of the Development Division, Trade and Agriculture Directorate (OECD)
José Serrador, Director of Government Relations, EMBRAER

12h00-13h00
Services:
Contribute significantly to all our economies and represent an under exploited potential in Brazil to sustain productivity gains and international competitiveness. Areas with important potential for regulatory reform include improvements in the general business and trading environment, as well as specific policies in transport sectors, telecoms and financial services. Reforms targeting services that add value by favouring productivity and quality enhancements, as well as services that increase efficiency by reducing production costs have strong potential to unlock manufacturing performance.

Ken Ash, Director of the OECD Trade and Agriculture Directorate
Jorge Arbache Filho, Secretary for International Affairs, Ministry of Planning, Management and Budget (MPOG)
João Augusto Baptista Neto, Special Advisor, Foreign Trade Council (CAMEX)
Lucas Ferraz, Professor, São Paulo School of Economics (EESP/FGV)

13h00-13h45
Light lunch

13h45-14h45
Trade and investment:
Investment can drive competitiveness by streamlining sector-level regulatory frameworks to encourage foreign entry and competition, and pursuing cross-cutting improvements in the trade and business environment. In Brazil, for example, programs promoting private investments in transport and logistics infrastructure can be coupled with efforts to improve clarity in the tendering process for concessions, as well as a development of the capacity and independence of regulatory agencies overseeing infrastructure owners and users. Similarly, reforming local content requirements can address the lack of competition that curtails innovation and inflates manufacturing inputs costs. On-going OECD work on trade and investment interdependencies aims to better understand how firm strategies combine a range of commercial activities, the distortions that influence firm decision-making and policies that can support structural adjustment while mitigating negative impacts.

Ken Ash, Director of the OECD Trade and Agriculture Directorate
Marcela Carvalho, Executive Secretary, Brazilian Foreign Trade Council (CAMEX)
Constanza Negri Biasutti, Trade Policy Manager, National Confederation of Industry Brazil (CNI)

14h45-15h45
Digital trade:
Digitalisation is changing what and how we trade with wide-ranging implications for trade policy. Issues range from increased bundling of goods and services and increased volumes of small parcel trade to interoperability of standards and regulations affecting data flows. Discussion could focus on mapping and understanding the implications of digital trade for policy-makers. Work related to ICT and agriculture (e.g., for traceability) may also be of particular interest for Brazil.

Julia Nielson, Head of the Development Division, Trade and Agriculture Directorate (OECD)
Thiago Camargo Lopes, Secretary for Informatics Policies, Ministry of Science, Technology, Innovation and Communications (MCTIC)
Marcelo Souza, Deputy Chief of SAG, Ministry of Chief of Staff
Carlos Primo Braga, Professor, Fundação Dom Cabral (FDC)

15h45-16h45
Trade Facilitation: Goods, Services and Investments
OECD has conducted an in-depth study on the state of play of trade facilitation in Brazil, based on the OECD Trade Facilitation Indicators (TFIs). The study highlights the overall TF performance of Brazil, as well as sectoral and regional performance differences. While Brazil has made significant progress in areas such as the automation and streamlining of procedures, opportunities to improve performance remain in domestic and cross-border agency co-operation. TF reforms are also important for participation in high- and medium-high tech GVCs, for which Brazil’s current level of integration appears below potential.

Julia Nielson, Head of the Development Division, Trade and Agriculture Directorate (OECD)
Abrão Miguel Árabe Neto, Secretary of Foreign Trade (SECEX), Ministry of Industry, Foreign Trade and Services (MDIC)
Thomaz Zanotto, Director of the Department of Trade and Foreign Affairs (DEREX), Federation of Industries of the State of São Paulo (FIESP)

16h45-17h00
Closing Session
Farewell Coffee.