Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
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domingo, 22 de abril de 2018
IPRI: atividades programadas nas próximas semanas
IPRI: atividades realizadas até meados de abril 2018
Cairu: a Brazilian Adam Smith - Paulo Roberto de Almeida
A Brazilian Adam Smith
Cairu as the Founding Father of Political Economy in Brazil at the beginning of the 19th century
- Paulo Roberto AlmeidaUniceub; IPRI-Funag/MRE
Abstract
Adam Smith’s seminal work, The Wealth of Nations, was introduced to Brazilian readers by an autodidatic “economist”, José da Silva Lisboa, at the beginning of the 19th century. The paper intends to reconstruct the reception of Smith’s ideas in Brazil (and Portugal), through the early works of José da Silva Lisboa. He was a remarkable intellectual, liberal by instinct besides a government official, who was largely responsible for the “economic opening” of Brazilian ports to foreign trade (decreed by the Portuguese Regent, Prince D. João, in 1808, at his arrival in Brazil). He was honored with the title of Viscount of Cairu (who became the patron of the Brazilian economists in the 20th century). He translated, incorporated, copied and transformed many Smithian ideas in his books (published in Portugal and Brazil, by Imprensa Régia), adapting them to a colonial economy and a backward agricultural environment. He suggested, among other original features, the existence of a fourth factor of production (besides land, labor and capital): knowledge, which could be considered an anticipation of modern conceptual evolution in economic thinking.Author Biography
References
ARRIGHI, Giovanni.. Adam Smith in Beijing: Lineages of the Twenty-First Century. Londres, 2007.
______. The winding paths of capital. Interview with David Harvey. New Left Review, n.56, Mar-Apr/2009, p.61-94. Avaible em:
CAIRU, José da Silva Lisboa. Observações sobre a franqueza da indústria, e estabelecimento de fábricas no Brasil (1810). Senado Federal, Coleção Biblioteca Básica Brasileira, Brasília, 1999.
FENELON, Dea Ribeiro. Cairu e Hamilton: um estudo comparativo. Tese de doutorado apresentada à Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais; Belo Horizonte, 1973.
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil (1959). Fundo de Cultura.Rio de Janeiro, 1963.
LIMA, Heitor Ferreira. História do Pensamento Econômico no Brasil. Companhia Editora Nacional, São Paulo, 1976.
LISBOA, José da Silva. Escritos Económicos Escolhidos, 1804-1820. Banco de Portugal, Coleção de Obras Clássicas do Pensamento Económico Português, Lisboa, 1993.
OLIVEIRA, Luis Valente de; RICUPERO, Rubens (orgs.). A Abertura dos Portos. Senac-SP, São Paulo, 2007.
SMITH, Adam. An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations. Londres, 1791.
Roberto Campos disseca o lulopetismo desde a origem (1993)
sábado, 21 de abril de 2018
Planejamento diplomático: sua institucionalização
Grand Strategy - John Lewis Gaddis
When to Wage War, and How to Win: A Guide
By John Lewis Gaddis
368 pp. Penguin Press. $26.
Dia do diplomata — Vitória Alice Cleaver, presidente da ADB
Folha de S. Paulo, 20 de abril de 2018
Desde a promulgação do Decreto 66.217, de 1970, o Dia do Diplomata é comemorado em 20 de abril, nascimento de José Maria da Silva Paranhos, Barão do Rio Branco, Patrono da Diplomacia brasileira. Ao celebrarmos este dia, revisitamos o sentido do patriotismo. A homenagem ao agente encarregado de elaborar e executar as diretrizes da política externa do País estará sempre associada ao lema “Ubique Patriae Memor” (Em qualquer lugar, terei sempre a Pátria em minha lembrança), que integra hoje a “Ordem de Rio Branco”, intitulada em homenagem ao Patrono.
Atualmente, mais de 1.500 diplomatas representam o Brasil e atuam para defender os interesses nacionais, seja na capital federal ou nas embaixadas, consulados e delegações junto a organismos internacionais. Os diplomatas atuam nas áreas cultural, ambiental, econômica, comercial, proteção e defesa dos direitos humanos, cooperação, paz e segurança internacionais, dentre outras.
Em virtude do aumento do número de brasileiros residentes no exterior, nosso serviço consular tem ampliado a estrutura de atendimento. Situações de emergência como resgate em casos de catástrofe ou de guerra, repatriação, encarceramento, acidente, morte, emissão de documentos também por perda ou roubo e inadmissão de brasileiros em outros países, são exemplos da assistência que prestamos. Também atuamos na concessão de vistos para estrangeiros que pretendem visitar o Brasil. A agilidade na produção destes documentos contribui consideravelmente para o crescimento do turismo.
A divulgação da imagem do Brasil no exterior é uma das funções dos diplomatas, que promovem os produtos, serviços e talentos artísticos nacionais, contribuindo para a atração de investimentos e para uma melhor difusão de nosso patrimônio artístico e cultural. Cabe destacar, ainda, a tarefa de atuar na negociação de acordos internacionais, seja para promover exportações, o que ganha especial relevância em contextos de crise, ou, como ocorreu historicamente, para garantir a integridade de território e a solução pacífica de conflitos.
Ainda nos dias de hoje, não é incomum o desconhecimento da contribuição diplomática para a formação e o desenvolvimento do Brasil. Muitas vezes são desconhecidos também os desafios enfrentados diariamente por muitos integrantes da carreira diplomática. Iniciamos a carreira com uma formação ampla e consistente, com um dos concursos mais rigorosos da Administração Pública, proporcional às exigências da atuação que precisamos ter dentro e fora do País.
Ao longo da carreira diplomática, as dificuldades enfrentadas não correspondem ao estereótipo glamoroso frequentemente associado à profissão. Parte considerável das missões para as quais somos designados acontecem em países em guerra, com ameaças de terrorismo, regiões de desastres ambientais e epidemias. São muitos também os custos de ordem pessoal e financeira, como a distância da família, que impõem a nós, sobretudo, a nossos familiares constante necessidade de adaptação a diferentes línguas, hábitos, culturas, climas e religiões. Contudo, nosso desejo de servir ao Brasil independe de onde estamos, ou do próximo destino.
Que o dia 20 de abril seja uma data para nos orgulharmos do legado da diplomacia na formação da identidade nacional e para reconhecermos a responsabilidade e a importância de nossas atribuições. Que a memória constante do Brasil, com seus desafios e qualidades, nos motive ainda mais a atuar por um País justo e desenvolvido, em que as atribuições da carreira diplomática continuem sendo uma contribuição essencial para o desenvolvimento de nosso País.
*A Embaixadora Vitoria Cleaver é presidente da Associação dos Diplomatas Brasileiros (ADB/Sindical), formada em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Faculdade de Direito da PUC-RJ.