Era, sobretudo, um grande e devotado funcionário das relações exteriores, nacionalista e desenvolvimentista, ajustados aos tempos da diplomacia dos governos do PT. (PRA)
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
Era, sobretudo, um grande e devotado funcionário das relações exteriores, nacionalista e desenvolvimentista, ajustados aos tempos da diplomacia dos governos do PT. (PRA)
Carta aos colegas [de Maria Celina de Azevedo Rodrigues, ex-presidente da ADB]
Representar os interesses de mais de 1.600 afiliados espalhados no território nacional e além-fronteiras foi um extraordinário desafio por mim enfrentado. Tive nessa empreitada a colaboração e a solidariedade de uma excepcional Diretoria, belo exemplo de diversidade, integrada por diplomatas capacitados e generosos que, assim como eu, dedicaram tempo e empreenderam incansáveis esforços para a valorização da carreira e, principalmente, para que melhores condições de trabalho fossem alcançadas para todos.
Por três mandatos consecutivos, busquei cumprir com a promessa lançada quando assumi a liderança da ADB: atuar não somente para solidificar e proteger a nossa carreira e os seus integrantes, mas também para resguardar e promover o Brasil no exterior – funções essenciais do diplomata.
Na minha carreira, superei diversos desafios. Conheci nações e seus povos, vivi e estudei novas culturas e aperfeiçoei meu trabalho como diplomata de forma a defender o nosso país e as necessidades de brasileiros e brasileiras lá fora. Em Bogotá, Cairo e Paris, servi ao Brasil com o mesmo entusiasmo. Foi também com energia e compromisso que, em 2018, encarei como uma nova missão a minha eleição à presidência da Associação dos Diplomatas Brasileiros (ADB/Sindical), entidade que ajudei a criar e da qual fui a primeira presidente, no início dos anos 1990.
Passamos por intempéries nesse período, mas acumulamos muitas vitórias. Atenta a temas de interesse da categoria, a ADB conseguiu fincar um posicionamento coeso em pautas como a PEC 34/21, que prevê que parlamentares possam chefiar missões diplomáticas sem a perda do mandato no Legislativo.
Explicamos incansavelmente por que o teto salarial constitucional não deve ser aplicado de modo linear em Reais aos servidores em exercício no exterior. Realçamos as peculiaridades de nossa vida funcional nos países mais diversos. Procuramos mostrar as repercussões da opção profissional que escolhemos e os seus impactos para as nossas famílias, filhos e sua educação ao longo dos anos e das mudanças de cultura e de costumes. As adaptações não se restringem ao exterior: são exigidas aqui mesmo, em Brasília. A partir dessa constatação e do imperativo de buscar mitigar esses impactos, temos um Memorandum de Entendimento com a Creche do Ministério da Saúde, que tantos benefícios traz para os nossos servidores.
Lutamos pela concessão de auxílio-educação para servidores com filhos em idade escolar no exterior, em linha com a prática de outras chancelarias e do sistema da ONU, bem como por melhor assistência médica e maior segurança no exercício de nossa missão em defesa dos interesses do Brasil em solo estrangeiro.
Entre as inúmeras gestões junto à administração, destaca-se a recente e ousada proposta encaminhada à Administração de revisão do nível salarial do diplomata, tanto no Brasil quanto no exterior, que visa corrigir a defasagem salarial dos integrantes da carreira em comparação com outras carreiras típicas de Estado.
Além dos aspectos funcionais, temos procurado também trazer benefícios no dia a dia de todos, como o convênio celebrado com escolas para filhos dos diplomatas no Brasil e com a Fundação Visconde de Cabo Frio que, entre outros serviços, oferece extenso apoio para colegas removidos, tanto na chegada quanto na partida.
Conseguimos avançar igualmente em outras frentes importantíssimas, como o mapeamento do perfil dos diplomatas para o real entendimento da diversidade na carreira, estudo hoje concluído. Vamos entregá-lo à Chefia da Casa e dar acesso aos associados na próxima semana.
Defendemos o diplomata e o seu papel como funcionário de Estado. Falamos incansavelmente com a imprensa, instituição essencial nas democracias. Procuramos, a diretoria da ADB e eu mesma, informar sobre o que fazemos e defender as posições de interesse da carreira.
Passamos por períodos nos quais valorizar os aspectos democráticos do País foi não só um posicionamento institucional, mas também um imperativo para assegurar à sociedade brasileira sobre os princípios maiores que regem a atuação diplomática.
Situações inesperadas, como guerras e pandemia, exigiram de nós coragem e grandes iniciativas no sentido de dar à sociedade brasileira a confiança de contar inteiramente com nossos serviços. Divulgar nossa atuação de forma clara e desmistificada só nos aproximou da sociedade. Engajamo-nos na resposta ao clamor dos brasileiros mais necessitados mediante distribuição de cestas básicas nos locais mais pobres nos arredores de Brasília. Essa aproximação com a sociedade foi realizada graças ao excelente relacionamento que construímos com o respeitado universo do jornalismo brasileiro.
Resistimos à tormenta e, agora, deixamos uma ADB mais fortalecida e pronta para o que está por vir. Eu, meus colegas da Diretoria e do Conselho Fiscal entendemos que é hora de dar espaço para o novo, para que novas ideias capazes de galvanizar a energia e inteligência dos que acreditam que o Itamaraty forte é elemento essencial para um Brasil mais justo e soberano.
A Casa, como carinhosamente muitos chamamos a instituição que nos acolhe, deve contar sempre com diplomatas que atuem com excelência e angariem o respeito da sociedade brasileira e da comunidade internacional.
Despeço-me da ADB com um sincero agradecimento a todos, particularmente aos meus colegas – e hoje amigos – das diversas Diretorias com as quais convivi pelo seu incansável apoio e dedicação.
Despeço-me também com a alegria e, sobretudo, a certeza de ter lutado por todos, com os recursos possíveis e sempre estimulando diretores, jovens ingressos na carreira, além dos mais experientes, durante todos os dias de minha atuação à frente da ADB/Sindical.
Levo comigo o bem maior que juntos construímos nesta gestão:
#ORGULHO DE SER DIPLOMATA.
Maria Celina de Azevedo Rodrigues
Embaixadora
Presidente da ADB/Sindical
Nota de Repúdio aos Atos Inaceitáveis contra a Democracia - ADB/Sindical
A Associação dos Diplomatas Brasileiros (ADB/Sindical) repudia com veemência os atos terroristas ocorridos ontem (8/1), nas sedes dos três Poderes, em Brasília (DF). Esses atos inaceitáveis comprometeram gravemente a manutenção da ordem pública, além de representar um vil ataque à democracia brasileira e depredação das sedes das instituições na capital do País, que há 35 anos está inscrita na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO, sendo sua conservação para as gerações atuais e futuras dever de toda a humanidade.
Os gravíssimos crimes cometidos no domingo afastam-se dos preceitos constitucionais da liberdade de expressão e manifestação pacífica, constituindo-se em verdadeira afronta ao Estado Democrático de Direito e à democracia brasileira, construída ao longo dos anos com o esforço, dedicação e sacrifício do povo brasileiro.
Como representantes do Brasil no exterior, agradecemos as manifestações de solidariedade recebidas por parte dos mais diversos líderes mundiais, organizações internacionais, além das mídias nacionais e internacionais, cujo propósito é o de levar informação verdadeira e esclarecimento às pessoas acerca de fatos relevantes.
Esperamos que tentativas de subversão da vontade soberana do eleitor, por meio da violência e da destruição, não mais tenham continuidade. Apesar de cenas lamentáveis de destruição, acompanhadas com atenção por todo o mundo, as instituições brasileiras reafirmaram sua vigilância e solidez.
Que a paz seja prontamente restabelecida e os responsáveis sejam penalizados, conforme a Lei.
De: Associação dos Diplomatas Brasileiros
Enviado: sexta-feira, 9 de dezembro de 2022 15:59
Assunto: Notícias de maior repercussão 9 de dezembro - Tarde
Seguem os assuntos que mais repercutiram na mídia e redes:
Associação dos diplomatas diz que trabalhará com novo ministro
Presidente do grupo, a embaixadora Maria Celina de Azevedo Rodrigues destacou a trajetória de Mauro Vieira como diplomata
GUILHERME WALTENBERG
Poder 360, 09.dez.2022 (sexta-feira) - 14h02
A ADB (Associação dos Diplomatas Brasileiros) publicou nota dando as boas vindas ao futuro ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. O diplomata foi anunciado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da SIlva (PT) nesta 6ª feira (9.dez.2022).
“A ADB dá as boas-vindas ao chefe da diplomacia brasileira no próximo governo, com quem buscará manter diálogo fluido e aberto, bem como aportar ideias em prol do fortalecimento institucional, da diversidade e da modernização“, disse a embaixadora Maria Celina de Azevedo Rodrigues, presidente da ADB.
Maria Celina disse que os diplomatas irão trabalhar em parceria com o novo ministro. Diplomatas são críticos ao teor da diplomacia sob o atual governo, de Jair Bolsonaro (PL).
“Contribuiremos para uma temporada vindoura, próspera e pacífica, como rezam os valores da diplomacia brasileira“, disse.
Uma das principais pautas dos diplomatas brasileiros é derrubar a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 34, que permite a deputados e senadores assumirem embaixadas sem perder o cargo. Hoje, eles são providos por lei. Para serem titulares de uma embaixada têm que abrir mão do mandato.
Segundo Maria Celina, a eventual aprovação dessa PEC irá tornar o Brasil um “pária” nas relações exteriores.
Leia a carta na íntegra:
Associação dos Diplomatas / Boas-vindas ao novo chanceler A Associação e Sindicato dos Diplomatas Brasileiros (ADB/Sindical) parabeniza o Embaixador Mauro Luiz Iecker Vieira pela nomeação a Ministro das Relações Exteriores.
Diplomata de carreira, atual Embaixador do Brasil em Zagreb, chefiou anteriormente as missões diplomáticas brasileiras em Washington (EUA), Buenos Aires (Argentina) e junto às Nações Unidas (em Nova York).
Na qualidade de representantes desta carreira de Estado, reafirmamos o nosso compromisso, integridade e respeito para servir o povo brasileiro, na defesa de seus interesses e da soberania nacional.
Contribuiremos para uma temporada vindoura, próspera e pacífica, como rezam os valores da diplomacia brasileira, historicamente reconhecida pelo seu compromisso com o País e pela excelência no trato dos temas associados às relações internacionais com vistas à construção de uma sociedade mais justa, solidária e democrática.
A ADB dá as boas-vindas ao chefe da diplomacia brasileira no próximo governo, com quem buscará manter diálogo fluido e aberto, bem como aportar ideias em prol do fortalecimento institucional, da diversidade e da modernização das capacidades do Itamaraty para lidar com um mundo cada vez mais desafiador e complexo.
Embaixadora Maria Celina de Azevedo Rodrigues
Presidente da ADB
https://www.poder360.com.br/governo/associacao-dos-diplomatas-diz-que-trabalhara-com-novo-ministro/
A ADB reitera sua plena confiança na justiça eleitoral brasileira e no sistema eletrônico de votação do País. Por décadas, os diplomatas brasileiros têm atuado em apoio às autoridades eleitorais do País para a organização e a realização das eleições presidenciais. Em mais de 200 cidades espalhadas pelo mundo onde há repartições consulares, além de 33 seções adicionais em localidades em que não há representação permanente. A missão eleitoral do Ministério das Relações Exteriores, que inclui desde o alistamento de eleitores até a transmissão dos votos, mobiliza não apenas servidores do Itamaraty, mas também as comunidades brasileiras. Para 2022, há mais de 600 mil eleitores alistados no exterior.
Caros colegas,
Maria Celina de Azevedo RodriguesConforme é de seu conhecimento, tramita na Câmara o Projeto de Emenda Constitucional número 23/2021 (PEC 23), cujo objetivo é permitir ao Estado o parcelamento do pagamento dos precatórios.Nesse contexto, achei por bem enviar um mail aos colegas cujos valores devem ser pagos em 2022 relatando as gestões da ADB a esse respeito. Da mesma forma, me permito atualizar as informações sobre a matéria, por meio desta comunicação, para os demais associados, muitos dos quais estarão se aposentando nos próximos anos e farão jus à pecunia por licenças prêmio não gozadas.No entendimento da ADB/Sindical de que a aprovação da matéria é extremamente prejudicial aos interesses dos associados, além de desrespeito à coisa julgado, ao ato jurídico perfeito e à segurança jurídica , em agosto a ADB /Sindical emitiu nota contrária à aprovação da referida PEC.A ADB/Sindical também participa ativamente da campanha do Fórum Nacional das Carreiras Típicas do Estado (Fonacate) que integra, inclusive com contribuição financeira para produção de material impresso e audiovisual, buscando sensibilizar os parlamentares sobre os aspectos negativos da PEC.
Estamos acompanhando o tema e atuando intensamente para a não aprovação da PEC 23/2021.
Seguem vídeos produzidos pelo Fonacate e cópia da nota emitida pela ADB/Sindical sobre ao asssuntoAtenciosamente,
Foi com grande surpresa que a Associação e Sindicato dos Diplomatas Brasileiros (ADB/Sindical) tomou conhecimento da PEC 34/2021. Se aprovada, a proposta eximiria de perda de mandato parlamentar designado para chefia de Missão diplomática de caráter permanente. A ADB discorda particularmente dos argumentos em que se sustenta a referida PEC, que não se coadunam com a longa história e com os modos de funcionamento da diplomacia brasileira.