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domingo, 11 de fevereiro de 2018

Semana Academica na ESG

Semana acadêmica na ESG


No período de 06 a 08 de fevereiro aconteceu na Escola Superior de Guerra (ESG), a Semana de Orientações ao Corpo Permanente da Escola para 2018. O objetivo do evento foi orientar e regulamentar as questões relevantes aos procedimentos administrativos e acadêmicos da ESG.

A abertura da Semana Acadêmica foi presidida pelo Comandante da ESG, General de Exército Décio Luís Schons, acompanhado do Subcomandante, Vice – Almirante Carlos Frederico Carneiro Primo. Na ocasião, o General ressaltou a importância de inovação dos cursos realizados na Escola.

Durante o evento, ocorreram reuniões e palestras onde foram apresentados assuntos pertinentes aos cursos como: o conteúdo programático das atividades e questões envolvendo as áreas administrativa e acadêmica da Escola. Os envolvidos puderam tirar dúvidas quanto aos temas que serão abordados durante o ano e se atualizarem das mudanças no cronograma da ESG.

Uma das grandes novidades abordadas durante as reuniões foi a chegada de quinze novos doutores ao Corpo Permanente da ESG, sendo treze para o campus do Rio de Janeiro e dois para o campus de Brasília. Além disso, a unidade de Brasília conta com mais uma inovação. 

No ano de 2018 será a primeira vez que o Curso de Altos Estudos em Defesa (CAEDE) será realizado na ESG de Brasília.

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Oliveira Lima: obras publicadas no exterior - Paulo Roberto de Almeida


Paulo Roberto de Almeida
 Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, IPRI-Funag/MRE.


Introdução
A compilação a seguir tem um objetivo eminentemente singelo: simplesmente catalogar as obras do historiador-diplomata Manuel de Oliveira Lima publicadas no exterior, trabalho que merece algumas considerações preliminares. A compilação é obviamente incompleta, uma vez que várias outras obras podem ter sido editadas e publicadas no exterior, em diversas outras línguas, ademais de português, inglês, francês e espanhol, mas não puderam ser alcançadas por esta busca preliminar. Várias das obras de Oliveira Lima foram apenas impressas no exterior, embora destinadas e visando o público brasileiro ou de língua portuguesa; outras foram traduzidas a partir do português e publicadas comercialmente no exterior, tendo circulado sobretudo entre um público restrito de conhecedores do Brasil, geralmente em ambiente universitário.
O levantamento, portanto, não pretende ser completo, mas permite identificar algumas das principais bibliotecas nacionais que possuem, em suas coleções, obras do historiador pernambucano, formado em Portugal, ao final do Império no Brasil, e que ingressou na carreira diplomática já na República. Paradoxalmente, a própria Biblioteca Oliveira Lima não possui um catálogo online das obras de seu patrono. Informações complementares foram glosadas a partir da obra de Neusa Dias de Macedo: Bibliografia de Manuel de Oliveira Lima: com estudo biográfico e cronologia (Recife: Arquivo Público Estadual, 1968). Sem  ter a pretensão de esgotar as possibilidades de pesquisa, e sem adentrar nas principais bibliotecas universitárias, as bibliotecas cujos catálogos foram sumariamente pesquisados, em países com os quais Oliveira Lima possuía vínculos, são as seguintes, identificadas por catálogos online sempre quando possível:
BNB: Biblioteca Nacional, Brasil;
LOC: Library of Congress, Estados Unidos;
BUK: British Library, Reino Unido;
BNA: Biblioteca Nacional Argentina;
BRB: Bibliothèque Royale de Belgique;
BNP: Biblioteca Nacional de Portugal
BNF: Bibliothèque Nationale de France;
BNE: Biblioteca Nacional de España;
BNJ: Biblioteca Nacional do Japão (National Diet Library);
BNV: Biblioteca Nacional de Venezuela.

Obras de Oliveira Lima publicadas no exterior

1882-1885:
Correio do Brazil; editor (Lisboa)

1889:
“A evolução literária brasileira”, Revista de Portugal (Lisboa);

1895:
Pernambuco: seu desenvolvimento histórico (Leipzig: F.A. Brockhaus);
BNB; LOC; BUK; BNA; BNP;

1896:
Aspectos da litteratura colonial brazileira (Leipzig: F.A. Brockhaus);
     BUK; BNE; BNA; BNF;
Sept ans de République au Brésil (1889-1896) (Paris : extrait de la “Nouvelle Revue’)
     BNB; BNA;

1898:
Carta a Salvador de Mendonça, enviando noticias particulares e sobre a situação política do Brasil (Bloch Island [s.n.], 19/09/1898)
     BNB;

1899:
Nos Estados Unidos: impressões políticas e sociaes (Leipzig: F.A. Brockhaus);
     BUK; BNA; BNP;
Carta a Jose Carlos Rodrigues, agradecendo as felicitações por motivo de sua nomeação em Londres (Washington [s.n.], 1899)
     BNB;

1900:
O descobrimento do Brasil, suas primeiras explorações e negociações a que deu origem: memoria (S.l. : s.n., 1900?)
     BNP;

1901:
História Diplomática do Brasil: o reconhecimento do Império (Paris-Rio de Janeiro: Garnier);

1907:
Pan-Americanismo (Monroe-Bolivar-Roosevelt) (Paris-Rio de Janeiro: H. Garnier);
     BNF; BNV;

1908:
Cousas Diplomáticas (Lisboa: A Editora);
     BNB; LOC; BNP;
Le Brésil: ses limites actuelles, ses voies de pénétration: rapports présentés au Congrès International de Géographie de Genève (Anvers: Mission Brésilienne d’Expansion Économique)
     BNP; BNF; BNP; BRB;
Sur l’évolution d’une ville du Nouveau Monde (Rio de Janeiro) du XVIe au XXe siècle (Anvers: Mission Brésilienne);
     BNF;

1909:
Machado de Assis et son œuvre littéraire (Avant-propos d’Anatole France... Frontispice et illustrations d’A. Graverol (Paris : Louis Michaud ; nouvelle édition : 1917) ;
     BUK;
Deux mémoires sur l’évolution de Rio de Janeiro (Sur l’évolution d’une ville du Nouveau Monde, par M. de Oliveira Lima – La Métamorphose d’une ville du Brésil, par M. F.A. Georlette); (Anvers : Mission d’Expansion Economique du Brésil ; imprimerie Cl. Thibaut) ;
     BUK ; BNP ; BRB ;
La Langue portugaise. La littérature brésilienne (Anvers : Mission brésilienne d’expansion économique ; imprimerie Cl. Thibaut) ;
     BNB ; BRB ;

1910:
La Conquete du Brésil (Bruxelles: Bulletin de la Société Royale Belge de Géograhie);
     BRB;
Victor Orban: Littérature brésilienne (Préface de M. De Oliveira Lima; Paris: Garnier Frères)
     BNB; BRB;

1911:
Carta a Silvério Neto agradecendo a nomeação e informando que dará uma conferência sobre o Brasil na Sorbonne (Paris [s.n.], 27/04/1911)
     BNB;
Formation historique de la nationalité brésilienne, série de conférences faites en Sorbonne, avec une préface de M. E. Martinenche et un avant-propos de M. José Verissimo (Paris: Garnier Frère)
     BUK; BNF; BNA; BNP; BNF;
Un pays du Nouveau Monde (Bruxelles: Establissements Généraux d’Imprimerie);
     BNA;

1912:
Préface à Hippolyte Pujol: Anthologie des poètes brésiliens (Corbeil : impr. de Crété);
     BNF;
Heinrich Schüler: Brasilien, ein Land der Zukunft (3te Auflage; Geleitwort, von M. de Oliveira Lima; (Stuttgart : Deutsche Verlags-Anstalt);
     BNF;
Carlos A. Villanueva: Historia y diplomacia : Napoleón y la independencia de América. [Prólogo por Oliveira Lima.] (Paris: Garnier hermanos);
     BNF;
Le Brésil et les étrangers (Anvers: Van Hille de Backer; extrait du Bulletin de la Société de Géographie);
     BRB;
La Formation de l’Amérique Latine et la Conception Internationale de ses Fondateurs (Bruxelles: Office Central des Associations Internationales; separata de La Vie Internationale, II, 1);
Nazario Yvon Nolf: Cours commercial de langue portugaise en 25 leçons, avec avant-propos de M. De Oliveira Lima, de l'Académie brésilienne / par Yvon Nolf Nazario, professeur des cours de portugais à l'Université de Bruxelles placés sous les auspices du Cercle polyglotte de Bruxelles, à l'Université de Liége (placés sous les auspices de la Société d'expansion belge vers l'Espagne et l'Amérique latine) (Bruxelles : impr. V. Verteneuil et L. Desmet);
     BRB;
A Proteção dos Aborígenes Brasileiros (Londres: Proceedings of the 18th International Congress of the Americanists; Bruxelles, may 1912);

1913:
Victor Orban: Littérature brésilienne (Préface de M. De Oliveira Lima; 2ème edition; Paris: Garnier Frère);
     BNF;
The Relations of Brazil with the United States (New York: American Association for International Conciliation);
     LOC;

1914:
Victor Orban: Littérature brésilienne (Préface de M. De Oliveira Lima; Frontspice d’Antonio Parreiras; Deuxième édition, revue et augmentée; Paris: Garnier Frère);
     BRB;
The Evolution of Brazil compared with that of Spanish and Anglo-Saxon America… Edited with introduction and notes by Percy Alvin Martin (Stanford, California- Leland Stanford Junior University; Publications University Series; new editions: New York: Russel & Russel, 1966; Westport, Conn.: Greenwood Press, 1975);
     BUK; BNB; BNE; BNJ; BNF;

1915:
The Influence of European Thought on Brasilian Literature (London: transactions of the Royal Society of Literature);
     BUK;

1916:
La evolución histórica de la América Latina (Madrid : Editorial-América);
     BNE;
The Effect of War upon Pan-American Cooperation (Worcester, Mass.: Clark University Addresses);
The Problem and and Lessons of the War (edited by George H. Blakeslee; New York: Putnam);

1918:
Formación histórica de la nacionalidad brasileña (Traducción y prólogo de Carlos Pereyra; Madrid: Editorial-América)
BUK ; BNA ; BNP ; BNE ; BNF ; BNV ;

1920 :
En la Argentina : impresiones de 1918-19 (versión española de Valentin Diego; Montevideo: Barreiro y Ramos);
     BNA;

1921:
“Pan Americanism and the League of Nations”, The Hispanic-American Historical Review (IV, 2); Bulletin of the Pan American Union (Washington: III, 2); “Pan Americanismo e a Liga das Nações”, Boletim da União Pan-Americana (XX, 3);

1922:
“New Constitutional Tendencies in Hispanic America”, The Hispanic-American Historical Review (V, 1);

1923 :
Aspectos da história e da cultura do Brasil : conferências inaugurais da cadeira de “Estudos Brasileiros” da Universidade de Coimbra (Lisboa: Universidade de Lisboa; Livraria Clássica Editora);
     BNP ; LOC ;

1926 :
Bibliographical and Historical Description of the Rarest Books in the Oliveira Lima collection; Compiled by Ruth E.V. Holmes (Washington: Catholic University of America; Oliveira Lima Library);
     BUK; LOC; BNV;

1933 :
D. Miguel no trono, 1828-1833, obra póstuma (Prefácio de Fidelino de Figueiredo; Coimbra: Imp. da Universidade);
     BUK ; BNP ; BNB ;

1970 :
Manuel S. Cardoso : Oliveira Lima Library (Boston : G. K. Hall)
     BNP ;

1972 :
Impresiones de la América Española (Caracas: Academia Nacional de la História: Fundación para el Rescate del Acervo Documental Venezolano);
     BNE; BNV;

1981 :
Impresiones de la América Española (1904-1906) (Caracas: Academia Nacional de la Historia: Fundación para el Rescate del Acervo Documental Venezolano);
     LOC; BNB; BNA; BNP; BNV

1998 :
En la Argentina (Buenos Aires: Editorial Centro de Estudios Unión para la Nueva Mayoría);
     LOC; BNA;

2008:
D. João VI no Brasil, 1808-1821 (Lisboa: Antonio Coelho Dias);
     LOC;


Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 10 de fevereiro de 2018 

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Epitafio do lulopetismo diplomatico (2016) - Paulo Roberto de Almeida

Quase dois anos atrás, mas ainda antes da queda final do poder lulopetista no plano da chefia do Estado, eu redigia um epitáfio ao lulopetismo diplomático, antes mesmo de deixar o meu limbo diplomático de muitos anos, afastado de qualquer função na Secretaria de Estado, até a queda do governo podre e corrupto dos companheiros, quando finalmente pude vislumbrar um retorno ao trabalho normal.
Não sei se trata-se realmente de um epitáfio, mas é uma espécie de balanço de tudo o que se fazia de errado no âmbito externo, e não sei exatamente que avaliação fazer dois anos depois.
Em todo caso, segue o artigo então redigido.

Epitáfio do lulopetismo diplomático

Paulo Roberto de Almeida 

Dois elementos são essenciais a qualquer diplomacia: credibilidade e inserção internacional. Esta última característica constitui aquilo que Nelson Rodrigues chamou de “óbvio ululante” e, por isso mesmo, a credibilidade nas palavras e ações de um país emerge como crucial na construção e na manutenção de sua respeitabilidade externa.
Ao aproximar-se o fim de mais de treze anos de bizarrices na política externa, cabe rememorar como a diplomacia lulopetista, partidária por definição, sacrificou ambos elementos no altar de posturas sectárias e iniciativas obscuras. A deformação das mais sensatas tradições da diplomacia profissional não só retirou credibilidade ao Brasil no contexto regional, como isolou o país da economia mundial, fazendo retroceder tanto a integração no Mercosul quanto nossa inserção nas cadeias produtivas globais.
Os lulopetistas retiraram credibilidade à política externa e à própria diplomacia profissional em primeiro lugar pelo alinhamento canhestro a regimes de esquerda na região, numa demonstração de anti-imperialismo anacrônico e de antiamericanismo infantil (existiam motivos atrás disso, o Foro de São Paulo, uma organização de fachada que permite aos comunistas cubanos controlar correias de transmissão no hemisfério). Houve um tempo em que o Brasil parecia dispor de vários ministros de relações exteriores, sendo um ironicamente designado de “chanceler para a América do Sul”, um apparatchik do partido, amador em assuntos externos, mas dispondo de grande poder para impor posturas contrárias ao interesse nacional, contra as opiniões mais sensatas da diplomacia profissional. Não faltou sequer certa dose de traição aos interesses do país, como revelado em episódios lastimáveis da diplomacia partidária, como a expropriação ilegal e indevida de ativos nacionais em países vizinhos, ou até a tentativa, felizmente frustrada, de fazer organismos externos interferir em nossa política interna, todos a partir de atropelos dos lulopetistas aprendizes de feiticeiro na agenda internacional do Brasil, que teria ficado em melhores condições nas mãos dos diplomatas profissionais.
O desmantelamento dos objetivos comerciais e econômicos do Mercosul, e sua transformação em mera tribuna política, sem qualquer efeito sobre seu fortalecimento enquanto parceiro internacional confiável, foi outra das lamentáveis “realizações” dos lulopetistas: o Mercosul se desqualificou, quando não abandonou por completo sua participação em negociações regionais ou plurilaterais em prol da abertura econômica, liberalização comercial ou inserção em cadeias mundiais de valor. O apoio concreto a duvidosos regimes esquerdistas – quando não ditaduras abertas – constituiu o aspecto mais histriônico, e nefasto, dessa política externa bizarra, aliás em total desrespeito a normas constitucionais e em contradição completa com nossas tradições diplomáticas (como a interferência nos assuntos internos de Honduras, por exemplo). Tudo isso minou a credibilidade da política externa e da diplomacia profissional.
O isolamento econômico do Brasil não foi algo improvisado, mas sim resultou de concepções anacrônicas em matéria de políticas industriais ou comerciais, que rescendem a um bolor desenvolvimentista de décadas passadas, mas que os lulopetistas sempre admiraram pelo seu lado estatista e dirigista, com raízes no protecionismo comercial e na proteção de uma “indústria infante” (a automobilística, por exemplo), que ainda não terminou de ser criança, mesmo passados sessenta anos. Regras de conteúdo local e discriminação tributária, como condição de acesso ao mercado interno, não estão apenas em contradição com regras do Gatt-OMC, mas realimentam velhos sonhos soviéticos de “socialismo num só país”, no nosso caso transformado em perfeito exemplo de “stalinismo industrial”, ou seja, uma indústria isolada do mundo.
O renascimento da política externa num novo governo terá de rever todas essas posturas anacrônicas do lulopetismo diplomático, indignas de nossas melhores tradições profissionais nessa área. A restauração da credibilidade externa do Brasil começa pela dupla superação da doença infantil do esquerdismo terceiro-mundista, traduzido na míope “diplomacia Sul-Sul”, e da obsessão pela busca de “parceiros estratégicos”, um fantasmagórico grupo de “anti-hegemônicos” (na concepção dos lulopetistas), cada um, na verdade, cuidando de seu interesse próprio no cenário mundial. O fim do auto-isolamento econômico e comercial passa, por sua vez, pela reversão completa das medidas adotadas nos últimos anos, começando por colocar novamente na agenda os objetivos prioritários inscritos no artigo primeiro do Tratado do Mercosul, ou então a concessão de liberdade a cada membro para negociar acordos de liberalização comercial com os parceiros mais prometedores. A indústria brasileira não precisa tanto de proteção e subsídios, quanto de abertura e competição, à condição que ela deixe de ser esmagada por uma carga tributária tão extorsiva quanto imoral.
A política externa lulopetista isolou o Brasil do mundo e retirou credibilidade à sua diplomacia profissional, ao partir de pressupostos completamente equivocados, em alguns casos deliberadamente voltados para prestar serviço a obscuros clientes externos, que nada tinham a ver com os nossos interesses nacionais. O Itamaraty precisa ser restaurado em seu papel fundamental de assessoria competente, essencialmente técnica, à formulação das diretrizes presidenciais em matéria de política externa, sem qualquer vezo partidário ou ideológico. Afastados apparatchiks partidários – que aliás romperam com métodos de trabalho obrigatórios na diplomacia profissional, como o registro documental de cada ação empreendida –, o Brasil poderá recuperar sua credibilidade externa e reinserir-se produtivamente na economia mundial. Não era sem tempo!

[Paulo Roberto de Almeida;
Brasília, 2 de maio de 2016]
 Publicado no jornal O Estado de S. Paulo (17/05/2016; link: http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,epitafio-do-lulopetismo-diplomatico,10000051687).