O que mais me surpreendeu na leitura do pequeno livro de Yves Lacoste sobre os países subdesenvolvidos, em meados dos anos 1960, traduzido e publicado no Brasil na coleção Saber Atual (Que Sais-Je?), foi a inclusão do Japão entre os países subdesenvolvidos, quando tinha recém ingressado na OCDE e já começava a exportar manufaturas eletrônicas, ainda que grosseiras (os famosos radinhos de pilha que pareciam tijolos). Mas, o livro tinha sido escrito em meados dos anos 1950, quando o Japão estava ainda se reconstruindo, depois da imensa destruição causada pela sua guerra contra os EUA. PRA
Às voltas com os mundos de Yves Lacoste
Por Daniel Afonso da Silva, pesquisador do Núcleo de Pesquisas em Relações Internacionais da USP
La Géographie, ça sert, d’abord, à faire la guerre [A geografia serve, antes de tudo, para fazer a guerra]. Em qualquer idioma, essa frase não era nem é bem um título. Poderia ser uma afirmação. Constatação. Provocação, quem sabe. Mas jamais um título. E essas foram as considerações iniciais do editor François Maspero sobre o manuscrito que o já experimentado geógrafo Yves Lacoste vinha de apresentar.
O ano era 1976. A tensão Leste-Oeste seguia intensamente viva. O muro de Berlim continuava intacto. A Guerra Fria parecia sem fim nem solução. A aceleração da descolonização da África indicava conjunturas em movimento. A promoção de regimes militares pelas Américas mostrava as verdadeiras faces do dito mundo livre. O rompimento norte-americano dos pactos estabelecidos em Bretton Woods antecipava o início do fim dos trinta anos gloriosos na Europa. Os choques de petróleo indicavas os limites do modelo de acumulação de capital vigente. O dossiê Watergate e o afastamento do presidente Richard Nixon eram mais uma mostra das fragilidades da democracia na América. Fragilidades mundialmente percebidas desde o Vietnã. Que foi justamente onde Yves Lacoste voltou a impor no mercado das ideias que a Geografia servia antes de tudo para o manejo da guerra.
Esse reconhecimento enquanto constatação já parecia extravagante. Na qualidade de título para um livro, virou escândalo. Que começou na França e ultrapassou as suas fronteiras. Chegando ao mundo inteiro e transformando Yves Lacoste num dos geógrafos mais reputados de sua geração.
Olhando-se de longe, poder-se-ia dizer se tratar de um livro que mudou a vida de Yves Lacoste. Mas chegando mais de perto e cotejando a longa trajetória desse francês nascido no Marrocos em 1929 e vocacionado para a Geografia fica claro que La Géographie, ça sert, d’abord, à faire la guerre foi apenas um dos muitos turning points da longa vida de Yves Lacoste recontada em seu belo Aventures d’un géographe.
O início de tudo foi no Marrocos, antes do nascimento de Yves Lacoste e antes da Grande Guerra de 1914-1918.
Tudo começou em 1906: anus terribilis para o Marrocos.
Após a escalada das tensões entre França, Alemanha, Espanha e Itália pela hegemonia sobre o espaço marroquino – último Estado africano não colonizado por potências europeias –, os Estados Unidos intervieram e protagonizaram a Conferência de Algésiras, em 1906, onde se resolveu da criação do protetorado francês sobre o Marrocos.
Seis anos depois, em 1912, desembarcou em Casablanca, como general-residente, o marechal Hubert Lyautey que promoveria diversas benfeitorias. Das quais, duas ações iniciais seriam decisivas para o país e para os Lacoste.
A primeira foi a criação do Banco do Estado do Marrocos. A segunda, a nacionalização dos recursos minerais do País.
Essa nacionalização alçou o Marrocos à condição potencial de Estado mais próspero do Magreb. E, em sua decorrência, foi criado o Bureau de Pesquisas e Participações em Minérios, que teria como um dos primeiros diretores o geólogo Jean Lacoste, pai do futuro Yves Lacoste.
Essa posição de Jean Lacoste em instituição tão central e importante àquele Marrocos moderno nascente permitiu aos Lacoste – e, a partir de 1929, a Yves Lacoste – uma relação profunda e confortável com o Marrocos e com a França.
Na primavera de 1939, após numerosos aller-retour Marrocos-Europa-França-Paris, os Lacoste decidem se instalar na França. Mais precisamente em Bourg-la-Reine, região parisiense.
Poucos meses depois, o entusiasmo do começo virou apreensão.
As notícias da investida alemã em Dantzig – região anexada à Polônia em 1918 e reivindicada pela Alemanha desde então –, a tensão entre a Finlândia e a Rússia e o avanço de Hitler a caminho da França anunciavam maus-presságios e indicavam que la drôle de guerre não teria nada de engraçado.
Frente a isso, Jean Lacoste, por formação e cultura, passou a acompanhar a cartografia da guerra, os movimentos militares e as tensões no interior das fronteiras europeias.
Nessa situação, de tanto observar esses hábitos do pai e a percepção da gravidade da guerra, a leitura mapas e a descrição dos jogos de poder viraram obsessão do menino Yves Lacoste, nos seus tenros dez anos de vida.
1942 – com a França ocupada e Auschwitz promovendo as suas perversidades macabras – traria duas fortes experiências ao futuro geógrafo Yves Lacoste.
A primeira com a morte do seu pai. A segunda com o encontro com Pierre George.
A morte de Jean Lacoste deixou marcas profundas no caráter de Yves Lacoste. O encontro com Pierre George forjaria ainda mais a sua vocação para a Geografia.
Pierre George era professor de História e Geografia no Liceu Lakanal e sua mulher, uma instrutora de artes dos irmãos de Yves Lacoste. Com a morte do patriarca dos Lacoste, a família George se aproximou dos Lacoste. E tudo começou com uma cesta de legumes.
Certa ocasião, a pedido da mulher, Pierre George levou aos Lacoste legumes de sua horta particular. Como retribuição, a sra. Lacoste pediu a Yves Lacoste que fosse à casa dos George retribuir a gentileza.
Nessa troca de gentilezas, Yves Lacoste e Pierre George tomam conhecimento um do outro. Certa admiração mútua teve início. E uma curiosidade – também mútua e sem fim – se instalou.
Pierre George, desde ali, aquinhoou a condição de espécie de referência masculina ao Yves Lacoste. Uma referência galvanizada em influência e inspiração intelectual e moral que fixariam as trilhas da vida profissional do jovem moço vindo do Marrocos.
Esse contato Pierre George-Yves Lacoste seguiu denso e intenso de 1942 até 1944, quando Pierre George, no âmbito da resistência gaullista ao regime de Vichy, entrou na clandestinidade. Por essa razão, eles ficaram vários meses sem se encontrar naqueles momentos finais do fim da guerra. Justamente o momento em que Yves Lacoste começava a se decidir por alguma formação superior. Um período de definições, portanto. Que envolveria de 1944 a 1946. Quando voltaria à vida dos Lacoste uma personagem de nome Jean Dresch.
Jean Dresch havia sido amigo de Jean Lacoste, pai de Yves Lacoste, no Marrocos. Agora em Paris, Dresch era um destacado professor no Instituto de Geografia. Nessas circunstâncias e por sugestão familiar, Yves Lacoste foi, portanto, procurá-lo para obter alguma orientação. Ao que Dresch não hesitou em sugerir a Lacoste o caminho da Geografia. Ao que Yves Lacoste acolheu e ingressou no Instituto de Geografia. O ano era 1946.
Os primeiros anos de Yves Lacoste no Instituto de Geografia, à rue Saint-Jacques, em Paris, foram de descobertas. Inicialmente com a confirmação de sua vocação de geógrafo a partir das aulas e seminários de Max Sorre, Jean Tricart e do próprio Jean Dresch. Na sequência, através de sua convicção política ao ingressar no Partido Comunista Francês rapidamente. E, por fim, do amor de sua vida, a sua colega de classe e de aventuras geográficas, Camille Dujardin (1929-2016), com quem seria casado por quase sessenta anos.
Uma vez formados, em 1950, todos os caminhos conduziram Yves Lacoste e Camille Lacoste-Dujardin aos países subdesenvolvidos. Um pouco antes de 1950, Jean Dresch os havia enviado a Casablanca para um estudo de campo e em 1952 o mesmo Jean Dresch lhes conseguiu o primeiro emprego na Argélia, em Argel. E foi na Argélia e em Argel que Yves Lacoste teria seu primeiro contato com a obra do historiador magrebino Ibn Khaldoun. E com Ibn Khaldoun ele teria seu primeiro grande divisor de horizontes no campo da Geografia, pois redescobriria e reescreveria a história e a representação do Norte da África em vários estudos, conferências e em seu “Ibn Khaldoun. Naissance de l’Histoire, passé du tiers-monde” (Paris: François Maspero, 1966).
De regresso a Paris em 1955, após o acirramento da tensão entre a Frente de Libertação Nacional, o Exército de Libertação Nacional, o Movimento Nacional Argelino e o governo francês, Yves Lacoste passou a lecionar no Instituto de Geografia e a conviver cotidianamente com Jean Dresch e Pierre George, que havia sido promovido a professor da Sorbonne após 1945.
Essa convivência com Dresch e George lançaria muitas surpresas a Lacoste. Mas duas, especialmente, muito marcantes.
Uma em 1958. Outra em 1967.
Sobre a primeira, o mês era maio e o ano, 1958. O contencioso entre a França e a Argélia parecia sem solução. O governo francês estava completamente desestabilizado. A sociedade franco-argelina ia à beira da guerra civil. E o general Charles de Gaulle – desertado da vida pública desde 1946 – estava às vésperas de regressar ao poder.
Após mais um dia de trabalho no Instituto de Geografia, Yves Lacoste e Pierre George voltavam de Paris para Bourg-la-Reine se atualizando sobre a conjuntura e sobre as novas publicações da coleção Que-sais-je, sob a direção de Pierre George, cujas obras Géographie économique du monde, Géographie industrielle du monde, Géographie agricole du monde e Géographie des États-Unis haviam conquistado relativo sucesso de crítica e público pelo seu caráter sucinto e assertivo. Mas notou-se que no projeto geral faltava um livro sobre países subdesenvolvidos. O tema do subdesenvolvimento seguia influenciado pela narrativa da dependência e pelos modelos de desenvolvimento impostos pelas Nações Unidas desde 1945. Mesmo que estimulantes, os estudos da Cepal pareciam demasiado estilizados e reducionistas aos olhares geográficos. O grande desafio era o de se problematizar essa dependência e melhor diagnosticar as suas consequências.
Até aquele momento, Pierre George havia recusado todos os manuscritos sobre o assunto apresentados à coleção. E era sobre essas recusas que agora ele conversava com Yves Lacoste.
Lacoste, então, sem maiores constrangimentos, candidatou-se a escrever um livro que não seria recusado. Pierre George resistiu de pronto, mas aquiesceu em seguida.
Seis meses que se seguiram e, ao seu cabo, Yves Lacoste apresentaria as 128 páginas do livro Les Pays sous-développés. Que foi aceito, publicado e, de súbito, transformado num sucesso planetário.
Seguindo o tom e a forma dos demais textos da coleção, em Les Pays sous-développés, Yves Lacoste entrelaçou conceitos de Economia e Demografia e desmistificou as noções de capitalismo e colonialismo. Ficou perfeito, original e sugestivo. Tanto que o desejo de se acessar o conteúdo do livro gerou a multiplicação exaustiva de cópias irregulares e sem autorização em todas as partes do mundo, especialmente na África, Ásia e América Latina. Os processos de descolonização davam o tom e as inovações analíticas de Lacoste embalavam interpretações.
Alguns anos depois, em 1967, seria a vez Jean Dresch mudar o curso da vida de Yves Lacoste. O sucesso planetário de Les Pays sous-développés, seguido de seu importante Géographie du sous-developpement e de seus estudos sobre Ibn Khaldoun, já havia consolidado a sua carreira e seu nome no campo da Geografia. Mas em 1967 Jean Dresch fizera chegar às suas mãos um documento oficial do governo do Vietnã do Norte indicando que os norte-americanos estavam bombardeando ilegal e imoralmente os diques do rio Vermelho. Configurando um explícito crime de guerra.
Que Yves Lacoste – mobilizado por Jean Dresch – deveria, doravante, interpretar e produzir peças de convicção para as discussões do Tribunal Russel, o Tribunal Internacional de Crimes de Guerra, que se reuniria nas imediações de Paris naquele ano.
Yves Lacoste fez, e seu esforço surtiu efeito. O Tribunal intermediou o fim dos bombardeios.
Mas a guerra continuou.
Até que em 1972 os bombardeios recomeçaram. O que levou Yves Lacoste a publicar um importante artigo no jornal Le monde indicando, didaticamente, a gravidade e a subversão do acordado em 1967.
Seu artigo foi reproduzido em jornais no mundo inteiro e as chancelarias e as organizações civis dos principais países concernentes tomaram posição imediatamente.
Quinze dias após a publicação no Le Monde, Yves Lacoste recebeu uma ligação anônima o convocando a venir à Hanoi. Em complemento, informava que situação estava très grave.
A gravidade da situação era verossímil, mas a ligação anônima não trouxera instrumentos práticos para a viagem, a saber: visto, passagens, contatos.
Por conta disso, Yves Lacoste foi consultar as representações diplomáticas, especialmente soviéticas, em Paris – pois eram os soviéticos que, de algum modo, geriam a contraofensiva do Vietnã do Norte. E foram eles, os soviéticos, que, imediatamente, organizaram tudo que se precisava para a viagem do geógrafo francês via Paris-Moscou-Hanói.
Uma vez em Hanói, Yves Lacoste foi recebido por oficiais do estado-maior vietnamita que organizaram a sua visita com o propósito de produzir testemunhos ocidentais – no caso, francês – do genocídio que os bombardeios norte-americanos estavam perto de promover. Os Estados Unidos vinham negando os bombardeios sobre o delta do rio Vermelho. Era necessário, portanto, superar a dúvida. O propósito de Yves Lacoste era ter acesso a cartografia oficial da região e às fotos do bombardeio. Sobre as cartas, o coronel Ha Van Lo prometeu fornecer. Sobre as fotos, elas precisariam ser feitas in loco. E assim se fez. Finalizado o recolho das evidências, Yves Lacoste deveria retornar à França e fazer circular as informações entre as autoridades de direito. E assim se fez. Mas antes de partir Hanói, o primeiro-ministro vietnamita lhe lançaria um recado na forma de reflexão “vous savez, pour nous, la France, c’est quelque chose” [Você sabe que, para nós, a França é algo importante].
De volta a Paris, Yves Lacoste foi diretamente à redação do Le monde para fazer publicar o mapa oficial do delta do rio Vermelho, os pontos bombardeados pelos norte-americanos e os comentários geoestratégicos que ele próprio havia realizado. Pela urgência da situação, o jornal francês publicou imediatamente.
Essa publicação – como a anterior de Lacoste – girou o mundo. Mas na mesma noite de sua publicação, o Papa Paulo VI a teria lido e, sensibilizado, teria, imediatamente, telefonado desde Roma ao presidente Richard Nixon em Washington clamando pelo cessar-fogo e pelo fim do conflito. O que de fato ocorreria meses depois.
Terminada a guerra – Estados Unidos e Vietnã do Norte cessaram o conflito em 1973, mas o Vietnã do Norte e o Vietnã do Sul seguiram em guerra até 1975 –, Yves Lacoste havia se tornado espécie de vedete mundial da Geografia Humana e da Geografia Política. Seus livros e artigos e ideias percorriam ainda mais forte e intensamente por todos os continentes e geógrafos do mundo inteiro começaram a renovar suas próprias convicções.
Até que André Fontaine, diretor e editor da área internacional do Le monde, interpretou os feitos de Lacoste com “cette guerre pour du territoire, c’est de la géopolitique” [essa guerra por território, isso é coisa da geopolítica] e, com isso, reabilitou a proscrita expressão Geopolítica para dar conta de questões singulares como essas. Consequentemente toda interpretação de Yves Lacoste foi finalmente reconhecida como interpretação geopolítica da guerra do Vietnã.
Nesse quesito, vale lembrar que, desde 1945 que a Geopolítica – a expressão e o conceito – havia saído dos manuais escolares e da opinião pública internacional. O consenso geral indicava que essa área da Geografia – fundada por Friedrich Ratzel no século 19 e promovida como “consciência de Estado” por Karl Haushofer no entreguerras – havia sido utilizada como instrumento nazista de ampliação de poder no período nazista de Hitler. As interpretações de Yves Lacoste sobre a guerra do Vietnã permitiram, assim, na impressão de André Fontaine, o arejamento do conceito e, especialmente, o reconhecimento de sua atualidade. E, nesse sentido, todos os esforços posteriores de Yves Lacoste foram para reavivar o termo e suas aplicações. E o espaço utilizado para essa empreitada foi o da revista Hérodote.
Imaginada em 1972, quando do retorno de Yves Lacoste de Hanói para Paris, mas inaugurada somente 1975-1976, Hérodote propunha a reunião de jovens geógrafos saídos de Vincennes – a Universidade de Vincennes, que havia sido criada após os protestos de 1968 com o propósito de renovação da estrutura universitária francesa – e de intelectuais (e professores) de todas as áreas das Humanidades e Ciências Humanas com contribuições interessados em estudos de Estratégia, Geografia e Ideologia.
Nesse sentido, pouco a pouco, Hérodote” foi se tornando referência mundial sobre Geopolítica e Yves Lacoste, o patrono genuíno da área.
A publicação de Les Pays sous-développés e La Géographie, ça sert, d’abord, à faire la guerreassim como a criação da revista Hérodotepodem ser reconhecidos como momentos fortes da trajetória de Yves Lacoste e da tessitura de suas memórias Aventures d’un géographe. Mas Aventures d’un géographe comporta mais um sem fim de impressões, abordagens e viagens de Yves Lacoste. Suas relações em Cuba e nas Américas. Suas contribuições às agências das Nações Unidas. Suas intervenções em países africanos e asiáticos. Suas discussões sobre o Mediterrâneo. Suas reflexões sobre método e representação em geopolítica. Sua negação da géographie appliquée [geografia aplicada], proposta por Michel Phlipponneau e Jean Tricart. Sua adoção e divulgação da géographie active[geografia ativa], de Pierre George. Seu afastamento de Pierre George por conta da revista Hérodote. Sua reaproximação de Pierre George após trinta anos de silêncio mútuo.
Sua interação com a geógrafa Béatrice Giblin na criação, gestão e direção da Hérodote. Sua desilusão com a Presidência François Mitterrand (1981-1996). Seu desentendimento com o geógrafo Michel Foucher (1946- ). Sua desmistificação dos debates pós-coloniais. Seu último adeus a Camille Lacoste-Dujardin, companheira de uma vida inteira, em 2016.
Eis a vida e a obra de Yves Lacoste traçada nesse livro Aventures d’un géographe – um livro verdadeiramente bem pensado, bem escrito e que mereceria uma urgente versão em língua portuguesa.
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