O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Grecia: quase 200 anos depois da independencia, voltou a ser colonia (por seus proprios erros)

Não são exatamente 200 anos de independência completa, pois no século 19 a Grécia já enfrentou problemas semelhantes, ao se endividar demasiadamente, e ao ter de colocar suas finanças sob a supervisão de representantes de governos estrangeiros, que atuavam a pedido dos banqueiros financiadores.
Portanto, não deve ser nenhuma tragédia, viver uma velha experiência outra vez, mas eu não quero tripudiar sobre os pobres gregos, que não tem culpa por terem as elites que tiveram e têm (nós também, por sinal, temos elites ineptas, corruptas e basicamente autocentradas nos seus próprios negócios pessoais).
Mas, uma coisa que venho reparando nos comentários e matérias de jornalistas é essa constante referência à Grécia antiga, a pátria da democracia, da filosofia, da história, e outras coisas mais. Tudo isso é bobagem. Os gregos antigos (comedores de azeitonas, ordenhadores de cabras e bons de conversa) têm pouca coisa diretamente legada aos gregos modernos, que só herdaram dos antigos essa mania de conversar, ao que parece. O resto, não tem absolutamente nada a ver com antigas tradições e relatos heróicos. Mal comparando, eles são os baianos da Europa, aquela coisa de viver de sol, de turistas, de música, e de dinheiro público... Enfim, cada um se vira como pode.
Abaixo, os detalhes da colonização contemporânea. Eles conseguiram que o fundo de privatização não os humilhe sendo sediado em Luxemburgo; será na Grécia, mas terá supervisores estrangeiros...
Paulo Roberto de Almeida

Conheça os detalhes do novo acordo de resgate da Grécia
Veja.com, 13/07/2015 às 19:25

O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras e a chanceler alemã, Angela Merkel se reúnem na sede da União Europeia em Bruxelas, na Bélgica - 07/07/2015 (Foto: Philippe Wojazer/AFP)
O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras e a chanceler alemã, Angela Merkel se reúnem com os demais líderes do continente na sede da União Europeia em Bruxelas, na Bélgica - 07/07/2015
Yanis Varousfakis chega para uma conferência em Atenas. O ex-ministro das finanças da Grécia renunciou ao cargo após a vitória do "Não" às propostas dos credores
 Voltar ao início

LegendasTodas as mídiasSlideshow
Depois de uma série de reuniões realizadas nas últimas semanas, a Grécia finalmente chegou a um acordo com os seus credores para contornar a crise financeira do país. Os detalhes do acordo, que foram longamente debatidos por líderes de 19 países da zona do euro entre a noite de domingo e a manhã desta segunda-feira, tratam da necessidade de implantação de diversas medidas de austeridade, como privatizações, aumento de impostos e reformas no mercado de trabalho e no sistema previdenciário.
Algumas das medidas, inclusive, foram refutadas pelo povo grego no referendo realizado no dia 5 de julho. Apesar de ter alardeado que sairia fortalecido com a vitória do "não" no plebiscito, o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, se viu obrigado a arredar o pé e aceitar as duras condições propostas pelos credores para liberação de um pacote de socorro que pode chegar a 86 bilhões de euros.
LEIA TAMBÉM:
Os números da crise grega
Com uma dívida de mais de 170% do PIB, o governo grego corre o risco de não ter recursos para bancar o funcionamento do Estado sem o auxílio financeiro. Os bancos já estão fechados há duas semanas e devem continuar nos próximos dias até que o dinheiro do Banco Central Europeu seja injetado no sistema bancário grego. As medidas, que ainda devem ser apreciadas pelo Legislativo grego até esta quarta-feira, devem deprimir ainda mais a economia do país, que recuou quase 25% nos últimos 5 anos e cuja taxa de desemprego chega a 26%.
Eleito com o slogan anti-austeridade no início do ano, Tsipras já encontra resistência do próprio partido, o Syriza, para conseguir aprovar o plano. Ministros de seu governo e correligionários chegaram a dizer que o acordo firmado "humilha" a Grécia e a coloca como uma "colônia da dívida de uma Europa supervisionada pela Alemanha".
Os detalhes do acordo foram divulgados no início da tarde. Confira os principais pontos do documento:
FMI - O Eurogrupo condiciona a concessão de um empréstimo via MEE (Mecanismo Europeu de Estabilidade) a um acordo prévio com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Em moratória com o fundo desde a semana retrasada, o governo grego havia insistido que não queria o FMI como parceiro no novo plano. "Portanto, a Grécia solicitará apoio continuado do FMI (monitoração e financiamento), a partir de março de 2016", diz o texto.
Previdência - Fazer uma reforma ampla no sistema de aposentadorias e pensões, visando torná-los viáveis. O texto ainda define que essas medidas devem ser aprovadas até esta quarta-feira.
Aumento de tributos - Implementar mecanismos de "alargamento da base tributária" a fim de expandir a receita. O texto também fala em desburocratizar alguns sistemas tributários, como o IVA (imposto sobre o valor agregado).
Privatizações - Segundo o documento, o governo deverá desenvolver um programa de privatizações, que consiga levantar 50 bilhões de euros com a venda de ativos. Esse montante deverá ser transferido para um fundo independente. Do valor, 25 bilhões de euros serão usados para recapitalizar os bancos; 13,2 bilhões de euros, para reduzir a dívida do país; e os outros 13,2 bilhões de euros serão repassados para investimentos. O fundo será sediado na Grécia e não em Luxemburgo, como havia proposto a Alemanha. Apesar disso, ele contará com a supervisão de "instuições europeias relevantes".
A operadora da rede nacional de transmissão de energia também deve ser privatizada, "a menos que medidas de substituição possam ser identificadas que tenham efeito semelhante sobre a concorrência", conforme o texto.
Mercado de trabalho - O acordo destaca a necessidade de "revisões rigorosas e uma modernização" das relações de trabalho. O objetivo é que, com as mudanças, as políticas trabalhistas se alinhem às "melhores práticas europeias e profissionais" e se distanciem do formato anterior que "não são compatíveis com as metas de promoção de crescimento sustentável e inclusivo".
Independência - O Eurogrupo exige medidas para melhorar a governança do Fundo de Estabilidade Financeira da Grécia e a eliminação de "qualquer possibilidade de interferência política" sobre os bancos.
Transparência - O texto exige uma reforma do escritório de estatísticas (Elstat), sob suspeita de manipulação de dados do país. A entidade se assemelha ao que é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no Brasil (IBGE) no Brasil.
Recuperar a confiança - Os países da zona do euro reforçam a "necessidade crucial de reconstruir a confiança com as autoridades gregas como pré-requisito" para a Grécia conseguir ajuda financeira. "A Comissão Europeia recebe positivamente os compromissos das autoridades gregas de propor ao Parlamento, sem delongas, um primeiro conjunto de medidas", informa o documento.
Reduzir a máquina pública - De acordo com o texto, o governo grego assumiu o compromisso de reduzir "ainda mais" os custos de administração do país. A primeira proposta nesse sentido deve ser apresentada até o dia 20 de julho.
Revisar leis - O texto prevê que o governo reavalie as leis aprovadas antes de fevereiro deste ano que resultaram "em abandono de compromissos anteriores" quanto ao controle fiscal. Além disso, os credores pedem a "modernização e a despolitização" da administração grega.
Consideração - No texto, o governo grego é apontado como o culpado pela insolvência da dívida grega. "Isso se deve ao relaxamento de políticas nos últimos 12 meses, que resultou na recente deterioração do ambiente financeiro e macroeconômica grego", explica o documento. Por fim, os países da zona do euro ainda fizeram uma constatação de que, se o acordo não sair do papel, a responsabilidade será toda da Grécia.
LEIA MAIS:
Mesmo com acordo, bancos gregos continuarão fechados
Bolsas europeias fecham em alta influenciadas por acordo entre Grécia e credores
(Da redação)

1992 e 2015: dois momentos de defesa da democracia contra seus fraudadores e os corruptos

O jornalista Reinaldo Azevedo reproduz, em uma de suas postagens, trechos do documento que, em 1992, embasou na Câmara dos Deputados, o pedido de impeachment contra aquele que então eu considerava a maior fraude da história política brasileira, o mentiroso e corrupto presidente Fernando Collor. Ele é hoje um dos grandes aliados do regime que o superou amplamente em mentiras, falcatruas e em corrupção, e que também merece impeachment, sobretudo moral e eleitoral, além de ser afastado politicamente da direção do país.

Eu acho, como o jornalista em questão, que a mesma peça acusatória serve perfeitamente para o atual momento político brasileiro, quando somos confrontados a uma tropa de bárbaros do totalitarismo, que se revelou uma organização criminosa, tantos são os crimes políticos, os econômicos e os simples crimes comuns perpetrados pelos mafiosos neobolcheviques.

Leiam vocês mesmos para verificar se a justificativa para o impeachment de 1992 não se sustenta integralmente na perspectiva de 2014 (crimes eleitorais) e durante todo o período de governo da atual incumbente, sob a forma de crimes políticos (fraude contra a Constituição, contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e outros instrumentos legais), ou seja, de 2011 a 2015.

Que o Congresso faça o seu dever!


“O impeachment não é uma pena ordinária contra criminosos comuns. É a sanção extrema contra o abuso e a perversão do poder político. Por isso mesmo, pela condição eminente do cargo do denunciado e pela gravidade excepcional dos delitos ora imputados, o processo de impeachment deita raízes nas grandes exigências da ética política e da moral pública, à luz das quais hão ser interpretadas as normas do direito positivo”.

(...)

“Nos regimes democráticos, o grande juiz dos governantes é o próprio povo, é a consciência ética popular. O governante eleito que se assenhoreia do poder em seu próprio interesse, ou no de seus amigos e familiares, não pratica apenas atos de corrupção pessoal, de apropriação indébita ou desvio da coisa pública: mais do que isso, ele escarnece e vilipendia a soberania popular”.

(...)

“É por essa razão que a melhor tradição política ocidental atribui competência, para o juízo de pronúncia dos acusados de crime de responsabilidade, precisamente ao órgão de representação popular. Representar o povo significa, nos processos de impeachment, interpretar e exprimir o sentido ético dominante, diante dos atos de abuso ou traição da confiança nacional. A suprema prevaricação que podem cometer os representantes do povo, em processos de crime de responsabilidade, consiste em atuar sob pressão de influências espúrias ou para a satisfação de interesses pessoais ou partidários.”

íntegra da denúncia oferecida contra Collor à Câmara está aqui

Renato Baumann sobre os Brics: um processo em construcao (Russia Direct)

Eis as considerações, todas ponderadas e razoáveis, apresentadas pelo diretor do IPEA para as Relações Econômicas e Politicas internacionais, Renato Baumann, à pergunta sobre se os Brics deveriam ver o Ocidente como parceiro ou como rival:
Renato Baumann, Director of Studies on Economic and International Policy Relations at the Institute of Applied Economic Research (IPEA), Brazil.
To start with, it is difficult for Brazil  – and probably also South Africa  – to consider themselves as non-Western: geography matters. With this clarification, I understand that the question refers to how the main economies – the U.S. and Western Europe – see the BRICS initiative.
My guess is that the economic agents in those countries view the BRICS right now with a mix of curiosity and skepticism. Curiosity, because the group comprises some of the most important economies. But since it is very recent, it is still to be seen how the group will evolve and consolidate. Skepticism, because it is a set of five countries with different histories and objectives, with lower rates of growth now than when the group was formed.
The very reason for forming the BRICS has always been the joint perception by the five countries with regard to the needed changes in global governance. This has led to a demanding position, sometimes rather critical of the status quo. This has also led to a number of initiatives to try and increase mutual knowledge. More importantly, the group has initiated a substantive, unprecedented initiative, with the creation of a joint institution – the New Development Bank – that will allow for some degree of freedom in having an additional source of resources for investment projects in infrastructure. At the same time, it will be a big challenge to joint action by the five countries.
This means that the BRICS countries hardly see “the West” as rivals, with perhaps the exception of one or other members, involved in specific conflicts. As a group, the overall sentiment is that this is a “building up exercise,” and not a contest.

Russia Direct, July 13, 2015

Grecia: a educacao de um lider esquerdista (jamais feita completamente) - Washington Post

Um professor de relações internacionais da Universidade do Pireu, cujo primeiro nome é evocativamente Aristóteles, e certamente evocando o título da biografia de Henry Adams, chamou o recente episódio de meia-volta do primeiro ministro grego de "a educação de Alexis Tsipras", o que talvez seja enganoso, pois esquerdistas convencidos jamais se dão por vencidos, e jamais aprendem qualquer coisa.
Temos como exemplo a nossa dirigente, inepta, incompetente, teimosa, e que até agora não reconheceu todos os gigantescos equívocos cometidos, todas as bobagens perpetradas, e que se recusa ainda assim a fazer um mea culpa. Não tem educação, stricto et lato sensi, ou seja, nunca aprendeu nada e pretende continuar não aprendendo. Cabeça dura...
O primeiro-ministro grego também, e como a brasileira, vai deixar o seu país muito pior do que antes, mas se recusa a admitir simples verdades.
Apresenta as propostas europeias como sendo um assalto à mão armada, o dinheiro ou a vida, dizendo que tem de aceitar dar o dinheiro para manter a vida, o que é escandalosamente desonesto: os gregos, para ter mais dinheiro europeu, terão de aceitar algumas reformas, que já deveriam ter feito por conta própria, para seu próprio benefício, não para beneficiar credores, que de resto são todos institucionais, não banqueiros malvados, como quer fazer acreditar uma imprensa debiloide (como Carta Capital, por exemplo). Exatamente como no Brasil, onde as reformas precisam ser feitas em benefício do próprio Brasil, não pelos mercados ou pelos capitalistas estrangeiros.
A França, talvez pensando no seu próprio caso, queria flexibilizar, e passar mais dinheiro para os gregos sem muitas condicionalidades. É muito fácil jogar com o dinheiro dos outros, no caso com o dos alemães, que não aceitaram a tramoia (e por que deveriam fazê-lo?; os gregos que se convençam que não podem mais viver com o dinheiro dos outros, como todos os socialistas gostam de fazer).
Em conclusão, temos uma comédia de erros no caso da Grécia, mas os principais trapalhões e embusteiros são os próprios gregos. Um dia vão ter de aprender, e o povo grego também.
Exatamente como no Brasil. Mas o custo é enorme ter esquerdistas ignorantes no poder...
Paulo Roberto de Almeida

In Greece, defiance dissipates into capitulation
By Ylan Q. Mui and Anthony Faiola
The Washington Post, 11/07/2015

Thousands of people flooded the square outside Parliament, draping themselves in blue-and-white flags to celebrate the country’s sweeping rejection of the tough austerity measures demanded by its European creditors, which Greece’s fiery young leader had likened to “blackmail.”
But by Friday, the euphoria had faded as Prime Minister Alexis Tsipras’s vows to stand up to ­Europe caved to the harsh realization that the birthplace of democracy stood just 48 hours away from financial ruin — and Greeks were poised to swallow what amounted to the same dose of austerity they had refused in a vote Sunday.
“Each one of us shall be confronted with his stature and his history. Between a bad choice and a catastrophic one, we are forced to opt for the first one,” Tsipras said in a speech before his party’s lawmakers, according to local media. “It is as if one asks you for your money or your life.”
In the wee hours of Saturday morning, the Greek Parliament backed a ­last-ditch plea to creditors for more than 50 billion euros in emergency funding that could carry the country through the next three years. European officials in Brussels also planned to pore over the proposal Saturday afternoon. Approval from the 19-member euro zone’s finance ministers would open the door to restarting formal negotiations that had broken down in the run-up to the referendum.
Securing the bailout money could pave the way for shuttered banks to reopen, return some semblance of normalcy to beleaguered citizens and affirm this Mediterranean nation’s identity as an integral part of Europe. But it almost would amount to an acknowledgment that while the austerity Tsipras disdained may be painful — and may deepen Greece’s financial crisis — leaving the common euro currency would be worse.
“The revolutionary moment has fizzled,” said Mark Medish, who served as a top official in the Treasury Department and the National Security Council under President Bill Clinton. “In effect, the no vote would be turning into a yes.”
But members of the far-left block of Tsipras’ ruling Syriza party signaled they were unhappy with the deal. Panagiotis Lafazanis, who heads the radical block and sits in Tsipras’s cabinet, characterized it as a departure from party philosophy. He and seven other Syriza members abstained from voting. Seven of the party’s lawmakers skipped the vote altogether, and two rejected the proposal. The insurgency could result in a political shakeup once negotiations with Europe are over.
The bailout “doesn’t give answers to the country’s problems or a positive destination,” Lafazanis told Greek media.
How Greece went from victory to economy-destroying defeat
In return for a bailout, Tsipras offered to undertake a massive restructuring of the national budget that has eluded his predecessors but that analysts say may be unavoidable if Greece is to stabilize its foundering economy. The package of spending cuts and tax increases is estimated to total 12 billion to 13 billion euros — even more than previous Greek proposals had offered. It includes abolishing key tax breaks for islands that are popular tourist destinations, phasing out a subsidy for poor pensioners and privatizing sprawling state industries.
“This could be called the education of Alexis Tsipras,” said Aristotle Tziampiris, associate professor of international relations at the University of Piraeus. “The overwhelming majority of the Greek people were united in fact in their desire to stay in the euro zone.”
The apparent capitulation by Greece, though, still needed the backing of its creditors, some of whom remained decidedly unamused by the antics in Athens.
Greece’s troika of lenders — the European Commission, the European Central Bank and the International Monetary Fund — discussed Greece’s request for a bailout in a conference call Friday afternoon.
A commitment of fresh money could open the door for the ECB to lift its cap on emergency aid for Greece’s banks, which have been shut for two weeks. The central bank will likely discuss the matter Monday, according to the Reuters news agency.
French officials, who sent advisers to help Greece craft its proposal, lobbied for leniency, with President François Hollande describing the offer as “serious and credible.”
But Germany, the largest creditor nation, is likely to be a decisive voice, and hard questions were still being asked in Berlin. German officials were calling for signs of follow-through by the Greeks, and the strong endorsement of the proposal by the Greek Parliament might help.
This is the third bailout that Athens has asked for in five years. Greece had sought an extension of its previous program, but now it is to start a wholly new one.
“The situation of the expired old program does not exist anymore,” German government spokesman Steffen Seibert told reporters in Berlin. “Therefore, what we need is a new, multi-year program which in its requirements and commitments by far exceeds what was discussed at the end of June.”
Yet there seemed to be a slight opening by the Germans on the thorny but pivotal issue of easing Greece’s crippling debt, even if slightly. German Finance Ministry spokesman Martin Jäger said a major debt-slashing was out of the question. But he left open the possibility of a debt restructuring that eases Greece’s terms, saying the intent was not to “significantly reduce the cash value of the debt.”
A commitment by Greece’s lenders to address its debt could sweeten the deal for Athens. As Friday’s debate over the bailout stretched into Saturday morning, Tsipras held out that potential as a crucial victory.
“I hope we are nearing the end of a battle,” he said before Parliament. “Sooner or later, this seed of dignity and democracy will bear fruit for other Europeans.”
But for some Greeks — primarily from the prime minister’s own party — there remained only one solution: to leave Europe and its austerity regime behind.
A small contingent of the bailout’s most ardent opponents gathered Friday night in Syntagma Square in front of Parliament. Petro Vaios, 20, handed out leaflets and carried a sign on his backpack that read, “No bailouts, old or new.”
The protest was a mere shadow of the throngs that filled the streets after last Sunday’s referendum. Vaios said he knew he was fighting for a lost cause.
“After five years of austerity, we now know for sure that the European way has not led us anywhere,” he said. “If we follow the same path, it’s like committing suicide.”
When asked how he felt about Tsipras, the leader who moved from open resistance to desperation in the space of a week, Vaios only smiled and replied, “It’s a tricky question.”
Stephanie Kirchner in Berlin contributed to this report.

A deseducacao brasileira nas maos de energumenos, como o reitor da UFRJ: pobre universidade, coitada da educacao brasileira

O lema que este blog tenta seguir é o de postar coisas inteligentes para suscitar debates inteligentes sobre coisas importantes para o nosso país. De vez em quando a gente se sente motivado a também postar coisas idiotas apenas para mostrar o que vai errado em nosso país, e continuar mantendo um debate inteligente sobre coisas importantes.
Algumas vezes, a gente se sente compelido a postar coisas completamente idiotas, debiloides, e nefastas, apenas como demonstração de como assuntos importantes como a educação vêm sofrendo nas mãos, e nos pés de energúmenos e aloprados, como podem ser alguns petistas particularmente idiotas.
Acredito que seja o caso deste reitor. Raras vezes na história da universidade brasileira -- mais foi o caso recentemente com o Zé do MST sendo eleito como reitor da UnB -- pessoas tão desqualificadas para o cargo se alçaram a postos de tamanha responsabilidade, o que apenas indica como o MEC, e o governo, são perfeitamente idiotas e nefastos em matéria educacional.
Como eu sempre digo, se quisermos melhorar a educação brasileira seria preciso começar por simplesmente fechar o MEC, e começar outras carreiras de professores, num esquema totalmente distinto ao que temos atualmente, e ainda assim vai demorar décadas para eliminar os últimos resquícios do freireanismo idiota nas faculdades de educação.
Não concordo com UMA SÓ PALAVRA de tudo o que vai transcrito nessa entrevista do jornal idiota Brasil De Fato com o reitor da UFRJ, mas transcrevo-a por inteiro, apenas como registro de como conseguimos descer tão baixo na escala da indigência subinteliquitual e da mistificação administrativa. O cara consegue errar em praticamente tudo o que disse.
Realmente, vai ser difícil consertar o país, com energúmenos como esse à frente de universidades.
Paulo Roberto de Almeida

“Grandes grupos econômicos estão ditando a formação de crianças e jovens brasileiros”

Em entrevista exclusiva, novo reitor da UFRJ, Roberto Leher, aponta os impactos da lógica mercantilizada sobre a educação brasileira e aponta que como grupos financeiros tentam dominar a educação pública. 
Brasil De Fato, 01/07/2015
Por Luiz Felipe Abulquerque
De São Paulo (SP)

Um grande negócio. É assim que o novo reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, enxerga o novo momento da educação brasileira.
Em entrevista ao Brasil de Fato, o professor titular da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRJ traça um panorama do atual estágio da educação no Brasil, e as conclusões não são nada animadoras.
Para Leher, que tomará posse nesta sexta-feira (3), os recentes processos de fusões entre grandes grupos educacionais, como Kroton e Anhanguera, e a criação de movimentos como o Todos pela Educação representam a síntese deste processo.
No primeiro caso, ocorre uma inversão de valores, em que o primordial não é mais a educação em si, mas a busca de lucros exorbitantes por meio de fundos de investimentos. No segundo, a defesa de um projeto de educação básica em que a classe dominante define forma e conteúdo do processo formativo de crianças e jovens brasileiros.
O movimento Todos Pela Educação é uma articulação entre grandes grupos econômicos como bancos (Itaú), empreiteiras, setores do agronegócio e da mineração (Vale) e os meios de comunicação que procuram ditar os rumos da educação no Brasil.
Para o professor, o movimento se organiza numa espécie de Partido da classe dominante, ao pensarem um projeto de educação para o país, organizarem frações de classe em torno desta proposta e criar estratégias de difusão de seu projeto para a sociedade.
“Os setores dominantes se organizaram para definiram como as crianças e jovens brasileiros serão formados. E fazem isso como uma política de classe, atuam como classe que tem objetivos claros, um projeto, concepções clara de formação, de modo a converter o conjunto das crianças e dos jovens em capital humano”, observa o professor.
Confira a entrevista:

Brasil de Fato - Muitos setores denunciam a atual mercantilização da educação brasileira. O que está acontecendo neste setor?
Roberto Leher - De fato há mudanças no que diz respeito a mercantilização da educação, diferente do que acontecia até 2006 no Brasil. Os novos organizadores dessa mercantilização são organizações de natureza financeira, particularmente os chamados fundos de investimento.
Como o próprio nome diz, os fundos de investimentos são fundos constituído por vários investidores, grande parte estrangeiro, como fundos de pensão, trabalhadores da GM, bancos, etc, que apostam num determinado fundo, e esse fundo vai fazer negócios em diversos países.
 
Crédito: Reprodução 
Em geral, os fundos fazem fusões, como é o caso da Sadia e Perdigão no Brasil. Mas é o mesmo grupo que também adquiri faculdades e organizações educacionais com o objetivo de constituir monopólios.
Esse processo levou a Kroton e a Anhanguera - fundo Advent e Pátria - a constituírem, no Brasil, a maior empresa educacional do mundo, um conglomerado que hoje já possui mais de 1,2 milhão de estudantes, mais do que todas as universidades federais juntas.
O que muda com essa nova forma de mercantilização da educação?
O negócio do investidor não é propriamente a educação, é o fundo. Ele investiu no fundo e quer resposta do fundo, que cria mecanismos para que os lucros dos setores que eles estão fazendo as aquisições e fusões sejam lucros exorbitantes. É isso que valoriza o fundo.
A racionalidade com que é organizada as universidades sob controle dos fundos é uma racionalidade das finanças. São gestores de finanças, não são administrados educacionais. São operadores do mercado financeiro que estão controlando as organizações educacionais.
Toda parte educacional responde uma lógica dos grupos econômicos, e por isso eles fazem articulações com editoras, com softwares, hardwares, computadores, tablets; é um conglomerado que vai redefinindo a formação de milhões de jovens.
No caso do Brasil, cinco fundos têm atualmente cerca de 40% das matrículas da educação superior brasileira, e três fundos têm quase 60% da educação à distância no Brasil.
Quais os interesses dessas grandes corporações para além do econômico?
A principal iniciativa dos setores dominantes na educação básica brasileira é uma coalizão de grupos econômicos chamado Todos pela Educação, organizado pelo setor financeiro, agronegócio, mineral, meios de comunicação, que defendem um projeto de educação de classe, obviamente interpretando os anseios dos setores dominantes para o conjunto da sociedade brasileira.
Em outras palavras, os setores dominantes se organizaram para definiram como as crianças e jovens brasileiros serão formados. E fazem isso como uma política de classe, atuam como classe que tem objetivos claros, um projeto, concepções clara de formação, de modo a converter o conjunto das crianças e dos jovens em capital humano.
Em última instância, é com isso que eles estão preocupados: em como fazer com que a juventude seja educada na perspectiva de serem um fator da produção. Essa é a racionalidade geral, e isso tem várias mediações pedagógicas.
A aparência é de que estão preocupados com a alfabetização, com a escolarização, com o aprendizado, etc. E de fato estão, mas dentro dessa matriz de classe, no sentido de educar a juventude para o que seria esse novo espírito do capitalismo, de modo que não vislumbrem outra maneira de vida que não aquela em que serão mercadorias, apenas força de trabalho.
De que maneira eles interferem nas políticas educacionais do Estado?
Como sociedade civil, os setores dominantes buscam interferir nas políticas de Estado. O Todos pela Educação conseguiu difundir a sua proposta educativa para o Estado, inicialmente por meio do Plano Nacional de Educação (PNE) - que aliás foi homenageado com o nome Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, em referência ao movimento. Com isso definiram em grandes linhas o que seria o PNE que está vigente.
Articulam por meio de leis, mas também da adesão de secretários municipais e estaduais às suas metas, aos seus objetivos. Articulam com o Estado, que cria programas, como o programa de ações articuladas, em que a prefeitura, quando apresenta um projeto para o desenvolvimento da educação municipal, tem que implicitamente aderir às metas do movimento Todos pela Educação.
Temos um complexo muito sofisticado que interage as frações burguesas dominantes, as políticas de Estado e os meios operativos do Estado para viabilizar esta agenda educacional.
Mas como se dá isso na prática?
Quando um município faz um programa de educação para a sua região, ele já deve estar organizado com base no princípio de que existe uma idade certa para educação, que os conteúdos não devem se referenciar nos conhecimentos, mas sim no que eles chamam de competências, que o professor não deve escapar deste currículo mínimo que eles estão desenvolvendo por meio de uma coerção da avaliação.
A escola que não consegue bons índices no Idep [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] é penalizada, desmoralizada, sai nos jornais, e isso cria um constrangimento que chega ao cotidiano da sala de aula, e as prefeituras pressionadas por esses índices acabam sucumbidos às fórmulas que o capital oferece. A mais importante delas é comprar sistemas de ensino, apostilas, que são fornecidos pelas próprias corporações.
O professor está em sala de aula, recebe apostilas, exames padronizadas que foram feitos pela corporação, e na prática, ao invés do professor desenvolver um papel intelectual, criador, ele tem que ser muito mais um aplicador das cartilhas, um entregador de conhecimento, e isso obviamente esvazia o papel do professor que tem consequências diretas com o processo de formação.
A formação esperada do educador não é uma formação enquanto intelectual, mas sim como alguém que sabe desenvolver técnicas para aplicar aquelas pacotes que as corporações preparam.
E há resistências a isso?
Existe um complexo de situações onde as resistências, as tensões são muito grandes, o que traz infelicidade aos professores e aos estudantes, mas tudo isso é muito difuso. As resistências acontecem na forma de lutas sindicais, quando fazem greve criticando a chamada “meritocracia”, os sistemas de avaliação.
Aparecem aqui e ali, mas é forçoso reconhecer que existe um complexo de controle sobre as escolas que restringem muito a margem de manobra dos trabalhadores da educação para desenvolverem um projeto pedagógico autônomo e crítico.
Essa situação é agravada quando a própria direção da escola, que deveria pensar como a escola se auto governa, vem sendo ressignificada como um papel de gestão. O diretor e os coordenadores são pensados como gestores na lógica de uma empresa, que deve cumprir metas, fiscalizar o cumprimento delas e tentar atingir essas metas de todas as formas.
Temos uma mudança de referências quando a própria equipe de coordenação da escola se torna uma equipe de gestores. No documento Pátria Educadora há uma possibilidade de punição dos professores que não cumprirem as metas.
Por sinal, o Pátria Educadora é um dos programas carro chefe do governo federal. Como você avalia este documento?
Não casualmente, esse documento foi elaborado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), atualmente dirigido pelo ministro Mangabeira Unger. Ele parte de um diagnóstico de que o modelo de desenvolvimento baseado em commodities se esgotou com a crise mundial, com seus preços despencando depois daquele período de ouro entre 2004 e 2009.
 
Crédito: Antônio Cruz/Agência Brasil 
Com a desvalorização dessas commodities, Mangabeira chama atenção para o fato de que o Brasil deveria buscar outra forma de inserção na economia mundial que não fosse apenas de commodities.
E a minha hipótese é que eles estão sinalizando nesse documento que o Brasil deveria ser uma espécie de plataforma de exportação, assim como já existe na fronteira norte do México, em alguns países asiáticos - o modelo chinês foi isso nos anos 90, de ser um local em que a força de trabalho é muito explorada, recebe um treinamento específico que permite uma exploração muito grande, e esses países entram em circuitos de produção industrial de maneira subalterna, explorando o que seriam sua vantagens comparativas: baixo custo de energia, da força de trabalho, baixa regulamentação ambiental, e isso daria vantagens competitivas novamente ao país.
O drama é que a concepção do Pátria Educadora tem como correspondência a ideia de que a formação da maior parte da força de trabalho no Brasil deve ser por um trabalho mais simples, e isso tem consequências pedagógicas muito grande.
Se é para formar para o trabalho simples, a maior parte das escolas podem ser instituições estruturadas para a formação de um trabalho de menor complexidade, que seria desdobrados em processos de formação técnica de cursos de curta duração, cujo exemplo mais conhecido é o Pronatec, em que grande parte dos cursos são aligeirados para a formação de uma força de trabalho simples - tanto aquela que já estará inserida no mercado quanto aquela que constitui o que podemos denominar de um exército industrial de reserva.
O documento Pátria Educadora altera a racionalidade da organização da escola quando vislumbra escolas que vão formar forças de trabalho de menor complexidade. É importante destacar que no documento encontramos uma formulação muito perigosa de enormes consequências para o futuro da educação brasileira, que é a referência que o Mangabeira faz da adoção de um modelo tipo SUS (Sistema Único de Saúde).
O que é isso?
O modelo SUS teve como objetivo assegurar o direito ao atendimento à saúde de maneira universal, e isso poderia ser feito tanto pelo órgãos públicos quanto pelas entidades privadas.
Quando Mangabeira reivindica o modelo SUS, claramente está sinalizando que a formação do conjunto da classe trabalhadora deveria ser feita em nome de uma suposta democratização, realizada tanto pelas instituições públicas quanto pelas organizações privadas.
Isso é congruente com o PNE aprovado em 2014, ao estabelecer que a verba pública é aquela utilizada nas instituições públicas, mas também em todas as parcerias público-privadas, como o FIES, PROUNI, Ciências Sem Fronteira, PRONATEC, Pronacampo, sistema S, tudo isso entra como recurso público.
 
Ministro Mangabeira Unger | Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil 
A rigor, estamos diante de uma política que pode indiferenciar as instituições públicas e privadas em detrimento do público, já que as corporações também se acercam da educação básica.
Em setembro acontecerá o 2° Encontro Nacional dos Educadores e Educadoras da Reforma Agrária (Enera), em Brasília. Como o Enera se insere nesta conjuntura?
Tenho uma expectativa muito positiva em relação ao segundo Enera. No primeiro Enera tivemos a constituição de outra perspectiva pedagógica para a educação brasileira, que foi a Educação do Campo, uma conceituação do que seria uma educação pública voltada para o campo, mas com um horizonte de formação humana que ultrapassa o campo.
Foi certamente uma proposta que promoveu sínteses brilhantes entre uma perspectiva crítica que vem do campo marxista, da ideia da escola unitária, do trabalho, ao compreender que o trabalho deveria ser um elemento simbólico, imaginativo, capaz de nos constituir como seres humanos, e que portanto a escola é o lugar da cultura, da arte, da ciência, da tecnologia, e não uma instituição livresca. É uma instituição que tem interação com o mundo, com a vida, com os processos de trabalho, com a produção real da cultura em diversos espaços, como pensar no que significa a agricultura no Brasil.
Foi uma proposta pedagógica que promoveu sínteses incorporando pensamento critico marxista, tradição latino-americana de educação popular, particularmente com Paulo Freire, e criou bases para um pensamento pedagógico socialista.
O segundo Enera, a meu ver, está desafiado pela conjuntura a fazer um balanço do que foi essa mercantilização e de como o capital está tentando se apropriar do conjunto da educação básica.
Ao fazer essa reflexão, certamente o Enera vai ajudar a criar bases para uma perspectiva de educação pública unitária capaz de contrapor a educação frente à lógica de movimentos empresariais como o Todos pela Educação.
Pode haver incorporações de elementos novos na nossa reflexão sobre a pedagogia socialista que respondam desafios da ofensiva do capital, mas sobretudo respondam os anseios que estão pulsando em todo o país em torno da educação pública.
Como as últimas greves na educação?
Podemos problematizar a fragmentação das lutas pela educação, o fato de que muitas vezes são lutas econômicas e corporativas, que estão vinculadas as políticas municipais e estaduais, mas não tenho dúvidas de que essas lutas que estão pulsando no país estão enfrentando aspectos dessa pedagogia do capital, criticando a meritocracia, a racionalidade das competências e dos sistemas centralizados de avaliação, o uso de cartilhas.
Temos críticas reais a essa lógica de controle que o capital está buscando sobre a educação básica, mas precisamos sistematizar isso com outros fundamentos pedagógicos, e aprofundando a experiência que foi construída a partir do primeiro Enera.
No segundo Enera acredito que novas dimensões para essa pedagogia socialista vão ser esboçados, e não como o resultado de um processo em que os especialistas de educação do MST vão se reunir e pensar o que seria essa agenda.
Ao contrário, como resultado de uma articulação de movimentos que estão fazendo educação pública e estão buscando uma educação criativa, que estão fazendo as lutas de resistências com as greves, mobilizações, com a participação de estudantes.
Esta riqueza de produções que estão em circulação nas lutas em defesa da educação pública que podem criar uma sistematização maior. Creia condições para que possamos ampliar esta aliança entre experiências da luta urbana com as que vieram do campo, produzindo novas sínteses e novas possibilidades para que a classe trabalhadora tenha sua própria agenda para o futuro da educação pública.
É um processo longo e exigirá um esforço organizativo e intelectual de enorme envergadura. Temos que ter uma produção pedagógica mais sistematizadas, mais profunda, para criarmos a base desse pensamento pedagógico crítico, que assegure uma formação integral, mas uma educação que recusa a divisão dos seres humanos em dois grupos: um que pensa e mando, outro que executa e obedece.
Essas bases para uma proposta socialista estão sendo gestadas nas lutas, mas com o ENERA podemos ganhar um momento de qualidade no terreno da elaboração, articulação e organização em defesa desse projeto de novo tipo.

Os Brics na Russia e a nova ideologia do grupo: agora virou nao-ocidental - Russia Direct

Como eu leio sempre tudo, de todos os lados, para me informar e formar minha opinião, recebo, toda semana, o jornal Russia Direct, que parece ter saído diretamente do Kremlin, mas tem um toque jornalístico aparentemente técnico, só que reproduzindo tudo o que pensa o Kremlin de outra forma.
O número que recebi hoje, segunda-feira 13 de julho, e que resume a visão russa do recente encontro dos líderes dos Brics em Ufá, na Rússia (quase chegando no Kazaquistão), é uma maravilha para quem gosta de ideologia e de mistificação: os Brics podem agora passar a ser, não exatamente anti-ocidentais, mas simplesmente não-ocidentais.
Entenderam essa?
O Brasil agora é um país não-ocidental. Não é uma maravilha?
O Russia Direct também se preocupa em que a visita da presidente do Brasil aos EUA, justo antes do summit dos Brics, pode representar o perigo da falta de unidade nos Brics. Não é gozado? Isso pode atrapalhar a unidade que a Rússia pretende dos Brics para enfrentar o Ocidente. O que é que vai fazer o Brasil? Garantir a unidade dos Brics, ou ajudar na cruzada anti-ocidental não-ocidental?
Os "experts" russos consultados para a terceira matéria listada abaixo se perguntam isto:
"Is Brazil backing away from the BRICS?"
Um outro jornal russo, refletido na matéria, traz uma matéria de opinião, segundo a qual:
"The BRICS have cracked: Brazil surrenders to the United States” was how REGNUM headlined an opinion piece on Rousseff’s visit to the United States."
O Brasil se rendendo aos EUA, pelas mãos daquela que prometia defender a soberania do país contra a arrogância do império? Parece um pouco grego tudo isso...
O jornal até tenta ensinar aos dirigentes russos que não se deve ser tão anti-ocidental a ponto de prejudicar os interesses russos, como se lê na última matéria, mas como verificamos no Brasil também a natureza dos dirigentes políticos os induzem a atuar conforme suas convicções profundas, e contra os interesses do país.
Assim é a vida. Leiam e se informem sobre o que pensam, e como pensam, os russos...
Paulo Roberto de Almeida

Russia Direct, July 3, 2015
The BRICS and the West: Partners or rivals?
Debates: The annual BRICS Summit in Russia this year marks a breakthrough in the development of the group’s political and financial institutions. The big question now is whether these institutions will choose to partner with the West or go it alone.

The BRICS may be non-Western but they are not anti-Western
Interview: Fyodor Lukyanov, head of Russia’s Council on Foreign and Defense Policy, discusses how the BRICS are evolving in response to changing geopolitical conditions.

The future of BRICS in limbo
The visit by the Brazilian president to the U.S. before the BRICS summit points to a lack of unity within the BRICS, which could dent the Kremlin’s aspirations to break its isolation from the West.
How the US military plans to neutralize Russia
The new military strategy of the U.S., which now includes Russia in the list of top threats, indicates that Washington is trying to maintain its global influence that was established after the collapse of the Soviet Union.

Understanding the context of the Kremlin's post-Crimean ideology
The release of a “patriotic stop-list” of undesirable foreign organizations is just the latest manifestation of the short-term ideological thinking that is currently ascendant in the Kremlin.

domingo, 12 de julho de 2015

Petralhismo eleitoral: extorsao do partido totalitario contra empresas

Em qualquer país normal, os envolvidos estariam trancafiados numa penitenciária de alto risco, inclusive o principal beneficiário(a).
Paulo Roberto de Almeida 

FSP, domingo, 12 de julho de 2015

Crise faz Dilma demonstrar irritação

• Lançamento de suspeitas sobre campanha à reeleição fizeram Dilma ter explosão de fúria com auxiliares em junho

• Petista perguntou ao ministro da Justiça se ele não poderia ter segurado homologação de delação no Supremo

Natuza Nery, Marina Dias – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - Agitada, andando em círculos e gesticulando muito, a presidente Dilma Rousseff olhou para os auxiliares e bradou, indignada: "Não sou eu quem vai pagar por isso. Quem fez que pague".

Ela estava furiosa. "Não devo nada para esse cara, sei da minha campanha", afirmou, referindo-se às suspeitas lançadas pelo empresário Ricardo Pessoa sobre as doações à sua campanha à reeleição.

Batendo com força a palma de uma mão na outra, Dilma insistiu: "Eu não vou pagar pela merda dos outros". Ela não disse a quem se referia, e ninguém achou que era conveniente perguntar.

A explosão de fúria da presidente ocorreu na noite da última sexta-feira de junho, dia 26, na biblioteca do Palácio da Alvorada, durante uma reunião convocada às pressas por Dilma para discutir as revelações de Ricardo Pessoa.

Dono da empreiteira UTC, ele aceitou colaborar com as investigações da Operação Lava Jato em troca de uma pena menor. O empresário diz que pagou propina e fez doações eleitorais para facilitar seus negócios com a Petrobras.

Pessoa deu R$ 7,5 milhões para a campanha de Dilma no ano passado. Foi tudo declarado à Justiça Eleitoral, mas ele disse que só fez a contribuição porque tinha medo de perder seus contratos na estatal se não ajudasse o PT.

O empreiteiro afirmou que tratou da doação com o então tesoureiro da campanha de Dilma, o petista Edinho Silva, hoje ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social do Palácio do Planalto.

Pessoa também lançou suspeitas sobre uma doação eleitoral feita em 2010 a outro ministro de Dilma, Aloizio Mercadante, chefe da Casa Civil, que naquele ano concorreu pelo PT ao governo do Estado de São Paulo.

Edinho confirma que se encontrou com Pessoa para tratar de doações na campanha, mas nega ter feito qualquer ameaça ao empreiteiro. Mercadante diz que todas as doações que recebeu de Pessoa foram declaradas à Justiça.

Culpa
Na noite de 26 de junho, a presidente reuniu-se no Alvorada com Mercadante, Edinho, o assessor especial Giles Azevedo e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o auxiliar sobre quem recaiu quase toda a culpa na reunião.

As revelações de Pessoa contribuíram para aprofundar a crise política enfrentada por Dilma. Nesta semana, ele deve depor ao Tribunal Superior Eleitoral, que conduz uma investigação sobre a campanha da reeleição.

Os relatos da conversa que a presidente teve com seus auxiliares em 26 de junho foram colhidos pela reportagem com testemunhas do encontro e petistas que souberam depois o que aconteceu.

Dilma cobrou Cardozo por não ter impedido que as revelações de Pessoa viessem a público dias antes de sua visita oficial aos Estados Unidos, num momento em que a presidente buscava notícias positivas para reagir à crise.

"Você não poderia ter pedido ao Teori [Zavascki] para aguardar quatro ou cinco dias para homologar a delação?", perguntou, referindo-se ao ministro que conduz os processos da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal).

"Isso é uma agenda nacional, Cardozo, e você fodeu a minha viagem", acrescentou a presidente. Dilma embarcou no dia seguinte para os Estados Unidos, onde passou cinco dias e se encontrou com o presidente Barack Obama.

Cardozo tem sido cobrado por petistas por não controlar a Polícia Federal, que atua na Lava Jato e é subordinada ao Ministério da Justiça, mas tem autonomia operacional.

"Vazamento seletivo"
Na reunião com Dilma no Alvorada, um dos ministros reclamou que ninguém, nem a PF, nem o Ministério Público, parecia ter questionado Ricardo Pessoa sobre suas doações eleitorais ao PSDB.

Surgiu daí uma orientação para levantar nos registros da Justiça Eleitoral os valores das doações recebidas pelos tucanos, além da palavra de ordem adotada pelos petistas nos dias seguintes: "Vazamento seletivo".

A presidente voltou a exibir irritação em outros momentos desde então. Nos Estados Unidos, ela comparou os delatores da Lava Jato a presos políticos que traíram os companheiros após sofrer tortura na ditadura militar.

Na última segunda-feira (6), em entrevista à Folha, Dilma insistiu na comparação, desafiou os adversários a tentar impedi-la de concluir seu mandato e foi enfática: "Eu não vou cair".

China comunista: a queda de Nanking em 1949

Association for Diplomatic Studies

Through the Open Gate: The Communist Takeover of Nanjing
July 9, 2015  A Moment in U.S. Diplomatic History

communists-beijingOn October 1, 1949, Mao Zedong declared the establishment of the People’s Republic of China, starting an era of Communist rule in China that continues to this day. One of the most significant events on his road to victory occurred six months earlier on April 23.  On that day, the People’s Liberation Army (PLA) captured the city of Nanking, now known as Nanjing, then capital of China and headquarters of the Nationalist Party (also known as the Kuomintang or KMT).

Though fighting would continue for the rest of the year as the KMT retreated to southern China, and ultimately Taiwan, this victory signaled the inevitability of Nationalist defeat and the end of the Chinese Civil War.

American diplomats stationed in Nanjing at the time contended with sudden restrictions, threats and demands as the new government took power and relations with the region changed dramatically.

This historic event is described by American diplomat Leonard L. Bacon, who was stationed in Hangzhou in 1948 and transferred to Nanjing just prior to its occupation by Communist Forces. During this interview, conducted by Charles Stuart Kennedy in 1990, Bacon recounts life within the city as the PLA marched in, and the struggles of trying to exit China.

More information on the events leading up to the fall of Nanjing can be found in our two-part Moment in U.S. Diplomatic History titled The Civil War in China. Additionally, the American reaction to the Communist rise to power can be seen in the piece, John S. Service – The Man Who Lost China.

 

“Things were going slowly worse, and worse, and worse…”

Leonard L. Bacon, Consular Officer, Nanjing, 1948-1950

unnamedBACON: [In early 1948] we had stories from missionaries. Some missionaries had been murdered, not entirely clear by whom but probably by communists, and their bodies sent to Hangzhou for transshipment.

The general impression though was not so much of fear, or support for communists, but a general feeling that things were going slowly worse, and worse, and worse under the Kuomintang.

On everybody’s mind, of course, was inflation. It was enormous. The Consulate [in Hangzhou] had difficulty getting the money out to pay the staff every week. It would come in–these yuan notes tied in bundles.

Nobody ever counted the notes in the bundles, it would take too long for what they were worth. As soon as we paid the staff each one would run out on the street and buy salt, which was simply something that had some stable value.

At one time the plane from Shanghai which carried the money, failed to arrive and the Hangzhou police didn’t get paid. What they did was to take direct action which didn’t get them any money either, but they went to the branch of the Bank of China and demolished it. They simply tore it down, leveled it to the ground.

There was almost no support for the Kuomintang except something that might stave off the Communists for a while. But in the course of the year even that changed where people looked forward to the arrival of Communists as putting an end to an almost impossible life that they were leading.

I went [to Nanking] in July of ’48, and I had several titles–the Chief of Chancellery, and Head of the Consular Section, and also suddenly Chief of Protocol. The Consular Section was very small because there were few Americans in Nanjing outside the diplomatic corps, and those attached to the University of Nanking.

It did have some business preparing diplomatic visas for the diplomatic corps wishing to go to the United States. Most of the consular business, of course, was concentrated in Shanghai, and Canton. There was no recognizable American business in Nanking.

ginling collegeHowever, there were quite a few [missionaries], and some of them were on the faculty of the University, which was a Christian university. Also there was a women’s college, Ginling (shown here), which was an affiliate of Smith College. The head of the school was a Chinese woman, and it was a very good school.

After the Communists came they had to adopt rather anti-American pose and put on a skit showing Uncle Sam in a stars and stripes hat, and a big nose, and doing some pretty ridiculous things but everybody recognized their heart wasn’t in it. They had nothing against Uncle Sam, certainly not against Smith College.

Telling American Missionaries “It’s Time to Go”

We were concerned about, of course, the missionaries scattered around northern China, and wanted to get messages out to them saying, “It’s probably time to pack up and get out.”

This, however, would have created a certain amount of panic, and also greatly offended the Nationalist government which was maintaining that there was no danger, everything was secure.

So there was a great problem of getting out a message which would indicate that while the situation is unsettled, and so forth, anybody who is planning shortly to leave for the United States on leave or whatever should do so promptly and trust that the situation will otherwise clear up.

Well, wmissionariese’d already done this a year before in Hangzhou, and I’d sent out a similar message there to the northern part of the Hangzhou area which was gigantic. Almost everything between Sian and Hangzhou and half way to Nanking in the northern part–there’s somewhat over a hundred million people in the consular district.

And finally when I got leave to do so I notified missionaries in certain places that it was probably time to move, and I got one or two hot replies that said, “Why didn’t you tell us sooner? We’ve been waiting to hear from you. We expected to be warned.”

But our position had been just reversed; we didn’t want to warn too much because that would result in collapse of morale of the Americans there and consequently of Chinese too.

“City after city kept falling”

Our attitude officially was that nothing much to worry about–no cause for alarm —  don’t get panicky. The time came, of course, just before the capture of Nanking, when the government itself moved to Canton [now Guangzhou]. Our Minister Counselor, Lewis Clark, moved there with a small staff. The Ambassador and the rest of the Embassy stayed in Nanking mainly because, I think, we wanted to be in touch with the Communists if they came right in.

[People] constantly were hoping that the Chinese military, the Nationalists, would have some successes, but city after city kept falling; first in Manchuria–that was the second big one there. Then cities around Peking, and finally Peking (shown here) and it was felt that, “Well, they’d be stopped at some places between Peking and Nanking. We can hold them for a while.”

But the Nationalist army had the idea that if they could hold the cities they could eventually tire out the Communists. But this had been a failing policy for years, and years, and frequently instead of holding the cities, they would abandon them at the approach of the Communists.

“The gates were left open; the Communists walked in”

This happened, of course, at Nanking. It was generally supposed that the Yangtze River, being a mile wide, would be an absolutely impossible barrier if there were any kind of defense at all. Well there wasn’t any defense, and I recall very well as I guess most of the people Embassy do, the morning when we discovered that the Communists were already in town.

This was in April 1949. The walls of Nanking are over 20 miles in circumference, 30 to 40 feet high–of course, they’re made of bricks so they could have been blown up but there was no need to do that. The gates were left open; the Communists walked in.

lootThe Chinese government, and the police, had left town the night before knowing what was going to happen. There was a certain amount of looting that went on, some rather comical. I remember seeing some poor Chinese coming away from the Chief of Police’s house with a water closet on his shoulders–absolutely no use to him, he had no water supply but it was a pretty impressive object.

What was really comical was that a few weeks later in the fall, the communist government decided to make a historical event out of the capture of Nanking. We could see the cameras being placed on the top of the walls, the army approaching with scaling ladders, soldiers climbing up and getting on top of the wall, waving the flag, and everything else–something like the Berlin wall thing. And none of which, of course, had ever happened. They just walked in.

“It became apparent that before long they’d have the whole country”

We wouldn’t, of course, treat them as the government of China until Washington decided, but that was considered to be pretty much a foregone conclusion, and…Ambassador Stuart felt that he would be in a very strong position to inform Washington as to what the Communists were thinking, what their plans were.

At this time it seemed possible apparently that a kind of a modus vivendi could be reached between the Nationalists and the Communists. There might be a national congress composed partly of communists and partly of Kuomintang. After all, that’s what the elections had been supposed to anticipate.

But, of course, with increasing successes the Communists were less and less interested in that, and it became apparent to them if to nobody else, that before long they’d have the whole country. So Ambassador Stuart…eventually decided that he would have to go to Washington on consultation…

“Sometimes they would write ‘Bogus Ambassador’”

zhabeiWe had almost no direct contact with Communist officials for weeks and weeks. They opened their “Office for Aliens’ Affairs,” they wouldn’t call it a foreign office. People had to go, when the railroad was reopened, to Shanghai (seen here) for medical attention or something like that.

It wasn’t just us, but all the embassies there. Almost all of them remained with their personnel in Nanking. To get an exit permit you would firmly assert that you were the Ambassador of Jutland, or whatever. The clerk would take it and insert, “Former Ambassador of Jutland,” because they didn’t recognize us, but we insisted that our diplomatic status, of course, continue.

Sometimes they would write, “Bogus Ambassador.” This happened to the Dutch Ambassador, Van Aerssen, he was a Baron Van Aerssen. So they inserted, “Former Ambassador Van Aerssen, and the Former Baroness Van Aerssen.” We all congratulated her that it wasn’t “Bogus Baroness.”

Recognition of China

The actual recognition of China began in October of ’49… The Chinese government announced that it had been established as the sole government of China, and the following day the local papers announced that the Soviet Union had now recognized it.

And then over the next few days different allied countries–Soviet allies–came with their recognitions. One of the early ones, Yugoslavia, announced it in the Chinese press– that had to be recalled as a mistake. Yugoslavia was not in good order, of course.

This also produced an interesting event. We were having labor troubles, of course, especially the USIA staff, who, I believe not really voluntarily, but anyhow they were used as a front, were demanding tremendous settlements in lieu, or in anticipation of, their retirement allowances.

And since everybody was likely to have some claims outstanding, possible claims by Chinese employees, personal employees, and possible debts to local suppliers, everybody of course, paid up–it didn’t amount to much.

But the Communists demanded that a guarantor be provided for each person departing who could be held liable for any claims that might arise after the member departed. And I was chosen to be the guarantor probably because I had already been assigned to Dairen [now Dalian]. Our Consulate there was in terrible trouble.

This [trip] had been undertaken several months before, but I could never get a visa to pass through Vladivostok, which was then the only way to get to Dairen–the Russians didn’t reply.

After the Communists came in we thought we’d try to renew this effort since it wouldn’t involve the Russians anymore. You could go directly from Manchuria to Dairen. That didn’t work out either.

And in the meantime I’d been signing all these guarantees even though likely to be out of the country myself…. This was pointed out to me at once by the Chinese Communists that “Aren’t you the man who signed all these guarantees?” And I said, “Yes, but I’m not leaving China. I’m only going to Dairen. That’s in China, isn’t it?” They said, “Well, yes, but it’s a little far.” Actually it was still occupied by the Soviets.

Anyway, I signed altogether upwards of 30 such, but when they finally wanted us all out, bingo. Nothing more was said about these things. They were very anxious to get the whole kit-and-caboodle out of Nanking.

“They wanted all foreigners out of the interior of China”

embassy nankingIn fact, it was quite clear in the beginning of 1950 that they wanted all foreigners out of the interior of China. A few, necessarily, in Shanghai and Canton for trade, but otherwise the whole of China was going to be a closed box, with no foreigners except Soviets admitted.

We were in the midst of these enormous labor negotiations with our employees and the settlement there. It became apparent that the Communists wanted partly to demonstrate to the population that they were in charge, they could make the Americans jump over hoops, and call them to account for whatever they’d been doing.

Also, they wanted hard currency any way they could get it, trying to levy fines on us for this and that, and so on. We had long negotiations with the USIA employees union, first before a mediation board…

“If we don’t break for lunch in five minutes, I shall consider myself under arrest.”

It went on day after day, obviously not getting any place, or going to get any place. And one morning instead of breaking at the usual time around 12:00 for lunch, the discussion continued and I pointed out that it was after the usual lunch break, and they said, “Things are going pretty well, maybe in another half hour we’ll all reach an agreement.”

And I said, “That’s not the way I look at it. Everybody is entitled to eat lunch. I have a chauffeur downstairs and he’s entitled to his lunch hour, and it’s already past it.”

This sort of set them back but they said, “He’s not a party to the dispute, so his opinion doesn’t count.” This really got me, and I said, “If we don’t break for lunch in five minutes, I shall consider myself under arrest.” And, of course, you’re not supposed to lose your temper and make foolish statements but this created almost a panic.

At that time William Olive had been arrested in Shanghai in connection with a traffic accident.  [He] had been jailed by the Chinese for several days until he was released. This, of course, was a tremendous sensation–a consular officer jailed for a traffic accident which wasn’t serious, and wasn’t his fault.

Anyway, what I said created a certain consternation and shortly after that they said, “All right, we’ll break and come back at 1:15.”

What had upset them was that if I maintained that I’d been arrested, even although there was nobody else to support that claim, still a report would have to be made as to what happened, and a number of people would be involved–all the people on the mediation board.

And whatever the outcome, the reports and the decisions would all go into their personnel folders, and could be brought out years later and say, “Why did you do this at this time? And let the man out, or whatever?”

“Bunches of school children would be brought in to see how the Communists were bearing down on the Americans”

So they decided apparently the best thing to do was to remove the cause for my displeasure and we broke off. Nothing ever came of it anyway because we went on to arbitration, which was the last stage before a trial, and we weren’t permitted to go to trial because that really would have been a waiver of immunity.

Arbitration was considered not exactly binding on the U.S. government. Those proceedings were even more public in a big room in a government building. I was on one side with my interpreter, and on the other side were all the complainants, and from time to time bunches of school children would be brought in to watch the proceedings, and to see how the local authorities–the Communists–were bearing down on the Americans…

As soon as the payments were made, the Americans were excused and we know, of course, the dollars were immediately confiscated and probably local currency substituted. But this was again an example of the extreme shortage of foreign exchange in the hands of the Communists. They would do almost anything, no matter how petty, to get their hands on U.S. currency.

Wheels Up from Nanjing

This was in March of 1950. By that time the Consulate General in Peking had been closed. All the Consulates in the interior of China had been closed. Our staff, what was left of it in Nanking, had proceeded one by one to Shanghai awaiting shipment and as it turned out I was evidently the last one to leave Nanking.

thermiteWe had some Thermite… [a chemical that] can burn through metal. We used the thermite to destroy our coding machines and other equipment of that nature–a big black cloud of smoke which resulted in some agitated inquiries from outside as to what was going on, but it was too late to do anything about anything.

I had shipped most of the documents we had–put them in the hands of the British to hold in safe keeping until we could get them again. Also, our currency, both paper money and gold, turned over to the British who gave us receipts–at least, a receipt for boxes said to contain so many gold dollars.

The Afghans wanted to know if they could store some of their furniture in one of our buildings, and we said, “Delighted”, feeling that if another Asian country were occupying them they might somehow be helpful. Afterwards the property was seized and the Afghans asked us to reimburse them.

So finally we were all in Shanghai and waiting for transport out. The Kuomintang had said they’d mined the mouth of the Yangtze and the harbor of Shanghai. It was probably not true; I don’t think they were capable of doing it, but they said they had.

And as a result no commercial vessel would venture in, no matter what. So finally it was arranged that the General Gordon, which had been a troop carrier, would pick us up at Tientsin… which [then] went to Hong Kong, and at Hong Kong the President Wilson, I think was the ship that carried us back home.

“Anything that could be pinned on the Democrats for having lost China was hunted down”

Q: Could you describe what your reception back in Washington was? Here you’d been through this at a time when our China policy was under great scrutiny. 

BACON: This was a very nervous time in Washington. I think there must have been more than one Congressional committee that was interviewing people right and left trying to find as much as possible to lay against the Democratic administration.

[Harry S] Truman (at left) was reelected in ’48… so he was still in office until ’52, and this was still 1950. So anything that could be pinned on the Democrats for having lost China was hunted down, and people who had just come out of China especially so. And almost everybody in the Office of Far Eastern Affairs seemed to be concerned with meeting in Congressional committees, and defending what had been done, and trying to enlighten the committees on what could be done.

My own experiences were not of any very high political level. And as I mentioned, I was not debriefed by anybody…

« * * * * »