sábado, 9 de julho de 2011

O governo contra a economia (e os cidadaos), 1: cambio e juros

Leiam bem o artigo que vai abaixo, que obviamente não recomendo como aula de economia, mas apenas como exemplo do que NÃO se deve fazer em matéria de política econômica. Vou destacar algumas frases e comentar logo em seguida:
O tema, para ser repetitivo, é o câmbio, preocupação de industriais e exportadores, e alegria dos consumidores e viajantes, na indiferença do governo, que vê nele um aliado contra a inflação que ele mesmo criou, por gastar demais e mal.
Pois bem, vamos ao exercício de recomendações de "política (des)econômica":

1) PNB: "O que fazer? Baixar os juros unilateralmente? Fora de questão. O Banco Central continua sinalizando com novos aumentos dos juros básicos, o que aliás vem reforçando a tendência de alta do real."
PRA: Esta seria a única maneira efetiva de diminuir a atratividade do Brasil aos investidores estrangeiros, mas claro que não pode ser feito de um golpe de mão, que o articulista chama de "unilateralmente". Nada é unilateral em economia, pois tudo tem consequências diretas ou indiretas, imediatas ou mediatas. Baixar os juros significa, simplesmente, maior concorrência nos mercados de capitais e diminuição da punção pública sobre a poupança privada. Numa palavra: o governo precisa parar de gastar mais do que arrecada, parar de emitir títulos da dívida pública, parar de concorrer com investidores privados pelos capitais existentes na sociedade, desmonopolizar a oferta de crédito subsidiado, que torna inoperante a política monetária. De certa forma, ele pode, sim, baixar juros unilateralmente: basta deixar de oferecer títulos aos banqueiros e mandá-los fazer o que fazem banqueiros em quaisquer outros países normais: disputar clientes no mercado, não viver à sombra do emprestador estatal.

2) PNB: "Há como criar condições para uma redução expressiva dos juros com intensificação do ajuste fiscal e das medidas de controle de crédito? Também não. Cristalizou-se uma situação em que o diferencial de juros em relação ao resto do mundo permanecerá muito elevado."
PRA: Mas claro que há: se o governo reduzisse subsídios ao setor privado, se o Tesouro parasse de emprestar bilhões de reais a amigos do rei, se o Tesouro parasse de repassar centenas de bilhões de reais ao BNDES, se o governo reduzisse seriamente as suas despesas (diminuindo os ministérios à metade, por exemplo), se o governo privatizasse o que ainda tem de excrescências estatais, se parasse de inventar políticas setoriais que todas implicam alguma forma de subsídio aos ricos, se o governo simplesmente fizesse diferente, justamente deixando de fazer o que sempre faz, que é gastar a rodo, haveria como reduzir os juros.

3) PNB: "Acumular mais reservas internacionais? O Brasil vem fazendo isso e pode continuar a fazê-lo. Porém, o diferencial de juros torna oneroso o carregamento das reservas. Além disso, o aumento das reservas tem efeito paradoxal: aumenta a percepção de que o país é um porto seguro, o que atrai mais capitais do exterior."
PRA: Sim, justamente, o governo gasta, inutilmente, mais de 30 bilhões de dólares por ano -- atenção, eu disse 30 BILHÕES DE DÓLARES, provavelmente é mais -- apenas com a manutenção dessas enormes reservas, que são uma ilusão cara. Mas eu aposto que é isso que o governo vai continuar fazendo para conter a valorização do real. Com isso ele apenas vai provocar mais ingresso ainda de capital estrangeiro...

4) PNB: "Sobram dois caminhos, creio, para enfrentar o problema. Primeiro, medidas de política comercial. Vale dizer, combinar subsídios e incentivos à exportação com medidas de restrição à importação para compensar, pelo menos em parte, os efeitos da sobrevalorização cambial sobre certos setores da economia."
PRA: Esse primeiro caminho é o que será adotado, e muito mais o de restrições às importações do que subsídios às exportações, pois o governo já se queixa que não pode dar mais abatimentos fiscais. Eu aposto como virão mais medidas de defesa comercial, mais tarifas altas, mais restrições diversas à nefasta concorrência estrangeira, chamada de "comércio desleal" (desleal, pr que?; apenas porque entra mais barato do que nossos produtos caríssimos, justamente por causa da supertributação nacional?).

5) PNB: "Segundo, e mais importante, adotar medidas severas e mais amplas para barrar a entrada de capitais. Isso significa combinar medidas macro prudenciais com controles rigorosos de capital. Significa também atuar nos mercados futuros e de derivativos, como vem sendo mencionado pela equipe econômica."
PRA: Também tenho quase certeza de que muitos no governo pensam isso, e é o que gostaria que fosse feito pelo governo o articulista em questão. Talvez o governo não faça isso, pois teme reações contrárias nos meios "amigos" do capitalismo financeiro internacional, justamente a "turma da bufunfa" tão desprezada pelo articulista e tão amada pelo governo. Os tais de controles rigorosos de capital são inócuos e contraproducentes, mas os economistas heterodoxos estão sempre propondo esse tipo de medida.
Em tempo: o articulista foi um dos principais responsáveis pela tal de "moratória soberana" de 1987 que arrasou com a credibilidade financeira externa do Brasil durante vários anos e que foi responsável pelos altos spreads que continuamos a pagar até hoje pelos empréstimos externos. Bela obra destruidora. Stay away from him...
Paulo Roberto de Almeida

Insônia promissora
Paulo Nogueira Batista
O Globo, 9/07/2011

O governo prepara novas medidas para conter a alta do real, informam os jornais. Estariam sendo consideradas, entre outras providências, intervenções nos mercados futuros e de derivativos.

Antes à tarde do que nunca, como dizia aquela propaganda de motel na Barra. A sobrevalorização do real está ficando cada vez mais grave. As medidas tomadas pelo governo até agora foram na direção certa, mas têm-se mostrado insuficientes.

A abundância de liquidez internacional, exacerbada pelo enorme diferencial de juros entre o Brasil e o resto do mundo, contribui para manter a força do real. Fala-se às vezes na “maldição dos recursos naturais”. Um traço comum entre economias superdotadas de recursos naturais é a tendência a manter taxas de câmbio supervalorizadas, que estimulam as importações de maneira generalizada e inibem as exportações de quase tudo.

Pois bem. Pode-se falar também, pela mesma razão, em “maldição da abundância de capitais externos”. Diria mesmo: uma das piores coisas que podem acontecer a um pais é cair nas boas graças do sistema financeiro internacional. A turma da bufunfa, livre, leve e solta, é capaz de arruinar qualquer economia.

O Brasil sofre das duas "maldições" ao mesmo tempo. Elas têm, em parte, uma origem comum. Tanto os elevados preços das commodities como a ampla disponibilidade de capitais podem ser vistos como subprodutos das políticas monetárias expansivas dos principais bancos centrais, multiplicadas pela operação dos mercados financeiros especulativos.

Ninguém deve apostar na permanência desse cenário. Daí que faz todo sentido estancar a tendência de apreciação do real e, se possível, revertê-la parcialmente. Caso contrário, a moeda forte produzirá uma economia fraca.

A valorização persistente da moeda solapa o equilíbrio das contas externas e pode deixar a economia vulnerável a choques internacionais. Além disso, a moeda forte enfraquece o parque industrial e outros setores da economia que perdem capacidade de exportar e de competir com importações no mercado interno. Poucos setores da economia prosperam. Os exportadores de commodities, beneficiados pelas altas cotações no mercado internacional. O comércio de produtos importados, que lucra com a entrada crescente de importações baratas. E o setor financeiro, que fatura com os juros elevados e a intermediação de capitais externos.

Ação, portanto. O que fazer? Baixar os juros unilateralmente? Fora de questão. O Banco Central continua sinalizando com novos aumentos dos juros básicos, o que aliás vem reforçando a tendência de alta do real.

Há como criar condições para uma redução expressiva dos juros com intensificação do ajuste fiscal e das medidas de controle de crédito? Também não. Cristalizou-se uma situação em que o diferencial de juros em relação ao resto do mundo permanecerá muito elevado.

Acumular mais reservas internacionais? O Brasil vem fazendo isso e pode continuar a fazê-lo. Porém, o diferencial de juros torna oneroso o carregamento das reservas. Além disso, o aumento das reservas tem efeito paradoxal: aumenta a percepção de que o país é um porto seguro, o que atrai mais capitais do exterior.

Sobram dois caminhos, creio, para enfrentar o problema. Primeiro, medidas de política comercial. Vale dizer, combinar subsídios e incentivos à exportação com medidas de restrição à importação para compensar, pelo menos em parte, os efeitos da sobrevalorização cambial sobre certos setores da economia.

Segundo, e mais importante, adotar medidas severas e mais amplas para barrar a entrada de capitais. Isso significa combinar medidas macro prudenciais com controles rigorosos de capital. Significa também atuar nos mercados futuros e de derivativos, como vem sendo mencionado pela equipe econômica.

A força do real vem tirando o sono do governo, declarou o ministro da Fazenda. Insônia promissora.

PAULO NOGUEIRA BATISTA JR. é economista e diretor-executivo pelo Brasil e mais oito países no Fundo Monetário Internacional, mas expressa os seus pontos de vista em caráter pessoal.

O caso dos milionarios desaparecidos: chamem o Sherlock do Revenue Service

The Strange Disappearance of 800,000 American Millionaires

Since 2007 the number of U.S. millionaires fell by 800,000. Yet, over 3,800,000 new millionaires suddenly appeared in other countries!

You might think the real estate bust explains the disappearance of these millionaires... but that isn’t the whole story.

So why are Americans getting poorer as others are getting richer?

The answer may surprise you...

The Strange Disappearance of 800,000 American Millionaires

A recent study on U.S. wealth by the Spectrem Group concluded there were 8.4 million American millionaires at the end of 2010.
That’s 800,000 less than in 2007!
You might think the real estate bust explains the disappearance of these 800,000 millionaires… but that isn’t the whole story.
And that’s why this phenomenon has begun making headlines…
But there’s something peculiar happening that isn’t mentioned in any of these stories…

The number of millionaires in other parts of the world soared by 3.8 million over the same time.

So why is the wealth of Americans vanishing while the rest of the world gets richer?

That’s what you’ll discover over the next ten minutes. I’ll also show you where American millionaires are reappearing… why they are now happier and wealthier than ever… and how you can join them, no matter how much money you have.

Frankly, I believe what I’m about to tell you will change your life forever...

Why the Greatest Wealth Migration in U.S. History Has Begun

If you’re like most of us you’ve worked your whole life and paid more than your fair share of taxes…

But what do you really get in return? Let me show you…

You get an unfair tax system where 51% of Americans paid ZERO taxes in 2009… leaving the rest of us to shoulder nearly 82% of the federal tax burden.

You get an overbearing government that has the nerve to spy and pry into your private life, a brazen violation of the U.S. Constitution.

And you get the dollar’s collapse - in effect a hidden tax - that has destroyed the average American’s spending power.

Just take a look at this chart… it’s plain as day:
The dollar’s demise has contributed to health care costs jumping 25%... food prices rising 14% and the cost of gasoline zooming up from $2 to $3.75 a gallon in the past five years alone.

In short, everything we buy costs more and more every year. And it’s important you take action to stop the bleeding now.

As many regular Americans have begun to do…

A Mass Exodus from America

It’s estimated that over 6.5 million Americans are leaving (or plan to leave) the country each year.

According to a Zogby Research study, a massive and silent migration is underway. Families are packing their bags… and leaving America at the rate of 742-per hour!

They realize they have to take matters into their own hands to find opportunities that no longer exist here in America.

A 2008 US News & World Report article confirms, “A wave of native born citizens are going abroad in search of new challenges, opportunities, and more congenial ways of life.”

Some are seeking full-time residences… others find part-time tropical vacation homes where they can live like royalty for $20,000 a year… while some move their businesses to slash their taxes.

As you may have heard…

The late Sir John Templeton – a self-made billionaire – jumped ship in 1962 to become a citizen of The Bahamas, and the United Kingdom.

For good reason… It’s estimated that he saved $100 million in U.S. taxes when he sold the well-known international investment fund that still bears his name.

But he’s not the only well-known American who left for greener pastures…

John (Ippy) Dorrance III, heir to the Campbell Soup fortune found shelter in Ireland…

J. Mark Mobius, a leading emerging market investment fund manager went to Germany…

The head of Carnival Cruise lines, Ted Arison, came to the US in the 50s but reclaimed his Israeli citizenship because of estate taxes…

And the heir to the Dart Container fortune left for Belize…

But what most people don’t know is…

It’s not just the super-rich abandoning ship. Everyday, middle-class folks – who’ve enjoyed some success in life, are following in their footsteps.

Martin Feldstein, chairman of President Reagan’s Council of Economic Advisers, now a Harvard economist, says: "Individuals can avoid unfavorable taxes by migrating to jurisdictions that offer more favorable tax conditions”

And that’s exactly what’s happening.

The recent U.S. Census reports that in 2010, the number of Americans who gave up their U.S. citizenship doubled from the year before!

Curso PRAlmeida: A Ordem Global e a Inserção Internacional do Brasil, ESPM-SP, 18 a 22/07/2011

A ESPM me pede para divulgar eu também o curso que vou dar, dentro de uma semana...

Evento – Curso “A ordem global e a Inserção Internacional do Brasil”

Os principais problemas e temas relevantes da agenda diplomática internacional, bem como o posicionamento do Brasil em relação a cada um deles serão enfocados no curso que o diplomata e professor Paulo Roberto de Almeida dará na ESPM em São Paulo, no período de 18 a 22 de julho de 2011.
Trata-se de um curso de férias, com 15 horas-aula (mais apostila e outros materiais complementares de estudo), cujas informações podem ser acessadas neste link:

http://www.espm.br/ConhecaAESPM/Cursos/Pages/DetalheCurso.aspx?codCurso=1062&Ferias=1&CodUnidade=1&NivelEnsino=6

Maiores informações pelo telefone (11) 5085-4600, ou pelo e-mail: centralinfo@espm.br

As inscrições podem ser feitas neste link:
http://securityserver2.espm.br/eventos/servlet/hweevn?1,1

A programação do curso está em: http://www.espm.br/Upload/Cursos/1062.pdf
e sua estrutura resumida é a seguinte:

A Ordem Global e a inserção internacional do Brasil
1. A ordem política mundial do início do século XXI e o Brasil
2. A ordem econômica mundial e a inserção internacional do Brasil
3. Economias emergentes no contexto mundial: desafios e perspectivas
4. O Brasil no contexto dos Brics: anatomia de um novo grupo
5. O regionalismo sul-americano e o papel político-econômico do Brasil

Paulo Roberto de Almeida é Doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Bruxelas (1984), Mestre em Planejamento Econômico pela Universidade de Antuérpia (1977) e diplomata de carreira. Professor de Economia Política Internacional no Mestrado em Direito do Centro Universitário de Brasília – Uniceub – e autor de diversos livros na área (www.pralmeida.org)

Voce viveria num pais desses?; o companheiro nao quer responder?

A presidente (ou presidenta, como ela prefere) mandou retirar alguns larápios do Ministério dos Transportes, mas demonstrou, por escrito, "total confiança" no chefe dos próprios, inclusive dando a ele a missão de "investigar" o ocorrido. O dito cujo acabou saindo e nos dois episódios foi a imprensa quem esteve na origem dos fatos políticos.
Em qual outro país a presidência da República, a mais alta chefia do Estado, é comandada pela imprensa?
Depois a presidenta continuou entregando o cargo ao partido dos larápios e até indicou um outro do bando para ocupar o cargo vago. Coube ao indigitado -- que talvez merecesse ser indiciado, em vista do que vai abaixo -- recusar o cargo, pois ele prefere, obviamente, ganhar mais em negócios com o Estado do que estar no Estado (uma chatice, ganha pouco e tem de ficar atendendo um monte de pedintes sequiosos de cargos e verbas públicas).
Em qual outro país, a chefa de Estado faz um convite apenas para ver declinado o convite pelo visado? Que processo decisório é esse? Que "inteligência" se move atrás de tais atos?
Confesso que não compreendo!
Ou melhor, eu compreendo que políticos sejam assim.
O que eu não compreendo é a ingenuidade de certas pessoas.
E o estômago que é preciso ter para conviver com certas coisas...
O companheiro não pretende comentar?
Paulo Roberto de Almeida

Empresa de Blairo Maggi é abastecida com dinheiro público
Jailton de Carvalho
O Globo, 9/07/2011

O Conselho Nacional do Fundo da Marinha Mercante, vinculado ao Ministério dos Transportes, aprovou em maio deste ano um financiamento de R$ 113,5 milhões para a Hermasa Navegação da Amazônia, empresa do grupo controlado pelo senador Blairo Maggi (PR-MT) - que foi sondado pela presidente Dilma Rousseff para assumir o cargo de ministro dos Transportes . O diretor do departamento que administra os recursos do fundo é Amaury Ferreira Pires Neto, indicado para o importante cargo pelo deputado Valdemar Costa Neto, secretário-geral do PR, partido do senador.

Segundo o líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), a generosa e milionária transação entre aliados do senador com o fundo teria sido um dos motivos que inviabilizaram a nomeação dele para o comando do ministério em substituição ao colega Alfredo Nascimento.

Nascimento deixou o cargo na quarta-feira, depois das denúncias de corrupção no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Nesta sexta-feira, quando começaram a circular as primeiras informações sobre o generoso financiamento do Fundo da Marinha para a Hermasa, Blairo anunciou que não aceitaria o convite para comandar o Ministério dos Transportes.

Os vínculos entre aliados do senador e o negócio não se limitam a Valdemar e Amaury Ferreira. Um dos ex-diretores da Hermasa é Luiz Antonio Pagot, diretor afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Antes de ser indicado por Maggi para comandar o Dnit, Pagot trabalhou por três anos na Hermasa.

Empresa de amigos de ex-ministro recebeu verba
O Fundo da Marinha Mercante é formado com recursos públicos e tem como finalidade o financiamento da renovação da frota naval do país. Como juros e condições de pagamentos são facilitadas, os financiamentos do fundo são um dos filões mais cobiçados por empresários do setor de transporte naval.

O Conselho do Fundo aprovou a liberação de R$ 40,9 milhões para projeto da Hermasa de comprar dois empurradores fluviais de 6.000 HP. Outros R$ 22,8 milhões para a compra de 15 barcaças grãos tipo box 2.000 e mais R$ 35,6 milhões para a aquisição de barcaças tipo racked 1.850. Também foram liberados mais R$ 4,2 milhões para a compra de um rebocador de 5.000 BHP. O conselho é presidido pelo secretário-executivo do ministério, Paulo Sérgio Passos, que hoje ocupa interinamente o cargo de ministro.

Procurados pelo GLOBO, Blairo e Amaury não retornaram as ligações. Um dos assessores de Valdemar Costa Neto disse que desconhece o caso do Fundo da Marinha Mercante. Mas diz que é um equívoco atribuir todas as indicações do PR ao deputado. Como secretário-geral do partido, ele seria signatário de todas as indicações da legenda, mesmo daquelas em que não participa diretamente.

Um dos problemas do ex-ministro Alfredo Nascimento também está relacionado ao Fundo da Marinha Mercante. O fundo liberou mais de R$ 8 milhões para a SC Transportes e Construções, empresa de um casal de amigos do ministro. No mesmo período dos pagamentos, a empresa repassou R$ 450 mil a Gustavo Morais, filho do ministro. Nascimento disse que a transação se referia a venda de um apartamento.

O retrocesso no Brasil é mental, e generalizado (quase): roubando terras?

Não existe NENHUM motivo -- econômico, político, social, financeiro, jurídico, produtivo, patrimonial, fiscal, cartorial, NENHUM -- para que o Brasil imponha restrições à aquisição de terras por estrangeiros, mesmo que seja para apenas especular (pois que os especuladores brasileiros também podem fazer isso), que seja para conservar (ou seja, deixar completamente parado, criar mato, minhoca, animais selvagens, contrariando a tal disposição idiota quanto ao "uso social da terra"), e menos ainda, portanto, quando for para produzir e exportar os produtos da terra (ainda que seja 100% de exportação, sem qualquer atendimento ao mercado interno).

Volto a repetir, NÃO EXISTE NENHUM MOTIVO para tal tipo de restrição, a não ser, claro, idiotice consumada, irracionalidade econômica, complexo psicológico, ignorância política e paranoia no mais alto grau.
Os motivos do atraso brasileiro são sobretudo mentais e nisso eu incluo desinformação pura e simples, incompreensão dos fenômenos econômicos e complexo de inferioridade (aliás incompreensível, já que o Brasil é um gigante agrícola).
Eu sempre me pergunto como é que pessoas normais, algumas até alfabetizadas, outras contando inclusive com títulos universitários, podem exibir esse tipo de preconceito idiota e ultrapassado.
Acho que vamos continuar atrasados, um pouco menos materialmente, mas terrivelmente no plano mental e do funcionamento do Estado.
Paulo Roberto de Almeida

Nacionalismo fora de hora
Senadora Kátia Abreu
Folha de S.Paulo, 9/07/2011

Numa sociedade em rápida transformação, como a nossa, a economia, a política e a cultura nunca evoluem no mesmo passo. A economia pode modernizar-se rapidamente sob a pressão dos contatos com o exterior, sem que o sistema político e as ideias na sociedade acompanhem-na no mesmo ritmo. A falta de sincronia entre essas esferas da vida social transmite a impressão de que o país vive simultaneamente em tempos históricos diferentes. A América Latina, e o Brasil com ela, perdeu a maior parte do século 20 procurando inimigos externos para justificar sua pobreza e seu atraso em relação ao mundo. Nessa busca insensata perdemos a capacidade de perceber nossos próprios problemas, nossas fraquezas e, muito pior que isso, as grandes possibilidades que tínhamos diante de nós.

Alimentamos conflitos políticos inúteis, criamos espaço para lideranças políticas ineptas e irresponsáveis e deixamos de investir na criação das condições objetivas que tornam possível o crescimento econômico. Felizmente, alguns de nossos países, e o Brasil principalmente entre eles, conseguiram romper o círculo de atraso de consciência e ingressaram numa fase de modernização econômica e social que nos está levando, pela primeira vez, para o centro relevante do mundo. No Brasil, no entanto, a modernização econômica ainda não teve tempo, ou não foi capaz, de influir no modo de funcionamento do sistema político e no conjunto das ideias com que os brasileiros interpretam sua realidade.

A política continua o mesmo modo patrimonialista de sempre e pode tornar-se um obstáculo importante à continuidade do nosso desempenho econômico. Mas o mais grave é a sobrevivência de ideias anacrônicas que ainda guiam o comportamento de setores importantes da sociedade. A pior dessas ideias é o nacionalismo. É um nacionalismo mais recatado e fino, sem os slogans patéticos dos anos 50, mas mesmo assim carregado do mesmo veneno. Os nacionalismos de todos os tipos estão na origem dos maiores desastres e dos maiores fracassos das sociedades humanas nos últimos cem anos. Trazem à tona os piores instintos humanos, como o estranhamento e o ódio ao outro, instintos duramente domados pelos processos civilizatórios, mas que vez por outra ressurgem nas ideias políticas.

Essas reflexões me vem à mente com as notícias de que a Advocacia Geral da União está preparando uma proposta de lei determinando que empresas estrangeiras ou empresas nacionais com controle estrangeiro tenham que submeter previamente a um conselho do governo federal a compra de terras acima de cinco hectares. Se esse propósito se concretizar, estaremos diante de um imenso retrocesso, que nos remete de volta ao pior nacionalismo dos anos 50 e dos anos de governo militar. A presença de cidadãos e empresas estrangeiras no desenvolvimento brasileiro deve ser saudada como algo inteiramente positivo e não ser colocada sob suspeita ou restrições.

Voce gostaria de viver num pais assim? - reincidindo na pergunta ao companheiro...

A gente, que é honesta (pelo menos suponho que todos os que frequentam este espaço sejam pessoas honestas), sempre se surpreende com a desfaçatez de certos personagens, que não apenas se dedicam, essencial e integralmente, a assaltar o Estado, como não exibem a menor vergonha em confessá-lo.
Eu pelo menos fico estupefato como é que os políticos não têm nenhuma restrição moral, ou mental, em reconhecer que querem, sim, cargos no Estado, para organizar seu assalto tranquila e completamente.
Eu me pergunto como ter estômago para aguentar essas coisas, ditas assim naturalmente.
Eu até pergunto outra vez ao companheiro, que pretendia construir um Brasil sem corrupção, como é que ele consegue viver com tudo isso?
Não vai responder?
Paulo Roberto de Almeida

Costa Neto diz ter pedido a Dilma diretoria de banco
Agência Estado, 9.07/2011

Valdemar Costa Neto: "Precisávamos aumentar o espaço do bloco"
Deputado rompeu silêncio e deu entrevista a emissora de rádio em seu reduto eleitoral. Ele explicou que barganha era para abrir espaço no governo

O deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP) revelou em entrevista a uma rádio de Mogi das Cruzes (SP), seu reduto eleitoral, ter usado o então ministro dos Transportes Alfredo Nascimento para pressionar a presidente Dilma Rousseff a entregar ao PR uma diretoria de banco estatal para obter o apoio do bloco liderado pelo partido no Congresso.

A entrevista foi concedida um dia antes de VEJA revelar a existência de um amplo esquema de corrupção no Ministério dos Transportes - que envolvia cobrança de propina por caciques do PR em troca da liberação de obras. O esquema era encabeçado pelo deputado Valdemar Costa Neto, que em 2005 foi obrigado a renunciar a uma cadeira na Câmara abatido pelo escândalo do mensalão. E também pelo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, que deixou o cargo na esteira das denúncias.

Barganha - O deputado explicou que a barganha tinha como objetivo abrir espaço no governo para o bloco de partidos nanicos que compõem, com o PR, um grupo de 65 deputados no Congresso - o PR conta com 41 e PRB, PRTB, PT do B, PHS , PSL e PRP têm 24.

"O nosso ministro chegou na Dilma outro dia e falou: Olha, o Valdemar tá (sic) com um problema com o bloco. Ele fez o bloco, acertou com o (então ministro Antonio) Palocci pra aumentar o espaço do partido no governo. Nós (PR) já temos muito espaço. Mas precisávamos aumentar o espaço do bloco, porque são 24 deputados a mais", contou Costa Neto à Rádio Metropolitana AM, na sexta-feira da semana passada.

O deputado disse ter pedido uma diretoria na Caixa Econômica Federal ou no Banco do Brasil - nomeação que Dilma ainda não anunciou - para que prefeitos aliados possam liberar verbas federais mais rapidamente.

"O que eu quero? Uma diretoria na Caixa Econômica Federal, no Banco do Brasil, para quando o Bertaiolli (Marco Bertaiolli, prefeito de Mogi das Cruzes) precisar de algo coisa. Por exemplo, eu consigo empréstimo para Santa Isabel - de R$ 2 milhões - que o Helio Buscariolli (prefeito de Santa Isabel) está precisando. Ele precisa pavimentar a cidade. Mas eles não assinam com ele na Caixa. Eu tendo um diretor, sai na hora".

A boa escrita, reduzida ao essencial, necessario e suficiente...

Retomo apenas parte de um trabalho anterior, sobre como fazer bons textos acadêmicos.

1. Concentre-se no foco do problema
Vá direto ao assunto desde a primeira frase, eventualmente precedida de algum exemplo histórico (como é meu hábito) e literário que pretende realçar o problema a ser tratado. Diga logo de cara algo assim: “Este texto pretende abordar este problema e visa demonstrar esta coisa; meu método, ou meus procedimentos serão os seguintes: blá, blá curto”. Desenvolva a seguir seu argumento principal, mantendo o foco na questão que você de propôs tratar, fazendo eventualmente alguma alusão a questões paralelas que possam ter relevância para o problema central. Tire suas conclusões, dizendo claramente que é aquilo que você descobriu e faça algumas considerações finais sobre a importância desse tratamento para o estado da arte naquele campo (e sua contribuição para ele). Estaria bem assim, ou estou sendo muito elementar? Acho melhor ser simples e direto.

2. Tente ser original e demonstrar sua contribuição para o avanço da “arte”
Pessoas sem ideias se contentam em resumir contribuições alheias, no que não vai nenhuma grande tragédia. Se este for o caso, diga claramente: Fulano disse isto, Sicrano disse aquilo, e eu resumo o que disse Beltrano a respeito ou sobre os dois; mas tente, se possível, expressar uma opinião própria sobre a questão, ainda que seja a de dizer que você pretende apenas oferecer uma síntese que resumo o estado da arte dos outros. Se não tiver nenhuma ideia interessante ou inteligente para expressar sobre a questão, tente, pelo menos, formular algumas perguntas para pesquisa ulterior, mais ou menos neste sentido: seria útil pesquisar tal questão em sua aplicação ao caso brasileiro, ou então dizer que dados concretos sobre tais e tais manifestações do problema precisariam ser pesquisados com vistas a refletir sobre aqueles ensinamentos nesta ou naquela situação nova. Gostou?

3. Escreva contribuições concisas e objetivas, com frases legíveis e compreensivas
Tente seguir o estilo americano: frases curtas, muitos pontos, perguntas claras, afirmações diretas, sem rebuscamentos de linguagem, com eliminação de tudo que não seja absolutamente necessário para a compreensão do “seu” problema. Mesmo que tenha vontade de escrever um tratado erudito sobre o assunto, comece por expor o conjunto de forma breve, se possível com outlines prévios, enxugando tudo o que for secundário. Depois que terminar seu “mini-artigo”, você poderá se lançar na obra prima da sua carreira acadêmica, em algo que fique nos anos como o magnum opus daquela área; mas comece modestamente por favor, pois o efeito pode ser maior. Não é para ser curto e grosso, apenas conciso e objetivo. Pode até ter frases de efeito, mas apropriadas ao caso.

4. Explore implicações do seu problema e especule inteligentemente a respeito
Todo e qualquer problema humano está sempre relacionado a muitos outros, para frente, para trás, para os lados, em direção ao futuro, vindo de um passado mais ou menos próximo ou distante. Ou seja, você não está sozinho, e sua questão genial apresenta efeitos em cadeia ou impactos em outras áreas; portanto, explora essas possíveis interações e interdependências, visualize consequências desse problema para outras áreas, e até se permita digressões sobre os resultados de uma determinada ação naquele terreno (pode até ser a famosa lei das consequências involuntárias, mas sempre existo algo mais).

5. Mostre exemplos, casos análogos, dados concretos sobre o “seu” problema
Nada melhor para ilustrar uma digressão científica especialmente chata – e existem alguns filósofos franceses e sábios alemães que se especializam na chatice – do que mostrar exemplos concretos, casos reais, ações efetivamente perpetradas pelos agentes envolvidos no seu caso. Ser abstrato é vedado aos comuns dos mortais, e apenas autorizado a membros da academia e outras vacas sagradas. Como você tem de convencer pares, professores, curiosos em geral, que todos, em geral, sabem menos do que você naquela área específica (a menos que você esteja enganando todo mundo), você precisa ser o mais convincente possível. Nada melhor, portanto, do que trazer exemplos à colação (é assim que se diz nas teses jurídicas especialmente chatas?) para tornar sua demonstração perfeitamente clara e empiricamente verificável.

6. Exponha claramente o itinerário metodológico e demonstrativo do seu trabalho
Todo trabalho acadêmico apresenta uma estrutura muito simples, até repetitiva: geralmente ele tem uma pequena introdução, na qual se expõe o objeto a ser tratado, seguida da metodologia, ou das técnicas a serem seguidas no tratamento do problema; o argumento principal vai ser desenvolvimento no núcleo central do trabalho, em quantas partes forem necessárias para demonstrar, discutir, esquartejar um assunto determinado; finalmente se chegam às conclusões a serem tiradas do tratamento precedente; o resto é complemento (notas, bibliografia, anexos, etc.). O importante é que seu raciocínio seja muito claro quanto a essas diferentes etapas do trabalho de construção de uma explicação para o problema selecionado. Por isso, uma regra elementar deve ser seguida: antes de começar a escrever, pare e pense no seu problema. Quem não tem ideias claras, não pode, ou não consegue se expressar claramente, ou seguir um itinerário linearmente rigoroso de pensamento. Quando seu trabalho estiver suficientemente pensado, voilà, zut!, ele já está pronto: só falta escrever, mas isso é o de menos quando se sabe onde se quer chegar...

7. Seja claro nas expressões, use uma linguagem a menos sofisticada possível
Não existe nada entre o céu e a terra, neste vasto universo que ainda não é o nosso, que não possa ser explicado em termos simples, inteligíveis, compreensíveis a um leigo no assunto. Pense que você vai ter de explicar aquele problema para uma criança de dez anos, ou um adolescente de quinze, que seja (no limite para a sua mãe, que não é do ramo, digamos assim). Portanto, escolha expressões comuns, e se tiver de empregar termos técnicos, ofereça uma explicação mais palatável se eles forem suficientemente obscuros, talvez entre parênteses. Coloque de lado aqueles filósofos franceses que se especializaram em enganar os trouxas com frases incompreensíveis (e elas são mesmo). Essa coisa de jargão sofisticado geralmente é para iludir os incautos, portanto não abuse de sua permissão para falar difícil. Claro, não precisa descer ao nível rasteiro de certo personagem que se vangloriava de nunca ter tido diplomas na vida, e que falava deliberadamente errado para encantar o povão; mas não tente fazer de seu trabalho um exemplo do barroco linguístico.

8. Evite adjetivos, exploração de emoções, subjetivismos dramáticos
A vida e o mundo já são suficientemente complicados como eles são, mas um trabalho acadêmico não é uma novela mexicana, nem um dramalhão daqueles antigos. Adjetivos de qualidade – estupendo, magnífico, único, etc. – devem ser evitados absolutamente (e lá vou eu com um...). De forma geral, adjetivos e qualificativos devem ser banidos do trabalho, embora ele possa ter evidências quanto ao impacto significativo de certos fenômenos sobre a ação humana. Mas como diria um personagem famoso, todos os seus gestos devem ser friamente calculados, ou seja: evite grandes explosões terminológicas, quando você pode expressar a mesma ideia em tom mais comedido e, sobretudo, mais objetivo e contido. Eu, por exemplo, costumo chamar muita gente de idiota – e existem, efetivamente, muitos idiotas no mundo – mas o que é aceitável num post rápido em blog de divertimento não cabe num paper supostamente sério. Em outros termos, não deixe transparecer sua emoção no tratamento de uma questão, ainda que ela o coloque em sérios dilemas morais e em angústias existenciais. Fique frio...

9. Tente quantificar fenômenos, use números, mas não abuse da estatística
Tudo, com a provável exceção do amor (e talvez do ódio), pode ser quantificado, medido, colocado em gráficos e comparado a outras situações (anteriores, de outros agentes em outros lugares). Os economistas são pródigos em usar e abusar de estatísticas e os economistas teóricos gostam de encontrar uma equação que traduza a realidade dos indicadores a uma fórmula de sua modelagem que sirva para prever ou antecipar processos similares, podendo, portanto, ser objeto de políticas públicas, na área macroeconômica ou setorial. Se pudessem, eles resumiriam toda a complexidade do mundo numa fórmula mágica, do tipo: E = mc2. Nos assuntos humanos – e isso inclui a economia também – fórmulas e números são úteis, mas apresentam limites efetivos para sua utilização contínua, pela simples razão que os homens estão sempre ajustando sua conduta para obter a maximização de seus fatores e ativos em face dos constrangimentos do real – que são as ações dos governos (geralmente em seu detrimento, caro leitor) e as de outros agentes da sociedade. Por isso, faça recurso dos indicadores quantitativos e tente medir, ou mensurar, os problemas que são objeto de sua análise, mas não confie demais nos procedimentos estatísticos como indicativos de tendências futuras. Nada é imóvel neste nosso mundinho tumultuado...

10. Demonstre conhecimento das fontes, mas não abuse das referências
Eu já li muita monografia de aluno que, mesmo para fatos históricos indiscutíveis – uma guerra, uma revolução, enfim, coisas objetivas –, se esmeram em juntar uma pletora de citações e de referências bibliográficas para dizer, finalmente, o óbvio: “nossa civilização tem bases greco-romanas” (bem, não precisa citar nenhum grande historiador para saber disso, pois não?). Não é preciso carregar um paper, um trabalho mais alentado ou até uma tese doutoral com centenas de remissões anódinas, ou seja, tratando daqueles casos que já pertencem ao estado da arte do problema tratado. Fatos são fatos, por mais que se desgoste deles, e eles não vão deixar de existir porque algum autor tem uma opinião mais negativa sobre esses mesmos fatos (a dominação perversa do capitalismo financeiro monopolista, por exemplo). Todos nós estamos cansados de ver o capitalismo condenado ao desaparecimento como resultado das últimas dez crises ocorridas em seu itinerário tumultuado, não é mesmo? Bem, sendo mais objetivo, a regra aqui, e a última desta série desorganizada, é muito simples: erudição não precisa ser medida em toneladas de bibliografia; ela pode ser medida com comentários inteligentes à obra de um autor consagrado, o que normalmente exige mais inspiração do que transpiração. Portanto, seja comedido no “ajuntamento” (esse é o termo) de sua bibliografia de referência e tente trabalhar com os autores essenciais ao problema que você escolheu. Se algum outro autor não tem nada de relevante a dizer sobre o problema selecionado, ignore-o solenemente. Mas, em sentido contrário, não tente a sorte pescando na internet coisas que depois você não vai citar devidamente e dar o crédito a quem merece: os instrumentos de busca que os professores utilizam estão cada vez mais sofisticados, e seria muito triste alguém perder uma bela carreira por acusações de plágio ou falsificação de trabalhos alheios.

Seja feliz em seu trabalho, melhore a sua escrita (o que eu mesmo vou tratar de fazer) e avance alguns degraus na ladeira do conhecimento: você vai se sentir muito melhor olhando o mundo do alto de sua capacitação intelectual. Escreva claro, escreva bem, trate dos problemas como eles devem ser tratados: objetivamente, concisamente, reflexivamente.

Paulo Roberto de Almeida
(Brasília, 14 de maio de 2011)

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