Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sábado, 9 de julho de 2011
Voce viveria num pais desses?; o companheiro nao quer responder?
Em qual outro país a presidência da República, a mais alta chefia do Estado, é comandada pela imprensa?
Depois a presidenta continuou entregando o cargo ao partido dos larápios e até indicou um outro do bando para ocupar o cargo vago. Coube ao indigitado -- que talvez merecesse ser indiciado, em vista do que vai abaixo -- recusar o cargo, pois ele prefere, obviamente, ganhar mais em negócios com o Estado do que estar no Estado (uma chatice, ganha pouco e tem de ficar atendendo um monte de pedintes sequiosos de cargos e verbas públicas).
Em qual outro país, a chefa de Estado faz um convite apenas para ver declinado o convite pelo visado? Que processo decisório é esse? Que "inteligência" se move atrás de tais atos?
Confesso que não compreendo!
Ou melhor, eu compreendo que políticos sejam assim.
O que eu não compreendo é a ingenuidade de certas pessoas.
E o estômago que é preciso ter para conviver com certas coisas...
O companheiro não pretende comentar?
Paulo Roberto de Almeida
Empresa de Blairo Maggi é abastecida com dinheiro público
Jailton de Carvalho
O Globo, 9/07/2011
O Conselho Nacional do Fundo da Marinha Mercante, vinculado ao Ministério dos Transportes, aprovou em maio deste ano um financiamento de R$ 113,5 milhões para a Hermasa Navegação da Amazônia, empresa do grupo controlado pelo senador Blairo Maggi (PR-MT) - que foi sondado pela presidente Dilma Rousseff para assumir o cargo de ministro dos Transportes . O diretor do departamento que administra os recursos do fundo é Amaury Ferreira Pires Neto, indicado para o importante cargo pelo deputado Valdemar Costa Neto, secretário-geral do PR, partido do senador.
Segundo o líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), a generosa e milionária transação entre aliados do senador com o fundo teria sido um dos motivos que inviabilizaram a nomeação dele para o comando do ministério em substituição ao colega Alfredo Nascimento.
Nascimento deixou o cargo na quarta-feira, depois das denúncias de corrupção no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Nesta sexta-feira, quando começaram a circular as primeiras informações sobre o generoso financiamento do Fundo da Marinha para a Hermasa, Blairo anunciou que não aceitaria o convite para comandar o Ministério dos Transportes.
Os vínculos entre aliados do senador e o negócio não se limitam a Valdemar e Amaury Ferreira. Um dos ex-diretores da Hermasa é Luiz Antonio Pagot, diretor afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Antes de ser indicado por Maggi para comandar o Dnit, Pagot trabalhou por três anos na Hermasa.
Empresa de amigos de ex-ministro recebeu verba
O Fundo da Marinha Mercante é formado com recursos públicos e tem como finalidade o financiamento da renovação da frota naval do país. Como juros e condições de pagamentos são facilitadas, os financiamentos do fundo são um dos filões mais cobiçados por empresários do setor de transporte naval.
O Conselho do Fundo aprovou a liberação de R$ 40,9 milhões para projeto da Hermasa de comprar dois empurradores fluviais de 6.000 HP. Outros R$ 22,8 milhões para a compra de 15 barcaças grãos tipo box 2.000 e mais R$ 35,6 milhões para a aquisição de barcaças tipo racked 1.850. Também foram liberados mais R$ 4,2 milhões para a compra de um rebocador de 5.000 BHP. O conselho é presidido pelo secretário-executivo do ministério, Paulo Sérgio Passos, que hoje ocupa interinamente o cargo de ministro.
Procurados pelo GLOBO, Blairo e Amaury não retornaram as ligações. Um dos assessores de Valdemar Costa Neto disse que desconhece o caso do Fundo da Marinha Mercante. Mas diz que é um equívoco atribuir todas as indicações do PR ao deputado. Como secretário-geral do partido, ele seria signatário de todas as indicações da legenda, mesmo daquelas em que não participa diretamente.
Um dos problemas do ex-ministro Alfredo Nascimento também está relacionado ao Fundo da Marinha Mercante. O fundo liberou mais de R$ 8 milhões para a SC Transportes e Construções, empresa de um casal de amigos do ministro. No mesmo período dos pagamentos, a empresa repassou R$ 450 mil a Gustavo Morais, filho do ministro. Nascimento disse que a transação se referia a venda de um apartamento.
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