O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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segunda-feira, 6 de julho de 2009

1196) O medidor da "maldade": viajando pelos Estados vilões

A Folha de São Paulo deste domingo 5 de julho de 2009, trouxe, na última página do seu caderno "Mais", uma matéria com o escritor e viajante Tony Wheeler, fundador da editora de guias de viagens Lonely Planet, e autor do recentemente publicado "Bad Lands", um livro de viagens sobre os "estados-violões", assim chamados (rogue States, no original) por terem sido enquadrados pela doutrina Bush no "eixo do mal". Pois bem vejamos o que é o seu

Medidor da Maldade
Trata-se de um "malignômetro" pelo qual Tony Wheeler combina quatro quesitos para avaliar o potencial maléfico de certos países, todos os estados-vilões que ele visitou e que constam do seu livro (que não conheço ainda).
Esses critérios são:
1) Maus tratos a seus cidadãos, de 0 a 3
2) Envolvimento com o terrorismo, de 0 a 3
3) Ameaça a outros países, de o a 3
4) Culto à personalidade dos líderes, de 0 a 1

Com base nesses critérios, ele sai distribuindo pontos aos países que visitou, resultando na seguinte lista da "maldade"

1) Coréia do Norte, campeã absoluta, com 7 pontos redondos, mas o livro está defasado, pois dá apenas um ponto para "ameaça a outros países", quando talvez ela merecesse 3 atualmente, o que elevaria o total a 9

2) Iraque, com 6 pontos, mas o autor está completamente defasado, pois dá 3 pontos para "ameaça a outros países", quando as invasões e guerras com Irã e Kwait já fazem parte do passado e provavelmente não voltarão a ocorrer. De fato, uma nota confirma que se tratava do Iraque sob Saddam Hussein, mas um guia de viagens tem por obrigação ver não o passado, mas o presente e as perspectivas imediatas.

3) Irã, com 5 pontos, sendo 2 por envolvimento com o terrorismo. Uma nota diz que o país merece meio ponto extra pelo decreto religioso contra o escritor Salman Rushdie.

4) Afeganistão e Líbia, empatados com 4,5 pontos, mas a Líbia ganha dois por envolvimento com o terrorismo, quando aparentemente ela renunciou a esse apoio (mas, nunca se sabe...). Quanto ao Afeganistão, se tratava do país sob o regime talebã, mas aparentemente a vida não melhorou muito desde então, apenas se mudou a direção do país.

5) Arábia Saudita, com 4 pontos, mas pode-se questionar os critérios do autor: 2 pontos são por maus-tratos aos cidadão, eu diria claramente às mulheres, e mais 2 por envolvimento com o terrorismo, o que obviamente não é de responsabilidade da monarquia reinante, que deveria ser condenada por atraso monumental nos temas civis e políticos, reacionarismo educacional, fundamentalismo religioso, desrespeito aos direitos do homem, especificamente quanto à liberdade religiosa.

6) Albânia, com 3 pontos, embora uma nota precise que "especialmente sob o regime Enver Hoxha, da qual ainda não se recuperou totalmente. Se posso acrescentar algo, é que o país precisa ser visto de modo totalmente diferente. Antes, se tratava de um totalitarismo comunista miserável para o seu próprio povo, mas aparentemente ordeiro. Depois, mergulhou no caos das máfias criminosas, envolvidas com tráfico ilegal de pessoas, drogas, armas, enfim, um prato cheio para filmes de Hollywood.

7) Mianmar, com 2,5 pontos, sendo 2 por maus tratos aos seus cidadãos (deveria ser 3 inteiros, ou talvez mais).

8) Cuba, com apenas 1,5 ponto por maus tratos aos seus cidadãos. Acho que o autor só ficou nas praias cubanas, pois se tivesse conversado mais com a população local talvez aumentaria os pontos nesse quesito. Ele não dá nenhum ponto por culto à personalidade, dizendo que tem mais fotos de Ché Guevara do que de Fidel Castro. A questão não é essa: é que a ilha é uma fazenda pessoal dos Castros, que comandam o processo político e a vida pessoal dos cubanos com mão-de-ferro, nos últimos 50 anos.

Enfim, o livro pode dar ideias a outros para fazerem seus próprios indicadores de "malignidade" de certos governos...

ALiás, já existe um Index dos Estados Falidos, na Fund for Peace, do qual falarei oportunamente. Os interessados podem buscar o
Index of Failed States, neste link.
Não se assustem...

1195) O melhor livro de relacoes internacionais da decada

What is the best international relations book of the decade?
Daniel Drezner
Foreign Policy, Wed, 07/01/2009

The International Studies Association announces a book contest:

The International Studies Best Book of the Decade Award honors the best book published in international studies over the last decade. In order to be selected, the winning book must be a single book (edited volumes will not be considered) that has already had or shows the greatest promise of having a broad impact on the field of international studies over many years. Only books of this broad scope, originality, and interdisciplinary significance should be nominated.

Hmmm.... which books published between 2000 and 2009 should be on the short list? This merits some thought, but the again, this is a blog post, so the following choices are the first five books that came to mind:

John J. Mearsheimer, The Tragedy of Great Power Politics (2001)
G. John Ikenberry, After Victory (2001).
Mia Bloom, Dying to Kill (2003)
Raghuram Rajan and Luigi Zingales, Savng Capitalism from the Capitalists (2003).
Gregory Clark, A Farewell to Alms (2007).
I don't agree with everything in these books -- but they linger the most in the cerebral cortex.

So, dear readers, which books do you think are worthy of consideration for this award?

sábado, 4 de julho de 2009

1194) Um debate sobre a educacao

Reproduzo abaixo as quatro etapas de um debate, involuntário, que um leitor de um dos meus artigos provocou recentemente.
O artigo em questão se chama "O afundamento da educação no Brasil", e pode ser lido neste link.

Reproduzo abaixo as quatro etapas do "debate".

1) On Wednesday, June 24, 2009, at 12:42PM, "Victor MP" wrote:

A despeito de minha divergência com a opinião do autor, gostaria de perguntar porque a sociologia afundaria o ensino? sobre o incentivo do "conflito que já deveria estar na lata do lixo", deveria mas não está! ele está só velado e o sr como diplomata deveria saber disso! Quanto a ler ou não Marx, pode até ser que não sejam a maioria, mas existem os que lêem!


2) Minha resposta, na mesma data:

2009/6/24 Paulo R. Almeida:

Grato por escrever-me, mas sinceramente, nao consegui entender a razao de sua pergunta a mim e as demais referencias. Suponho que se refira a algum texto meu, mas nao consigo determinar os parametros dessa discussao. Agradeceria esclarecimentos.
Eu falei do afundamento do ensino no Brasil por uma serie de razoes, nao apenas por isso. Em lugar de se concentrar o foco no ensino da lingua nacional, matematicas e ciencias elementares, ficam inventando coisas que so podem prejudicar a formacao dos jovens.
De fato, sou contra a obrigatoriedade do ensino de filosofia e de sociologia no ensino medio. Acredito que deveria ficar como materias opcionais, como outras. O Brasil tem a mania de fazer tudo obrigatorio, o que simplesmente conforma reservas de mercado injustificaveis.
Cordialmente,
----------------------
Paulo Roberto de Almeida


3) Novo comentário de meu correspondente:

On 04/07/2009, at 11:19, Victor MP wrote:

Eu escrevi porque li o texto do Sr. na Revista Espaço acadêmico, não concordo que devam ser priorizadas as "matemáticas" por exemplo, talvez se começassem a ensinar a história como deve ser ensinada desde o princípio (sem falsos heróis por exemplo!), a geografia ensinada de outra forma (aplicada, seria muito mais útil se fosse ensinado por exemplo como é feita a previsão climática), mesmo a matemática poderia ser muito mais interessante. As exigências do mercado não podem ser a única direção para a educação! Do jeito que o Sr. Dr. colocou parece que a entidade "mercado" não deseja formar somente trabalhadores!
As duas visões que o senhor cita, de fato se contrapõem! Pode até ser que possam ser harmonizadas, mas a educação tem um papel importante nisso! A Educação do Brasil se deteriora não pela obrigatoriedade de disciplinas, mas pela forma que são lecionadas as disciplinas. Além disso, programas que pretendiam mudar a educação como a Escola Plural sofrem mais críticas do que recebem o apoio que deveriam receber! Temos vários pedagogos famosos como Paulo Freire, Lauro de Oliveira Lima, dentre outros que são simplesmente ignorados pelos professores, que só pensam no baixo salário (que nem é tão baixo em relação ao resto dos profissionais), dizem que trabalham em casa planejando aulas, corrigindo provas, etc; mas qual profissional pode se gabar de não levar nenhum trabalho pra casa!? A educação se deteriora é pela postura dos profissionais e políticos e não porque existem disciplinas demais! Inclusive pq quem aprende línguas por exemplo é pq faz curso fora da escola (raramente aprende na escola - principalmente se for pública e em um turno só!), então pq não oferecer estas disciplinas nas escolas públicas em um outro turno, mas oferecê-las com a qualidade que é oferecida por cursos de fora!?
Sobre a citada teoria da jabuticaba, queria observar que alguns problemas só aparecem aqui no Brasil! seja qual seja a desculpa ou justificativa que encontrem para tal: políticos corruptos, povo ignorante, coisas do tipo! Inovações às vezes são muito bem vindas, pois se o problema da Educação não foi resolvido é pq ainda exige que algo seja feito ou criado! O problema da Educação é um problema mundial, mesmo nos países onde não existem analfabetos! Porque educação não é só aprender a ler e escrever e fazer contas! Educação é ensinar a pensar principalmente (é claro que isso a pessoa vai aprender ao longo da vida, mas a filosofia e sociologia podem ajudar nisso com certeza!).
Programas como o Bolsa Família e Bolsa escola, mesmo sendo (individualmente) uma quantia muito pequena, permitem que as crianças e adolescentes frequentem as escolas, oferecem cursos profissionalizantes, acompanham a saúde dos bolsistas, dentre outras coisas é uma inovação bem vinda, mesmo tendo um carater assistencialista realmente melhora a vida das pessoas! Concordo que colocar estudos afro-brasileiros é demais! (inclusive pq isso pode estar inserido na disciplina de sociologia). Pq os estudos são Brasileiros (já que somos todos mistura!).Concordo também com o Sr. que uma reserva de mercado para jornalista é bizarra, mas a profissão foi criada em nosso país na época das ditaduras, para que fossem tirados do currículos os conteúdos de filosofia e sociologia por exemplo, ou seja a reserva é resquício desse tempo. Infelizmente os problemas que o Sr. " confrontos classistas e raciais que já deveriam estar na lata de lixo da história", não estão na lata de lixo e a função dos cientistas sociais é justamente alertar para estas questões! Marx não tem uma visão ultrapassada do mundo, inclusive PQ no seu livro mais importante "O Capital" ele analisa o Capitalismo e não prega o socialismo, e as análises feitas por ele das iniquidades do modo de produção capitalista estão tão atuais que chegam a ser assustadoras! E eu não sou um marxista, mas estou longe de ser também um liberal!
Desculpe-me qualquer coisa, não gosto dos problemas, mas gosto da discussão que provoca, pois alimenta o cérebro com idéias que podem ser úteis para uma solução. Um abraço
Victor (Cientista Social)


4) Minha resposta nesta data (4.06.2009):

Caro Victor,
Grato pelos esclarecimentos e pelos comentarios. Agora sei que voce comentava meu artigo sobre o "afundamento" da educacao no Brasil (que continua, a despeito de esforços do ministro da Educacao).
Se voce nao concorda em que sejam priorizadas as tres areas fundamentais em qualquer ensino de qualquer pais em qualquer epoca -- lingua nacional, matematicas e ciencias elementares -- você está ipso facto concordando nao apenas com o afundamento da educacao no Brasil, como com o afundamento do proprio Brasil.
Nao vou me alongar em argumentos, mas se voce pesquisar historia economica mundial, verá que os povos desfrutando de maior prosperidade material (que costuma vir junto com liberdades, democracia, seguranca, esperanca de vida, etc), sao justamente aqueles mais educados, independentemente dos recursos naturais, localizacao geografica, cor da pele ou religiao.
Prosperidade material se constroi com excelentes recursos humanos, ou seja boa qualidade da educacao e produtividade da mao de obra, refletida na inovacao tecnologica, competitividade, etc.
Nao vou comentar os demais pontos, pois voce parece concordar comigo.
Mas se nao concordar no essencial, lamento por voce, pois voce continuará contribuindo, mesmo involuntariamente, para o afundamento da educacao e do proprio Brasil, ou pelo menos mantendo o pais em ritmo de baixo crescimento, desigualdade, incapacidade inovadora e perspectivas muito lentas de melhorias sociais e materiais.

Quanto a Marx, acho que voce sobredimensiona as qualidades de sua contribuicao, como milhares de outros, alias. Ele foi um filosofo social importante, influente, mas suas analises do capitalismo sao falhas, e suas prescricoes para a superacao do capitalismo foram mais falhas ainda. Se ele tivesse razao, a Uniao Sovietica nao teria desaparecido e todos os paises socialistas que existiram seriam grandes potencias economicas, e nao a miseria material e humana que foram (e por isso mesmo desapareceram).
O melhor teste das teorias é a realidade.
O Brasil nao passa em varios testes, a comecar pela educacao...
-------------
Paulo Roberto de Almeida

(por enquanto é isto...)

1193) PIB por paridade de poder de compra dos paises

Como diz este verbete da Wikipedia (uma fonte tão distorcida, ou tão confiável quanto outras, segundo estudos conduzidos até aqui), o PIB por paridade de poder de compra (PPP na sigla em ingês) dos países pode ser uma medida mais realista da "prosperidade" relativa dos habitantes desses países, uma vez que leva em conta dados relativos a inflação e custo de vida nesses países, e não apenas a conversão nominal do seu valor agregado em dólares correntes, segundo as taxas de câmbio do momento (que podem ser tão distorcidas quanto determinados preços subsidiados).
Nas três estimações, FMI, Banco Mundial e CIA, o Brasil aparece em nono lugar. Selecionei apenas os vinte primeiros lugares, mas a lista completa pode ser consultada no link abaixo indicado.

Abaixo, portanto, um artigo da Wikipedia sobre o assunto, recomendando consulta ao site, neste link, para apreciar as três tabelas completas.

List of countries by GDP (PPP)
Wikipedia, the free encyclopedia (acesso em 4.07.2009)

There are three lists of countries of the world sorted by their gross domestic product (GDP) (the value of all final goods and services produced within a nation in a given year). The GDP dollar estimates given on this page are derived from purchasing power parity (PPP) calculations. Using a PPP basis is arguably more useful when comparing generalized differences in living standards on the whole between nations because PPP takes into account the relative cost of living and the inflation rates of the countries, rather than using just exchange rates which may distort the real differences in income. However, economies do self-adjust to currency changes over time, and technology intensive and luxury goods, raw materials and energy prices are mostly unaffected by difference in currency (the latter more by subsidies), despite being critical to national development, therefore, the sales of foreign apparel or gasoline per liter in China is more accurately measured by the nominal figure, but everyday food and haircuts by PPP.

Several economies which are not considered to be countries (world, EU, and some dependent territories) are included in the list because they appear in the sources. These economies are not ranked in the charts here, but are listed in sequence by GDP for comparison.

* The first table includes data for the year 2008 for 179 of the current 185 International Monetary Fund members and the Republic of China (Taiwan), as well as for the following unranked entities: the European Union, China's Hong Kong Special Administrative Region, and the world. Data are in millions of international dollars and were calculated by the International Monetary Fund. Figures were published in April 2009.
* The second table includes data for the year 2007 for 178 of the 193 currently recognized sovereign nations, the two Chinese Special Administrative Regions (Hong Kong and Macau), and for the unranked entities of the world and the Eurozone. Data are in millions of international dollars (rounded to the nearest 100 million) and were compiled by the World Bank. Figures were published in April 2009.
* The third table is a tabulation of the CIA World Factbook GDP PPP data update of 2008. The data for GDP at purchasing power parity (PPP) have also been rebased using the new ICP price surveys and extrapolated to 2007. Final figures are estimates in millions of international dollars.

List by the International Monetary Fund (2008)
Rank Country GDP (PPP) $M
World 68,996,849
European Union 15,247,163
1 United States 14,264,600
2 China 7,916,4291
3 Japan 4,354,368
4 India 3,288,345
5 Germany 2,910,490
6 Russia 2,260,907
7 United Kingdom 2,230,549
8 France 2,130,383
9 Brazil 1,981,207
10 Italy 1,814,557
11 Mexico 1,548,007
12 Spain 1,396,881
13 South Korea 1,342,338
14 Canada 1,303,234
15 Turkey 915,184
16 Indonesia 908,242
17 Iran 819,799
18 Australia 795,305
19 China (Taiwan) 711,418
20 Netherlands 675,375


List by the World Bank (2007)
World 65,973,053
United States 13,751,400
Eurozone 10,611,658
2 China 7,096,671
3 Japan 4,297,171
4 India 3,096,867
5 Germany 2,830,135
6 United Kingdom 2,142,959
7 Russia 2,087,449
8 France 2,077,952
9 Brazil 1,832,983
10 Italy 1,802,177
11 Mexico 1,484,919
12 Spain 1,416,361
13 South Korea 1,201,770
14 Canada 1,180,948
15 Turkey 1,028,897
16 Indonesia 837,612
17 Iran 778,035
18 Australia 733,904
19 Netherlands 633,854
20 Poland 609,420

List by the CIA World Factbook (2008)
World 69,490,000
European Union 14,820,000
1 United States 14,290,000
2 China 7,800,000
3 Japan 4,348,000
4 India 3,267,000
5 Germany 2,863,000
6 United Kingdom 2,231,000
7 Russia 2,225,000
8 France 2,097,000
9 Brazil 1,990,000
10 Italy 1,821,000
11 Mexico 1,559,000
12 Spain 1,378,000
13 Canada 1,307,000
14 South Korea 1,278,000
15 Indonesia 915,900
16 Turkey 906,500
17 Iran 842,000
18 Australia 800,500
19 China (Taiwan) 738,800
20 Netherlands 670,200

Para a lista completa ver o link já indicado.
O mesmo verbete apresenta links para os seguintes temas correlacionados:
* List of countries by GDP (nominal)
* List of countries by GDP growth
* List of countries by GDP (PPP) per capita
* List of countries by GDP (nominal) per capita
* List of countries by Human Development Index

quinta-feira, 2 de julho de 2009

1192) Diplomacia: dicas gerais para candidatos e interessados

Aproximadamente um ano atrás, para atender a vários pedidos de informações e ajuda na preparação de candidatos à carreira diplomática, eu consolidei várias informações dispersas em blogs ou sites sob minha responsabilidade num post que vai reproduzido abaixo.
A razão desta repetição é a mesma: demandas que chegam continuamente para comentar isto ou aquilo da carreira, para opinar sobre cursos e outras coisas mais. Desde então devo ter produzido mais algumas respostas, que vou procurar acrescentar a esta informação.
(Os trabalhos que não estiverem disponíveis após busca em meu site, poder ser solicitados pelo seu número de indentificação, e também pelo nome, pois pode haver alguma descompensação no registro de originais.)

Quarta-feira, Junho 25, 2008
897) Carreira Diplomática: dicas

Em dezembro de 2006, como eu recebia muitas solicitações de diversos candidatos à carreira diplomática para fornecer "dicas" sobre estudos, cursinhos, perguntas sobre a própria carreira, resolvi consolidar alguns escritos numa lista única, revisar a seção pertinente do meu site (www.pralmeida.org) sobre o assunto e postar uma informação que segue abaixo.
Devo dizer que continuo recebendo muitos pedidos individuais de ajuda quanto a carreira, estudos, dicas para o concurso, etc., como se eu fosse um grande especialista no assunto (o que não sou). Em todo caso, resolvi renovar a postagem anterior, que segue in fine, tendo agregado antes alguns textos escritos no intervalo, para justamente atender a essas solicitações tópicas. (Aqueles interessados em algum que não disponha de link apropriado para leitura direta, podem solicitar-me topicamente, fazendo menção ao número da série.)
Façam bom uso... (uma recomendação, aliás, dispensável)
Paulo Roberto de Almeida

Alguns textos recentes sobre carreira diplomática (da lista de originais):

1901. “Questionário sobre a carreira diplomática”, Brasília, 25 junho 2008, 3 p. Respostas a questionário submetido por candidata à carreira diplomática.

1885. “Questionário sobre a carreira diplomática”, Brasília, 10 maio 2008, 5 p. Respostas a questões colocadas por estudante de administração, sobre a carreira diplomática.

1893. “A importância do profissional de relações internacionais no setor público”, Brasília, 1 junho 2008, 1 junho 2008, 3 p. Respostas a questionário a Projeto Transdiciplinar UNISUL sob a responsabilidade de estudante RI Unisul, Florianópolis, SC.

1837. “Cartas a um Jovem Diplomata: conselhos a quem já se iniciou na carreira e dicas para quem pretende ser um dia”, Brasília, 17 novembro 2007, 1 p. Esquema de um novo livro, sobre a base do trabalho 800 (Novas Regras de Diplomacia).

1812. “Academia e diplomacia: um questionário sobre a formação e a carreira”, Brasília, 1 outubro 2007, 5 p. Respostas a questionário colocado por estudante da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL).

1780. “Aspectos da carreira diplomática: algumas considerações pessoais”, Brasília, 10 de agosto de 2007, 1 p. Palestra feita em Brasília, no curso preparatório à carreira diplomática O Diplomata em 11.08.07, com links para sites e blogs de informação.

1739. “Carreira diplomática: uma trajetória”, Brasília, 27 março 2007, 5 p. Respostas a perguntas colocadas pela Carta Forense, para caderno especial sobre concursos, sobre diplomacia. Publicado, sob o título “Minha trajetória como concursando”, na revista Carta Forense (ano 5, nr. 47, abril 2007, Caderno de Concursos, p. C2-C3; link: www.cartaforense.com.br)

1723. “Concurso do Rio Branco: algumas dicas genéricas sobre o TPS”, Brasília, 7 fevereiro 2007, 2 p. Feito em caráter particular, tornado genérico; postado no blog Diplomatizzando sob nr. 698 (link).

1722. “Aos formandos do curso de RI da Universidade Tuiuti do Paraná, turma 2007”, Brasília, 6 fevereiro 2007, 5 p. Palavras aos formandos do curso de Relações Internacionais da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), que escolheram meu nome para designar esse grupo de bacharelandos. Postado no blog Diplomatizzando sob nr. 699 (link).

Postagem anterior:
Quinta-feira, Dezembro 28, 2006

669) Carreira Diplomatica: dicas
Carreira Diplomática
Dicas e argumentos sobre uma profissão desafiadora
Paulo Roberto de Almeida
(pralmeida@mac.com; www.pralmeida.org)

Apresentação de minha seção sobre a carreira diplomática no site pessoal: Link

Diplomacia
Instrumentos, preparação à carreira, subsídios para estudos
(Texto elaborado em 2005)

A carreira diplomática tem atraído número crescente de jovens, em decorrência da maior inserção internacional do Brasil e dos avanços da globalização e da regionalização. Os candidatos têm em geral procurado os cursos de graduação em relações internacionais. Muitos já ostentam inclusive mestrado ou doutoramento. Em todo caso, o concurso à carreira diplomática possui especificidades que fazem dele um processo altamente seletivo e bastante rigoroso, ainda que aberto unicamente aos talentos e méritos individuais.
Os candidatos devem, em primeiro lugar, verificar na página do Instituto Rio Branco, no site do Ministério das Relações Exteriores, as últimas informações sobre o concurso, programa de estudos, bibliografia, etc.A Funag anunciou, em março de 2006, estar colocando à disposição do público em geral toda a sua coleção de livros que se referem aos trabalhos do Instituto Rio Branco já publicados, bem como todos os volumes resultantes dos seminários do IPRI, nos últimos anos. Veja a relação completa e o endereço do site neste link do meu blog, onde apresento o material.
Consoante o papel didático exercido por esta página, pretendo colocar a partir deste espaço uma série de textos que poderão guiar, ajudar, esclarecer, consolar ou, quem sabe até, divertir os candidatos à carreira diplomática. Começo por oferecer uma bibliografia resumida, que nada mais é senão o conjunto das leituras recomendadas no programa oficial do Instituto Rio Branco, mas reduzidas ao que eu considero, pessoalmente, como sendo o essencial, isto é, uma lista de primeiras leituras, para que cada candidato dê início a seu próprio programa de estudos. Veja aqui a bibliografia.
Procurarei estabelecer uma forma de organização racional e uma estrutura clara para os vários textos aqui disponíveis, mas nem sempre isso será possível. A página também será alimentada gradualmente, à medida em que faça a seleção dos textos pertinentes e sua transposição para esta base. Sou colaborador regular da revista Espaço Acadêmico; veer meus meus artigos no link.
Como atendo a muitas demandas colocadas sobre a carreira diplomática e a própria preparação para o concurso que habilita a ingressar na carreira – seja sob a forma de cursos de graduação de relações internacionais, seja sob o formato de cursinhos preparatórios – tenho uma série de outros textos que procuram responder a essas questões repetidamente a mim feitas. Algumas reflexões que tenho feito, seja individualmente, seja a convite de responsáveis por esses cursos de relações internacionais, ou pelos próprios alunos, foi inserida nesta seção deste site: Internacionalistas: uma carreira, uma profissão? (em curso de atualização).
Um exemplo pode ser visto neste meu texto: “O que faz um diplomata, exatamente?”, que responde a indagações efetuadas sobre a natureza do trabalho diplomático, contendo uma remissão a meu trabalho sobre as “dez regras modernas de diplomacia”; está em meu blog nr. 153, neste link.
Por outro lado, você também deve ter pensado em tudo o que você sempre quis saber sobre a carreira diplomática...
...e nunca teve a quem perguntar... Pois, agora já tem! Ao meu colega Renato Godinho, que preparou um excelente "FAQ", ou questões mais perguntadas, sobre a carreira, o concurso do Instituto Rio Branco e outros aspectos curiosos (como salário, por exemplo, que falta completar, para traduzir toda a nossa miséria salarial no Brasil). Eu coloquei um link para o seu excelente "questions and answers" como post 266 de meu Blog "Cousas Diplomáticas", mas você pode ir direto à fonte, neste link.
Esta página ainda está em construção e se algum texto não estiver disponível, atenderei as solicitações individualmente, sempre com a menção ao número sequencial de cada trabalho. Aos poucos, a seção vai ser ampliada.

Compilação de textos do autor sobre o tema:
(em ordem cronológica inversa)

(Compilação efetuada em dezembro de 2006)

1701. “Um autodidata na carreira diplomática”, Brasília, 26 dezembro 2006, 4 p. Respostas a questões colocadas por jovem candidato à carreira diplomática. Colocada no blog Diplomatizzando; Link.

1668. “Dez obras fundamentais para um diplomata”, Brasília , 29 setembro 2006, 2 p. Lista elaborada a pedido de aluno interessado na carreira diplomática: obras de Heródoto, Maquiavel, Tocqueville, Pierre Renouvin, Henry Kissinger, Manuel de Oliveria lima, Pandiá Calógeras, Delgado de Carvalho, Marcelo de Paiva Abreu e Paulo Roberto de Almeida, para uma boa cultura clássica e instrumental, no plano do conhecimento geral e especializado. Colocada no blog Diplomatizzando: link. Revisto e ampliado, com explicações e links para cada uma das obras, em 14 de outubro de 2006 (6 p.) e publicado em Via Política em 15/10/2006, link.

1607. “O Internacionalista e as Oportunidades de Trabalho: desafios”, Brasília, 22 maio 2006, 4 p. Transcrição de apresentação em PowerPoint para o Forum de Relações internacionais do curso de RI da USP (FEA, 29 maio 2006, 17h30). Disponível no site; link.

1604. “O estudo de relações internacionais no Brasil: respostas a um questionário”, Brasília, 19 maio 2006, 2 p. Respostas a questões colocadas por Barbara Teresa Coutinho de Almeida Sá (aluna de RI da UNIFAI-SP). Postado no blog sob nº 431; link.

1591. “O Ser Diplomata: Reflexões anárquicas sobre uma indefinível condição profissional”, Brasília, 2 maio 2006, 3 p. Reflexões sobre a profissionalizção em relações internacionais, na vertente diplomacia. Palestra organizada pela Pacta Consultoria em Relações internacionais, em cooperação com o Instituto Camões, realizada na Embaixada de Portugal, em 4/05/2006. Disponível no site pessoal; link.

1563. “As relações internacionais como oportunidade profissional”, Brasília, 23 março 2006, 9 p. Respostas a algumas das questões mais colocadas pelos jovens que se voltam para as carreiras de relações internacionais. Contribuição a matéria da FSP, suplemento Folhateen, matéria “Os internacionalistas”, por Leandro Fortino (Folha de São Paulo, 27 março 2006, p. 6-8; divulgado no blog Diplomaticas, link), divulgado em sua integralidade no boletim de relações internacionais Relnet e, em cinco partes, no blog Cousas Diplomáticas, do post 282 ao 286 (link inicial). Publicado no boletim Meridiano 47 - Boletim de Análise da Conjuntura em Relações Internacionais (Brasília: Instituto Brasileiro de Relações Internacionais, ISSN 1518-1219, nº 67, fevereiro 2006, p. 5-10); site (link).

1529. “O que faz um diplomata, exatamente?”, Brasília, 11 janeiro 2006, 4 p. Resposta a indagações efetuadas sobre a natureza do trabalho diplomático, como remissão a meu trabalho sobre as “dez regras modernas de diplomacia”; Blog nr. 153, link.

1558. “Ser um bom internacionalista, nas condições atuais do Brasil, significa, antes de mais nada, ser um bom intérprete dos problemas do nosso próprio País”, Brasília, 8 março 2006, 6 p. Alocução de paraninfo na turma de formandos do 2º Semestre de 2005 do curso de Relações internacionais do Uniceub, Brasília (16 de março de 2006, 20hs, Memorial Juscelino Kubitschehk). Colocado à disposição no site pessoal (link).

1507. “Por que leio tanto? e Meus ‘métodos’ de leitura...”, Brasília, 18 dezembro 2005, 3 p. Dois textos seqüenciais sobre leituras e métodos, para postagem no meu blog (http://paulomre.blogspot.com). Apresentação ao novo Blog “Textos PRA” (1 p.).

1492. “Postura diplomática”, Brasília, 8 e 12 novembro 2005, 2 p. Comentários a questão colocada pelo médico cardiologista de BH Eduardo Martins, a propósito de situações difíceis enfrentadas no trabalho diplomático.

1491. “O profissional de relações internacionais: visão de um diplomata”, Brasília, 10 novembro 2005, 10 slides. Apresentação em PowerPoint para apoiar palestra feita na Semana Acadêmica da UFRGS-2005 dos programas de graduação e de mestrado em Relações Internacionais da UFRGS (Auditório da Faculdade de Ciências Econômicas, Porto Alegre, 11/11/2005, 20h30; disponível neste link; vídeo disponível neste link).

1481. “Recomendações Bibliográficas para o concurso do Itamaraty”, Brasília, 13 outubro 2005, 6 p. Indicações resumidas a partir do Guia de Estudos do Concurso de Admissão à Carreira Diplomática, versão 2005, para atender às demandas de candidatos à carreira diplomática. Circulada em listas de estudos internacionais.

1421. “Profissão Internacionalista”, Brasília, 19 abril 2005, 4 p. Entrevista concedida à jornalista Claudia Izique, da Facamp (Unicamp) para publicação especializada em orientação profissional. Postada de forma resumida no site da Facamp (www.facamp.br).

1416. “As relações internacionais do Brasil no atual contexto internacional e a formação dos novos internacionalistas”, Brasília, 5 abril 2005, 1 p. Roteiro de palestra no curso de Relações Internacionais da Universidade do Sul de Santa Catarina – Tubarão, SC., dia 7 de Abril de 2005, 20hs, quinta-feira.

1403. “Conselhos de um contrarianista a jovens internacionalistas”, Brasília, 5 março 2005, 6 p. Alocução de patrono na XI turma (2º semestre de 2004) de Relações internacionais da Universidade Católica de Brasília (10 de março de 2005, 20hs, Auditório S. João Batista de La Salle). Mensagem de formatura incluída no site.

1377. “História Mundial Contemporânea”, Brasília, 23 janeiro 2005, 6 p. Nota de revisão e comentários ao programa de preparação ao consurso à carreira diplomática, encaminhada ao Diretor do IRBr, Emb. Fernando Guimarães Reis.

1374. “Concurso de Admissão à Carreira Diplomática: Comentários ao Guia de Estudos”, Brasília, 20 janeiro 2005, 8 p. Comentários ao programa do concurso do IRBr, para atender solicitação do Diretor do IRBr, Emb. Fernando Guimarães Reis.

1230. “A evolução das espécies diplomáticas: exercício de quantificação (da série Macro e microeconomia da diplomacia)”, Brasília, 21 março 2004, 6 pp. Continuidade do exercício anterior (trabalhos nºs 1061 e 839, sobre questões gerais e de produtividade diplomática), enfocando o problema dos gêneros do diplomata. Para o livro Cousas Diplomáticas.

1180. “A formação e a carreira do diplomata: uma preparação de longo curso e uma vida nômade”, Brasília, 14 janeiro 2004, 3 pp. Reelaboração ampliada do trabalho 1151 para o jornal acadêmico da Faculdade de Direito da PUC-Campinas, por solicitação do aluno Marcio Vitorelli.

1155. “A formação do diplomata: uma preparação de longo curso”, Brasília, 13 dezembro 2003, 3 pp. Texto preparado para o Guia para a Formação de Profissionais do Comércio Exterior, das Edições Aduaneiras. Encaminhada igualmente para jornal do Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito da PUC-Campinas, aos cuidados de Marcio Vitorelli. Publicado no site Feranet 21, item “Diplomacia”, Link.

1079. “Relações Internacionais: profissionalização e atividades”, Washington, 15 julho 2003, 6 pp. Respostas a questões colocadas por: Guilherme Freitas Araújo (Timóteo, MG) e Fernanda da Silva Gomes, para subsidiar Mostra Profissional sobre relações internacionais.

1061. “Macro e microeconomia aplicadas à diplomacia: a questão da produtividade diplomática”, Washington, 15 junho 2003, 3 pp. Continuidade do exercício anterior (trabalho nº 839), de fazer uma economia política da carreira diplomática, em tom semi-jocoso, enfocando questões de desempenho funcional e de comportamento pessoal do diplomata. Para o livro Cousas Diplomáticas.

1051. “Primeiro Emprego: depoimento pessoal e reflexões”, Washington: 22 maio 2003, 4 pp. Respostas a perguntas sobre formação e profissionalização, colocadas pela Editora Abril, para elaboração do Guia do Primeiro Emprego, enviadas à jornalista XXX.

1016. “Um bem-vindo crescimento na oferta de relações internacionais”, Washington, 16 março 2003, 3 pp. Apresentação ao livro Política Internacional, Política Externa e Relações Internacionais (Curitiba: Editora Juruá, 2003; ISBN: 85-362-0486-9; pp. 9-11), Organizador: Leonardo Arquimimo de Carvalho. Relação de publicados n° 398.

915. “Profissionalização em relações internacionais: exigências e possibilidades”, Washington, 26 junho 2002, 6 p. Trecho retirado das “Leituras complementares”, do capítulo 11: “A diplomacia econômica brasileira no século XX: grandes linhas evolutivas” do livro Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas (pp. 244-248). Para divulgação no website do Centro de Serviços de Carreiras do Curso de Relações internacionais da PUC-Minas; link.

885. “As relações internacionais do Brasil e a profissionalização da carreira”, Washington, 29 março 2002, 17 pp. Palestra proferida no UniCeub, em 2 de abril de 2002, e na Universidade Católica de Brasília, em 3 de abril, elaborada com base em partes do meu livro: Os primeiros anos do século XXI.

839. “Macro e microeconomia da diplomacia”, Washington 14 dezembro 2001, 3 pp.; série “Cousas Diplomáticas, nº 4. Artigo introdutório, semi-cômico, de “interpretação econômica” da política externa, cobrindo questões diversas da carreira e das atividades diplomáticas, vistas sob a ótica da economia política (continuidade no trabalho nº 1061). Publicado em Espaço Acadêmico (Maringá: UEM, Ano I, nº 8, janeiro de 2002). Relação de de Publicados nº 299.

802. “Novas Regras da Moderna Diplomacia: memorandum dialecticus per usum moderatus”, Washington, 25 agosto 2001, 1 p. Projeto de livro constante de inéditos, textos existentes adaptados e novos escritos especialmente preparados.

800. “Dez Regras Modernas de Diplomacia”, Chicago, 22 julho; São Paulo-Miami-Washington 12 agosto 2001, 6 p; série “Cousas Diplomáticas” (nº 1). Ensaio breve sobre novas regras da diplomacia, com inspiração dada a partir do livro de Frederico Francisco de la Figanière: Quatro regras de diplomacia (Lisboa: Livraria Ferreira, 1881, 239 p.). Para desenvolvimento posterior em formato de longo ensaio. Publicado na revista eletrônica Espaço Acadêmico (Maringá: UEM, Ano I, nº 4, Setembro de 2001 - ISSN: 1519.6186; Seção “Cousas Diplomáticas”).

704. “Nosso homem no Itamaraty”, Brasília, 18 agosto 1999, 2 pp. Elementos de informação sobre os “intelectuais” do Itamaraty, como subsídio a matéria de Paulo Moreira Leite, então na revista Veja. Não aproveitado no momento, em virtude da transferência de PML para Washington, para trabalhar no jornal Gazeta Mercantil.

702. “Profissionalização em relações internacionais: exigências e possibilidades”, Brasília, 16 agosto 1999, 5 pp. Reelaboração do trabalho 691, em forma de palestra, para inauguração dos cursos de relações internacionais da PUC-MG (em 25.08.99) e do CEUB-DF (em 26.08.99). Feito lançamento de livros na ocasião.

691. “Profissionalização em relações internacionais: uma discussão inicial”, Brasília, 12 junho 1999, 5 pp. Texto sobre formação e perspectivas profissionais do formando em relações internacionais. Publicado no periódico do curso de relações internacionais da PUC-SP, Observatório de Relações internacionais (São Paulo: PUC-SP, nº 1, outubro/dezembro 1999, pp. 10-13). Revisto e integrado como “leitura complementar” ao livro Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas (SP: Paz e Terra, 2001).

Brasília, 27 dezembro 2006

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Mais recentemente elaborei vários outros trabalhos sobre temas similares, dentre os quais selecione estes aqui:

2007. “Carreira Diplomática: respondendo a um questionário”, Brasília, 21 maio 2009, 8 p. Respostas a questões colocadas por graduanda em administração na UFSC. Postado no blog Diplomatizzando (21.05.2009). Reproduzido no blog MondoPost (27.05.2009).

1992. “Elogio da Persistência”, Brasília, 22 março 2009, 5 p. Alocução de patrono da turma de Relações internacionais (2º semestre de 2008) da Universidade Católica de Brasília (25/03/2008, 20hs); postado no blog Diplomatizzando (25.03.2009).

1901. “Questionário sobre a carreira diplomática”, Brasília, 25 junho 2008, 3 p. Respostas a questionário submetido por candidata à carreira diplomática. Postado no Blog DiplomataZ (2.07.2009).

1896. “Questionário sobre a diplomacia”, Rio de Janeiro, 5 junho 2008, 3 p. Respostas a questões colocadas por estudante de RI da Universidade de Caxias do Sul. Postado no Blog DiplomataZ (2.07.2009).

1893. “A importância do profissional de relações internacionais no setor público”, Brasília, 1 junho 2008, 1 junho 2008, 3 p. Respostas a questionário no quadro de Projeto Transdiciplinar UNISUL sob a responsabilidade de estudante RI Unisul, Florianópolis, SC. Postado no Blog DiplomataZ (2.07.2009).

1885. “Questionário sobre a carreira diplomática”, Brasília, 10 maio 2008, 5 p. Respostas a questões colocadas por estudante de administração, sobre a carreira diplomática. Postado no Blog DiplomataZ (2.07.2009).

Devem existir outros trabalhos, mas estão dispersos.

1191) Pausa para humor patetico, ou melancolico

Estou convencido de que, todo ano, um grupo de professores mal (e mau) intencionados, sem ter o que fazer, reunem-se à mesa de um bar de Copacabana, e ficam inventado redações de alunos nos vestibulares, nos ENEMs da vida, enfim, complotam para provar que os nossos estudantes são mal (mau?) preparados.
Só assim posso explicar o festival de besteirol que recebemos todo ano pela internet, sempre de fontes não identificadas (vocês já repararam que eu sou adepto da teoria conspiratória da história).
Não acredito que nossos alunos sejam tão ruins assim. Ou será que são?

Demorô... mas saiu...as pérolas do ENEM 2009

O tema da redação do Enem 2008 foi Aquecimento Global, e como acontece todo ano, não faltaram preciosidades. Lá vão:

1) "o problema da amazônia tem uma percussão mundial. Várias Ongs já se estalaram na floresta." (percussão e estalos. Vai ficar animado o negócio)

2) "A amazônia é explorada de forma piedosa." (boa)

3) "Vamos nos unir juntos de mãos dadas para salvar planeta." (tamo junto nessa, companheiro. Mais juntos, impossível)

4) "A floresta tá ali paradinha no lugar dela e vem o homem e créu." (e na velocidade 5!)

5) "Tem que destruir os destruidores por que o destruimento salva a floresta." (pra deixar bem claro o tamanho da destruição)

6) "O grande excesso de desmatamento exagerado é a causa da devastação." (pleonasmo é a lei)

7) "Espero que o desmatamento seja instinto." (selvagem)

8) "A floresta está cheia de animais já extintos. Tem que parar de desmatar para que os animais que estão extintos possam se reproduzirem e aumentarem seu número respirando um ar mais limpo." (o verdadeiro milagre da vida)

9) "A emoção de poluentes atmosféricos aquece a floresta." (também fiquei emocionado com essa)

10) "Tem empresas que contribui para a realização de árvores renováveis." (todo mundo na vida tem que ter um filho, escrever um livro, e realizar uma árvore renovável)

11) "Animais ficam sem comida e sem dormida por causa das queimadas." (esqueceu que também ficam sem o home theater e os dvd's da coleção do Chaves)

12) "Precisamos de oxigênio para nossa vida eterna." (amém)

13) "Os desmatadores cortam árvores naturais da natureza." (e as renováveis?)

14) "A principal vítima do desmatamento é a vida ecológica." (deve ser culpa da morte ecológica)

15) "A amazônia tem valor ambiental ilastimável." (ignorem, por favor)

16) "Explorar sem atingir árvores sedentárias." (peguem só as que estiverem fazendo caminhadas e flexões)

17) "Os estrangeiros já demonstraram diversas fezes enteresse pela amazônia." (o quê?)

18) "Paremos e reflitemos." (beleza)

19) "A floresta amazônica não pode ser destruída por pessoas não autorizadas." (onde está o Guarda Belo nessas horas?)

20) "Retirada claudestina de árvores..." ()

21) "Temos que criar leis legais contra isso." (bacana)

22) "A camada de ozonel.." (Chris O'Zonnell?)
23) "a amazônia está sendo devastada por pessoas que não tem senso de humor." (a solução é colocar lá o pessoal da Zorra Total pra cortar árvores)

24) "A cada hora, muitas árvores são derrubadas por mãos poluídas, sem coração." (para fabricar o papel que ele fica escrevendo asneiras)

25) "A amazônia está sofrendo um grande, enorme e profundíssimo desmatamento devastador, intenso e imperdoável." (campeão da categoria "maior enchedor de lingüiça")

26) "Vamos gritar não à devastação e sim à reflorestação." (NÃO!)

27) "Uma vez que se paga uma punição xis, se ganha depois vários xises." (gênio da matemática)

28) "A natureza está cobrando uma atitude mais energética dos governantes." (red bull neles - dizem as árvores)

29) "O povo amazônico está sendo usado como bote expiatório" (ótima)

30) "O aumento da temperatura na terra está cada vez mais aumentando." (subindo!)

31) "Na floresta amazônica tem muitos animais: passarinhos, leões, ursos, etc." (deve ser a globalização)

32) "Convivemos com a merchendagem e a politicagem." (gzus)

33) "Na cama dos deputados foram votadas muitas leis." (imaginem as que foram votadas no banheiro deles)

34) "Os dismatamentos é a fonte de inlegalidade e distruição da froresta amazonia." (oh god)

35) "O que vamos deixar para nossos antecedentes?" (dicionários)

1190) Livro: A Grande Mudança, PRA


Sim, o livro é meu, e de 2003, mas apenas hoje eu reparei que a Livraria Cultura fez um ficha completa, com resenha e tudo sobre este livro que foi preparado na campanha presidencial de 2002 e escrito quase inteiramente antes das eleições, mas já prevendo os seus resultados.
Como nos aproximamos de mais uma campanha eleitoral presidencial, que poderá representar, igualmente, certa mudança para o Brasil (o que finalmente não tivemos durante estes últimos anos, com a continuidade das mesmas práticas políticas de sempre, apesar das promessas), creio que é útil apresentar essa resenha da Livraria Cultura.

A Grande Mudança
resenha da Livraria Cultura

Grande Mudança, A
Autor: ALMEIDA, PAULO ROBERTO DE
Editora: CONEX
Assunto: ECONOMIA NACIONAL

ISBN: 8575940058
ISBN-13: 9788575940051
Livro em português
Brochura
1ª Edição - 2003
200 pág.

Sinopse:
Apesar da grande mudança, o Brasil precisa construir um quadro institucional e estruturas econômicas que estejam de acordo com as realidades políticas e sociais que vieram à tona a partir do processo eleitoral de 2002. Paulo Roberto de Almeida aponta quais são os componentes dessa agenda transformadora, chamando a atenção para algumas "inversões de prioridades''.

Sobre o autor:
ALMEIDA, PAULO ROBERTO DE
Paulo Roberto de Almeida, doutor em ciências sociais e diplomata de carreira, foi ministro-conselheiro na Embaixada do Brasil em Washington (1999-2003), é autor de diversos livros de história diplomática do Brasil e sobre as relações econômicas internacionais, com destaque para o comércio internacional e a integração regional.

Saiu na Imprensa:
Gazeta Mercantil / Data: 23/5/2003
As mudanças brasileiras
Maria Helena Tachinardi São Paulo, 23 de Maio de 2003
Diplomata, cientista social, historiador, pensador e escrevinhador. É dessa forma que Paulo Roberto de Almeida se autodefine no prefácio do seu mais recente livro - A Grande Mudança (conseqüências econômicas da transição política no Brasil). Isso ajuda a entender por que a obra, por exemplo, se estende sobre temas da transição política brasileira e não apenas sobre relações internacionais e diplomacia. A coleção de 12 ensaios, escritos em 2002, quase todos em Washington, onde Almeida é ministro-conselheiro na embaixada do Brasil, trata de assuntos como o neoliberalismo no País, "dez coisas que eu faria se tivesse poder", "carta aberta ao próximo presidente (qualquer que seja ele)" e princípios básicos da economia política dos partidos no sistema brasileiro. No final do ensaio sobre o que faria se tivesse poder, Almeida diz que sua lista de dez propostas é uma espécie de "planejamento utópico do futuro brasileiro". Ele propõe, por exemplo, mudar o Hino Nacional, "colocando ‘bem-estar e desenvolvimento’ em seu âmago", porque a maior parte dos hinos foi escrita com espírito militar e ufanista "patrioteiro", numa fase de lutas políticas "em prol da independência e da unidade nacional". Os hinos estariam ultrapassados "em face dos avanços da consciência cidadã e do direito internacional". Almeida sustenta uma tese polêmica em A Grande Mudança, relacionada ao processo de "abertura unilateral" da economia brasileira nos anos 90. Contrariando a opinião de muitos empresários e especialistas brasileiros, ele diz que a abertura "teve muito pouco de unilateral, já que coincide com o processo de implantação do Mercosul - fez muito mais para modernizar o sistema produtivo do que as décadas anteriores de proteção comercial e investimentos estatais". Diz também que a abertura não foi grande, pois o programa de reforma tarifária, iniciado em outubro de 1990 e terminado em julho de 1993, reduziu os direitos de importação de uma média de 43% em 1989 (mas com picos tarifários de 105%, em alguns casos de até 200%) para cerca de 14% em 1994. Almeida oferece sua visão dos principais temas da realidade internacional e nacional com explicações fundamentadas em conhecimento teórico e literário, o que torna agradável a linguagem, ao mesmo tempo que convida o leitor à reflexão. Ele comenta sobre a globalização, o socialismo, as relações econômicas internacionais do Brasil - Área de Livre Comércio das Américas (Alca), Organização Mundial de Comércio (OMC) e Mercosul - e as ameaças à democratização depois do 11 de setembro de 2001. Embora o livro tenha sido publicado em janeiro, poucas semanas antes da invasão do Iraque (que começou em 20 de março), Almeida diz que se trata da "clara vontade da superpotência de ‘liquidar uma hipoteca’ herdada da administração de Bush pai". Na opinião do autor, isso "pode levar a um novo agravamento das tensões no Oriente Médio e na própria coalizão de forças ocidentais. O caso do Iraque está, aliás, vinculado a outra demonstração de arrogância imperial, já materializada na pugna de Washington no afastamento ‘bem-sucedido’ do diretor-geral da organização para a eliminação de armas químicas, por sinal um diplomata brasileiro". A referência é ao embaixador José Maurício Bustani, hoje titular da embaixada do Brasil em Londres. É interessante a visão de Paulo Roberto de Almeida sobre os EUA e a guerra: "De fato, os EUA conceberam ‘um modo inventivo de produção’ - para usar um conceito de extração marxista - e o aplicaram com notável persistência e coerência em sua própria arte de fazer guerra. A guerra não é concebida como uma operação unicamente militar, e nisso os EUA também são o mais ‘aroniano’ dos poderes modernos, no sentido de que soldados e diplomatas trabalham de modo muito mais integrado do que nos demais países. Nessa unidade de estratégia e diplomacia reside o elemento decisivo da superioridade dos EUA em relação a outros poderes". O livro analisa os problemas reais ligados à "grande mudança" no Brasil: "No discurso das lideranças políticas, nas mentalidades, na agenda pública e sobretudo no terreno econômico e nos compromissos sociais".

Google pré-visualizacao
(40 páginas do livro, aproximadamente)

Para maiores informações sobre o livro e outras partes seleciondas para leitura, remeto a este link de meu site.

1189) Livro: O que mudou o seu pensamento e por que?

Tempos atrás, o site The Edge (www.edge.org), especializado em temas científicos, colocou a seguinte pergunta a seus associados:
"Em que você mudou de opinião? E por quê?"

A pesquisa resultou num livro, agora publicado:

WHAT HAVE YOU CHANGED YOUR MIND ABOUT
Edited by John Brockman With An Introduction By BRIAN ENO
Harper Perennial
http://www.amazon.com/What-Have-Changed-Your-About/dp/0061686549

Duas recomendações:
The world's finest minds have responded with some of the most insightful, humbling, fascinating confessions and anecdotes, an intellectual treasure trove. ... Best three or four hours of intense, enlightening reading you can do for the new year. Read it now." SAN FRANCISCO CHRONICLE

"The splendidly enlightened Edge website (www.edge.org) has rounded off each year of inter-disciplinary debate by asking its heavy- hitting contributors to answer one question. I strongly recommend a visit." THE INDEPENDENT

Na ocasião, eu também respondi à questão, escrevendo o seguinte trabalho:
Em que você mudou de opinião? E por quê? (17.02.2008)
Ele pode ser lido no seguinte link.

1188) Indice dos Estados Falidos 2009

A revista Foreign Policy e o Fund for Peace acabam de anunciar a divulgação do Indice dos Estados Falidos para 2009, neste link.

Ainda não tive tempo de examinar detalhadamente esse novo relatório, e de avaliar a posição do Brasil em seus diversos elementos de rankeamento. Quando o fizer, não deixarei de postar aqui minhas observações e comentários.

En attendant, permito-me relembrar que, quando da segunda edição desse importante esforço de análise qualitativa, em 2005, escrevi um trabalho comentando os resultados em geral, e os indicadores para o Brasil em particular, criticando inclusive sua metodologia pouco adequada à nossa realidade.

Esse trabalho foi publicado no boletim eletrdônico Via Política, e reproduzo aqui sua parte inicial.

O Brasil no índice dos Estados falidos
Uma reflexão sobre sua posição relativa aos critérios de “falência”
Por Paulo Roberto de Almeida

A revista Foreign Policy e The Fund for Peace (dos EUA) passaram a divulgar, a partir de 2005, um índice de “estados falidos”, ou seja, dos países incapazes de se manterem dentro da normalidade política, econômica ou social. Esse índice foi elaborado a partir de doze critérios sociais, econômicos, políticos e militares, ponderados em função de um sofisticado modelo quantitativo desenvolvido pelo Fundo para a Paz (ver o estudo neste link).

No plano mundial, os países que encabeçam o ranking dos Estados falidos são o Sudão, a República Democrática do Congo (antigo Zaire), a Costa do Marfim (que antigamente preferia ser chamada pelo seu nome francês de Côte d’Ivoire), o Iraque e o Zimbábue. Uma seleção desse estudo, restrita aos países latino-americanos, foi elaborada pelo boletim espanhol Red Electronica de Relaciones Internacionales, transcrita em meu blog “Diplomatizando”, que remete às fontes originais de informação.

Para ler a sequência deste meu trabalho, clique neste link.

Aguardem meus comentários sobre o novo Indice.

1187) Plano Real: 15 anos e novos desafios

Aniversário do plano
Quinze anos depois do Real, crédito, carga tributária e gastos públicos são os novos desafios
Nice de Paula
O Globo, 01/07/2009

RIO - Custo de crédito, carga tributária elevada, gastos públicos e eficácia da política monetária. Quinze anos depois do lançamento do bem-sucedido Plano Real, esses são os principais desafios do país na visão de economistas de diferentes áreas. A inflação, que era o grande terror até 1º de julho de 1994, já não assusta tanto.

- A inflação já foi derrubada, é um problema que o Brasil já superou há muito tempo. Mas a rigidez da política monetária permanece, encarece o consumo e a produção, porque o custo de financiar é muito elevado - diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.

" É necessário avançar na sofisticação do sistema de metas, olhando as variáveis condicionantes para dar mais dinamismo à política monetária "

Na avaliação de Agostini, o sistema de metas de inflação - que dá ao Banco Central a tarefa de utilizar a taxa de juros para manter a economia em patamares pré-determinados - é perfeito, mas depois de quase dez anos em vigor, é tempo de ser aperfeiçoado. Nesta terça-feira, o Conselho Monetário Nacional fixou em 4,5% a meta de inflação para 2010 e 2011.

- É necessário avançar na sofisticação do sistema de metas, olhando as variáveis condicionantes. Por exemplo, a estrutura de formação de tarifas remete à década de 90, quando o cenário era outro e foi preciso indexar preços para garantir investimentos no setor de serviços. Isso trouxe um problema, porque hoje um terço da inflação é rígida, contratada, imune à ação dos juros. É um exemplo do que precisa ser revisto para dar maior dinamismo à política monetária - diz Agostini.

" Passados 15 anos do lançamento do Plano Real, o que falta para o país é combater os custos elevados da economia, os spreads bancários e a tributação elevada. "

Para Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do Banco Central, o principal desafio do país é garantir crescimento e baixar as taxas de juros reais (descontada a inflação), que, a seu ver, ainda estão muito altas.

- Já melhorou muito, mas juro real de 5% ao ano ainda é muito alto, precisa baixar para 3%. E não adianta só cortar a Selic, é preciso haver uma queda nos spreads bancários (diferença entre a taxa que o banco paga para captar dinheiro e aquela que cobra quando vai emprestar ao consumidor), o que pode acontecer por meio de aumento da concorrência e da liberação dos compulsórios - diz ele, referindo-se aos recursos que os bancos são obrigados a deixar depositados no BC, sem rentabilidade.

Os spreads bancários também estão entre os principais desafios do país, na visão de Miguel Ribeiro de Oliveira, economista que acompanha com rigor microscópico o impacto das medidas econômicas na vida prática das pessoas.

" O grande desafio no Brasil é se livrar do mito que a solução para os problemas está sempre em aumentar o gasto público "

- Passados 15 anos do lançamento do Plano Real, o que falta para o país é combater os custos elevados da economia, os spreads bancários e a tributação elevada. É o custo do crédito e a carga tributária - diz.

Raul Velloso, especialista em contas públicas, acredita que o desafio do país daqui para frente é conseguir recuperar os investimentos. Velloso ficou muito preocupado com as recentes afirmações do presidente Lula de que preferia dar o dinheiro aos pobres a aliviar a carga tributária das empresas.

- Se optar por deixar de usar recursos para estimular investimentos e dar para o pobre gastar, essa pessoa vai consumir, mas se a indústria não tiver o que entregar, não adianta, não move a economia. O grande desafio no Brasil é se livrar do mito de que a solução para os problemas está sempre em aumentar o gasto público - diz.

Estudioso de inflação, Luiz Roberto Cunha, da PUC-RJ, diz que o cenário atual incerto torna muito difícil prever como será o mundo nos próximos três ou quatro anos, mas também destaca a questão dos gastos públicos.

- Há uma preocupação latente no mundo inteiro com o risco de que o excesso de gastos públicos vá gerar inflação lá na frente, por isso é necessário uma certa cautela, porque um endividamento público brutal vai gerar problemas.

Sistema financeiro teve que se reestruturar.
Plano Real: estabilidade impôs profunda reestruturação ao sistema financeiro
Ronaldo D'Ercole

SÃO PAULO - A estabilidade monetária que se seguiu à implantação do real, em julho de 1994, impôs ao sistema financeiro brasileiro uma profunda reestruturação. A face mais visível desse processo foi o encolhimento do número de bancos em operação no país: de 245 para 156. Com o fim da ciranda inflacionária, um grande número de bancos viu cessar abruptamente sua principal fonte de receitas - a aplicação do dinheiro que os correntistas deixavam em suas contas para compra e venda diária de títulos públicos, o que gerou uma onda de insolvência. Situação que foi agravada pelo aumento brusco da inadimplência de correntistas, que correram para o consumo na esteira da estabilização dos preços.

No primeiro ano do Plano Real, até junho de 1995, o governo já havia gastado R$ 14 bilhões em ajuda a instituições privadas, que continuavam apresentando problemas. Isso levou o Banco Central a criar, em novembro do mesmo ano, o Programa de Estímulo à Reestruturação do Sistema Financeiro Nacional (Proer).

- Quando assumi a presidência do BC, em maio de 1995, uma série de bancos já estava sob o Regime Especial de Administração Temporária (Raet), e havia muitos outros com problemas - lembra Gustavo Loyola, que estava à frente do BC no lançamento do Proer.

O Proer foi utilizado principalmente para evitar a quebra de grandes bancos, como o Nacional, o Econômico e o Bamerindus, que além de prejuízos a milhões de correntistas colocariam em risco a confiança em todo o sistema bancário nacional.

- A ideia não era recolocar esses bancos em pé, premiando seus acionistas, mas sim proteger seus clientes - diz Loyola.

Estima-se que o Proer tenha injetado cerca de R$ 30 bilhões para a venda dos ativos saudáveis (inclusive os clientes) desses bancos a outras instituições.

- O Proer teve papel fundamental no processo de saneamento dos bancos, evitando um crise sistêmica - observa Otto Nogami, economista do Insp (ex-Ibmec-SP).

Logo em seguida à entrada do real em circulação, o BC já havia editado a Resolução 2.099, que introduziu "espírito de Basileia" no país, estipulando exigências mínimas de capital (patrimônio líquido) para a exposição dos bancos nos diferentes tipos de operação.

- Desde o início, estava clara a ideia de que o plano teria efeitos sobre o sistema - lembra Loyola.

Um outro problema, ainda mais grave, teve que ser enfrentado: a precária situação dos bancos estaduais que, insolventes, para financiar os governos locais passsaram a fazer saques a descoberto das reservas do BC. Além de constranger o BC em sua função fiscalizadora junto aos bancos privados, tal prática comprometia a estabilidade monetária do Plano Real. A saída foi criar o Programa de Incentivo à Redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária (Proes), destinado a sanear os bancos estaduais.

No âmbito do Proer, ainda, foi criado o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), constituído por recursos dos próprios bancos, que no caso de quebra ou liquidação de uma instituição garantia aos correntistas recuperar até R$ 20 mil dos seus recursos. Esse valor hoje é de R$ 60 mil.

Tanto quanto preservar os clientes das instituições, Loyola lembra que por trás de todo esse processso buscava-se construir um sistema capaz de evitar problemas daquele tipo no futuro.

- Foi uma aprendizagem, um trabalho construído ao longo do tempo, por várias gerações de funcionários do BC - diz Loyola.

Os avanços alcançados ao longo dos primeiros anos do Real foram postos à prova na crise cambial de 1999, que apesar da gravidade, observa Loyola, não redundou numa crise bancária.

Alberto Borges Matias, professor de finanças da Faculdade de Economia e Administração (FEA), da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, avalia que as crises têm função importantes para os avanços do sistema financeiro nacional. E reconhece que o sistema, leia-se bancos e mercado de capitais, desfruta de uma condição saudável por causa da regulação e da estrutura criada a partir da estabilização. Mas lembra que o fato de ser ainda pequeno - as operações de crédito no país representam 42% do PIB, muito menor que a de países desenvolvidos , e pouco exposto internacionalmente, tem preservado o sistema de crises como a atual.

- O Brasil tem um sistema financeiro sofisticado hoje, mas os valores operados aqui ainda são muito baixos - diz, notando que a recente liberação de parte dos elevados compulsórios recolhidos pelos bancos no BC apontam mais avanços no sistema adiante.

- O Brasil não é grande planejador. O Brasil age movido por crises, e age bem nas crises. Agora estamos em um novo momento. A crise foi ótima para o país.

1186) O começo do fim da ação afirmativa nos EUA?

Esta é a questão depois da decisão da Suprema Corte relatada e comentada extensivamente em um post da Century Foundation.
Recomendo ler o post original, pois ele contém dezenas de links para todos os temas importantes abordados no texto do autor.
Esse debate é importante para o Brasil, pois no mesmo momento em que os EUA estão se afastando de políticas de cunho racial, o Brasil está ativamente promovendo políticas de cunho racialista que podem criar no Brasil uma situação, ou pelo menos uma mentalidade, de Apartheid oficial.

The Beginning of the End of Racial Affirmative Action?
by Richard Kahlenberg - Century Foundation
Taking Note, June 30, 2009

quarta-feira, 1 de julho de 2009

1185) Integração sul-americana: continuando o debate

Apenas para facilitar a leitura e o seguimento, coloco logo mais abaixo um comentário e meu contra-comentário, que se seguiram a este meu post:

Domingo, Junho 28, 2009
1176) Integracao sul-americana: um dialogo (indireto) sobre os modelos

que por sinal recolhia material relativo a outro post anterior:

Domingo, Junho 21, 2009
1169) Integracao sul-americana: balanco das experiencias

A) Primeiro o comentário de minha semi-anônima, mas atenta (e cortês) leitora, feitos em 30.06;2009:

Anônimo Glaucia disse...
[a caracterização de 'Anônimo', como já disse, é dado pelo sistema, não por mim]

Bem, professor, não sabia que eu era "Anônimo Glaucia".
Quanto aos e-mails, não é exatamente o objetivo do blog criar um espaço publico? Gosto dele. Descerei sempre de volta para ler suas respostas, por isso não se preocupe com a minha leitura.
E entendo os esclarecimentos, concordo com vários deles. "Integração" se tornou um mero topos vazio de conteudo em nuestro continente.
Ainda assim, me parece que fica misturado o juizo de valor à avaliação objetiva. O CAFTA-DR dificilmente teria o mesmo tratamento ("entre os poucos paises membros"), embora também so haja uma economia "não-menor" - os EUA. Por outro lado, um eixo de oposição Russia-China-India no CS dificilmente seria chamado de "pequena coalizão de paises".
Por que esse tratamento quando a palavra nada acrescenta, e se afigura mesmo incorreta? Ou uma coalizão Brasil-Argentina-Venezuela, com pelo menos 65% da area, população e PIB da América do Sul, pode com propriedade ser chamada de pequena no contexto regional? Apenas se considerarmos que so existe um pais não-pequeno em todo o hemisfério...
Não me insurjo, como acho que compreende, contra o conteudo das opiniões do Professor. Apenas me incomoda que seja tão dificil no Brasil, mesmo entre pessoas lucidas, deixar de manchar a analise objetiva com ruidos ideologicos.
Temos assim a escolha entre uma Veja, que sempre opta pela piada em vez do argumento, e uma Caros Amigos, que parece estar em algum outro plano da existência. Não ha ninguém querendo compreender e transmitir, sem a priori, o que se passa; com um minimo não digo de imparcialidade mas de objetividade analitica.
No meio do seu pertinente, informado e instrutivo texto, é contra essas pulgas - que de resto infectam outros teoricos em nivel, claro, muito mais elevado - que praguejo. Se queremos elevar o nivel das ciências sociais no pais, antes de vigiar os inimigos é preciso vigiar os amigos.
Um abraço,
Glaucia

B) Agora, meus comentários em resposta, nesta data, 1.07.2009:

Glaucia,
Volto agora ao seu comentário feito em 30 de junho, que não pude responder por estar terminando um enorme trabalho que tinha como data terminal justamente esse dia.
Vou comentar primeiro topicamente, depois poderei fazer alguns comentários mais gerais.

1) ""Integração" se tornou um mero topos vazio de conteudo em nuestro continente."
PRA: De fato, é o que se pode constatar atualmente, pois a integração que realmente conta, feita de abertura econômica recíproca e de liberalização comercial, com interpenetração dos sistemas produtivos nacionais, essa não apenas não avançou como também recuou. Não se trata apenas de distinguir entre o que seria uma integração supostamente "pragmática", que seria aquela alegadamente praticada no Cone Sul, e uma outra, mais "alucinada", ou feita de muita retórica, muito comércio administrado e pouca integração efetica, praticada pelos soi-disant bolivarianos. No Cone Sul, o pragmatismo também recuou, e se passou a substitutivos pouco eficientes ao processo real, sob a forma de subterfugios sociais, educacionais, parlamentares, sindicais, enfim, qualquer coisa para manter a ilusão de que os países estão se integrando, quando o que se tem, de verdade, é muito turismo oficial em reuniões inúteis.
Eu insisto em que voce leia o tratado constitutivo da Alba: se não houver bons motivos para riso, haverá para chorar. Está no portal da Alba: http://www.alternativabolivariana.org/

2) "Ainda assim, me parece que fica misturado o juizo de valor à avaliação objetiva. O CAFTA-DR dificilmente teria o mesmo tratamento ("entre os poucos paises membros"), embora também so haja uma economia "não-menor" - os EUA. Por outro lado, um eixo de oposição Russia-China-India no CS dificilmente seria chamado de "pequena coalizão de paises"."
PRA: O Cafta-DR é um mero tratado assistencialista dos EUA, que consolida uma situacao pré-existente, sob a forma de SGPs nacionais, e dá abertura completa aos EUA nos mercados desses paises, além do requerido respeito às normas de propriedade intelectual. Universitários anti-imperialistas o enquadrariam na mesma categoria dos tratados desiguais do século XIX, mas na verdade é uma concessão que não custa nada aos EUA e lhes dá vantagens ao amarrar os interesses nacionais desses paises ao centro hegemônico ou imperial, como gostam de dizer os mesmos acima.
Não entendo o resto, pois India nao faz parte do CSNU, e nao vejo a China fazendo coalizão com ninguém apenas pelo desejo de fazer coalizões. A China cuida de seus interesses, ponto. São outros que precisam se legitimar entre os grandes por meio dessa grande potência que ficam fazendo concessão a interesses forâneos.

3) "Ou uma coalizão Brasil-Argentina-Venezuela, com pelo menos 65% da area, população e PIB da América do Sul, pode com propriedade ser chamada de pequena no contexto regional?"
PRA: Depende do que você chama de coalizão. Teoricamente, Brasil e Argentina são 'plenamente integrados' e não os vejo praticando as mesmas políticas sequer neste continente, quanto mais fora dele. Não creio que a Venezuela sob Chávez venha efetivamente a coordenar suas políticas com os outros dois: ela apenas faz o que passa pela cabeça esclarecida de seu comandante...

4) "Apenas me incomoda que seja tão dificil no Brasil, mesmo entre pessoas lucidas, deixar de manchar a analise objetiva com ruidos ideologicos."
PRA: Se isso lhe incomoda, você deveria ser mais explícita em esclarecer o que chama de 'ruidos ideológicos'. Seria apenas o que você não concorda, suponho, a menos que faça uma exposição clara de quais são esses ruidos e por que eles seriam ideológicos.

5)"Não ha ninguém querendo compreender e transmitir, sem a priori, o que se passa; com um minimo não digo de imparcialidade mas de objetividade analitica."
PRA: Pois não, sinta-se à vontade. Escreva o seu artigo rebatendo meus ruídos e eu terei prazer em publicá-lo, mesmo sob o relativo anonimato do seu nome. Ou então abra um blog e publique seus argumentos cheios de objetividade analítica. Se quiser eu também posso colocar numa revista de reputação nacional, depois de submeter ao Conselho Editorial.

6) "No meio do seu pertinente, informado e instrutivo texto, é contra essas pulgas - que de resto infectam outros teoricos em nivel, claro, muito mais elevado - que praguejo. Se queremos elevar o nivel das ciências sociais no pais, antes de vigiar os inimigos é preciso vigiar os amigos."
PRA: Não conheço coleira anti-pulgas que me faça identificar claramente quais seriam as minhas, e por isso mesmo peço o favor de me apontar claramente quais seriam as minhas simpáticas saltadoras.
Dentre os procedimentos mais utilizados no trabalho acadêmico, supostamente científico, está em identificar claramente o objeto a ser dissecado, analisado, eventualmente massacrado e rejeitado. Mas é preciso proceder a um cuidadoso trabaho de identificação do objeto antes de atacar com o bisturi.
Sou totalmente receptivo a essas aulas de anatomia, desde que me indiquem qual o cadáver a ser dissecado...
Até a próxima.
Paulo Roberto de Almeida

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PS.: Acho que a história vai longe, mas confesso que este formato me é insatisfatório, posto que raramente abordando problemas reais com toda a objetividade que eles merecem.

1184) Mont Pelerin Society: a little history

Sempre é bom lembrar como as coisas começaram:
Photos:
1) Friedrich von Hayek (far left) was the first President of the Mont Pelerin Society. George Stigler once quipped that the Society could be called “The Friends of F. A. Hayek.“ Hayek was one of the most influential and interesting thinkers of the 20th Century. His most famous book was his polemic against socialism, The Road to Serfdom (1944).











2) Karl Popper (back row), Ludwig von Mises (front row to the right) and other participants during a session at the first meeting of the Mont Pelerin Society in 1947.













3) Milton Friedman (in light coat and with hat, in the centre) with friends in an excursion at the first meeting of the Mont Pelerin Society in 1947.














History of the Mont Pelerin Society

After World War II, in 1947, when many of the values of Western civilization were imperiled, 36 scholars, mostly economists, with some historians and philosophers, were invited by Professor Friedrich von Hayek to meet at Mont Pelerin, near Montreux, Switzerland, to discuss the state and the possible fate of liberalism (in its classical sense) in thinking and practice.

The group described itself as the Mont Pelerin Society, after the place of the first meeting. It emphasised that it did not intend to create an orthodoxy, to form or align itself with any political party or parties, or to conduct propaganda. Its sole objective was to facilitate an exchange of ideas between like-minded scholars in the hope of strengthening the principles and practice of a free society and to study the workings, virtues, and defects of market-oriented economic systems.

Members who include high government officials, Nobel prize recipients, journalists, economic and financial experts, and legal scholars from all over the world, come regularly together to present the most current analysis of ideas, trends and events.

1183) Corrupcao no mundo: aumentando, apesar de tudo


Um estudo do Banco Mundial não coloca o Brasil nos melhores lugares...

Worldwide Governance Indicators Show Uneven Progress

While this year's update of the research dataset Worldwide Governance Indicators (WGI) 1996-2008 shows many countries making progress in governance and anti-corruption over the past decade, it also reveals that many countries failed to make such improvements. The eighth release of the WGI highlights the serious challenges that remain for rich and poor countries alike, and draws attention to the well-established link between
better governance and improved development results. At the same time, other countries have stagnated, and worryingly, still others have regressed in key dimensions of governance. In fact, the updated WGI show that current governance standards have plenty of room for improvement in many industrialized countries and emerging economies.

Read more

Aqui o comentário da revista The Economist, que também elaborou o gráfico que ilustra este post.

Government accountability
Better and worse
Which countries are better governed than a decade ago, and which worse

The Economist, July 1st 2009

THE governments of Serbia and Sierra Leone have made the most improvements in accountability in the past decade, according to a new report from the World Bank. In Iraq and Afghanistan, too, governments are more accountable than they were in 1998. But in Eritrea, Thailand, Belarus and Zimbabwe conditions have worsened sharply. In an effort to quantify changes the bank compared aspects of its World Governance Indicators, which are produced each year by aggregating information from scores of organisations, such as Freedom House and the Economist Intelligence Unit. In judging accountability the bank uses measures of civil rights (including freedom of speech, assembly and religion), freedom of participation in elections and press freedom, in 209 countries. While the precision of the data may be debatable, the direction of movement looks plausible.

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E agora direto à fonte original:

Governance Matters 2009
Worldwide Governance Indicators, 1996-2008

The Worldwide Governance Indicators, transparently constructed and available to everyone, are invaluable for policy makers, researchers, and businesspeople around the globe. They are critical for monitoring governance and the quality of state action and growth, making it more difficult for governments to ignore failures, and easier for reformers to persuasively articulate the need for change.”
Andrei Illarionov,
former Economic Advisor to the President of the Russian Federation, and currently president of the Institute of Economic Analysis

The Worldwide Governance Indicators (WGI) project reports aggregate and individual governance indicators for 212 countries and territories over the period 1996–2008, for six dimensions of governance:

1) Voice and Accountability
2) Political Stability and Absence of Violence
3) Government Effectiveness
4) Regulatory Quality
5) Rule of Law
6) Control of Corruption

The aggregate indicators combine the views of a large number of enterprise, citizen and expert survey respondents in industrial and developing countries. The individual data sources underlying the aggregate indicators are drawn from a diverse variety of survey institutes, think tanks, non-governmental organizations, and international organizations.

The six aggregate indicators and the underlying data sources can be viewed interactively on the Governance Indicators webpage of this site. To download the full dataset for all countries and indicators in Excel format, click here. Documentation of the latest update of the WGI can be found in "Governance Matters VIII: Governance Indicators for 1996–2008." Further documentation and research using the WGI is available on the Resources page of this website or at www.worldbank.org/wbi/governance.

Disclaimer: The WGI do not reflect the official views of the World Bank, its Executive Directors, or the countries they represent. The WGI are not used by the World Bank Group to allocate resources.

1182) Os Brics ao socorro do dolar (ironias da economia)

Parece que, entre os assuntos na pauta da recente reunião de cúpula dos Brics, em Ekaterimburgo, na Rússia, estava a questão do dólar, ou melhor, sua substituição por uma nova moeda de reserva mundial, nas trocas comerciais e financeiras internacionais, e a eventual adoção, pelos Brics, de suas moedas nacionais em suas transações respectivas.
Pois bem, a julgar pela matéria abaixo, saiu tudo ao contrário: o dólar se reforça como moeda de troca e de reserva, tendo sua utilização sido acrescida justamente em função de novas aquisições pelos mesmos Brics.
De fato, foram eles, em especial a China, que fizeram compras maciças de dólar nos últimos tempos (o Tesouro dos EUA, o governo americano e toda a sua população agradecem sinceramente tamanha gentileza).
O próprio governo brasileiro vem sinalizando com o aumento das reservas, que devem refletir-se na aquisição adicional de dólares por mais ou menos 100 bilhões. Longa vida ao dólar, ao que parece...

Crece participación de dólar en reservas globales, según datos del FMI
Reuters, 1/7/2009

Nueva York, 1 de julio (Reuters) - La participación del dólar en las reservas internacionales de todo el mundo aumentó a 64,9 por ciento en el primer trimestre del 2009, aunque el nivel general de las reservas bajó por tercer trimestre consecutivo, mostraron el martes datos del FMI.

Los datos del Fondo Monetario Internacional, que cubren alrededor de dos tercios de las reservas de todos los países, mostraron que la participación del dólar en la suma de alrededor de 4,0 billones de dólares en reservas cuya composición es conocida, asciende a 2,6 billones de dólares.

En el cuarto trimestre del 2008, el dólar había representado el 64 por ciento.

La proporción del dólar en las reservas internacionales de divisas durante el primer trimestre alcanzó su máximo desde el segundo trimestre del 2007, pero ha bajado desde 73 por ciento en el segundo trimestre de 2001.

"Vimos una reversión de la diversificación de reservas en el primer trimestre", dijo Win Thin, estratega de cambios de Brown Brothers Harriman en Nueva York.

"En general, continuamos minimizando las versiones de una diversificación de reservas que perjudique al dólar", agregó.

Otros datos, como el reporte de los flujos de capitales del Tesoro de Estados Unidos, y las tenencias en custodia, de la Reserva Federal, han respaldado la opinión del banco, de que los inversores pueden diversificarse fuera del dólar y aún ser compradores netos de esa moneda, dijo Thin.

El FMI estima que a fines del primer trimestre las reservas globales se ubicaron en 6,53 billones de dólares, una baja desde los 6,7 billones de dólares en los últimos tres meses del 2008.

Los analistas dijeron que la baja refleja parcialmente la intervención de los bancos centrales del mercado emergente para apoyar sus monedas durante el avance de la crisis financiera.

terça-feira, 30 de junho de 2009

1181) Richard Dawkins: A Inutilidade da Teologia

Meu pequeno lado racionalista me leva a reproduzir este artigo que recebi em 30.06.2009 de um correspondente, sem poder determinar a publicação original. No seguimento formulo alguns comentários rápidos.

A Inutilidade da Teologia
Richard Dawkins

Um editorial infeliz e ingênuo do jornal britânico Independent recentemente pediu uma reconciliação entre ciência e “teologia”. Dizia que “As pessoas querem saber o tanto quanto possível sobre suas origens”. Com certeza, espero que elas queiram, mas o que, diabo, faz alguém pensar que a teologia tem algo de útil para dizer sobre esse assunto?

A ciência é responsável pelas seguintes informações sobre nossas origens. Nós sabemos aproximadamente quando o Universo surgiu e porque ele é, em sua maioria, de hidrogênio. Nós sabemos por que as estrelas se formam e o que acontece no interior delas para converter hidrogênio em outros elementos, dando origem à química em um mundo físico. Nós sabemos os princípios fundamentais de como um mundo químico pode se transformar em biologia através do aparecimento de moléculas auto-reprodutoras. Nós sabemos como o princípio da auto-reprodução deu origem, através da seleção darwiniana, a toda a vida, incluindo os humanos.

Foi a ciência e apenas a ciência que nos ofereceu esse conhecimento e, além disso, o ofereceu em detalhes fascinantes, preponderantes e que se confirmam mutuamente. Em cada um desses aspectos, a teologia tem mantido uma visão que se mostrou definitivamente errônea. A ciência erradicou a varíola, pode imunizar contra a maioria dos vírus e matar a maioria das bactérias que anteriormente eram mortais. A teologia não tem feito nada a não ser falar das doenças como punições para nossos pecados.

A ciência pode prever quando um cometa em particular irá reaparecer e, de quebra, quando o próximo eclipse irá ocorrer. A ciência colocou o homem na Lua e lançou foguetes de reconhecimento ao redor de Saturno e Júpiter. A ciência pode lhe dizer qual a idade de um fóssil específico e que o Santo Sudário de Turim é um embuste medieval. A ciência sabe as instruções precisas no DNA de vários vírus e irá, durante a vida de muitos leitores presentes, fazer o mesmo com o genoma humano.

O que a teologia já disse que teve qualquer valor para alguém? Quando a teologia disse algo que foi demonstrado como verdadeiro e que não seja óbvio? Tenho ouvido os teólogos, lido o que escrevem, debatido com eles. Nunca ouvi algum deles dizer algo que tivesse alguma utilidade, qualquer coisa que não fosse trivialmente óbvio ou categoricamente errado. Se todas as realizações dos cientistas forem apagadas do mapa no futuro, não haverá médicos, e sim xamãs; não haverá meio de transporte mais rápido que o cavalo; não haverá computadores, nem livros impressos e, muito menos, agricultura além das culturas de subsistência.

Se todas as realizações dos teólogos forem apagadas do mapa no futuro, alguém perceberia a mínima diferença? Até mesmo as realizações negativas dos cientistas, como as bombas e navios baleeiros guiados por sonar funcionam! As realizações dos teólogos não fazem nada, não afetam nada, não significam nada. Afinal, o que faz alguém pensar que “teologia” é um campo do conhecimento?

Richard Dawkins é professor de entendimento público da ciência na Universidade de Oxford, e autor de "O Gene Egoísta", "A Escalada do Monte Improvável" e "Desvendando o Arco-Íris".

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Meus comentários rápidos:
Dawkins tem razao, em última instância.
O problema, para ele e todos os ateus militantes, é que a Teologia é aliada objetiva da ignorância. Como esta ainda é o estado natural da maior parte dos seres humanos, em qualquer época, deduz-se que a teologia -- e as explicações ingênuas, de modo geral -- ainda tem um brilhante futuro pela frente. Infelizmente esta é a verdade.
Cada ser humano precisa realizar, cada vez, um esforco enorme para alçar-se à altura do conhecimento científico e de uma explicação racional para a natureza das coisas. A teologia, como concorrente potencial, oferece uma explicação muito mais simples, ao alcance da mão, se podemos dizer. É a saída inercial pela ignorância auto-infligida. Tem sucesso, ou pelo menos resiliência...

1180) Euclides da Cunha: ciclo de conferencias na ABL

Programação do centenário de Euclides da Cunha na Academia Brasileira de Letras

6º Ciclo de Conferências: "Centenário de Morte de Euclides da Cunha"

Coordenação: Alberto Venancio Filho

11/8 – Walnice Nogueira Galvão: "Os desafios de editar Euclides da Cunha"
18/8 – José Murilo de Carvalho : "Euclides da Cunha e o Exército"
25/8 - Per Johns: "Confluências de linguagem em Euclides da Cunha e Guimarães Rosa"
1/9 - José Maurício Gomes de Almeida: "Os Sertões: Uma epopéia dos vencidos"
8/9 - Nísia Trindade Lima: "Euclides da Cunha e o pensamento social brasileiro"
15/9 - Francisco Foot Hardman: "Euclides e a Amazônia"
22/9 - Afonso Arinos: "Euclides da Cunha e o Itamaraty"
29/9 – Ricardo Ventura Santos: "A antropologia de Os Sertões"
6/10 - José Carlos Barreto Santana : "Os fundamentos científicos em Euclides da Cunha"
13/10 - Moacyr Scliar: "A medicina nos tempos de Euclides da Cunha"
20/10 - Cícero Sandroni: "Euclides da Cunha jornalista"
27/10 – Alberto Venancio Filho: "A recepção de Os Sertões"

1179) Carta Democratica Interamericana: nao custa lembrar...

Num momento em que o hemisfério se agita novamente com mais um golpe militar (em Honduras), mas que tinha sido deslanchado a partir de duvidosas práticas eleitorais do presidente eleito, como uma consulta plebiscitária impulsionado pelos seus aliados bolivarianos, contra o aviso da Suprema Corte e do Parlamento, não custa lembrar alguns preceitos da Carta Democrática da OEA, de 2001.
Não se trata de uma simples cláusula, pois estamos falando de um protocolo inteiro, com definições muito precisas do que seja uma democracia.
Vejam o que dizem seus primeiros artigos:

Artigo 1
Os povos da América têm direito à democracia e seus governos têm a obrigação de promovê-la e defendê-la.
A democracia é essencial para o desenvolvimento social, político e econômico dos povos das Américas.

Artigo 2
O exercício efetivo da democracia representativa é a base do Estado de Direito e dos regimes constitucionais dos Estados membros da Organização dos Estados Americanos. A democracia representativa reforça-se e aprofunda-se com a participação permanente, ética e responsável dos cidadãos em um marco de legalidade, em conformidade com a respectiva ordem constitucional.

Artigo 3
São elementos essenciais da democracia representativa, entre outros, o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais, o acesso ao poder e seu exercício com sujeição ao Estado de Direito, a celebração de eleições periódicas, livres, justas e baseadas no sufrágio universal e secreto como expressão da soberania do povo, o regime pluralista de partidos e organizações políticas, e a separação e independência dos poderes públicos.

Artigo 4
São componentes fundamentais do exercício da democracia a transparência das atividades governamentais, a probidade, a responsabilidade dos governos na gestão pública, o respeito dos direitos sociais e a liberdade de expressão e de imprensa.
A subordinação constitucional de todas as instituições do Estado à autoridade civil legalmente constituída e o respeito ao Estado de Direito por todas as instituições e setores da sociedade são igualmente fundamentais para a democracia.


Vejam a íntegra neste link.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

1178) Alba, a nova dinamica da alternativa, agora aliança

Abaixo um informe proveniente de Caracas:

La ALBA entra en "nueva dinámica" con cambio de nombre y otras instancias
La ALBA entró ayer en una "nueva dinámica" que incluyó cambiar su concepto de "alternativa" por "alianza", y la instauración de reuniones ministeriales y presidenciales periódicas para impulsar sus proyectos. La nueva Alianza Bolivariana para las Américas (ALBA), antes Alternativa, celebró este miércoles su VI Cumbre Extraordinaria para formalizar la adhesión de Ecuador, San Vicente y Las Granadinas, y Antigua y Barbuda como miembros plenos del grupo, ya integrado por Venezuela, Cuba, Bolivia, Nicaragua, Dominica y Honduras. Con nueve miembros plenos, el grupo entró en una nueva etapa que le permite pasar de ser una "alternativa" a una "alianza", de una idea en la "nebulosa" a un organismo con estructura y "poder" de convocatoria y ejecución, dijo el presidente venezolano, Hugo Chávez. Esa "nueva dinámica" incluye la celebración, cada tres meses, de encuentros presidenciales, el primero de ellos el próximo septiembre en Bolivia. También la realización de reuniones mensuales de tres nuevos comités ministeriales en las áreas social, política y económica, que comenzarán el próximo julio. (AGENCIA EFE, Maracay, Venezuela)

Comentário PRA: Além e acima das declarações retóricas dos presidentes, seria importante verificar o que, efetivamente, produziu a Alba de integração, incremento de comércio, aumento dos investimentos, expansão das oportunidades de emprego, criação de renda e riqueza. Se tudo for comércio estatal e projetos sustentados com dinheiro estatal, pode-se dizer que estaria havendo desvio de investimentos e de comércio.

Os interessados em saber, talvez encontrem algumas respostas no portal da Alba, talvez:
http://www.alternativabolivariana.org/