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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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quarta-feira, 25 de março de 2015

Como NAO se tornar capitalista, e continuar pobre - Salmaan A. Khan (Mises)

Max Weber não faria uma análise melhor sobre a ética islâmica e o não desenvolvimento do capitalismo nos países em que a lei vai contra os negócios e a prosperida.
Aliás, já surgiu um Max Weber islâmico?
Gostaria de conhecer.
Falando nisso, parece que tem um Lutero muçulmano, mas não sabemos exatamente quem é.
Para evitar ser morto, por apostasia, ou qualquer outra infração grave à lei religiosa, ele se esconde sob um pseudônimo: Bahis Sed, e seu livro e "The Quran Speaks", ou O Corão Fala.
Quis comprar, mas ainda está muito caro: 36 dólares em sebo (no Abebooks). Vou buscar em biblioteca...
Paulo Roberto de Almeida

Middle Eastern Barriers to an Agile Marketplace
 Salmaan A. Khan
Mises Daily, MARCH 25, 2015

According to economic historian Timur Kuran, “Around roughly the tenth century, the Middle East was an economically advanced region of the world, as measured by standard of living, technology, agricultural productivity, literacy or institutional creativity. Only China might have been more developed.” Today, however, the Middle East is a victim of historical legal impediments that increase time preference among consumers and investors, and which are fraught with failures to restructure Islamic legal code to fit for the numerous changes in the nature of commerce.

Corporate Governance
One of the most critical impediments to Islamic economies has historically been partnership laws. While Europe was building up large corporate enterprises that had hundreds, even thousands of shareholders, businesses in the Islamic world had limited partnerships to no more than six people. The rationale behind this is based on Islamic contract law, whereby if one of the business partners dies, the partner must liquidate the assets of the deceased, and give them to the heirs. However, this did not imply the business must be abolished with the death of a partner, but the added complication — compounded with skewed egalitarian Sharia inheritance laws which stated that two-thirds of any estate are to be distributed amongst relatives, both male and female — made it difficult for companies to achieve economies of scale due to a lack of longevity, specialization, and predictability within companies under Islamic regimes.

Furthermore, families in many areas have tended to be quite large due to the practice of polygamy, so due to many heirs being recipients of the inherited wealth, the business would often just dissolve. As Kuran notes, “Middle Eastern entrepreneurs minimized the risk of premature termination by keeping their partnerships small and ephemeral.” The consequence for Islamic economies has been a long-term game of catch-up once the Industrial Revolution commenced in Europe.

The Legacy of the Waqfs
Some scholars conclude that cultural and religious fatalism has contributed to the inadequacy of Middle Eastern economies, as the idea that "everything is in God’s” hands allows idleness to triumph. But, there is more empirical proof that the underdevelopment of the Middle East today has been heavily affected by the Ottoman Empire’s bureaucratization of special endowments called waqfs.

There were two kinds of waqfs depending on its waqfiyya, or deed, whereby the waqf’s founder would decide what its primary function would be. Either they were charitable waqfs, or family waqfs. Charitable waqfs were established for a social function — for operating a religious center and eventually expanding to take care of the poor, providing health services, schools, libraries, and the overall provision of public goods. Family waqfs, on the other hand, were used to establish property rights for families in need of a safe haven to stash their savings away from the confiscation by the sultan.

Due to the sanctity that waqfs were given, they were theoretically tax exempt. However, according to Murat Cizacka, “Given the authoritarian governments in power, the rulers could expropriate the private property for the sake of the ummah.”

Furthermore, when complications erupted in the case of family waqfs (since charitable waqfs operated under the public radar and its utilization of resources were transparent), they ran into more controversial problems that could not be as easily resolved in court. Moreover, the endowment deeds often were destroyed or damaged by war. Over time, these issues led to more and more expropriation and regulation by the Ottoman government. Meanwhile, Europe was providing similar services through a thriving profit-bearing corporate sector, as well as adopting double-entry bookkeeping and joint-stock companies. According to Kuran, "Westerners had access to commercial banks that could channel capital mobilized from the masses into large-scale productive ventures.”

Essentially, the catalyst of the waqfs’ stagnation was their very strict adherence to religious code. Competition for waqfs from other institutions was not allowed by Sharia Law. Through the legal system, by regulation of the ulama, waqfs attained a monopoly on the provision of public goods, including even the use of school textbooks.

Thus, a correlation can be drawn between the decentralized period of waqfs, in which Islamic countries were at the peak of international trade and prosperity, and the era of centralized control by the Ottoman state which led to a lagging and underdeveloped Middle East economy. As Kuran states, “the waqf was economically inefficient because of its perpetuity, inflexibility, lack of self-governance and absence of separate legal personality.” While once characterized by decentralized and more flexible institutions which brought greater economic prosperity, Middle Eastern economies today look quite different.

In the same way that the Russian people were the victims of totalitarian Russian regimes of the past, the people of the Middle East are today victims of brutal extractive regimes whose main enemies have commonly been their own people. And unfortunately, these regimes can still rely upon restrictive institutions of old to control the marketplace and enrich themselves.

Manual juridico para denunciar partidos ilegais, corruptos, aliados de ditaduras estrangeiras

Guia prático de como fazer denúncias junto ao TSE contra partidos ilegais, criminosos, aliados de ditaduras, que roubam dinheiro público e recebem dinheiro do exterior, de forma ilegal.

Primeiro, o TSE exige certificação digital para o protocolo de documentos, tendo vista que os processos são exclusivamente eletrônicos.

Segundo, o requerimento deve citar a lei 9096.

Terceiro, tem de haver narrativa dos fatos.

Quarto, os documentos juntados têm de ter valor probatório.

Quinto, a forma com que as petições devem ser elaboradas precisam observar os procedimentos corretos, sob o risco de os requerentes serem condenados em litigância de má-fé.

O recomendável é que um advogado elabore uma petição narrando os fatos relacionando-os às normas aplicáveis, bem como ir ao cartório e solicitar a elaboração ata notarial (documento de fé pública) disto tudo:

PROVAS ACERCA DA SUBORDINAÇÃO À ENTIDADE ESTRANGEIRA

Texto que demonstra CABALMENTE que o PT e o Partido Comunista Cubano fundaram o Foro de São Paulo
http://forodesaopaulo.org/e-preciso-acelerar-a-integracao-latino-americana-diz-secretario-executivo-do-foro-de-sao-paulo/

Relação dos partidos filiados
http://forodesaopaulo.org/partidos/

Texto que demonstra o caráter de organização supranacional do Foro de São Paulo
http://forodesaopaulo.org/esquerda-latino-americana-se-reune-em-sao-paulo-para-debater-seus-rumos/

Texto que demonstra o caráter de organização supranacional do Foro de São Paulo
http://forodesaopaulo.org/xix-foro-de-sao-paulo-ato-de-abertura/

Texto que demonstra o caráter de organização supranacional do Foro de São Paulo e comprova o envolvimento do PCdoB e que o PCB é membro fundador
http://forodesaopaulo.org/a-institucionalizacao-e-a-hegemonia-reformista-no-foro-de-sao-paulo/

Texto que demonstra CABALMENTE o envolvimento dos partidos PT, PCdoB, PCB, PPL, PPS, PSB e PDT com o Foro de São Paulo
http://forodesaopaulo.org/com-maduro-revolucao-esta-mais-solida-diz-irmao-de-chavez-em-sp/

Texto que demonstra o envolvimento do PT, PCdoB, PSB e PDT com o Foro de São Paulo
http://forodesaopaulo.org/na-abertura-do-foro-de-sp-lula-cobra-mais-integracao-entre-paises-latino-americanos/

Livro a estrela na janela, o qual comprova o envolvimento do PT (fls. 181)
http://forodesaopaulo.org/wp-content/uploads/2014/09/A-estrela-na-janela-Final.pdf

Texto que demonstra o caráter de organização supranacional do Foro de São Paulo
http://forodesaopaulo.org/comeca-o-17%C2%B0-foro-de-sao-paulo/

Texto que demonstra o caráter de organização supranacional do Foro de São e comprova que Lula é seu fundador através das declarações de Valter Pomar
http://forodesaopaulo.org/foro-de-sao-paulo-encontro-em-managua-foi-um-dos-mais-representativos-diz-valter-pomar/

Texto que demonstra o caráter de organização supranacional do Foro de São Paulo e o envolvimento do PT
http://forodesaopaulo.org/foro-de-sao-paulo-sua-grande-qualidade-e-a-diversidade-e-forca-politica-entrevista-com-valter-pomar/

Vídeo que comprova o envolvimento do PT e Valter Pomar
http://forodesaopaulo.org/video-declaracion-final-del-foro-de-sao-paulo/

Vídeo que comprova o envolvimento do PT e Lula
http://forodesaopaulo.org/somos-una-alternativa-victoriosa-al-neoliberalismo/

Texto que demonstra CABALMENTE o envolvimento do PT
http://forodesaopaulo.org/o-pt-e-o-foro-de-sao-paulo/

Texto que demonstra CABALMENTE o caráter supranacional do Foro de São Paulo
http://forodesaopaulo.org/foro-de-sao-paulo-principal-espaco-da-esquerda-mundial/

Texto que comprova o envolvimento do PT
http://forodesaopaulo.org/brasil-sedia-este-ano-o-xix-encontro-do-foro-de-sao-paulo/

Texto que comprova o envolvimento de Lula
http://forodesaopaulo.org/entrevista-ao-brasil-de-fato/

Texto que comprova o envolvimento do PT
http://forodesaopaulo.org/pt-e-foro-de-sao-paulo-participam-da-xxi-convencao-nacional-de-solidariedade-a-cuba/

Texto que comprova o envolvimento do PT
http://forodesaopaulo.org/medicos-cubanos-bem-vindos-ao-brasil/

Texto que prova o envolvimento do PSB
http://forodesaopaulo.org/carta-de-apoio-do-psb-a-campanha-pelo-estado-da-palestina-ja/

Texto que prova o envolvimento do PSB
http://forodesaopaulo.org/nota-de-apoio-do-psb-brasil-ao-reconhecimento-do-estado-da-palestina-pela-onu/

Texto que prova o envolvimento do PT
http://forodesaopaulo.org/resolucao-politica-do-diretorio-nacional-do-pt/

Texto que prova o envolvimento do PT e PCdoB com o Partido Comunista de Cuba através do Foro de São Paulo
http://forodesaopaulo.org/la-solidaridad-es-un-pilar-fundamental-del-socialismo/

Texto que comprova o envolvimento do PCdoB
http://forodesaopaulo.org/contribucion-del-partido-comunista-de-brasil-al-13%C2%BA-encuentro-internacional-de-partidos-comunistas-y-obreros/

Texto que comprova o envolvimento do PT
http://forodesaopaulo.org/resolucao-politica-do-partido-dos-trabalhadores-pt-do-brasil/

Texto que comprova o envolvimento do PT
http://forodesaopaulo.org/publicacion-del-pt-brasil-para-los-debates-del-xviii-fsp/

Texto que comprova o envolvimento do PT
http://forodesaopaulo.org/publicacion-del-pt-brasil-para-los-debates-del-xviii-fsp/

Texto que comprova o envolvimento do PT e Tarso Genro
http://forodesaopaulo.org/um-golpe-de-novo-tipo-contra-lugo/

Texto que prova o envolvimento do PCdoB
http://forodesaopaulo.org/la-lucha-por-el-avance-del-gobierno-de-dilma-y-por-fortalecer-el-pcdob/

PROVAS ACERCA DA MANUTENÇÃO DE ORGANIZAÇÃO PARAMILITAR

Texto que demonstra CABALMENTE o caráter supranacional do Foro de São Paulo e o papel do MST, PT, PSOL, CUT e PCdoB (Link de vídeo no corpo do texto com uma mensagem do Lula)
http://forodesaopaulo.org/partidos-e-movimentos-lancam-campanha-brasil-esta-com-chavez/

Notícia e vídeos que comprovam que o PT mantém organização paramilitar MST
http://oglobo.globo.com/brasil/atos-em-defesa-da-petrobras-da-democracia-pelo-pais-15588307

https://www.youtube.com/watch?v=-JozR5-yRx0

https://www.youtube.com/watch?v=m22Qo6Z6bjo

Fazendo isso, até mesmo uma petição poderá ser capaz de fechar TODOS os partidos filiados ao Foro de São Paulo. Vale lembrar que apenas uma petição fechou o PCB em 1947: http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/tse-resolucao-1841-cancelamento-do-registro-do-pcb

Internacional das ditaduras: companheiros mandam o nosso dinheiro para a cubana - Reinaldo Azevedo

Uma remessa de recursos, volumosos, claramente inconstitucional, ilegal, ilegítima, pornográfica, escandalosa e criminosa. Mais algum adjetivo? Coloquem o que vcs quiserem...
PRA

O PSDB quer que a Procuradoria-Geral da República investigue o repasse de dinheiro do “Mais Médicos” para a ditadura cubana. O líder do partido no Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), recorreu nesta terça a Rodrigo Janot para que o Ministério Público abra investigação por suspeitas de improbidade administrativa contra Rafael Bonassa, Alberto Kleiman e Maria Alice Fortunato, todos ex-assessores do Ministério da Saúde, e contra o ex-chefe da Assessoria Jurídica da pasta Jean Uema. O grupo comandou o acordo firmado pelo Ministério com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), que permitiu que recursos do programa Mais Médicos favorecessem o governo de Cuba.

A revista VEJA havia demonstrado, em 2013, que a importação de médicos cubanos era só uma maneira de ocultar a remessa de dinheiro para a ilha. Gravações que vieram a público, reveladas pela Band, registram conversas de assessores em que isso é admitido com todas as letras. Chega a ser constrangedor. Ali fica claro que a abertura do Mais Médicos a profissionais de outros países é só um truque para justificar o acordo com a tirania comandada pelos irmãos Castro.

Mais: as conversas revelam que os agentes da ditadura cubana que vêm ao Brasil para tiranizar os médicos entram como se doutores fossem. Também evidenciam que o governo se eximiu de discutir as relações de trabalho entre a ilha e os profissionais, como se a ditadura cubana pudesse impor, em nosso país, as regras — ou ausência de regras — que vigoram por lá.

O acordo fere direitos trabalhistas no Brasil e disposições constitucionais. Nesta segunda, Cunha Lima e o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) já haviam apresentado um projeto de decreto legislativo para suspender o acordo entre o governo brasileiro e o cubano. É o mínimo a ser feito. Mas ainda é pouco.

É preciso que o Congresso tenha a coragem de instalar uma CPI para apurar a participação do Brasil numa espécie de Internacional das Ditaduras de Esquerda. O país desconhece detalhes do Mais Médicos, que transfere R$ 140 milhões por mês para Cuba. O país desconhece as condições de financiamento do BNDES para, mais uma vez, Cuba, Venezuela e Angola, entre outros.

Não! Ninguém quer deixar os pobres desassistidos. De resto, o próprio programa precisa passar por uma revisão. Já está demonstrado que, em um número considerável de cidades que aderiram ao programa, houve uma diminuição do número de profissionais. Mais: esses doutores cubanos que estão no Brasil só podem atuar no âmbito do Mais Médicos, não precisam fazer exame de proficiência e estão impedidos de realizar procedimentos mais complexos. Não por acaso, Dilma deixou clara certa feita uma das funções dos cubanos: dar umas apalpadas nos pobres.

Chegou a hora de jogar luzes na participação do Brasil na Internacional das Ditaduras de Esquerda.

terça-feira, 24 de março de 2015

Corrupcao: governo corrupto finge que combate - Modesto Carvalhosa

O patético e farsesco pacote anti-corrupção do governo
O jurista Modesto Carvalhosa publicou ontem no Estadão um artigo em que desmonta o pacote anticorrupção proposto por Dilma. De fato, ninguém acredita que um governo beneficiado pela corrupção se transforme, de repente, no "combatente do mal que ele mesmo pratica diariamente":

As medidas de combate à corrupção anunciadas pela presidente da República dia 18 aprofundam ainda mais a falta de credibilidade do governo, tanto no plano nacional quanto no exterior. Em decorrência da devastadora corrupção que se alastrou no governo federal, o Brasil, outrora país emergente, hoje sofre um desprestígio no mundo parecido com os tempos da inflação galopante e dos calotes internacionais dos anos 1980.
O pacote anticorrupção, solenemente anunciado pela presidente, insere-se nesse quadro melancólico, pois não é crível que um governo marcado e devastado pela prática generalizada de apropriação de recursos públicos em benefício dos partidos no poder venha, agora, colocar-se na posição de combatente do mal que ele mesmo diariamente pratica.
Nesse quadro patético, as propostas legislativas são mais do mesmo, pois o crime do caixa 2 está previsto no vigente Código Eleitoral, de 1965, no artigo 350. Quanto ao dramático confisco de bens dos corruptos, a matéria está plenamente contemplada na lei vigente de Improbidade Administrativa, de 1992, artigos 9.º, 12 e 16. As demais "providências" legislativas da presidente são objeto de projetos de lei em curso no Congresso, razão pela qual nada de novo foi traduzido pelo alardeado pacote.
Quanto ao decreto que "regulamenta" a Lei Anticorrupção, ressalta desde logo tratar-se de um monstrengo que visa, sob todas as formas possíveis, a promover a anistia ampla, geral e irrestrita das empreiteiras e fornecedoras envolvidas na Operação Lava Jato, procurando mesmo imunizá-las a qualquer outra conduta corruptiva que tenham praticado fora do âmbito da Petrobrás e ainda não reveladas. Assim, o atual governo, na esteira dos três últimos que o precederam, demonstra que no Brasil ainda impera a república das empreiteiras, embora estas já estejam muito combalidas, em decorrência da firme atuação da Polícia Federal, do Ministério Público, da Justiça Federal, do STJ e do STF.
O referido "decreto regulamentador" da Presidência demonstra, às escancaras, a firme determinação do governo de proteger as empresas que com ele contratam, mantendo os mesmos termos viciados no futuro. Ao invés de concentrar a competência de processar as referidas empresas corruptas na Controladoria-Geral da União, o decreto outorga esse poder aos ministros do Estado (pasmem!), que são, desde 2003, os principais atores da prática de corrupção no Brasil. Só do último governo três deles estão sob investigação no STF e dez outros já haviam sido flagrados em atos de corrupção, só no ano de 2011. São essas as "autoridades" que vão processar as empreiteiras. Pode-se imaginar o nível de corrupção que vai surgir dessa "competência ministerial".
Será um novo núcleo de propinas, de tráfico de influência, de advocacia administrativa e de prevaricação. Surge um novo negócio de corrupção jamais imaginado, para grande proveito dos titulares de 39 pastas e dos partidos que os indicaram.
Não bastasse, a eventual condenação das empreiteiras pelo "ministro competente" pode ser objeto de "reconsideração" com efeito suspensivo, o que encarece ainda mais o comércio de favores ilícitos que será gerado por essa instância administrativa. A Lei Anticorrupção não fala de instância de reconsideração.
Também o decreto presidencial de 18/3 cria a figura da "investigação preliminar sigilosa", anterior à instalação do chamado Processo Administrativo de Responsabilização. Eis aí outro foco de corrupção, pois de suas conclusões secretas pode decorrer o arquivamento do pedido de instalação do processo. Esse novo produto de corrupção obviamente não está previsto na Lei Anticorrupção de 2013 que a presidente resolveu agora "regulamentar". Essa lei, aliás, não comporta nenhuma regulamentação, na medida em que é autoaplicável a partir de 29/1/2014, abrangendo todos os crimes continuados de corrupção, caso dos listados na Lava Jato.
Mas não para aí o "regulamento presidencial". Em cinco artigos propositadamente confusos, o diploma do Executivo limita a multa a 5% sobre o faturamento do último exercício das empresas corruptas. A Lei Anticorrupção, todavia, fala em até 20%. Derroga, portanto, o "ato presidencial" a Lei Anticorrupção também nesse aspecto.
Ademais, os cálculos de aplicação dessas multas com teto quatro vezes reduzido são propositadamente de alta complexidade para permitir que as empreiteiras consigam suspender e, em seguida, anular no Judiciário as decisões condenatórias que muito raramente os ilibados ministros de Estado lhes aplicarão.
Outro aspecto absurdo do "regulamento presidencial" é a tentativa de alijamento do Ministério Púbico das iniciativas de responsabilizar judicialmente as empresas corruptas, buscando outorgar essa competência de propositura de ação civil pública de reparação de danos a órgãos jurídicos da própria administração federal. Essa tentativa é risível.
Inúmeras outras manobras de absolvição plena das empreiteiras estão espalhadas ao longo texto do decreto de 19 de março. Por outro lado, o próprio decreto reproduz a impossibilidade de firmar acordos de leniência a não ser com a primeira empreiteira componente do cartel que opera na Petrobrás. Diante desse impasse, socorre-se o decreto do regime de conformidade (compliance), que é um dos fatores que passam a propiciar a anistia das empreiteiras. Se elas instituírem o regime de conformidade poderão, inclusive, ser absolvidas sem o pagamento de nenhuma multa, o que é absolutamente contrário ao texto da Lei Anticorrupção. Seria como alguém que praticou latrocínio deixar de ser condenado a 30 anos de prisão só porque fez profissão de fé numa igreja pentecostal prometendo seguir, a partir de agora, os ensinamentos da Bíblia Sagrada.
Por todo esse absurdo, a cidadania pede socorro ao Ministério Público para que requeira imediatamente ao Judiciário a anulação desse regulamento espúrio que procura derrogar, revogar, neutralizar e tornar letra morta a Lei Anticorrupção.

A caminho do impeachment: maioria da populacao a favor; e agora oposicao?

Para registro histórico, este realmente importante, pois pela primeira vez uma clara maioria da população se declara a favor do impeachment.
Seria preciso tomar partido, não é oposição?
Paulo Roberto de Almeida

Folha de S.Paulo, 23/03/2015


A avaliação do governo da presidente Dilma Rousseff atingiu em março deste ano o segundo pior nível histórico, segundo pesquisa CNT/MDA divulgada nesta segunda-feira (23). No total, 64,8% dos entrevistados consideram o governo da petista ruim ou péssimo, contra 10,8% que o avaliam como ótimo ou bom. Outros 23,6% consideram que o governo Dilma Rousseff é regular e 0,8% não sabem ou não responderam. Em relação a um eventual pedido de impeachment de Dilma, 59,7% responderam ser favoráveis e 34,7%, contrários. Outros 5,6% não sabem ou não responderam. O pior índice registrado pela pesquisa foi em setembro de 1999, no segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Na época, o governo do tucano foi avaliado positivamente por apenas 8% dos entrevistados e 65% fizeram avaliação negativa de sua gestão.

A pesquisa também mostra que a avaliação pessoal da presidente é a pior da série histórica da CNT/MDA. Entre os entrevistados, 77,7% desaprovam a presidente, contra 18,9% que a aprovam. Outros 3,4% não sabem ou não responderam. A pesquisa começou a ser realizada em julho de 1998. A última pesquisa CNT/MDA que fez a avaliação do governo Dilma Rousseff foi realizada em setembro de 2014, antes das eleições que reelegeram a petista. Na época, o governo Dilma foi avaliado de forma positiva por 41% dos entrevistados, contra 24% que fizeram avaliação negativa. A pesquisa realizou 2002 entrevistas entre os dias 16 e 19 de março, logo após os protestos contrários ao governo federal, em 137 municípios de 25 Estados. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

SEGUNDO MANDATO
O levantamento aponta que 75,4% dos entrevistados consideram o segundo mandato de Dilma pior que o primeiro, enquanto 2,8% o avaliam como melhor e 16,4% o consideram igual. Outros 4,4% acham não ser possível fazer essa avaliação e 1% não sabem ou não responderam. Segundo a pesquisa, 84% dos entrevistados consideram que Dilma não cumpre em seu segundo mandato o que prometeu durante a campanha eleitoral. Outros 4,7% consideram que ela cumpre suas promessas, 12,9% avaliam que as promessas são cumpridas parcialmente e 1,4% não sabem ou não responderam. O levantamento também questionou os eleitores sobre uma eventual disputa para a presidência da República neste momento entre Dilma e senador Aécio Neves (PSDB-MG). O tucano seria eleito com 55,7% dos votos contra 16,6% recebidos por Dilma. Os brancos e nulos somaram 22,3% e 5,4% não sabem ou não responderam. Entre os entrevistados, 41,6% declararam ter votado em Dilma nas eleições de outubro do ano passado contra 37,8% que votaram em Aécio. Outros 10,8% afirmaram ter votado em branco ou nulo, 8,7% não votaram e 1,1% não lembram ou não responderam. A pesquisa também perguntou aos eleitores se o governo Aécio Neves estaria melhor que o de Dilma Rousseff neste momento, caso o tucano tivesse sido eleito em outubro. No total, 38% dos entrevistados consideram que estaria melhor, contra 32,6% que consideram igual e 17,4% que acham que a gestão do tucano seria pior. Os que não responderam ou não sabem somam 1,2%.

PETROBRAS
Em relação às denúncias de corrupção da Petrobras, 68,9% dos entrevistados consideram que Dilma é culpada pelo esquema de desvio de recursos na estatal, contra 23,7% que não têm essa avaliação. Outros 7,4% não sabem ou não responderam. O ex-presidente Lula também é considerado culpado pelas irregularidades na estatal por 67,9% dos entrevistados, contra 23,7% que discordam. A pesquisa mostra que 75,7% dos entrevistados sabem da lista dos políticos que teriam envolvimento com o escândalo de corrupção na Petrobras. No total, 90,1% dos entrevistados consideram que os citados na lista estão envolvidos nas irregularidades, mas 65,7% acreditam que não serão punidos. Apenas 28,4% dos entrevistados acreditam em punições aos culpados. Segundo o levantamento, 83,2% dos entrevistados apoiam as manifestações contra o governo realizadas no dia 15 de março e 15,7% são contrários. Mas apenas 3,9% responderam ter participado dos protestos, contra 96,1% que não estiveram presentes.

CRISE
A pesquisa mostra que 53,9% dos entrevistados consideram que a reforma política vai ajudar, pelo menos em parte, para resolver a crise política do país. Outros 33,2% não acreditam na reforma como solução e 12,9% não sabem ou não responderam. Metade dos entrevistados apontaram a corrupção como maior desafio do governo federal, seguido por saúde (37,1%) e economia (29,3%). Em relação à crise econômica, 66,9% consideram que as medidas adotadas pelo governo federal não vão solucionar os problemas no campo econômico e 25,2% são otimistas em relação ao resultados das medidas. No total, 92,8% dos entrevistados responderam estar preocupados com a crise na economia do país. O tempo para resolver a crise será de longo prazo (3 a 4 anos) segundo 51% dos entrevistados, enquanto 10,7% acham que será solucionada em um ano. O levantamento aponta que 82,9% dos entrevistados consideram que Dilma não sabe lidar com a crise, contra 13,8% que pensam o contrário. Outros 3,3% não sabem ou não responderam. 

segunda-feira, 23 de março de 2015

Corrupcao petralha: com a palavra o TSE ( que deveria aplicar a lei)

A questão é muito simples: o TSE precisa aplicar a lei, certo?
Por enquanto, o juiz está apenas pedindo os comprovantes de "doações" ao partido totalitário, que eu chamaria de extorsões.
Os dados estão rolando...
Paulo Roberto de Almeida


Empresário entrega recibos da propina paga ao PT

Augusto Mendonça Neto, sócio do grupo Toyo Setal, entregou comprovantes de doações partidárias que ocultavam suborno. Ele repassou 4,2 milhões de reais ao partido


Por: Daniel Haidar - Atualizado em 

Recibo de doação PEM Engenharia Ltda ao Partido dos Trabalhadores em 2010
Recibo de doação PEM Engenharia Ltda, uma das empresas de Augusto Mendonça Neto, ao Partido dos Trabalhadores em 2010(VEJA.com/Reprodução)

Comprovantes de transferências bancárias e recibos de doações eleitorais são algumas das provas do Ministério Público para demonstrar como o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, cobrou propina de fornecedores da Petrobras. O suborno era liberado na forma de contribuições partidárias, como revelou o empresário Augusto Mendonça Neto, sócio do grupo Toyo Setal. Com base no depoimento de Mendonça Neto, que fechou acordo de delação premiada, o Ministério Público sustenta que o empresário e comparsas desviavam dinheiro da Petrobras para contas bancárias do PT, com a cobrança e o conhecimento do tesoureiro do partido.

Mendonça Neto apresentou à Justiça recibos e comprovantes de pagamentos como prova. Apenas o empresário fez 4,2 milhões de reais em doações que, na verdade, eram oriundos do propinoduto da Petrobras. Foram 24 repasses por empresas controladas por ele em dezoito meses, no período de 2008 a 2012. Por exigência do acordo de delação premiada fechado com o Ministério Público, o empresário entregou aos investigadores os recebos dos pagamentos.

LEIA TAMBÉM:

Vaccari e Renato Duque se tornam réus no petrolão

Moro libera transferência de 12 presos na Lava Jato para presídio

"O próprio Augusto Mendonça, em colaboração premiada, declarou que teria feito as doações em questão por solicitação de Renato Duque e que elas comporiam o acerto de propina com a Diretoria de Serviços", afirmou o juiz Sérgio Moro na decisão em que tornou Vaccari e outras 26 pessoas réus em ação penal por desvio de recursos da Diretoria de Serviços da Petrobras. "Portanto, a realização de doações eleitorais, ainda que registradas, com recursos provenientes de crime, configura, em tese, crime de lavagem de dinheiro", acrescentou Moro.

Os documentos foram anexados na segunda-feira passada à denúncia apresentada à 13ª Vara Federal do Paraná, contra Vaccari e outras 26 pessoas envolvidas no esquema de corrupção em contratos da Diretoria de Serviços da Petrobras. Nos recibos, é possível ver a assinatura de Ângela Silva, da Secretaria Nacional de Finanças do PT.

Não foi só a Toyo Setal que pagou propina na forma de doações ao PT. De acordo com o vice-presidente da construtora Camargo Corrêa, Eduardo Leite, a empresa também foi cobrada a pagar mais de 10 milhões de reais ao PT. O PP também recebia parte da propina na forma de doações oficiais, de acordo com o doleiro Alberto Youssef. Mesmo sem ocupar nenhum cargo no partido, Youssef chegava a cobrar executivos da Queiroz Galvão, por exemplo, a efetivar doações para o partido.

O juiz cobrou do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que apresente, se possível em 15 dias, informações sobre doações feitas pelas empresas de Augusto Mendonça Neto (Setal Óleo e Gás, Setec, Projetec, Tipuana, PEM Engenharia e Energex).

Manifesto do Partido Coxinha - Reinaldo Azevedo

Algumas revoltas se tornaram famosas no Brasil. Há, por exemplo, a Guerra dos Mascates, que opôs, em 1710 e 1711, senhores de engenho de Olinda e comerciantes portugueses de Recife, chamados, pelos adversários, de “mascates”. Houve a “Revolta dos Alfaiates”, ou Conjuração Baiana, de 1798, um movimento de caráter emancipatório e republicano, influenciado pela Revolução Francesa. O país assistiu, em 1835, até a uma revolta que misturava a luta contra a escravidão com questão religiosa: a Revolta dos Malês, em Salvador, liderada por escravos muçulmanos. Cito apenas três movimentos entre muitos ocorridos no Brasil colonial ou já independente. Em 2015, nem mascates, nem alfaiates, nem malês! Assistimos, nestes dias, à inédita “Revolução dos Coxinhas”.

Não há por que fugir do rótulo. Ao contrário: que seja este um traço a unir os manifestantes. “Eu sou co-xi-nha/ com mui-to or-gu-lho/ com mui-to a-mo-or.”

O coxinha trabalha? Viva o coxinha!
O coxinha estuda? Viva o coxinha!
O coxinha gera os impostos que viram caridade pública? Viva o coxinha!
O coxinha não gosta que lhe batam a carteira? Viva o coxinha!
O coxinha quer pagar menos imposto? Viva o coxinha!
O coxinha é contra a violência? Viva o coxinha!
O coxinha é contra a depredação de patrimônio público? Viva o coxinha!
O coxinha é contra o ataque à propriedade privada? Viva o coxinha!

Os coxinhas, ao longo da história, fizeram a riqueza das nações. Geraram os excedentes que permitiram à humanidade ir além do reino da necessidade. Já os utopistas deram à luz todas as ideias que matam muitos milhões — de direita ou de esquerda. E antes ainda que essa terminologia pudesse ser empregada.

Atenção, meus caros! A Revolução dos Coxinhas — uma revolução sem armas — é hoje majoritária porque expressa a vontade da esmagadora maioria dos brasileiros. Mas ela também é contramajoritária porque é alvo da fúria dos aparelhos ideológicos e de pensamento dominados pelas esquerdas.

Onde é que os manifestantes, os “coxinhas”, mais apanham hoje em dia? Na academia, especialmente nas universidades públicas, que concentram a suposta elite intelectual do país. Também é grande o rancor contra os manifestantes em setores importantes da imprensa. Hoje, até jornalistas se dedicam a uma espécie de “caça às bruxas da direita”, que estariam estimulando os protestos.

E, no entanto, pergunto: que grande ofensa à democracia está nas ruas? Grupelhos sem nenhuma importância, que defendem um governo militar, são vaiados pelos coxinhas em cena aberta. O que as esquerdas não suportam é que muitos milhares, milhões talvez, possam ocupar o espaço público e pedir democracia e moralidade vestindo as cores nacionais, sem portar as tradicionais bandeiras vermelhas das esquerdas, que democráticas nunca foram porque a esquerda, a esquerda de verdade, nunca quis democracia — a menos que alguém me exiba um texto teórico em que um esquerdista autêntico defenda o regime democrático.

É a direta que está na rua? Aqui já se disse: são as pessoas direitas, inclusive as de direita — e com todo o direito de sê-lo, a menos que alguém me cite um fundamento da Constituição e das leis que evidenciem que as ruas são um monopólio das esquerdas.

Os que trabalham cansaram de ser governados por aqueles que só pensam em distribuir o fruto do esforço alheio. Uma distribuição que não busca fazer justiça social, mas alimentar um aparelho partidário que tenta se impor na base do grito e da trapaça — inclusive a eleitoral.

Os coxinhas vão hoje às ruas contra a pregação de intelectuais, contra a pregação dos aparelhos universitários, contra a pregação esquerdista de boa parte da imprensa — que o petismo ainda tem o topete de chamar de “golpista” para justificar o financiamento da pistolagem dos blogs sujos, confessado por um documento da Secom.

Esses tais coxinhas, em suma, formam hoje a maioria do povo brasileiro, mas são tratados como seres desprezíveis, crias do reacionarismo, ignorantes rematados que estariam preocupados apenas em proteger seus privilégios — como se a defesa do mérito e do esforço significasse uma agressão aos direitos humanos.

O dia 12 de abril vem por aí. Outro domingo! É que os coxinhas trabalham e estudam nos demais dias da semana. Não recebem pensão de partido. Não estão no comando de nenhuma ONG ligada à legenda. Não ocupam cargo público por indicação política. Não compõem a diretoria de aparelhos sindicais. Não vivem do leite de pata que alimenta os ditos movimentos sociais.

Dilma pode dar um murro na mesa e ordenar que os petistas façam seus milicianos enfiar a viola no saco, deixando a democracia correr livre, leve e solta, sem hostilidades desnecessárias. Ou pode deixar que os companheiros, mais uma vez, tenham a ideia asnal de promover seu “antiato” antes do ato. Nesse caso, quem sabe estimulem a reunião não de dois milhões de coxinhas, mas de quatro milhões…

O petista André Singer vê na rua a “nova direita” e diz tratar-se de uma “reação” ao lulismo. Entendo: ele não consegue pensar fora da camisa de força da dialética, a dama de honra de todo esquerdista errado. Singer ainda não aprendeu que, para que assim fosse, os que agora se manifestam precisariam ter construído uma “contrautopia” para se opor à do petismo. Ocorre que pessoas saudavelmente conservadoras — e os coxinhas são saudavelmente conservadores — não têm utopia nenhuma que não seja um governo eficiente, honesto e que não encha o seu saco.

O diabo é que o governo do PT não é eficiente, não é honesto e enche o saco! No mundo lulocêntrico de Singer, Lula cria até a sua própria contradição. Que coisa triste!

Não sei quantas pessoas haverá nas ruas no dia 12. Não fiz previsões antes e não farei agora. Uma coisa eu sei: os coxinhas vieram para ficar. Contra a vontade da academia. Contra a vontade da imprensa esquerdizada. Contra a vontade dos que achavam que o assalto ao estado brasileiro coincidia com o fim da história e que nada mais de novo iria acontecer.

Vai acontecer. Já está acontecendo! Pra cima com a viga, coxinhas!

Texto publicado originalmente às 4h43

Anatomia do metodo mafioso: o patrimonialismo petralha - Reinaldo Azevedo

O lulo-petismo representou, para o Brasil, algo semelhante à descida para o primeiro círculo do inferno dantesco. Não estou exagerando: salvo os horrores do nazi-fascismo, com o seu cortejo de milícias trucidando opositores em plena luz do dia, nada de pior poderia ter acontecido com o Brasil do que essa dominação de assaltantes qualificados sobre as correias de transmissão do poder político.
A cidadania já despertou para o perigo, mas ainda não tem uma consciência concreta sobre os perigos que a rondam. Ela ainda não se convenceu de que estamos sendo governados por mafiosos.
O Congresso ainda está anestesiado, ou comprado, pelo poder do dinheiro. Só vai se mover se a cidadania sair em peso às ruas.
Daí a importância das próximas manifestações do dia 12 de Abril: o Brasil precisa expulsar os novos bárbaros do poder, do contrário se condenará a uma decadência tão profunda quanto a da Argentina.
Esta é uma comparação indevida, é uma ameaça?
Indevida, NÃO! Ameaça? SIM!
Acorde Brasil, vá para as ruas'
Paulo Roberto de Almeida

Informação que veio a público neste fim de semana desenha de maneira clara, insofismável e sem retoques a fuça e a face do patrimonialismo à moda petista. Para conferir especial colorido ao retrato, a personagem central da tela é ninguém menos do que José Dirceu, aquele que foi apontado pelo Ministério Público Federal como chefe da quadrilha do mensalão — um crime pelo qual acabou não sendo condenado pelo Supremo, como se sabe.

Pois bem: Dirceu está de volta ao centro da narrativa. Na semana passada, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, tornou públicos os dados fornecidos pela Receita Federal sobre a JD Consultoria, a empresa do chefão petista. Sem nenhuma tradição na área, o empreendimento poderia figurar em qualquer lista de maiores e melhores, não é? O Zé conseguiu faturar R$ 29,2 milhões entre 2007 e 2003. Só em 2012, ano em que foi condenado, ganhou R$ 7 milhões; em 2013, ano em que ficou preso, R$ 4,2 milhões. Duvido que presidiário de qualquer outro ramo tenha ganhado tanto dinheiro em atividade lícita ou ilícita. Ele ainda acabará sendo acusado de concorrência desleal…

Segundo informou a http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/212933-pagamentos-a-dirceu-eram-propina-dizem-empreiteiras.shtml Folha no domingo, o empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, confessou que o pagamento que fazia à “consultoria” de José Dirceu era descontado da comissão de 2% que pagava ao esquema criminoso, decorrente de seus contratos com a Petrobras. Outro representante da Camargo Correa afirmou que pagava pelos “serviços” do ex-ministro com receio de ser prejudicada nos negócios.

E chego, assim, então, ao ponto que me interessa. O que é o patrimonialismo senão a apropriação ilegal, promovida por uma elite perversa, do bem público, de sorte que os interesses privados, de uma minoria espoliadora, acabam se sobrepondo aos interesses coletivos? O que é o patrimonialismo senão a recusa dos valores republicanos e a negação, na prática, da democracia política?

Não! Isso não é novo por aqui. Há uma sólida literatura política sobre o tema em nosso país e sobre as várias feições que esse patrimonialismo pode assumir: nacionalismo fascistoide, populismo de direita, populismo de esquerda etc.

Em 2003, o assalto ao bem público para privilegiar uma casta ganhou uma nova feição. O patrimonialismo então se reciclava e expropriava, vejam a ousadia, também o discurso da reparação social. Isto mesmo: o modelo petista não assaltou apenas os cofres públicos. Roubou também o discurso da justiça social.

Sim, antes da chegada do PT ao poder, havia o coronelismo nordestino, ainda que com novo verniz. E continuou a existir depois do PT. Havia alguns nababos da indústria que se beneficiavam de protecionismos ou linhas especiais de crédito. Continuaram a existir depois do PT. Havia uns tantos medalhões do mercado financeiro que sempre souberam negociar o binômio estabilidade-títulos públicos. Continuaram a existir depois do PT.

O PT dito de esquerda soube negociar e compor com o velho patrimonialismo com impressionante destreza, mas tinha a sua própria agenda. Soube ser generoso com o velho sistema, mas começou a impor o novo patrimonialismo, que consiste em aquinhoar o aparelho partidário e suas franjas com, digamos, uma “taxa de sucesso”. É assim que a corrupção se generalizou e se tornou um método. É assim que empreiteiros — de perfil político certamente conservador — se tornaram os intermediários do assalto ao Estado promovido por um partido que se diz de esquerda.

E como é que Dirceu entra nessa história? Tanto no velho como no novo patrimonialismos, há espaço para esquemas individualizados, não é? Que Dirceu fosse uma potência no ramo da consultoria, isso VEJA já havia evidenciado em agosto de 2011, quando revelou que, mesmo processado pelo STF, ele mantinha em Brasília uma espécie de governo paralelo.

O centro clandestino de poder ocupava um quarto no hotel Naoum. A revista informou, então, que, em apenas três dias, entre 6 e 8 de julho de 2011, o homem  recebeu uma penca de poderosos. Prestem atenção a alguns nomes da lista de notáveis que foram beijar a mão do Zé, com os cargos que exerciam então: Fernando Pimentel, ministro da Indústria e Comércio; José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras; e os senadores Walter Pinheiro (PT-BA); Lindbergh Farias (PT-RJ); Delcídio Amaral (PT-MS) e Eduardo Braga (PMDB-AM). Naquele ano, sua consultoria lhe rendeu R$ 4,7 milhões. No ano seguinte, no seu melhor, R$ 7 milhões.

O PT não prometeu mudar o Brasil? Mudou, ora essa! Antes, só as ditas elites tradicionais assaltavam o país. Com a chegada do partido ao poder, esse assalto passou a ser dividido com as novas elites.

domingo, 22 de março de 2015

Imperfeicoes de mercado e "perfeicoes" de governos: o que vc prefere? - Paulo Roberto de Almeida

A "revista mais completa do Brasil", Dom Total, publicou meu artigo do mês passado em que eu discuto essa questão dos mercados imperfeitos.
Para mim, eles são totalmente perfeitos: fazem sempre o que as pessoas que o movimentam querem que eles façam...
Paulo Roberto de Almeida

Colunas Paulo Roberto de Almeida

20/03/2015  |  domtotal.com

Imperfeições dos mercados ou “perfeições” dos governos?: quais são suas preferências

Não existem imperfeições de mercado, existem mercados, simplesmente.
O economista e professor da Universidade de Yale Robert Shiller – prêmio Nobel de Economia (2013) e autor do famoso Irrational Exuberance, já em sua terceira edição – publicou, nas páginas doNew York Times (8/02/2015), um artigo sobre “Ansiedade e taxas de juros”, no qual ele argumenta, em determinada passagem, que os mercados não são de fato eficientes, uma vez que tendem a amplificar as reações emocionais das pessoas (ver o original do artigo, “Anxiety and Interest Rates: How Uncertainty Is Weighing on Us”, neste link:http://www.nytimes.com/2015/02/08/upshot/anxiety-and-interest-rates-how-uncertainty-is-weighing-on-us.html?emc=edit_tnt_20150207&nlid=13125452&tntemail0=y&_r=0&abt=0002&abg=1).
A intenção de Shiller não era exatamente a de lançar invectivas contra uma tal de “lógica do mercado”, como fazem certos neófitos, ou de sequer fornecer argumentos aos que se revoltam contra a “ditadura dos mercados”, como também fazem muito frequentemente todos aqueles que não entendem nada de mercados. Ele estava apenas chamando a atenção para a reação exagerada das pessoas em face de determinadas inversões de tendência dos mercados, o que parece absolutamente normal
Nem os agentes tradicionais de mercado nem os simples cidadãos – que entram e saem dos mercados para conduzir uma operação qualquer – dispõem de todas as informações em volume e na qualidade necessários para tomar suas decisões da melhor forma possível, com total domínio sobre os fatos e amplo conhecimento de causa. Sempre persistem zonas de sombra, quando não áreas inteiras cinzentas, e até territórios obscuros, que induzem esses agentes e os particulares a tomarem decisões erradas, a enveredar por caminhos perigosos, abrindo assim a janela para a formação de bolhas especulativas, ou à simples depreciação de seus ativos, apostando nas ações ou nas moedas “erradas”. Tais fatos, ou movimentos, acontecem, e seria incongruente colocar a culpa nos mercados, que apenas se movimentam sob o impulso de nossas próprias decisões, individuais ou coletivas.
Desde quando comecei a aprender um pouco de economia – bem mais nos cadernos especializados dos grandes jornais do que na leitura dos manuais acadêmicos, justamente – sempre desconfiei das alegações sobre as “falhas de mercado”, que figuram em praticamente todos os livros de micro e macro, com alguns exemplos das principais, para, a partir daí, legitimar as medidas corretivas que os governos tomam para tornar os mercados mais “funcionais”. Os próprios dirigentes políticos, quando não seus assessores econômicos, recorrem a essas figuras de estilo – falhas ou imperfeições de mercado –, para implementar medidas que parecem “racionais”, numa primeira abordagem, mas que depois podem causar mais problemas do que soluções.
Sinto discordar desse tipo de visão, e provavelmente de 90% dos acadêmicos envolvidos nesse tipo de debate, mas me contraponho frontalmente a esse tipo de alegação. Não é que eu não acredite nas “imperfeições” do mercado, pois minha discordância vai bem mais além: eu não acredito é que existam “imperfeições” de mercado, uma vez que esse é o estado natural de existência e de funcionamento dos mercados. Ora, sendo isso natural, não há porque falar em “imperfeições”, como se estas fosse anomalias passíveis de correção pela ação de algum grupo de sábios, ou videntes, como se o mercado, ou os mercados mais precisamente, pudessem funcionar de outra forma como o fazem, com todos os seus movimentos erráticos, esses altos e baixos, essas ondas de otimismo e os vagalhões de pessimismo que os caracterizam sempre e em qualquer circunstância. Volto a repetir: não existem imperfeições de mercado, existem mercados, simplesmente. Tal tipo de afirmação me parece tão evidente que dispensaria qualquer explicação, mas vamos tornar explícito o que acabo de argumentar implicitamente.
O que é o mercado, ou o que são os mercados? Não existe um único mercado, obviamente, mas dezenas, centenas, milhares deles, sempre à disposição de qualquer agente ou um simples trabalhador, sem esquecer os famosos rentistas, que vivem, ao que parece, de especulações nos mercados; todos eles são prontamente atendidos em suas intenções de satisfazer seus desejos ou necessidades, de maneira perfeitamente legal, ou até ilegal e clandestina (para drogas, por exemplo). Os mercados são simples espaços de encontro para trocas bilaterais ou “multilaterais”, e eles existem tanto virtualmente quanto fisicamente, desde que duas ou mais pessoas se disponham a trocar seus ativos por outros, detidos pela outra parte interveniente nesse tipo de “escambo”. Pode ser uma maçã contra uma banana no pátio da escola, ou milhões de dólares numa bolsa qualquer, num agente de câmbio de divisas, ou na compra de bônus governamental de alguma economia emergente. Quaisquer bens ou serviços que sejam objeto de alguma preferência subjetiva quanto ao seu valor são facilmente integrados e integráveis a um mercado qualquer, formal ou informal, de qualquer tipo, dimensão ou “perfeição”. Mercados são perfeitamente ubíquos, mesmo quando invisíveis.
O professor Shiller afirma isto em seu artigo: “porque os mercados não são realmente muito eficientes, o efeito desses variados fatores [níveis extremos de juros e preços devido à confluência de múltiplos fatores precipitantes, entre eles a ansiedade] tende a ser amplificado pela realimentação emocional. Por exemplo, quando as pessoas começam a ver taxas e preços mudando, algumas delas decidem agir: elas são atraídas ao mercado quando os preços estão subindo, e frequentemente o deixam quando os preços caem. Nós então [suponho que ele esteja falando dos economistas] ficamos surpresos pela extensão da aparente sobre-reação do mercado aos fatores precipitantes que não pensávamos que estivessem realmente na mente de todo mundo.”
Ora, não é preciso ser prêmio Nobel de economia para descobrir que existem fatores precipitantes, ou que as pessoas reagem de tal e tal modo ao ver os preços subindo ou descendo nos mercados de valores. Sinto muito dizer isso, mas a afirmação do professor Shiller não faz nenhum sentido, ou então ela expressa exatamente o comportamento das pessoas nos mercados. Por que estes seriam pouco eficientes, então, quando eles estão atuando exatamente como as pessoas os fizeram se movimentar? Para a alta nos momentos otimistas, quando os preços estão subindo, e para a baixa quando há percepção, ou movimento real, de queda. Não é preciso nenhuma exuberância racional para explicar isso, embora as pessoas se comportem exatamente assim, com toda a irracionalidade que permeia qualquer ação humana em face de incertezas, zonas de sombra ou simples desconhecimento das dinâmicas da vida (sejam elas as forças da natureza, ou as forças igualmente imponderáveis da economia).
Tenho para mim que os mercados são perfeitamente eficientes e altamente perfeitos, uma vez que eles reagem exatamente em função de como as pessoas atuam neles, ou seja, investindo ou se retirando, trocando ativos ou permanecendo paradas, e tudo isso é feito de maneira perfeitamente descoordenada, anárquica mesma, como devem ser mercados altamente funcionais. Agora, se você pretende que o mercado funcione de uma determinada maneira, e não possa refletir os movimentos das pessoas, então coloque alguns burocratas de governo para vigiá-lo, para corrigi-lo, para discipliná-lo de algumas “imperfeições” detectadas por esses mesmos burocratas. O mais provável é que eles estejam atuando a mando de “gestores” mais poderosos, que por sua vez decidiram empreender alguma ação corretiva porque alguns agentes de mercado decidiram que ele só poderia se movimentar numa direção, e não em outra: geralmente mantendo o câmbio em determinado patamar, determinadas ações imunes aos resultados efetivos da empresa, mercadorias em certo nível de preços do que a sua oferta mais abundante, ou escassa, o determinaria, pelo livre movimento de produtores e de compradores nesses mercados específicos, etc.; escolha qualquer um dos casos.
A legitimação é sempre a mesma: como os mercados não são “eficientes”, os sábios do governo (com seus conselheiros econômicos por trás) resolvem “ajudá-los” impondo certas regras, ou limitando o ingresso de outros participantes. Barreiras ao ingresso de novos competidores é sempre uma maneira “eficiente” de preservar os ganhos dos poucos participantes de algum cartel qualquer, e isso é feito não apenas nos mercados “livres”, mas também em regime de concessões públicas (transportes, por exemplo) ou no comércio exterior (pelas tarifas ou mediante normas técnicas, que se tornam regulações compulsórias, como as nossas famosas tomadas “jabuticabas”). O resultado de tudo isso é que sempre haverá ganhos para alguns – até que o dinheiro do regulador acabe, pelo menos – e perdas para os demais, pelo menos enquanto durar a festa, ou seja, enquanto a dinâmica do mercado não se vingar de seus “corretores” (o que ele sempre acaba fazendo, mais cedo ou mais tarde). O exemplo mais patente dessa realidade é o câmbio: a Venezuela e a Argentina que o digam.
O fato singelo é o seguinte: mercados livres, perfeitamente funcionais – ainda que causando perdas para uns e outros –, sempre serão infinitamente mais eficientes do que qualquer comitê de salvação pública econômica, e isto por uma razão muito simples. Os mercados reagem imediatamente à entrada e saída de pessoas – ou de bens e serviços – em seus espaços de intercâmbios, permitindo assim que alguns realizem ganhos, que outros contabilizem suas perdas, e todos procuram se ajustar rapidamente, o que torna o sistema sempre muito eficiente e quase “perfeito”, ao sinalizar pelos preços quais são as expectativas de ganhos (oxalá) ou induzindo à redução das perdas. Quando o comitê de sábios intervêm, ele não pode fazê-lo de maneira dirigida, ou pessoal, mas estabelecendo regras genéricas, digamos assim, contemplando toda uma categoria de transações, e não a movimentação individual dos agentes. Eles ainda precisam fazê-lo por via legislativa ou mediante resoluções administrativas, que sempre são muito lentas a serem implementadas, e mais lentas ainda a serem modificadas.
Resulta de tudo isso que medidas governamentais de “correção” dos mercados sempre serão imperfeitas, limitadas, parciais, insuficientes e, no limite, estúpidas, para tratar da diversidade de situações que emerge das interações dinâmicas, racionais ou irracionais, entre pessoas e corporações transacionando nos mercados. Quanto mais livres forem estes últimos, todos buscarão o seu benefício individual – como aliás dizia Adam Smith por meio de sua famosa alegoria da “mão invisível”, que não é uma teoria e sim uma simples constatação de bom senso – e ninguém supostamente será punido pela ineficiência ou imperfeição de qualquer mercado, uma vez que todos permanecem perfeitamente livres para entrar e sair de algum deles quando assim o desejarem. De resto, quaisquer que sejam as eventuais “imperfeições” ou a ineficiência dos mercados, elas sempre serão infinitamente mais benignas, e menos prejudiciais, do que as ações dos governos, que tendem a criar camisas de força nos mercados o que só acaba ou sufocando-os ou produzindo o conhecido fenômeno dos “contraventores de regras”.
Pense bem: qual das situações você prefere? Portanto, quando alguém vier lhe falar numa tal de “lógica de mercado”, ou de que é preciso corrigir alguma imperfeição detectada, responda logo: “Tudo bem: o mercado não possui nenhuma lógica, mas ela sempre será superior à de qualquer governo; no mais, não mexa com o meu mercado, está bem assim?”. O mundo seria bem simples sem os arquitetos da vontade alheia e sem todos esses engenheiros sociais tentando tornar a nossa vida mais “simples”...

Paulo Roberto de Almeidaé doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Bruxelas (1984). Diplomata de carreira desde 1977, exerceu diversos cargos na Secretaria de Estado das Relações Exteriores e em embaixadas e delegações do Brasil no exterior. Trabalhou entre 2003 e 2007 como Assessor Especial no Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Autor de vários trabalhos sobre relações internacionais e política externa do Brasil.