O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

terça-feira, 9 de maio de 2017

Stefan Zweig ganha a Ordem do Cruzeiro do Sul postumamente

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o art. 84caput , inciso XXI, da Constituição, e na qualidade de Grão-Mestre da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, resolve
ADMITIR ,
a título póstumo, na Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, no grau de Comendador, STEFAN ZWEIG, escritor austríaco.

Brasília, 12 de abril de 2017; 196º da Independência e 129º da República.
MICHEL TEMER
Aloysio Nunes Ferreira Filho


Por que o Brasil esta certo ao buscar adesao 'a OCDE - Oliver Stuenkel (El Pais)


 Por que o Brasil está certo ao buscar adesão à OCDE

A adesão teria um relevante valor simbólico na emergente ordem multipolar do século 21


El País, 8 MAI 2017


Palácio do Itamaraty FERNANDO BIZERRA JR. EFE


Quando o Governo brasileiro formalizar, em breve, seu pedido de adesão à Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), haverá críticos que acusarão o Governo de entreguismo e de, ao querer se juntar ao “clube dos ricos”, limitar desnecessariamente a autonomia do Brasil no sistema internacional.
Tais argumentos aumentarão o custo político do processo de adesão, mas são em grande parte ideológicos e dificilmente apoiados por fatos. Vale lembrar que, depois dos primeiros acordos feitos no segundo mandato de FHC, foi durante a presidência de Lula que o Brasil e a OCDE se aproximaram por meio do “engajamento ampliado” – o que podia ser visto como um primeiro passo em direção à adesão. Dilma assinou um acordo para aprofundar, ainda mais, a relação entre o Brasil e essa entidade.
No contexto atual, em que o Brasil se recupera de uma crise profunda, juntar-se à OCDE traria ao menos três benefícios tangíveis para o país. A adesão proporcionaria aos futuros Governos instrumentos adicionais para modernizar o país; tornaria o Brasil mais atraente para os investidores estrangeiros; e, ainda, representaria importantes ganhos estratégicos no mundo multipolar do século 21.
Primeiramente, a adesão à OCDE obrigaria o Brasil a implementar mudanças legislativas para cumprir regras mais sofisticadas em termos de concorrência, transparência e tributação. Permitiria ao Governo participar da elaboração de pesquisas sobre políticas públicas no marco da OCDE, ampliar a troca de experiências e a divulgação de práticas brasileiras bem-sucedidas. Por meio da revisão periódica (o chamado peer review), fortaleceria segmentos políticos que querem modernizar o país.
Fazer parte da OCDE também facilitaria a entrada de mais investimento estrangeiro no Brasil e ajudaria a reverter o imenso estrago que a recente crise econômica e política causou na imagem internacional do país – inclusive em países como Peru, onde o escândalo da Odebrecht domina o debate público. Para investidores estrangeiros, a adesão ao grupo significaria um selo de qualidade nas políticas públicas brasileiras, constituindo um passo importante para dar credibilidade à narrativa de que o Brasil está no rumo certo. É possível imaginar um futuro Ministro da Fazenda dirigindo-se a delegações estrangeiras e retratando o Brasil como o maior mercado emergente do mundo que cumpre os rigorosos padrões da OCDE. Não seria só retórica: tentativas de adaptar o marco regulatório e o sistema tributário enfrentarão forte resistência, mas, no final das contas, ajudariam a modernizar uma burocracia anacrônica e que muitas vezes atrapalha o crescimento econômico.
Finalmente, a adesão à OCDE, somada ao contínuo compromisso com o grupo BRICS, teria um relevante valor simbólico na emergente ordem multipolar do século 21. Se aprovado pelo conselho da OCDE, o Brasil seria o único país a fazer parte do grupo BRICS e dessa organização simultaneamente (a Rússia tentou aderir à OCDE, mas desistiu quando invadiu a Crimeia). A adesão daria ao Brasil o privilégio de participar da formulação de temas e conceitos em ambos os grupos, que muitas vezes prenunciam futuras negociações internacionais.
A ordem mundial emergente é moldada, de um lado, por antigas estruturas dominadas pelo Ocidente (como a OCDE, o Banco Mundial e o FMI), e, de outro, por novas instituições centradas na Ásia. A nova ordem inclui organizações como o Novo Banco de Desenvolvimento, liderado pelos BRICS, o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura ou AIIB, na sigla em inglês (comparável ao Banco Mundial), o Universal Credit Rating Group (o equivalente à Moody’s e à S&P), a China Union Pay (comparável às empresas Mastercard e Visa), o CIPS (equivalente ao SWIFT) e os BRICS (comparável ao G7). O Brasil, único membro fundador da AIIB das Américas, está singularmente posicionado para ter uma atuação visível e influente tanto nas instituições antigas quanto nas novas. Nenhum outro país está tão bem colocado para desempenhar um papel-chave em ambos os sistemas.
É preciso evitar que o Fla-Flu da política doméstica prejudique a discussão sobre a estratégia brasileira nesse novo contexto global. Ainda há quem acredite que Governos de centro-direita costumam dar prioridade às relações com o mundo rico e Governos de centro-esquerda preferem boas relações com o mundo em desenvolvimento. Tais considerações simplistas não fazem mais sentido na realidade do século 21. Afinal, a política externa tem sido bem mais pragmática do que isso. Por exemplo, foi FHC (e não Lula) quem articulou a política externa mais revisionista das últimas décadas (com a quebra de patentes de medicamentos contra a AIDS), passo importante no fortalecimento das relações Sul-Sul. Foi Lula (e não FHC) que teve a melhor relação com os EUA nas últimas décadas. Finalmente, foi Temer que, ao fazer suas primeiras duas grandes viagens presidenciais à Ásia, sinalizou que uma mudança de Governo não alteraria o compromisso brasileiro de fortalecer sua relação com a China e os BRICS. Seguido esse histórico de pragmatismo, seria uma grande perda termos a discussão sobre a OCDE capturada pela polarização ideológica doméstica.
A adesão à organização é um processo árduo e pode demorar anos, mas trará benefícios múltiplos. O próximo Governo deve, portanto, dar seguimento aos passos de FHC, Lula, Dilma e Temer
Oliver Stuenkel é professor adjunto de Relações Internacionais na FGV em São Paulo, onde coordena a Escola de Ciências Sociais em São Paulo e o MBA em Relações Internacionais. Também é non-resident fellow no Global Public Policy Institute (GPPi) em Berlim, membro do Carnegie Rising Democracies Network.

MAIS INFORMAÇÕES
·       FMI alerta sobre a dívida das empresas dos países emergentes

O Homem que Pensou o Brasil: livrarias que receberam os livros

Recebo a seguinte informação da Editora Appris sobre a disponibilidade deste livro:

Livrarias dispondo do livro físico:

Amazon – (tem 100 exemplares consignados)
Livraria Argumento – Rio de Janeiro
Livraria Cultura – Iguatemi – São Paulo
Cia dos Livros – Alagoas
Cia dos Livros – São Paulo 
Cia dos Livros - Rio de Janeiro
Livraria Cultura – Paulista
Susanne Bach – São Paulo
Latbook – São Paulo
Livraria Martins Fontes – São Paulo
Livraria Travessa – Ipanema – Rio de Janeiro
Livraria Travessa – Centro – Rio de Janeiro
Livraria Travessa  - Leblon -  Rio de Janeiro
Livraria Travessa – Botafogo – Rio de Janeiro
Pantanal Serviços e Eventos – Cuiabá
Mercado de Livros – São Paulo

Livrarias em processo de envio dos livros consignados:

Livraria Gazeta Jurídica -  Brasília
Livraria Sebinho - Brasilia
Livraria Leitura Brasília
Livraria Janina – Cuiabá
AG Livraria – Salvador
Livraria VIP – Salvador
Leitura Boulevard – Belo Horizonte
Livraria Curitiba – Paraná
Livraria Catarinense – Florianópolis 

Appris Editora e Livraria
Av. Manoel Ribas, 2265
Curitiba/PR – 80810 - 002

segunda-feira, 8 de maio de 2017

O Homem que Pensou o Brasil: Roberto Campos, na Amazon - Paulo Roberto de Almeida

A Amazon faz uma oferta interessante do livro que organizei:

O Homem que Pensou o Brasil. Trajetória Intelectual de Roberto Campos (Português) Capa Comum – 1 abr 2017



Ver todos os formatos e edições
  • Capa Comum 
    R$ 52,18
    2 Novo(s) a partir de R$ 52,00 https://www.amazon.com.br/Pensou-Brasil-Trajet%C3%B3ria-Intelectual-Roberto/dp/8547304851 
    Quando se lê, retrospectivamente, todos os seus escritos, desde sua tese de mestrado na Universidade George Washington (1947) – que já era o equivalente a uma verdadeira tese de doutorado, como lhe escreveu, em carta pessoal, o famoso economista Joseph Schumpeter, desde Harvard –, assim como todos os ensaios eruditos dos anos 1950, sobre questões diversas da economia brasileira e, sobretudo, os artigos regulares que ele produziu para a imprensa brasileira a partir do início dos anos 1960, durante mais de 40 anos ininterrompidos, sobre todos os temas correntes, históricos e literários, impossível não ficar impressionado pela vastidão excepcional de seus conhecimentos sobre os mais variados assuntos. Em especial, pela justeza e pelo acertado de seus argumentos teóricos, de seus julgamentos práticos, das hipóteses e antecipações que ele formulou em torno da política e da economia mundial, assim como a explicação racional das raízes dos problemas brasileiros e sobre os meios de arrancar o país da pobreza corrigível e de colocá-lo um pouco mais perto da riqueza atingível. Aos cem anos de seu nascimento – abril de 1917 –, Roberto Campos permanece extraordinariamente atual, pois, para nossa infelicidade, não conseguimos cumprir nem metade das prescrições por ele feitas, mais de meio século atrás, para aliviar nossos males. Cabe reler o que ele escreveu, o que ele recomendou e, se possível, tentar cumprir pelo menos algumas das soluções práticas apresentadas a esses problemas pelo homem que, mais do que qualquer outro intelectual da segunda metade do século XX, pensou verdadeiramente o Brasil.  

    Detalhes do produto

     
    R$ 52,18
    • Preço de capa: R$ 65,00
    • Você economiza: R$ 12,82 (20%)

    Frete GRÁTIS em pedidos a partir de R$ 99 para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e a partir de R$ 139 para Norte e Nordeste.
    Produto sob encomenda. 
    Temporariamente fora de estoque. Encomende agora e enviaremos um e-mail quando a compra for concluída e a cobrança efetuada.
    Enviado e vendido por Amazon.com.br.
     Transcrevo o sumário do livro: 


    O homem que pensou o Brasil: trajetória intelectual de Roberto Campos
    Paulo Roberto de Almeida (organizador)
    Curitiba: Editora Appris, 2017; ISBN: 978-85-473-0485-0

    Sumário
    Apresentação
           Sérgio E. Moreira Lima    9

    1. Roberto Campos: o homem que pensou o Brasil
           Paulo Roberto de Almeida    19

    2. A contribuição de Roberto Campos para a modernização do país
           Antonio Paim   33

    3. Roberto Campos, o convívio com um estadista liberal
           Ives Gandra Martins   39

    4. O iconoclasta planejador: Roberto Campos e a modernização do Itamaraty
           Rogério de Souza Farias     45

    5. O patrimonialismo na obra de Roberto Campos
           Ricardo Vélez-Rodríguez     75

    6. Racionalidade e autonomia em Roberto Campos
           Reginaldo Teixeira Perez        93

    7. Roberto Campos: um economista pró-desenvolvimento econômico
           Roberto Castello Branco      103

    8. Breve história da macroeconomia
           Rubem de Freitas Novaes     129

    9. Roberto Campos na UnB: um passo para a abertura
           Carlos Henrique Cardim     143

    10. No Parlamento: lucidez e coerência
           Antônio José Barbosa     159

    11. Tanta lucidez assim é mitocídio: Raymond Aron e Roberto Campos como intelectuais públicos

           Paulo Roberto Kramer      173

    12. Roberto Campos: uma trajetória intelectual no século XX
           Paulo Roberto de Almeida     203


    Roberto Campos: obras     357
    Notas sobre os autores      367


Synesio Sampaio Goes, o primeiro "imortal" paulista, toma posse na Academia Paulista, dia 18/05

O primeiro diplomata "imortal" em São Paulo vai tomar posse na Academia Paulista de Letras, dia 18 de maio, às 19hs.
A cerimônia ocorrerá na sede da APL:
Largo do Arouche, 312, Centro, São Paulo, SP
Confirmar presença no telefone (11) 3259-1514, ou 3331-7222, ou no e-mail: secretaria@academiapaulistadeletrasorg.br.
O novo acadêmico Synesio Sampaio Goes Filho vai ser saudado pelo já acadêmico Celso Lafer, ex-ministro das Relações Exteriores.