O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Trabalhos PRA mais acessados em Academia.edu


Trabalhos PRA mais acessados em Academia.edu
(nota: a repetição dos mesmos arquivos se deve ao fato de que eles foram acessados por duas vias diferentes)

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As FFAA sob risco de serem envolvidas por hordas de um governo insano - Marcelo Godoy, Paulo Roberto de Almeida

As FFAA ante o caos governamental

Marcelo Godoy explicita um problema extremamente grave: a confusão mental que reina nas hostes bolsonaristas — em primeiro lugar na cabeça do seu chefe — ameaça contaminar as FFAA, a partir de uma desorganização tipicamente facista, mas que na verdade não tem nenhuma doutrina coerente em seu substrato. Trata-se de um fascismo troglodita. As FFAA precisam se precaver contra os tresloucados, do contrário serão engolfadas no caos que já é esse desgoverno.
Vou continuar desenvolvendo essa questão, pois considero o assunto extremamente grave.
Paulo Roberto de Almeida


Rede bolsonarista contamina grupos de WhatsApp de militares
Defesa do uso das Forças Armadas para monitorar manifestações populares traz novo desafio para a instituição
Marcelo Godoy
O Estado de S. Paulo, 28/10/2019

Um dos grande embates na Constituinte foi o momento em que se definia o papel das Forças Armadas. As entrevistas com oficiais generais feitas pelos pesquisadores Celso Castro e Maria Celina D'Araújo mostram que a solução final foi dada por Afonso Arinos, que sugeriu a inclusão da expressão que vinculava a destinação constitucional das Forças Armadas como mantenedoras de lei da ordem à convocação por um dos poderes constitucionais. Seria preciso a iniciativa de um do Executivo, do Legislativo ou do Judiciário para que as Forças Armadas pudessem garantir a lei a ordem.

Em 30 anos, o uso das Forças Armadas neste tipo de missão multiplicou-se por 3 no País. Do crime organizado a conflitos no campo ou em terras indígenas, de incêndios na Amazônia a derramamento de óleo em praias: tudo virou pretexto para desvirtuar as Forças Armadas de sua função primordial, como se elas fossem o lenitivo para toda deficiência do Estado ou incompetência dos políticos.

É verdade que no governo Bolsonaro os militares ainda não foram usados em operações gigantescas contra o crime organizado, como as que no passado aconteceram no Rio. O presidente parece seguir a própria vontade dos generais de manter a tropa distante da função de polícia. O mandatário, no entanto, parece colocar ao comando das Forças um novo desafio: como manter a prudência e a racionalidade no uso de tal instrumento e evitar o risco de se confundir a defesa das instituições com a defesa do governo.

O leitor viu aqui que, em sua viagem no Japão, Jair Bolsonaro disse ter acionado o Ministério da Defesa para deixar as Forças Armadas de sobreaviso em casos de protestos no Brasil semelhantes aos que sacudiram Chile e Equador. "A gente se prepara para usar o artigo 142 da Constituição federal, que é pela manutenção da lei e da ordem, caso eles (integrantes das Forças Armadas) venham a ser convocados por um dos três Poderes", disse.

Especialistas em Forças Armadas, como o cientista político Eliézer Rizzo de Oliveira, alertam que a Constituição de 1988 não previu que o presidente ou o chefe de qualquer um dos Poderes preste contas ao Congresso de ações dos militares em território nacional. Não se imaginava na época em que a Constituição foi feita que um presidente da República pudesse classificar manifestações populares - como as que ocorreram em 2013 - como terroristas, que é como Bolsonaro qualificou os protestos no Chile, conforme o leitor viu aqui no editorial Surtos Autoritários.

A contaminação de parte da oficialidade pelo bolsonarismo é evidente nos grupos de WhatsApp mantidos por militares. Cada turma de academia militar tem o seu. Há ainda os grupos das Armas de cada turma. Há generais e coronéis da ativa e da reserva que desistiram de participar das conversas mantidas nesses ambientes em razão de bobagens ali divulgadas. "Não perco meu tempo com bobagens", disse um deles. Um outro relatou ter sido expulso de um grupo por discordar do bolsonarismo.

Entre as bobagens há uma enorme quantidade de propaganda bolsonarista e até de incentivos ao fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal. Muitos atuam como radicais messiânicos que pensam que o País precisa ser salvo do "politicamente correto" ou do "marxismo cultural". Incapazes de conviver com a democracia, flertam com a irresponsabilidade liberticida.

Não diferem, portanto, os conteúdos divulgados em alguns desses grupos do material virulento patrocinado pelas milícias bolsonaristas que classificam todo aquele que critica o governo de esquerdista ou comunista. Fazem parte desse tropa digital pessoas próximas do presidente e, segundo aliados de ontem, como a deputada federal Joice Hasselmann, até mesmo seus filhos.

O que esses bolsonaristas esquecem é que o Exército não pode ser usado contra o povo, quando o povo - e não uma minoria - decide mostrar sua insatisfação com os governos. Um milhão de chilenos foi às ruas de Santiago - o país tem 16 milhões de habitantes. E o governo de Sebastián Piñera teve de ceder os anéis para conservar os dedos. No começo da crise, o líder chileno flertou com a saída militar. Afirmou que enfrentava uma guerra. Foi desmentido pelos generais. E, no fim, apresentou sua rendição.

Tentar transformar as Forças Armadas em defensoras de governo, seria rebaixá-las a um papel que já no Império dividia e exasperava seus líderes. Em 1889, dois meses antes de proclamar a República, as manobras palacianas levaram o marechal Deodoro da Fonseca a deixar o cargo que ocupava em Mato Grosso por considerá-lo indigno de sua patente. Disse então: "Se tivesse de ir ao céu, São Pedro servir-me-ia de vaqueano; se tivesse de ir ao inferno, pediria a qualquer político que me guiasse". Deodoro queria reformar e reorganizar o Exército. Ele sabia que Forças Armadas modernas não se prestam ao papel de guarda pretoriana de imperadores ou de famílias reais.
Marcelo Godoy

Novo surto de twitaços anti-argentinos do chanceler acidental

Ernesto Araújo sobre o presidente eleito Alberto Fernández, da Argentina 

Introdução por Paulo Roberto de Almeida 

O chanceler acidental se expressa por twites. Nada contra, se pelo menos eles fossem minimamente coerentes com certa deontologia diplomática, que recomenda nunca ofender os vizinhos, mesmo que você, pessoalmente, possa discordar da filosofia política, da religião, das opções econômicas ou do modo de vestir de seus contrapartes. Representando um país, seria recomendável manter certo recato, discrição, cortesia, gentileza, boa-vontade e predisposição para o diálogo respeitoso e aberto à cooperação, em benefício de milhões de concidadãos que podem não partilhar de sua ideologia ou crenças políticas, e que tiram muito do seu sustento nas trocas comerciais e vários outros tipos de intercâmbios com esses vizinhos.
Ofender vizinhos logo de partida não constitui apenas o mais deplorável comportamento antidiplomático, mas uma simples demonstração de grosseria gratuita, sem qualquer benefício que possa ser alcançado em seu próprio proveito. Trata-se de uma perfeita demonstração de uma daquelas atitudes que o historiador italiano Carlo Maria Cipolla analisou em seu magnífico panfleto sobre As Leis Elementares da Estupidez Humana, ou seja, causar mal aos outros, sem retirar nenhum benefício para si próprio.
Por falar em mal, a referência a “forças do mal” remete a um tipo de discurso teológico ou religioso, que se acomoda muito mal, ou praticamente nada, a uma postura diplomática isenta de vieses ideológicos ou apenas cordata, como soem ser a quase totalidade dos diplomatas profissionais.

Outro registro curioso a ser observado nos twites do chanceler é o seu profetismo apressado, antecipando de imediato — ou seja, sem sequer aguardar alguma declaração formal do presidente recém eleito — que as políticas do futuro governo serão essas descritas: fechamento comercial, economia retrógrada e apoio a ditaduras. Mesmo que os twitaços não tivessem sido feitos em meio a uma tournée diplomática por algumas das ditaduras mais vistosas do mundo, esse profetismo totalmente subjetivo já seria uma terrível ofensa, não apenas aos novos governantes do país vizinho, como à própria inteligência da diplomacia brasileira, que jamais tinha se deixado arrastar a grau tão extremo de descortesia antidiplomática.
O chanceler acidental faria bem se deixasse todas essas grosserias ao próprio presidente, que já se arvorou em juiz universal dos bons comportamentos eleitorais, ao dizer que o povo argentino “escolheu mal”, o que é uma nova agressão gratuita a um povo consciente de sua plena soberania política e sua liberdade de escolha.

O presidente — notoriamente inepto em política externa, senão em todas as demais vertentes das políticas públicas — e o seu chanceler acidental estão cavando um fosso nas relações bilaterais e no âmbito do Mercosul com o nosso mais importante vizinho, depois de já terem isolado o Brasil de uma lista enorme de outros grandes parceiros tradicionais, para não relembrar que ambos já expuseram a diplomacia brasileira ao ridículo universal, com suas atitudes histriônicas e francamente inadequadas, segundo padrões consagrados em nossa história ou num simples manual de boas maneiras, não apenas as diplomáticas.

Os quatro twites do chanceler acidental reproduzidos abaixo constituem, em minha opinião, exemplos execráveis de tudo o que não poderia ocorrer nos anais da diplomacia brasileira, agregando aos muitos registros deploráveis já acumulados no curto espaço de menos de um ano, este que já pode ser classificado de anus horribilis da diplomacia brasileira. Espero que esse espetáculo de horror tenha um fim o mais breve possível.
Paulo Roberto de Almeida 
São Paulo, 28/10/2019

Twites de Ernesto Araújo em 28/10/2019:

1/Não há muita ilusão de que o fernandez-kirchnerismo possa ser diferente do kirchnerismo clássico. Os sinais são os piores possíveis. Fechamento comercial, modelo econômico retrógrado e apoio às ditaduras parece ser o que vem por aí.

2/As forças do mal estão celebrando. As forças da democracia estão lamentando pela Argentina, pelo Mercosul e por toda a América do Sul. Mas o Brasil continuará inteiramente do lado da liberdade e da integração aberta.

3/A esquerda é totalmente ideológica no apoio aos regimes tirânicos da região. Mas, quando se relaciona com as democracias (das quais depende), a esquerda pede “pragmatismo”. Curioso. “Pragmatismo” significa sempre a direita se acomodar aos interesses da esquerda.

4/Seremos pragmáticos na defesa dos princípios e interesses do Brasil: um Mercosul sem barreiras internas e aberto ao mundo, uma América do Sul sem ditaduras.

The End of American Empire - Reginald Dieudonne (Medium)

Não sou, nem de longe, partidário da tese simplista de que "desigualdades sociais" causam declínio ou queda de civilizações. Acho que as pessoas que repetem essa bobagem acham que "desigualdade" significa pobreza, ou mesmo empobrecimento relativo dos cidadãos, e que por isso, a sociedade estaria condenada a declinar e mesmo desaparecer. Bobagem pura.
Uma sociedade pode acumular muita desigualdade, e ainda assim os mais pobres conhecerem um "enriquecimento absoluto", ainda que perdendo relativamente aos mais ricos, que é o que ocorre atualmente na China e em outros países decididamente engajados na globalização.
Se é para afirmar o declínio dos Estados Unidos, acho que já estamos atrasados uns 60 ou 70 anos, pois Arnold Toynbee já previa o declínio da civilização ocidental desde o imediato pós-guerra.
Eu não sou muito favorável a essas teorias deterministas de ciclos inevitáveis, nem econômicos, nem culturais ou civilizacionais. Acho que a flecha do tempo não tem, necessariamente, uma direção firme e uniforme, sempre para mais progresso e evolução positiva. Acredito, sim, que o homem é apenas parcialmente racional, e que pode levar a civilização a um declínio relativo, ou seja, desafios graves que não podem ser superados a curto prazo, e que nos levam a desenvolvimentos INVOLUTIVOS, ou melhor, pela escolha de caminhos, opções e situações conduzindo a impasses reais.
Dito isto, acho, sim, que os EUA encontram-se num declínio relativo, e que está sendo acelerado pelo presidente mais ESTÚPIDO que os americanos já tiveram em toda a sua história independente. Enfim, algo que não nos é estranho tampouco, por acaso simultaneamente...
Paulo Roberto de Almeida
Taubaté, 28 de outubro de 2019


3 Reasons Why America is About to End

All empires fall. The American one is already well into its terminal phase.



America has its flaws. Countless books examine them, but they often conclude their grim analyses with a chapter on “how to make things better.” Rarely is the feasibility of these proposed solutions considered.
What if the flaws in our principal institutions, from Capitol Hill to the National Security apparatus to the Federal Reserve, are unfixable? What if they exacerbate one another, resulting in an unsolvable nightmare? Is the reality that America has already begun its irreversible decline, after only 250 years, staring us in the face?
All empires fall, after all. It’s just a matter of time before America goes the way of Rome.
In 2014, a study partly funded by NASA warned that global industrial civilization could implode in the near future.
The fall of the Roman Empire, and the equally (if not more) advanced Han, Mauryan, and Gupta Empires, as well as so many advanced Mesopotamian Empires, are all testimony to the fact that advanced, sophisticated, complex, and creative civilizations can be both fragile and impermanent.
Excess resource extraction and unequal wealth distribution were crucial to every civilizational collapse of the past 5,000 years. Privileged elites rapaciously exploited the environment and labor while shielding themselves from the consequences. The lives of commoners ultimately descended into chaos, creating a destructive vacuum that obliterated the foundational pillars of society.
Excess resource extraction. Unequal wealth distribution. Are these not the problems currently plaguing America, and for which there are few proposed solutions? Expecting our notoriously venal politicians or our overworked, heavily distracted citizenry to resolve these issues is absurd. Identity politics, among other things, has stifled our ability to unite and address imminent dangers.
In 2008, Thomas Fingar, former Chairman of the National Intelligence Council, stated that US global leadership will “rapidly deteriorate in political, economic, and arguably cultural arenas.” NIC’s Global Trends 2030 says that in the coming decades the US will be mired in internal crises as a result of low economic growth. Despite the cheery optimism of America’s politicians, the Intelligence community seems certain that ticking debt-bombs and social instability will mightily diminish America’s global standing.
Are we closer to Rome than we think?
Morris Berman’s trilogy on the American Empire and William Ophuls’ Immoderate Greatness: Why Civilizations Fail offer astute analyses on why America’s problems are irreparable and reminiscent of past empires. I’ll briefly explain why America is “down for the count” for those unwilling to read the books.

1) The era of U.S. Dollar hegemony is coming to an end

In 1944, the Allied Powers constructed the post-war monetary order at the Bretton Woods Conference in New Hampshire. Because America had cemented itself as the world’s preeminent superpower, it was agreed that the U.S Dollar would officially be the global reserve currency (it had unofficially held this status since 1925). The bulk of international transactions would now be conducted in U.S. Dollars. The world’s central banks would also hold massive quantities of USD. As of today, the U.S. Dollar constitutes 60% of global reserves and 80% of global payments.
According to Global Trends 2030:
Historically, US dominance has been buttressed by the dollar’s role as the global reserve currency. The fall of the dollar as the global reserve currency…would be one of the sharpest indications of a loss of US global economic position, equivalent to the sterling’s demise as the world’s currency, contributing to the end of the British Empire in the post-World War II period.
Simply put, the current monetary system allows America to pay for goods and services with printed dollars. If other countries printed giant sums of their money to buy imports, their currency’s value would crash on the foreign exchange market. Because the USD’s reserve currency status creates an unlimited demand for dollars, America has been merrily churning the printing presses to bolster its military and buy foreign goods.
All of the “Made in _______” goods being sold at American retailers, as well as American made products using imported materials, should be 2–5x more expensive than they are now. The US runs trade deficits with virtually every country in the world. Other countries give us goods and we give them printed money. That the U.S has spent the past century debasing its currency is obvious; the prices of everyday goods are more expensive than in the 1950’s by several orders of magnitude.
The US Dollar is not the world’s first reserve currency, nor will it be the last.

The average reserve currency length is 95 years. That the U.S dollar will lose its status as the global reserve currency is unavoidable. This will lead to Americans paying much higher prices for imports. The federal government will downsize drastically. No longer will massive yearly deficits be run.
When we can no longer pay our deficits with printed dollars, the 1 in 5 Americans who receive federal aid will see giant reductions in their benefits. Government employees will be fired en masse. Pensioners will receive a fraction of what they’re owed. This, of course, will be happening as our currency is plummeting on the foreign exchange market. Chaos will erupt in the streets. This day is rapidly approaching because…

2) The U.S. is only a few years away from another financial crisis

In 1998, Wall Street bailed out a hedge fund called Long-Term Capital Management to prevent a meltdown of the global financial system. In 2008, the world’s central banks bailed out Wall Street. What’s going to happen when central banks need to be bailed out?
Since 2008, they have printed over 12 trillion dollars to prop up the financial system. They’ve engendered monstrous speculative bubbles in stocks, bonds, and real estate. Donald Trump’s presidency, Brexit, and the rise of the European Far-Right are, in part, responses to Western nations buoying our broken monetary system at the expense of the general public.
James Rickards’ The Road to Ruin: The Global Elites’ Secret Plan for the Next Financial Crisis details how the international monetary system is more unstable and disaster-prone than ever. Unprecedented levels of risk and criminality exist within it. The world’s governments, corporations, and citizens have never been this indebted. Once the global economy slows and debt-bombs begin exploding, the world’s Central Banks will be printing obscene amounts of money in an attempt to mitigate the damage. Their efforts will prove futile as citizens rush to hard assets to preserve their wealth.
Out of necessity, the global monetary system will be reconstructed. The International Monetary Fund’s Special Drawing Right (SDR) will supplant the U.S Dollar as the world’s reserve currency.

3) America no longer even remotely resembles what the founders envisioned

It’s remarkable how prescient our Founding Fathers were about America’s current predicament. They were keenly aware of man’s tyrannical impulses and the usurious nature of banks. They knew once the American public favored idols and indulgences over liberty, prudence, and goodwill, their leaders would follow suit. It’s shocking how far the country has deviated from what it originally was.
Whereas America used to embrace self-sufficiency and limited Federal governance, it is now a profligate, warmongering police state. Those who have suffered at the hands of our imperialistic wrath are still seething. In 2010, a military-grade, Russian attack virus was found in the NASDAQ operating system. Admiral Michael S. Rogers, head of the NSA, recently stated, “It’s only a matter of [time when] you are going to see a nation state, a group, or an actor engage in destructive behavior against critical infrastructure of the United States.”
Retaliation against our militarism abroad will soon destroy the nation.

The splintering of a civilization doesn’t happen overnight; it’s a gradual process. By now, it should be clear that we’re in this process, but the U.S. propaganda juggernaut has duped Americans into believing, “Once candidate X gets elected, everything will be OK!”
Often, it’s the vastness and complexity of empires that conspire against them. Resources are exhausted managing novel crises. Once the elites realize the structural problems are intractable, they pillage the society before others are aware of its inevitable dissolution.
From now on, please consider that America’s problems are of a civilizational nature. Circumstances here will likely get much worse until the country self-destructs.

domingo, 27 de outubro de 2019

A London School of Economics e a China autoritária: dilemas quanto a valores e princípios

O Financial Times reporta que a LSE desistiu de um programa que seria financiado por um magnata de Shanghai que apoia as políticas autoritárias de Xi Jinping.
O Board deve ter decidido, depois de pressões contrárias de professores e estudantes, certamente preocupados com o que está acontecendo em Hong Kong.
Paulo Roberto de Almeida

London School of Economics academics outraged by proposed China programme 
University forced to put on hold plan backed by pro-Beijing venture capitalist

 Documents outlining the programme said the scheme would fund research and support new courses on Chinese economics, politics and society

The London School of Economics has been forced to “put on hold” a proposed China programme funded by a staunchly pro-Beijing venture capitalist after the plan sparked outrage among the university’s academics. The university outlined the proposal to LSE scholars focused on China at a meeting last month, according to Chris Hughes, a professor of international relations at the school, and another academic who did not wish to be identified. It named Eric X Li as the backer of the programme, said Prof Hughes and the other academic, both of whom attended the briefing.
Mr Li is a Shanghai businessman who has regularly praised the authoritarian government of Chinese president Xi Jinping and previously justified the 1989 crackdown on the Tiananmen Square protests. When questioned about the matter by the Financial Times, the university said management had decided in mid-October to suspend the plan.
 “LSE has regular discussions about potential new programmes or partnerships which will strengthen our research, teaching and public engagement,” an LSE spokesperson said. “Following consultation with colleagues, initial plans for a China programme have been put on hold.” The events have raised concerns among LSE scholars about the threat to academic freedom from what they say is an over-reliance on foreign donors at the university, which has come under fire in the past over the issue. The university was criticised in 2011 for accepting donations from sources linked to Muammer Gaddafi, the late Libyan dictator, in a report by former Lord Chief Justice Woolf.
The scandal forced the resignation of Howard Davies, the university director. Prof Hughes said university management told the group of China-focused researchers that the programme was to receive a sum “in the millions” from Mr Li, who has given TED talks and written opinion pieces in international newspapers defending the Chinese government. “I’m really furious about this . . . it is an insult to our intelligence,” Prof Hughes said of the plan. In a letter to university management, Prof Hughes said the project would compromise and “certainly reasonably be perceived to compromise the school’s values”. University documents outlining the programme obtained by the FT said the scheme would fund research, support new undergraduate and postgraduate courses on Chinese economics, politics and society, and will be overseen by an advisory group of “distinguished individuals from China”. Academics also told the FT they believed the advisory group would exclude Chinese individuals perceived to be unsupportive or opposed to the Communist party government in Beijing. “It’s not going to be Ai Weiwei or Joshua Wong,” Prof Hughes said, referring to the dissident Chinese artist and the Hong Kong pro-democracy leader. Mr Li, founder of Chinese investment firm Chengwei Capital, has said alternatives to the Tiananmen Square crackdown “would have been far worse” and the “resulting stability ushered in a generation of growth and prosperity”. He has also said: “My bet is that Xi will indeed change China, and the world, for the better.” Academics said his proposed role in the programme was unclear. In his letter, Prof Hughes said: “The fact that senior figures in the school have reached an advanced stage in negotiating a donation from an individual who prides himself on being an advocate of China’s authoritarian system shows that the school’s existing procedures for protecting our core values and reputation are inadequate.” The proposal document said funding sources “closely affiliated” with the Chinese government would be “unacceptable”. It added that “additional governance arrangements” would be needed to allay concerns about the close links between government and industry in China. Mr Li did not respond to a request for comment. The LSE did not respond to the specific complaints from some academics about the programme. The university documents also said there were other country specific, philanthropy-funded programmes under consideration for India and Israel. “We have started to develop a new way of promoting research, scholarships, entrepreneurship and alumni engagement for particular regions and countries of the world which are funded primarily though philanthropy,” a university governance document said.

Crise de 1929: 90 anos da mãe de todas as crises - Bianca Pinto Lima e Victor Boyadjian (GloboNews)

O maior mérito do capitalismo é essa sua assustadora capacidade de gerar crises constantes, por estar sempre procurando a eficiência e o seu ponto de equilíbrio (Ricardo Bergamini).


Quebra da bolsa de Nova York completa 90 anos

Em 24 de outubro de 1929, quebra da bolsa de NY abalou os mercados financeiros e jogou os EUA na Grande Depressão. Ecos dessa crise também chegaram ao Brasil e mudaram o rumo da economia e da política do país.

Por Bianca Pinto Lima e Victor Boyadjian
GloboNews, 24/10/2019 


Quebra da Bolsa de Nova York completa 90 anos
Há noventa anos, a economia global enfrentava uma quinta-feira turbulenta. O dia 24 de outubro de 1929 foi marcado pela quebra da Bolsa de Nova York, que abalou os mercados financeiros de todo o mundo. Os ecos dessa crise também chegaram ao Brasil e mudaram – por completo – a economia e a política do país.

Antes da quebra da bolsa, os Estados Unidos estavam embalados pela vitória na Primeira Guerra Mundial e por um crescimento industrial e urbano sem precedentes. Esse sonho de prosperidade levou muita gente a se endividar para comprar ações na bolsa de valores. Só que essa bolha especulativa cresceu e estourou. Logo na abertura dos negócios, naquele 24 de outubro de 1929, o índice Dow Jones recuou 11%. Era apenas um prenúncio do que estava por vir.

Ao todo, o índice amargou quatro anos seguidos no vermelho, o que foi suficiente para anular os ganhos de quase uma década. E os prejuízos não ficaram restritos ao mercado financeiro. A economia dos Estados Unidos mergulhou na Grande Depressão: famílias inteiras ficaram na miséria, empresas e bancos faliram e fábricas fecharam.

O vice-diretor da Escola Brasileira de Economia e Finanças, da Fundação Getulio Vargas, Aloisio Araujo, diz que a reação do governo americano acabou não sendo das melhores.

"A reação foi muito ruim. Chegaram a aumentar os juros, os sindicatos ficaram mais fortes, com medo do desemprego, o que causava mais inflexibilidade do mercado de trabalho", afirma Araujo. "A taxa de juros alta subia mais do que a oferta de crédito. Os países entraram em guerras comerciais, cada um querendo proteger seu mercado de trabalho, mas, com todos fazendo o mesmo, piorava a economia."

Impactos no Brasil

Os impactos dessa crise acabaram alcançando o Brasil, que praticamente só exportava café. O país perdeu compradores e mergulhou junto na recessão. A queda nas vendas enfraqueceu a oligarquia cafeeira que sustentava a República velha.

Exatamente um ano depois, em 24 de outubro de 1930, na esteira da crise, Getúlio Vargas dava um golpe e assumia o governo do país. Para tentar segurar o preço do café, Vargas adotou uma medida radical: queimou milhões de sacas, reduzindo a oferta.

A medida, porém, teve pouco efeito. O rombo nas contas externas disparou e, em outubro de 1931, o Brasil era capa do New York Times, declarando a sua primeira moratória.

Os efeitos da quebra de bolsa de Nova York persistiram até o fim da Segunda Guerra. Outras turbulências vieram depois, como a crise do petróleo na década de 60 e a bolha da internet nos anos 2000, mas outro crash de grande impacto ainda estava para acontecer.

Em 2007, foi vez o estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos levar pânico aos mercados financeiros. Desta vez, porém, os países se uniram, em uma reação global coordenada. Uma das soluções encontradas foi o aumento do endividamento de países e empresas.

Em 2008, a dívida dos países somava US$ 37 trilhões. Dez anos depois, saltou para mais de US$ 65 trilhões, uma alta de 76%. Já a dívida das empresas (não financeiras) quase triplicou no mesmo período: passou de US$ 27 trilhões para US$ 72 trilhões.

"O que os economistas aprenderam foi muito importante. Em outras crises, já houve uma preocupação muito grande de diminuir a taxa de juros, não houve guerras comerciais e os países se entenderam", afirma Araujo. "Isso ajudou bastante a ter uma recuperação rápida. Foi custosa, mas pelo menos não foi nada comparado à crise de 1929."


Endividamento — Foto: Arte/G1
Futuro da economia mundial

Com toda essa injeção de dinheiro, a economia mundial acelerou. Os Estados Unidos, por exemplo, vivem hoje o período mais longo de crescimento da história. Mas há quem diga que esta prosperidade esteja novamente ameaçada.

Há uma semana, esse foi o recado do presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi. Ele falou em sinais leves de valorização exagerada nos mercados financeiro e imobiliário da zona do euro. Em outras palavras: uma bolha.

Draghi deixa o cargo no fim desse mês com o mérito de ter ajudado a salvar a região de um naufrágio econômico, mas às custas de uma enxurrada de dinheiro barato.

Não existe consenso, entre os especialistas, sobre a existência de uma bolha, mas, é fato que a economia mundial está desacelerando. O recado foi reforçado pela economista-chefe do Fundo Monetário Internacional, Gita Gopinath, na semana passada. Ela demonstrou preocupação com as guerras comerciais e disse que os países precisam pensar em alternativas além do corte de juros.

E o Brasil – que andou na contramão nos últimos anos e enfrentou uma recessão enquanto o mundo inteiro crescia – agora também tenta seguir na direção oposta. Queda dos juros, inflação sob controle e aprovação da reforma da previdência são alguns pontos favoráveis, mas certamente, o país não vai passar ileso pela desaceleração global.

"Há uma certa estabilidade macroeconômica acontecendo na economia brasileira. A inflação baixa ajuda no processo de retomada de investimento, de consumo para 2020. O crescimento do ano que vem vai ser melhor do que este ano", afirma o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale. "A possível recessão nos EUA e no mundo tira um pouco desse ritmo de crescimento, então em vez de crescer 2%, a gente acaba crescendo um pouco menos, em torno de 1,5%."

The Book Smugglers, by David E. Fishman

The Book Smugglers: Partisans, Poets, and the Race to Save Jewish Treasures from the Nazis Hardcover – October 3, 2017


The Book Smugglers is the nearly unbelievable story of ghetto residents who rescued thousands of rare books and manuscripts―first from the Nazis and then from the Soviets―by hiding them on their bodies, burying them in bunkers, and smuggling them across borders. It is a tale of heroism and resistance, of friendship and romance, and of unwavering devotion―including the readiness to risk one’s life―to literature and art. And it is entirely true. Based on Jewish, German, and Soviet documents, including diaries, letters, memoirs, and the author’s interviews with several of the story’s participants, The Book Smugglers chronicles the daring activities of a group of poets turned partisans and scholars turned smugglers in Vilna, “The Jerusalem of Lithuania.” The rescuers were pitted against Johannes Pohl, a Nazi “expert” on the Jews, who had been dispatched to Vilna by the Nazi looting agency, Einsatzstab Reichsleiter Rosenberg, to organize the seizure of the city’s great collections of Jewish books. Pohl and his Einsatzstab staff planned to ship the most valuable materials to Germany and incinerate the rest. The Germans used forty ghetto inmates as slave-laborers to sort, select, pack, and transport the materials, either to Germany or to nearby paper mills. This group, nicknamed “the Paper Brigade,” and informally led by poet Shmerke Kaczerginski, a garrulous, street-smart adventurer and master of deception, smuggled thousands of books and manuscripts past German guards. If caught, the men would have faced death by firing squad at Ponar, the mass-murder site outside of Vilna. To store the rescued manuscripts, poet Abraham Sutzkever helped build an underground book-bunker sixty feet beneath the Vilna ghetto. Kaczerginski smuggled weapons as well, using the group’s worksite, the former building of the Yiddish Scientific Institute, to purchase arms for the ghetto’s secret partisan organization. All the while, both men wrote poetry that was recited and sung by the fast-dwindling population of ghetto inhabitants. With the Soviet “liberation” of Vilna (now known as Vilnius), the Paper Brigade thought themselves and their precious cultural treasures saved―only to learn that their new masters were no more welcoming toward Jewish culture than the old, and the books must now be smuggled out of the USSR. Thoroughly researched by the foremost scholar of the Vilna Ghetto―a writer of exceptional daring, style, and reach―The Book Smugglers is an epic story of human heroism, a little-known tale from the blackest days of the war.