O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Bye-bye X, Twitter

 Talvez estejamos vendo, lendo, teclando os últimos dias do X. Um grande sentimento de perda, depois de alivio com o seu desaparecimento. Vamos ler, dormir, fazer coisas melhores. Alguns vão berrar desesperados. Depois passa. Bom Threads a todos.

A verfadeira perda já tinha sido na horrível transição do simpático Twitter para o desastrado X.

 Bom sono, bons sonhos a todos. 

Tchau! Bye!

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

O voto presidencial e a escolha do menos ruim - Marcelo Sarsur (Twitter)

 Uma linha interessante no Twitter: 

Marcelo Sarsur 

@msarsur

 

O VOTO PRESIDENCIAL E A ESCOLHA DO MENOS RUIM 

Nassim Taleb, um dos maiores pensadores da atualidade, demonstra como os intolerantes, e não os tolerantes, tendem a vencer as disputas em que participam. Ele ilustra esse fato com uma alegoria instrutiva. 1/

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12:04 PM · Sep 28, 2022·Twitter for Android

 

Se 4 pessoas querem sair para jantar, mas uma delas é alérgica a camarões e outra é vegetariana, pode saber que o restaurante escolhido será vegetariano - e que os pratos não terão frutos do mar. Os que têm gostos mais restritivos, de fato, impõem sua escolha aos demais. 2/


Isso explica muito da escolha dos candidatos presidenciais, e de como chegamos na situação dessa semana. 2 grupos de eleitores são intolerantes: um quer o seu painho, e nele não veem defeitos; o outro quer o seu Mito, e também fazem força para ignorar o que ele tem de errado. 3/


Só que, aqui, os seguidores de São Luís Inácio saem em vantagem, porque pelo menos 52% dos brasileiros já não aguentam mais Bolsonaro e sua combinação tóxica de machismo, homofobia, incompetência, corrupção, apadrinhamento, apropriação sobre a coisa pública e covardia. 4/


A matemática é implacável. Se 52% rejeitam Bolsonaro e nesses 30 a 33% só aceitam Lula, isso quer dizer que os 20% que rejeitam Bolsonaro só chegam a uma maioria se estiverem com os fanáticos da seita petista. Além disso, os 20% não chegam a um nome único para representá-los. 5/


A seita bolsonarista também tem 33% do eleitorado. O suficiente para rivalizar com os petistas e interditar outro nome contra o PT, mas muito longe do suficiente para ganhar a eleição. Podem tumultuar, podem tentar uma ruptura institucional, mas não irão longe com isso. 6/


Se os bolsonaristas querem achar culpado para sua situação, podem procurar o espelho mais próximo. Ou olhar para o falso messias que cultuam. Em situações normais, um Presidente que triplicasse a renda mínima ou que tivesse uma política sã durante a pandemia seria aclamado. 7/


Bolsonaro, no entanto, é Bolsonaro. E por sua personalidade tóxica, pela corrupção de baixo clero dele e dos filhos, pelas crenças delirantes e pelos apoiadores violentos, vai conseguir tripla façanha: ser o primeiro Presidente a não se reeleger; perder ainda no 1º turno; e 8/


Ressuscitar a carreira política do Lula, que já havia sido encerrada com a prisão. Será o segundo militar mais importante para a trajetória política do Lula, perdendo só para o Golbery, que inventou de elevar o sindicalista de São Bernardo a figura nacional, contra o Brizola. 9/


Tamanha é a nossa desgraça, causada pela eleição desse miserável em 2018 e por nossa falha coletiva em tirá-lo do cargo em 2020 ou 2021, que teremos que suportar a volta do petismo ao poder, mesmo sem saber o que isso implica de fato. E de modo desonesto. 10/


A campanha petista promete não um candidato, mas uma volta da prosperidade e da bonança. Algo que eles não podem prometer, mas apenas esperar. Um voto em Lula não é um voto no boom das commodities de 2003-2008. É um voto em outro alguém que não seja o Bolsonaro. 11/

 

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Novo surto de twitaços anti-argentinos do chanceler acidental

Ernesto Araújo sobre o presidente eleito Alberto Fernández, da Argentina 

Introdução por Paulo Roberto de Almeida 

O chanceler acidental se expressa por twites. Nada contra, se pelo menos eles fossem minimamente coerentes com certa deontologia diplomática, que recomenda nunca ofender os vizinhos, mesmo que você, pessoalmente, possa discordar da filosofia política, da religião, das opções econômicas ou do modo de vestir de seus contrapartes. Representando um país, seria recomendável manter certo recato, discrição, cortesia, gentileza, boa-vontade e predisposição para o diálogo respeitoso e aberto à cooperação, em benefício de milhões de concidadãos que podem não partilhar de sua ideologia ou crenças políticas, e que tiram muito do seu sustento nas trocas comerciais e vários outros tipos de intercâmbios com esses vizinhos.
Ofender vizinhos logo de partida não constitui apenas o mais deplorável comportamento antidiplomático, mas uma simples demonstração de grosseria gratuita, sem qualquer benefício que possa ser alcançado em seu próprio proveito. Trata-se de uma perfeita demonstração de uma daquelas atitudes que o historiador italiano Carlo Maria Cipolla analisou em seu magnífico panfleto sobre As Leis Elementares da Estupidez Humana, ou seja, causar mal aos outros, sem retirar nenhum benefício para si próprio.
Por falar em mal, a referência a “forças do mal” remete a um tipo de discurso teológico ou religioso, que se acomoda muito mal, ou praticamente nada, a uma postura diplomática isenta de vieses ideológicos ou apenas cordata, como soem ser a quase totalidade dos diplomatas profissionais.

Outro registro curioso a ser observado nos twites do chanceler é o seu profetismo apressado, antecipando de imediato — ou seja, sem sequer aguardar alguma declaração formal do presidente recém eleito — que as políticas do futuro governo serão essas descritas: fechamento comercial, economia retrógrada e apoio a ditaduras. Mesmo que os twitaços não tivessem sido feitos em meio a uma tournée diplomática por algumas das ditaduras mais vistosas do mundo, esse profetismo totalmente subjetivo já seria uma terrível ofensa, não apenas aos novos governantes do país vizinho, como à própria inteligência da diplomacia brasileira, que jamais tinha se deixado arrastar a grau tão extremo de descortesia antidiplomática.
O chanceler acidental faria bem se deixasse todas essas grosserias ao próprio presidente, que já se arvorou em juiz universal dos bons comportamentos eleitorais, ao dizer que o povo argentino “escolheu mal”, o que é uma nova agressão gratuita a um povo consciente de sua plena soberania política e sua liberdade de escolha.

O presidente — notoriamente inepto em política externa, senão em todas as demais vertentes das políticas públicas — e o seu chanceler acidental estão cavando um fosso nas relações bilaterais e no âmbito do Mercosul com o nosso mais importante vizinho, depois de já terem isolado o Brasil de uma lista enorme de outros grandes parceiros tradicionais, para não relembrar que ambos já expuseram a diplomacia brasileira ao ridículo universal, com suas atitudes histriônicas e francamente inadequadas, segundo padrões consagrados em nossa história ou num simples manual de boas maneiras, não apenas as diplomáticas.

Os quatro twites do chanceler acidental reproduzidos abaixo constituem, em minha opinião, exemplos execráveis de tudo o que não poderia ocorrer nos anais da diplomacia brasileira, agregando aos muitos registros deploráveis já acumulados no curto espaço de menos de um ano, este que já pode ser classificado de anus horribilis da diplomacia brasileira. Espero que esse espetáculo de horror tenha um fim o mais breve possível.
Paulo Roberto de Almeida 
São Paulo, 28/10/2019

Twites de Ernesto Araújo em 28/10/2019:

1/Não há muita ilusão de que o fernandez-kirchnerismo possa ser diferente do kirchnerismo clássico. Os sinais são os piores possíveis. Fechamento comercial, modelo econômico retrógrado e apoio às ditaduras parece ser o que vem por aí.

2/As forças do mal estão celebrando. As forças da democracia estão lamentando pela Argentina, pelo Mercosul e por toda a América do Sul. Mas o Brasil continuará inteiramente do lado da liberdade e da integração aberta.

3/A esquerda é totalmente ideológica no apoio aos regimes tirânicos da região. Mas, quando se relaciona com as democracias (das quais depende), a esquerda pede “pragmatismo”. Curioso. “Pragmatismo” significa sempre a direita se acomodar aos interesses da esquerda.

4/Seremos pragmáticos na defesa dos princípios e interesses do Brasil: um Mercosul sem barreiras internas e aberto ao mundo, uma América do Sul sem ditaduras.

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

San Tiago Dantas e a PEI segundo o atual chanceler

Apenas copio e transcrevo, sem comentários (não precisa), a sucessão de twites do atual chanceler sobre um outro chanceler:


San Tiago Dantas e a PEI segundo EA

1/Um colunista disse por aí que eu mandei tirar o busto de San Tiago Dantas da sala que leva esse nome no Itamaraty. É fake news. Não mandei. Mas podia ter mandado.

2/Dantas foi o iniciador da "Política Externa Independente" (PEI) no final dos anos 50 e início dos 60, que virou o fetiche do establishment brasileiro de política externa desde então.

3/Em que consistia a "Política Externa Independente"? Afastar-se dos EUA e da aliança das democracias liberais ocidentais e bajular o bloco comunista sem dar muito na vista.

4/A PEI deu início a décadas de política externa ideológica mais ou menos disfarçada que nunca trouxe nada ao Brasil - exceto elogios de comunistas e globalistas, para quem um Brasil hipnotizado na mediocridade era muito conveniente, ajudando a formar massa de manobra.

5/A política externa brasileira acostumou-se a defender interesses fictícios, do tipo "ordem global", enquanto os principais atores internacionais defendem seus interesses concretos e seus valores constitutivos (bons ou maus).

6/Passamos décadas fazendo política externa não a partir do que somos enquanto nação, mas a partir de como queremos ser vistos pelos analistas bem-pensantes que escrevem na Foreign Affairs.

7/A "independência" de nossa política externa pendia sempre para um lado. Sempre, no final do dia, acabávamos carregando água para o moinho da esquerda.

8/Orwell já mostrou: aquilo que os comunistas chamam de "paz" é a guerra e o que chamam de "amor" é o ódio. Do mesmo modo, chamam de "política externa independente" a política de seguir a manada esquerdista.

9/O que querem hoje os saudosistas da PEI? Que voltemos a bajular os regimes totalitários e mandar-lhes dinheiro, ou pelo menos tolerá-los e não criar-lhes problema, sob o manto da "independência".

10/Querem que façamos vista grossa ao Foro de São Paulo e sua insana aposta de recuperar o poder através da violência, da manipulação, do crime, da corrupção e da fraude.

11/Eles querem o busto de Santiago Dantas. Nós  queremos um Brasil grande dentro de uma América do Sul livre e próspera, sem a rede de corrupção lulista-kirchnerista-chavista que jurou de morte as nossas repúblicas.

12/Na mente pobre e raivosa dos saudosistas da PEI há um interesse muito claro: rebaixar o Brasil. Querem tirar o Brasil do caminho para que o Foro de São Paulo possa avançar desimpedido com sua sanha destrutiva.

13/Querem remover o Brasil da coluna das democracias e nos devolver à coluna do meio, o reino da indiferença pusilânime, para daí passar em seguida à coluna dos totalitarismos.

14/O Brasil não nasceu para ser coluna do meio. Nossa política externa, hoje, está aqui para ajudar a defender aquilo em que os brasileiros acreditam, começando pela nossa própria liberdade.

15/O Brasil não nasceu para ser capacho do Foro de São Paulo. O busto de Santiago Dantas pode até voltar, mas a política externa hipnotizada pela ideologia e facilitadora de totalitarismos não voltará.

quinta-feira, 14 de março de 2019

Estatisticas do Twitter: meus agradecimentos a meu promotor involuntário

Meus sinceros agradecimentos à nova administração autoritária do Itamaraty, que me demitiu de meu posto de Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais: eles conseguiram dar um tremendo boost em meus seguidores e comentaristas, segundo as estatísticas do Twitter:

@PauloAlmeida53, take a look at your stats for the week ending March 10, 2019, as well as insights on how to keep growing your Twitter presence.
Follower metrics for @PauloAlmeida53
Tweet Impressions*: 575,803
New followers**: 2695
Followers: 5,099
Follower growth: 112.1%
Last week, the frequency that you Tweeted grew by 22.8%.

Grato EA: mais um pouco vc me promove a leader de twitaços (involuntariamente, claro). Eu não sou como o Chapolim Colorado, cujos movimentos eram cientificamente calculados. Mas os seus movimentos parecem ser o contrário do Chapolim: estupidamente não calculados para dar errado.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Nao sou paranoico, mas o Twitter anda me seguindo...

Sou um escritor compulsivo, mas relativamente refratário às interações sociais. Foi com extrema relutância que abandonei meu "natural reservoso" – nas palavras do personagem principal de "O Coronel e o Lobisomem" – para aderir a todas essas ferramentas sociais, sempre com a intenção de, seja obter notícias e informações, seja para disponibilizar alguns dos meus escritos e pesquisas, sem ter de responder uma a uma todas as consultas que me são feitas por alunos e pesquisadores, em consequência de meus muitos trabalhos especializados em relações internacionais, em economia mundial, integração, história diplomática e temas afins.
Por causa dessa timidez, e para evitar "perder tempo" com bobagens corriqueiras, retirando-me espaço de leituras, reflexões e escritos, justamente, que decidi abandonar o Facebook, um repositório de boas informações, mas também de muitas fofocas e, mal da nossa época, "fake news".
Fique só no Twitter, que é mais rápido e quase unilateral, mas agora descubro que o Twitter anda me vigiando, como revelado na transcrição abaixo.
Ou seja, não se consegue escapar da intromissão dessas ferramentas sociais em nossas vidas que já não são totalmente privadas, nem indevassáveis.
Parece que vou ter de sair do Twitter também...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 17 de janeiro de 2019

@PauloAlmeida53, here’s your Twitter account performance for the week ending January 13, 2019.
 
 
  Follower metrics for @PauloAlmeida53
 
 
Tweet Impressions*
 
80,400
 
 
New followers**
 
161
 
 
Followers: 
 
Follower growth: 
 
 
2,160
 
8.1% 
Last week, the frequency that you Tweeted grew by 3.9%. 

You're gaining followers. Congratulations! If you use hashtags and Tweet about trending topics, you can find an even larger audience. 

Over the week starting on January 7, 2019, your Tweets also gained 80,400 impressions. 

Learn how other accounts use Twitter to spread their message, grow their audience, and get more traffic.