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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Le Monde, sobre o Itamaraty bolsonarista (em Português)


Le grand blues des diplomates brésiliens
Por Bruno Meyerfeld, publicado originalmente no Le Monde, 5/02/2020

O homem nos abre a porta e nos recebe com um sorriso. Fecha-a em seguida e se deixa desfalecer sobre uma cadeira, desacorçoado. “Muitas pessoas aqui estão em depressão. Por enquanto estou conseguindo levar sem tomar remédios, murmura, lágrimas nos olhos, este diplomata de alto escalão do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Antes, ia todos os dias trabalhar cheio de adrenalina, enlevado. Hoje, só vou por obrigação. Até pensei em deixar tudo. É infinitamente triste ... "Dele não revelaremos nem o nome nem a função. "Desde que a extrema direita de Jair Bolsonaro está no poder, qualquer pessoa que expresse pensamento crítico é punida", deixa escapar. “É um clima de caça às bruxas.” Ainda assim, meia dúzia de outros diplomatas concordou em testemunhar ao Le Monde, na maioria das vezes de forma anônima, sobre o que considera ser a "destruição" em marcha de seu ministério. E com ele, da imagem do Brasil no mundo.
Antes de mais nada, convém lembrar a importância neste país do Ministério das Relações Exteriores, chamado de "Itamaraty", este palácio de "pedras livres" na língua indígena. Um "templo" de concreto projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e inaugurado em 1970 sobre o eixo monumental de Brasília. Adornado com um jardim aquático e cercado por altas colunas, possui salões de prestígio e, conduzindo aos andares de cima, uma escada excepcional em forma de hélice, sem vigas ou corrimão, como que num passe de mágica.

O culto ao Itamaraty
Mas o poder do Itamaraty não se resume apenas à arquitetura. Com 222 representações no exterior (entre embaixadas e consulados), o país possui o oitavo maior serviço diplomático do planeta. Melhor do que Itália, Espanha ou Reino Unido. "Poucos países devem tanto à diplomacia", escreveu o embaixador e historiador Rubens Ricupero (autor de “A Diplomacia na Construção do Brasil”, 2016, sem tradução). Segundo ele, a instituição teria até forjado, ao longo do tempo, "certa ideia do Brasil": a de um gigante “feliz (...), em paz (...), confiante no direito e nas soluções negociadas (... ), força criadora de moderação e equilíbrio”.

O embaixador brasileiro deve ser charmoso, elegante, culto e especialista em tudo

O país, portanto, venera seus diplomatas. E seu Deus se chama José Maria da Silva Paranhos Junior, Barão de Rio Branco - Ministro das Relações Exteriores de 1902 até sua morte em 1912 - que elevou o Itamaraty à justa medida de suas ambições. Esse homem refinado, bigode aparado no estilo inglês, estabilizou as fronteiras, assinou tratados de paz com uma dezena de países vizinhos, ampliou pacificamente o território em 190.000 km2 e legitimou a jovem república aos olhos do mundo. Quando ele faleceu, em pleno carnaval, até as festividades por foram adiadas por algumas semanas.Desde então, como o “barão”, o embaixador brasileiro deve ser charmoso, elegante, culto e especialista em tudo (“clones de Filipe II da Espanha; altivos, barbudos, cultos, severos e desdenhosos" troça um diplomata europeu). Formados no Instituto Rio Branco, em Brasília, tais funcionários são recrutados em um concurso considerado o mais difícil da república: 6.400 candidatos para 20 vagas em 2019. Os “itamaratistas”, pelo menos trilíngues, dominam também tanto os textos antigos como o direito internacional e são frequentemente “emprestados” a outros ministérios, a gestões locais e até às empresas públicas. “Nós somos o “estado profundo””, resume um embaixador. Em outras palavras, aqueles que dão as cartas no jogo brasileiro.

"Perseguição ideológica"
Nessas condições, não é de surpreender que o Itamaraty tenha se tornado o alvo de Jair Bolsonaro, modesto capitão de reserva, que abomina essa "aristocracia" tão orgulhosa quanto letrada. Para piorar a situação, o Itamaraty é visto pelo governo como um ninho de esquerdistas, "um dos ministérios onde a ideologia marxista está mais arraigada", nas palavras de Eduardo Bolsonaro, filho influente do presidente. A partir daí, um expurgo, acompanhado de um sangramento, parecia aos novos donos do poder absolutamente obrigatório.
"Araújo quis se cercar de pessoas inexperientes, que lhe devem tudo e não podem contradizê-lo", disse um funcionário do ministério.
Em um ano, cinco embaixadas foram fechadas no Caribe e espera-se que mais duas ou três sejam fechadas em breve na África. O número de "secretarias" - equivalente às diretorias gerais do Quai d'Orsay na França - foi reduzido de nove para sete, e todos os seus chefes eliminados de seus cargos, substituídos por diplomatas de menor estofa e menor grau hierárquico "O novo ministro Ernesto Araujo queria se cercar de pessoas de confiança, justifica-se a administração do Itamaraty. É natural, no mundo inteiro é assim!" Mentira, respondem vários agentes do ministério solicitados por Le Monde. "Demitir todos os chefes de uma só vez é sem precedentes", diz um deles. “Araújo queria cercar-se de pessoas sem experiência, que lhe devem tudo e não podem contradizê-lo.”

"Uma reorientação estratégica do lugar do Brasil no mundo"

Segundo os diplomatas entrevistados, "perseguições ideológicas" estariam em curso, orquestradas por um gabinete que “dissemina o terror”, descrito como "totalitário" ou "inquisitorial", visando prioritariamente os "barbudinhos", esses "pequeno barbudos" saídos da esquerda, e ingressos no órgão durante as presidências de Lula (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016). Dentre os casos citados, o do diplomata Audo Faleiro: nomeado em outubro de 2019 à frente da divisão "Europa" do ministério, ele foi demitido de suas funções apenas alguns dias depois de sua nomeação, como consequência da pressão de grupos de extremos direita.

"A casa ficou em silêncio"
Citando Luiz Alberto Figueiredo (no Catar), Mauro Vieira (na Croácia) e Antonio Patriota (no Egito), uma fonte constata que "todos os ministros das Relações Exteriores de Dilma foram enviados para embaixadas de segunda importância". Para alguns, é um castigo. Para outros, uma escolha. "Não ia representar esse governo de palhaços no exterior! Preferi dar um passo atrás", diz um diplomata, conhecido por sua visão mais à esquerda, que aceitou uma posição subalterna no exterior.Em Brasília, “realocados para cargos inferiores ou deixados sem encargos específicos” os ex-chefes de serviço, vêm ao ministério para tomar um café, sentar em uma cadeira, olhar para as paredes. É muito humilhante", comenta-se. Dentre esses funcionários ociosos, Paulo Roberto de Almeida é um dos poucos a testemunhar com o rosto descoberto. Ex-diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI), ele foi demitido em março de 2019 por conta de postagens críticas ao Ministro, publicadas em seu blog. Desde então, esse homem de 70 anos foi "relegado" aos arquivos do ministério. "Não me foi atribuída nenhuma função específica ... por isso, venho preenchendo meu tempo da melhor maneira possível: passo o dia na biblioteca, leio, escrevo livros ...", diz ele.Enquanto isso, o Sr. Almeida - embora conhecido por suas posições à direita - diz ter perdido sua "gratificação", um complemento salarial para os chefes de departamento: "Minha renda caiu um quarto, de 26.000 [5.490" euros] para 21.000 reais [4.430 euros]”, detalha ele, denunciando um clima de “perseguição, intimidação, acrescido de vingança pessoal”. "Ninguém ousa falar livremente, os corredores estão vazios. As pessoas se trancam em seus escritórios. A casa mergulhou no silêncio."

Trump, "Salvador da Alma do Ocidente"
No Itamaraty, em um dos salões decorados com obras de arte e tapeçarias, estava até recentemente o busto de um cavalheiro austero, calvo, dotado de fino bigode: San Tiago Dantas, ministro das Relações Exteriores no início da década de 1960. Na época, ele fora o defensor de uma política externa independente, solidaria aos países em desenvolvimento e crítica dos Estados Unidos. Segundo a imprensa, sua estátua teria sido removida discretamente.
Isso se explica porque, liderada pelo ministro Ernesto Araujo, e visando a própria tradição histórica das relações exteriores do país, é lançada uma ofensiva de ordem ideológica em paralelo. Climático-cético assumido, fazedor de complôs notório, este diplomata um tanto quanto esdrúxulo, capaz de citar no mesmo discurso, Proust e uma réplica da novela, defende a construção de um eixo mundial "cristão-conservador", liderado pelo americano Donald Trump, "Salvador da alma do Ocidente". Consequência: no Itamaraty, foi criada uma nova secretaria de "soberania nacional e cidadania", enquanto que aquela o dedicada ao meio ambiente simplesmente desapareceu.
Até então motor da integração regional, o Brasil anunciou no início de 2020 sua saída da Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe (Celac). Anteriormente líder em negociações climáticas, participou ativamente do desastre da COP25 em Madri. Investido pesadamente no passado na defesa dos direitos humanos nas Nações Unidas, hoje bloqueia numerosas discussões sobre migração, gênero ou direito ao aborto.

"Vamos parar com essas besteiras!"
"A nova diplomacia brasileira é o fim do Fórum de São Paulo [organização que reúne partidos de esquerda sul-americanos] e do desalinhamento automático com os Estados Unidos", comemora Luis Fernando Serra, nomeado em 2019 embaixador do Brasil em Paris. Esse diplomata em ascensão, pressentido em determinado momento para dirigir o Itamaraty bolsonarista, evoca um simples "reequilíbrio": "Agora, com Jair Bolsonaro, temos uma diplomacia pragmática e aberta. Não estamos submetidos aos Estados Unidos e não estamos renunciamos à Europa.”
Bolsonaro coloca em questão a integração do Brasil no mundo e os fundamentos de nossa diplomacia", decifra Hussein Kalout 
Para os especialistas, o viés é óbvio: "Há um ano que o alinhamento com Washington é total e incondicional", analisa Hussein Kalout, professor de relações internacionais da Universidade de Harvard, citando o recente voto de Brasília contra o fim do embargo americano a Cuba ou o apoio de Jair Bolsonaro ao assassinato do general iraniano Soleimani. "Bolsonaro coloca em questão a integração do Brasil no mundo e os fundamentos de nossa diplomacia, fundada no multilateralismo, na resolução pacífica de conflitos e no respeito à soberania nacional. É sem precedentes", diz Kalout.Mas Araujo não dispõe do poder total. Em várias ocasiões, sob a pressão combinada do agronegócio e do exército, ele teve de recuar, interromper seus ataques à China comunista, renunciar a sair do MERCOSUL ou a mudar a embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém e, foi obrigado, acima de tudo, a permanecer no Acordo de Paris sobre o Clima. “Em questões-chave, forças externas ao ministério estão se levantando para dizer: “Vamos parar com essas loucuras!’’’, observa um diplomata europeu.

"Antidiplomacia!"
"Chamo isso de antidiplomacia!”, se enfurece Celso Amorim, 77 anos, antigo grande chefe da diplomacia de Lula. Para este refinado "itamaratista", que nos recebe em seu apartamento com vista para a praia de Copacabana, cheio de livros em francês e obras de arte, “a diplomacia é resolver os problemas por meio do diálogo. Hoje, temos um discurso belicista, pode-se dizer guerreiro. Por mais que tente me recordar, mesmo durante a ditadura, nunca senti tanta vergonha na política externa do meu país", entristece-se, observando as ondas à distância, essa lembrança viva de outros áureos tempos.Mas quando a onda se for, o que restará na costa brasileira, além de um navio do Itamaraty encalhado? Antes de reabrir a porta e dizer adeus, nosso primeiro diplomata confidencia uma última vez: "É uma patrimônio nacional que está sendo dilapidado. Nosso país não é um líder natural, como a França ou os Estados Unidos. Nossa influência é relativa. Tivemos que conquistá-la. Um dia acordaremos desse pesadelo e nos perguntaremos: onde está o soft power brasileiro? Ele terá desaparecido."

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Cafés de Lisboa: os mais antigos e aprazíveis -

Esta Lisboa que eu amo: os mais antigos cafés da cidade…

Esta Lisboa que eu amo | os mais antigos cafés da cidade…
“Beber um cafézinho”, uma expressão tão portuguesa que  continua a ser o mote para combinar encontros na capital mas a verdade é que este ritual não é de agora. Os cafés e pastelarias da capital sempre foram espaços de união e reunião e alguns já o são desde o século XVIII e tiveram uma importância determinante na vida social e política da cidade e do país.

Martinho da Arcada (1782)

 238 anos que o Martinho da Arcada dá vida e aroma a café à Praça do Comércio. Fundado a 7 de janeiro de 1782, foi uma inovação para a época, numa cidade dominada por tabernas, e teve muitos nomes até se ter fixado na nomenclatura “Martinho da Arcada”, apenas em 1845. É café e restaurante e, ao longo de mais de dois séculos, foi porto de abrigo de governantes, políticos, militares, artistas e escritores – porém, o mais ilustre cliente assíduo foi Fernando Pessoaque neste local escreveu alguns dos seus mais conhecidos poemas.

Confeitaria Nacional (1829)

A funcionar desde 1829 (há 191 anos, portanto), na Praga da Figueira a Confeitaria Nacional continua a ser propriedade da família que a fundou. Se no início foi criada à semelhança das patisseries parisienses, depressa passou a fabricar iguarias bem tradicionais – o bolo-rei é, sem dúvida, um dos ex-líbris da casa e consta que foi neste estabelecimento que tal bolo começou a ser vendido em Portugal, no ano de 1870.

Pastelaria Benard (1868)

Em 1868, Élie Benard abriu uma pastelaria na Rua do Loreto e este foi o ponto de partida da emblemática Pastelaria Benard, que se fixou depois na Rua Garrett em 1902. De realçar que o termo “pastelaria” só começou a ser usado em 1926, quando a Câmara começou a taxar as placas dos estabelecimentos em línguas estrangeiras. Nos anos 40, a Pastelaria conhece nova gerência e o espaço recebe eventos memoráveis, destacando-se um jantar para a Rainha Isabel II durante a sua visita a Portugal, em 1957. A estrela da casa continuam a ser os croissants.

A Brasileira (1905)

Depois da abertura da primeira Brasileira no Porto, em 1903, a capital depressa recebeu um espaço similar, inaugurado em 1905. Embora tenha havido outra no Rossio, é a do Chiado que hoje persiste, onde Fernando Pessoa nos recebe na esplanada desde 1988. É, sem dúvida, um dos locais mais emblemáticos do Chiado e foi palco de tertúlias intelectuais e artísticas que marcaram o início do século XX em Lisboa.

Pastelaria Versailles (1922)

Inaugurada em 1922, a Versailles serviu de polo cultural e social das Avenidas Novas – foi o primeiro grande café do bairro. Felizmente, mantém-se fiel a si mesma e por aqui ainda são raros os turistas. Toda a pastelaria é divinal mas os croquetes e o bolo rei são qualquer coisa de especial

Café Nicola (1929)

O que começou por ser Botequim do Nicola (italiano que o fundou, ainda no séc. XVIII) passou a Café Nicola, em 1929. Em 1935, o espaço foi finalmente intervencionado com os detalhes que são hoje a sua imagem de marca, com destaque para as pinturas de Bocage em estilo Art déco. Foi, aliás, um dos espaços favoritos do poeta e ele ainda se faz sentir numa estátua presente na sala de refeições. Será sempre lembrado como ponto de encontro de intelectuais e agitadores sociais.

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Faltam agora os bares, as tavernas, as tascas...

Da conferência de Helsinki (1975) à queda do muro de Berlim: call for papers

CfP: From the Helsinki Accords to the Fall of the Berlin Wall and Beyond

by Murray Bessette
From the Helsinki Accords to the Fall of the Berlin Wall and Beyond:
Human rights, political dissent, and the transition to systems of liberty in the Communist Bloc
June 13 & 14, 2020
Victims of Communism Memorial Foundation
300 New Jersey Avenue NW
Washington, DC
Call for Participation
The Victims of Communism Memorial Foundation is pleased to announce the convening of From the Helsinki Accords to the Fall of the Berlin Wall and Beyond, a conference generously supported by the Polish National Foundation.
At the conclusion of the 1975 Conference on Security and Cooperation in Europe, representatives from 35 European states, the United States, and Canada signed the Helsinki Accords, a declaration intended to improve relations between the Free World and the Communist Bloc. The inclusion of Basket III provisions provided a new impetus to bolster human rights in international politics, as Western democracies—especially the US—integrated human rights concerns into its relations with Soviet Bloc countries. In fact, from 1977 onward, human rights became a leading element of US foreign policy with President Carter placing the Helsinki Accords at the centre of his new foreign policy, a focus extended and sharpened by President Reagan during his fight with the communist “Evil Empire” in the 1980’s, as his administration worked with domestic and international NGO’s and the US Congress to promote the observance of human rights.
Concurrently, behind the Iron Curtain, a wave of political dissent washed over the Soviet Bloc, as the Western embrace of human rights seemed to create new incentives for increased dissident activity in Central and Eastern Europe. Beginning in 1976, new opposition groups organized and emerged in Poland (the Workers Defence Movement, the Movement for the Defence of Human and Civil Rights, and the Confederation of Independence Poland, among others), Czechoslovakia (Charter 77 group), Hungary (FIDESZ), and East Germany (Initiative for Peace and Human Rights) despite the communist regimes’ fierce efforts to suppress it. Meanwhile, individual dissidents were also present in other communist states. These movements would eventual succeed in bringing about the peaceful collapse of the single party communist dictatorships ruling their countries, and some would evolve into governing parties in the free political and economic systems established in the years to come.
How are we to understand the roles of human rights and Western policy in the development of the dissident movements across the Soviet Bloc during the 1970s and 1980s? In particular, what was the significance of the Basket III provisions of the Helsinki Accords? How important was Western support for dissident efforts behind the Iron Curtain? Furthermore, to what extent was Western support for these movements continued beyond the peaceful collapse of the single party communist dictatorships? Was this support sufficient to take full advantage of the new political and economic opportunities to build systems that would promote self-government and individual freedom? What are the lessons to be learned from the transition period, and to what extent does this period extent into the present?
We welcome paper and panel proposals from students and scholars from a wide range of disciplines (including history, economics, political science, sociology, psychology, and philosophy), for presentations, workshops, panels, interactive round tables, performances, readings, screenings, or installations dealing with (but not limited to):
  • Political dissent under communist regimes in Central and Eastern European countries
  • The role of America in the restoration of independence in Central and Eastern Europe
  • State building and democratic transition in Central and Eastern Europe
  • International human rights law and political dissent under communism
  • The role of soft power in promoting independence in Central and Eastern Europe
  • The role of social movements in the fall of communism in Central and Eastern Europe
  • The collapse of communism in the public sphere: memory and interpretations in Central and Eastern Europe
  • The road from communism to a new world
  • Lessons learned for political and economic transitions after communism
We especially encourage scholars to incorporate into their presentations a consideration of the commemoration of the above-mentioned issues in public space and historical memory. We are also interested in proposals that deal with the lessons that can be learned from the Central and Eastern Europe democratic transitions and applied in the future transition to democracy in Cuba and China.
Those interested should submit abstracts of no more than 300 words by March 30, 2020. The proposal should be formatted as follows:
  1. author(s)
  2. affiliation(s) as you would like it to appear in program
  3. email address(es)
  4. title of proposal
  5. abstract of no more than 300 words
Submission emails should be addressed to murray.bessette@victimsofcommunism.org with the subject head “Conference Abstract Submission.”
All papers accepted for and presented at the conference must be in English and will be eligible for publication in an ISBN eBook. Selected papers may be developed and expanded for future publication in a themed, edited hard bound volume.
The deadline for submissions is March 30, 2020.
All proposals accepted for presentation must have at least one presenter registered for the conference no later than May 1 to be guaranteed inclusion on the program. A limited number of conference registration waivers are available for graduate students, teachers, and contingent faculty members.
For more information please contact the director of academic programs, Dr. Murray Bessette, at murray.bessette@victimsofcommunism.org.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Senado deveria corrigir os rumos da diplomacia brasileira - Hussein Kalout

A perigosa inércia do Senado nos rumos da política externa brasileira

Cabe aos senadores a tarefa de coibir excessos ou distorções no exercício da atividade pública internacional pelo Poder Executivo

O que esperar da “política externa” em 2020? Como projetar os interesses reais e estratégicos do Brasil na frente externa? Como defender o país de riscos que podem obliterar a sua capacidade de atuar em múltiplos tabuleiros no futuro? Como corrigir os rumos da atuação do Brasil na contramão do direito internacional?
Nos debates sobre a atual “política externa”, o Senado Federal tem sido até o momento o grande ausente. Os Senadores da República se tornaram, ao que parece, apenas observadores da realidade em vez de importantes baluartes na redefinição das linhas da política exterior do país. Tomados provavelmente pela perplexidade que a atual diplomacia provoca, nossos Senadores não conseguiram articular propostas, demandar explicações ou exigir cobranças ao Executivo.
A diplomacia regressiva hoje vigente não encontrou no Senado seu contraponto e uma fonte de moderação. Diferentemente do que se poderia imaginar em certos círculos, o papel dos Senadores não deveria ser, a priori, a de meros carimbadores de sabatinas para as representações diplomáticas do Brasil no exterior. Não foi para este fim que a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) foi criada.
Na verdade, a função primordial da Comissão consiste em zelar pelo legítimo exercício do controle constitucional sobre as atividades da política externa, identificando riscos à segurança nacional do Estado brasileiro e atuando para corrigir as distorções nos rumos das relações do Brasil com o mundo.
Vale lembrar que, em matéria de política externa, o Senado da República é a única instituição capaz de impor legalmente o respeito ao regime de freios e contrapesos, quando houver excessos ou distorções no exercício da atividade pública internacional pelo poder executivo.
Nos círculos diplomático, empresarial, político, acadêmico e militar é praticamente uníssona a convicção de que a política externa brasileira não vai bem. A tese de que o Brasil está depauperando o capital reputacional de sua diplomacia está mais do que cristalizada. E o que os Senadores da República irão fazer? A inércia pode ser interpretada como sinal de condescendência ou de desinteresse. Para evitar isso, é mister que a CRE assuma plenamente suas prerrogativas, inclusive para evitar novos danos aos interesses do país.
Logo na reinstalação do ano legislativo, o Senado poderia demandar do Ministério das Relações Exteriores um relatório pormenorizado sobre as propostas para o ano de 2020; os custos econômicos que serão destinados em cada ação; os responsáveis envolvidos em cada iniciativa; os resultados esperados para o país; e uma análise de risco quanto aos projetos propostos. Isso se chama, em linguagem técnica, um planejamento estratégico, algo que tenha começo, meio e fim, que traduza objetivos e metas em resultados, com indicadores claros para que o Senado e o público em geral possam monitorar o bom uso dos recursos públicos.
A CRE, poderia solicitar a apresentação de dados mais concretos sobre os logros recentemente anunciados pelo chefe do Itamaraty. Um relatório técnico acerca de tais resultados deveria conter informações estratificada por projeto, área, tema e região. Isso ajudaria o Senado a compreender e a prestar contas aos seus constituintes – o povo brasileiro – para que pudessem compreender os benefícios de cada ação para a sociedade.
Na mesma toada, seria importante o Senado ter acesso a cópia do acordo assinado entre o Mercosul e a União Europeia e, se possível, destrinchando as concessões feitas pelo Brasil aos membros da Comissão. Assim, o Congresso Nacional tomará conhecimento sobre o que de fato consta no documento – já que cedo ou tarde terá de ratificá-lo.
Igualmente, seria oportuno se os Senadores pudessem conhecer em detalhe o escopo do acordo comercial Mercosul-EFTA. Isso poderia ajudar a elucidar qual é o grau de importância desse tratado para o Brasil. A soma das exportações brasileiras aos países que compõem o EFTA – Liechtenstein, Islândia, Noruega e Suíça – gira em torno de 0,01% da pauta comercial brasileira.
Outro importante feito anunciado pelo Chanceler, diz respeito ao volumoso grau de novos investimentos estrangeiros aplicado no país. Seria muito útil ao Senado saber quem investiu, quanto se investiu e onde se investiu – e quanto será investido, nos próximos anos, em cada setor. É importante que o Senado cobre a distinção entre anúncios e o efetivo desembolso de investimentos.
Assumindo a premissa de que a proposta de combater o globalismo, o marxismo cultural, a agenda 2030 da ONU, negar o aquecimento global, refutar o desmatamento na Amazônia é, de fato, assertiva e atende aos interesses gerais na nação, a chancelaria poderia fornecer ao Senado informações sobre: quais foram efetivamente os avanços na execução dessas propostas; em que estágio está cada vetor; como as representações brasileiras no exterior se mobilizaram para cumprir instruções; em que estágio se encontra essa estratégia; e quantos recursos públicos foram investidos em sua implementação.
O Senado deveria ter acesso, também, ao “projeto reformador” do chanceler para a implementação de sua estratégia regional. Seria vital saber como a chancelaria pretende promover a democracia, as liberdades e combater o socialismo na Venezuela, Argentina, Bolívia, Suriname, Nicarágua, Cuba e México. Afinal, isso daria maior legitimidade às ações propostas pelo Itamaraty e, possivelmente, até com o endosso institucional do Senado. É fundamental, ainda, que sejam esclarecidas a CRE a real orientação da política exterior para o Oriente Médio. Nessa matéria, o nível de contradição é substancial. Igualmente, o envio de um relatório pormenorizado sobre a missão do chanceler a África seria útil para o Senado avaliar a concretude dos resultados.  
Nesse sentido, também, é importante esclarecer para o Senado por que 187 países votaram na ONU contra o embargo unilateral a Cuba e apenas 3 países a favor. Assim, as dúvidas que pairam sobre o posicionamento brasileiro podem vir a ser dissipadas. Afinal, o voto não teve contornos ideológicos, não é certo?
Como guardiões da ordem constitucional na frente externa, o Senado precisa estar antenado e informado até para não ser injustamente responsabilizado. Pois, até o momento, a presidência da Câmara é quem tem feito esse contraste e clamado por maior racionalidade e responsabilidade na execução dos temas de política externa. E isso sem mencionar que meses atrás o próprio STF teve de atuar para mitigar problemas nessa área. Os Senadores fariam bem em demandar um plano estratégico com objetivos, metas e indicadores. Assim, em 2021, veremos se os resultados serão concretos, reais, tangíveis ou cascatas para ludibriar o povo brasileiro.
Enfim, parece que está na hora do Senado assumir a sua missão como o poder contra majoritário para tornar a política externa respeitosa com a constituição e com os interesses vitais do Estado brasileiro – se vivos estivessem, seria essa a mensagem de homens como Barão de Rio Branco, Joaquim Nabuco, Rui Barbosa, San Tiago Dantas, entre tantos outros, aos nobres Senadores da República!

Diplomacia bolsonarista afeta interesses comerciais brasileiros - José Luiz Tejon (Sputnik)

A inacreditável política externa olavo-bolsonarista, a medíocre diplomacia terraplanista estão ameaçando os interesses comerciais brasileiros.
Paulo Roberto de Almeida

'É intolerável falar gracinhas e arriscar negócios', diz analista sobre relação do Brasil com Irã

Alinhamento do Brasil aos EUA gera "desconfiança" no Irã e pode afetar vendas brasileiras para país persa, mas "bom senso deve prevalecer" ao invés das "bravatas", disse especialista em agronegócio à Sputnik Brasil.

O posicionamento da diplomacia brasileira de apoio aos Estados Unidos no caso do assassinato do general Qassem Soleimani, morto em um bombardeio ordenado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, gera especulações de possíveis represálias comerciais por parte de Teerã ao Brasil.
Perder uma fatia desse mercado causaria impacto nas exportações brasileiras. O Irã é hoje o 4º maior comprador de alimentos do Brasil, com gastos de US$ 2,2 bilhões no ano passado, principalmente milho, soja, farelo de soja, carne bovina e açúcar.
Para o especialista em agronegócio José Luiz Tejon, professor da Fundação Escola de Comércio Armando Álvares Penteado (Fecap), qualquer situação política e diplomática envolvendo o Irã é "muito sensível", por isso o  governo deveria se "preocupar mais em fazer o país e o PIB crescerem", ao invés de gastar energia com conflitos "ideológicos" e que não interessam ao agronegócio brasileiro.

'Brasil só deveria ter uma preocupação: aumentar PIB'

"O Brasil só deveria ter uma preocupação, que é seríssima e devia nortear completamente a cabeça dos lideres brasileiros, nós temos que aumentar o PIB, hoje na ordem de 1,8 trilhão, ridículo para o tamanho de um país como o Brasil", disse Tejon.
A Argentina, que se mantém neutra na briga entre EUA e Irã, é quem poderia sair beneficiada, abocanhando parte das importações iranianas.
Negociações entre Irã e Argentina vem ocorrendo desde outubro e devem se intensificar com a ida de empresários argentinos, a maioria de setor agropecuário, para Teerã. A missão é coordenada pelo Bripaem, bloco composto por sete países da América do Sul, incluindo o Brasil.
Segundo Tejon, o comportamento brasileiro gera "desconfiança do cliente [Irã] com relação ao que o fornecedor pode fazer [Brasil]".
"O governo iraniano, quando o governo brasileiro se posiciona a lado de seu maior inimigo, os Estados Unidos, fica preocupadíssimo. Espero que o Brasil não faça isso, mas já houve embargos de comida na história da humanidade. O governo está dominado pelo Trump, daqui a pouco poder ter um embargo americano e o Brasil entra junto, o que seria uma aberração", disse o jornalista e publicitário.

'Argentina está aqui do lado'

"Em contrapartida, a Argentina está aqui do lado, ela que também foi desnecessariamente desafiada por razões ideológicas pelo Brasil, com a economia numa encrenca e precisando ir atrás de negócios", acrescentou.
Com preocupação, o professor lembrou que o Brasil sedia entre 4 e 6 de fevereiro, em Brasília, uma reunião do Grupo de Trabalho sobre Questões Humanitárias e de Refugiados, que tem como uma de suas pautas buscar um maior isolamento comercial do Irã.
"É absolutamente impertinente, desnecessário e intolerável o Brasil ficar falando gracinhas e colocar em risco negócios", criticou Tejon. Para ele, o governo brasileiro tem uma "paixão esquisita" pelos EUA, pois apresenta saldo comercial desfavorável com o país, enquanto a "conta com chineses, asiáticos e islâmicos é positiva".

'Uma coisa é o Trump, outra é o Brasil'

"Uma coisa é o Trump, dono de uma economia de 20 trilhões de dólares, arrotar para o mundo. Outra coisa é o Brasil, que precisa crescer, precisa dobrar o tamanho de seu agronegócio, precisa arrumar cliente e de mercados internacionais", disse Tejon.
Apesar das críticas, ele acredita que o agronegócio brasileiro não é "facilmente substituível" e o "bom senso prevalecerá", e não "bravas estúpidas".
"Se analisarmos todo a vida pré-eleitoral e o ano de 2019, é um fala fala, mas no fundo acaba prevalecendo o bom senso", ponderou.

'Trabalho hercúleo' da ministra Tereza Cristina

Segundo ele, grande parte desse pragmatismo se deve ao "trabalho hercúleo" da ministra da Agricultura, Tereza Cristina.
"Ela tem sido uma tremenda diplomata, apagado uma série de focos incendiários", disse o professor sobre série de viagens internacionais que a ministra tem feito para abrir mercados ao Brasil.
Para ilustrar seu posicionamento, José Luiz Tejon finaliza com uma corruptela de um verso do escritor português Luís de Camões.
“Quem faz a guerra, não faz o comércio”, disse.
O verso original, de Os Lusíadas, é “quem não quer comércio, busca a guerra”.
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terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

A nova Guerra Fria: submarinos equipados de mísseis nucleares - Paul Sonne (WP)

A Guerra Fria está de volta, definitivamente...

U.S. military arms its submarines with new ‘low-yield’ nuclear warheads


The U.S. military created the new warhead now fielded on Ohio-class submarines with Trident ballistic missiles by modifying a larger-yield W76-1 warhead. (Lt. Rebecca Rebarich/U.S. Navy/AP)
The U.S. military created the new warhead now fielded on Ohio-class submarines with Trident ballistic missiles by modifying a larger-yield W76-1 warhead. (Lt. Rebecca Rebarich/U.S. Navy/AP)
The U.S. military has put low-yield nuclear warheads into operation on submarines, citing the need to deter a limited nuclear attack by Russia with similarly small warheads in a scenario that worries Pentagon planners.
In a statement released Tuesday, Undersecretary of Defense for Policy John C. Rood confirmed that the W76-2 low-yield warhead had been fielded on submarine-launched ballistic missiles. The introduction of the warhead on Ohio-class nuclear submarines marks the first time the U.S. military has armed underwater vessels with warheads that can explode at such small yields since the George H.W. Bush administration.

The move comes over the objections of top Democrats and antinuclear advocates who have called it dangerous.
Rood said the W76-2 strengthens deterrence against adversaries and gives the United States a low-yield option that is more survivable in the event of a nuclear war. The U.S. military already possesses a low-yield option in the B61 gravity bomb, but that warhead and its variants can be launched only from aircraft, which the Pentagon believes could be stymied by sophisticated Russian air defenses.
The introduction of the W76-2 on American submarines, planned since the beginning of the Trump administration, “demonstrates to potential adversaries that there is no advantage to limited nuclear employment because the United States can credibly and decisively respond to any threat scenario,” Rood said.
In a review of nuclear policy overseen by then-Defense Secretary Jim Mattis, the Pentagon determined that there was a gap in U.S. nuclear capabilities vis-a-vis Russia.
Officials argued that Russia could employ one of its many small nuclear weapons in a limited attack against an American ally, potentially forcing the United States to choose between responding with a high-yield strategic nuclear warhead, all but guaranteeing full-scale nuclear war, or returning fire with a conventional weapon, risking embarrassment or defeat. The Pentagon refers to this strategy, which it has attributed to Russia, as “escalate to de-escalate” or “escalate to win.”
Top Russian officials have denied such a strategy exists. They have said Russian nuclear doctrine calls for the use of nuclear weapons only when one is used first by an adversary against Russia or its allies, or when the use of conventional weapons against Russia puts the state at risk. Russian President Vladi­mir Putin has said Russia doesn’t envision conducting a preemptive strike with nuclear weapons.
Current and former U.S. officials, however, argue that Russian writings on nuclear doctrine and exercises demonstrate the existence of an “escalate to de-escalate” strategy, which could back the United States into a corner if the U.S. military lacks weaponry to respond in a like-for-like manner.
“It’s necessary to have this capability to close a gap in the credibility of our deterrence, because you have to put yourself in the mind not of some nuclear disarmament advocate but of a Russian general or the Kremlin,” said Tim Morrison, a senior fellow at the Hudson Institute and former senior director for weapons of mass destruction on the National Security Council under President Trump.
“If they think the use of a very low-yield nuclear weapon by Russia would not credibly be responded to by the United States with a higher-yield weapon, because it would be disproportionate, you have created a gap in your deterrence that the administration is trying to close,” Morrison said.
The U.S. military created the new warhead now fielded on Ohio-class submarines with Trident ballistic missiles by modifying a larger-yield W76-1 warhead.
Official U.S. nuclear-warhead yields remain classified, but experts estimate that the new W76-2 would explode with a yield of about 6.5 kilotons, whereas the full-size W76-1 explodes with a yield of roughly 90 kilotons. By comparison, the warheads the U.S. military used on Hiroshima and Nagasaki, Japan, in 1945 exploded with about 15 and 20 kilotons of force, respectively.
Critics have said the introduction of the low-yield warhead on submarines could potentially confuse an adversary, who in the event of a launch might think it’s a high-yield attack.
“Mixing these indistinguishable low-yield weapons alongside high-yield warheads creates ambiguity and could lead to a massive escalation,” said Andy Weber, former assistant secretary of defense for nuclear, chemical and biological defense programs during the Obama administration.
In 2018, then-California Gov. Jerry Brown (D) and prominent former U.S. officials wrote to the Senate majority leader describing the W76-2 as a gateway to nuclear catastrophe.
The letter — signed by 32 people, including former secretary of state George Shultz and former defense secretary William Perry — called the rationale for the low-yield warheads a “false narrative.”
The officials said the introduction of the warheads was based on a “mistaken and dangerous belief” that it would be possible to prevent a limited nuclear exchange between Russia and the United States from escalating into an uncontrollable nuclear war. They also said the Pentagon already has low-yield options, making the addition unnecessary.
“Ultimately, the greatest concern about the proposed low-yield Trident warhead is that the president might feel less restrained about using it in a crisis,” the letter said. “When it comes to using a nuclear weapon, restraint is a good thing.”
At the time, Mattis issued a rebuttal, calling the move a modest adjustment necessary because of developments in Russian doctrine, exercises and capabilities.
“Let me be clear, any decision to employ nuclear weapons would be the most difficult decision a President has to make,” Mattis wrote. “This Administration, like the ones before it, has said that nuclear weapons would be employed only in extreme circumstances to protect our vital interests and those of our allies and partners.”

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SECNAV Modly Wants Navy ‘All Ahead Full’ on Hypersonic Weapons in 2020
Ben Warner | USNI News
The Navy will focus in 2020 on developing hypersonic weapons at breakneck speed, with testing to occur throughout the year, Acting Secretary of the Navy Thomas Modly said Friday in a message to the fleet. Modly’s memo, SECNAV Vectors 9, likens the need to develop hypersonic weapons today to 1957, when the Soviet Union launched the first satellite, Sputnik. The U.S. scrambled to respond to the new reality: the Soviet Union was in space, and the U.S. was not. “The bottom line is that our Navy and Marine Corps team will need to move forward together, reaping the keen intellects and experiences of everyone onboard today in order to fully leverage the full potential of these new weapons in the future,” Modly wrote. Two years ago, Russia claimed to have already deployed hypersonic missile systems in the south of the country, according to media reports of Russian President Vladimir Putin’s March 2018 State of Russia address. The Navy is leading the current U.S. military effort to develop hypersonic weapons. This spring, Modly said, the Navy plans to demonstrate the Navy-designed Hypersonic Glide Body. Hypersonic launcher testing will occur throughout the year. 
 
US Military Invests in New Weapon to Defeat Hypersonic Missiles as Russia Upgrades its Arsenal
Tom O’Connor | Newsweek
The United States has contracted a leading defense manufacturer to develop a new weapon capable of thwarting hypersonic missiles such as those Russia just added to its own growing arsenal of weapons it claims are too fast to be fought. The Defense Advanced Research Projects Agency (DARPA) awarded aerospace and defense company Northrop Grumman a $13 million contract Tuesday for work on its Glide Breaker program. The program is described by DARPA as having begun in 2018 “to develop and demonstrate technologies to enable defense against hypersonic systems” and the Pentagon said the new contract would provide investment to acquire such capabilities. The U.S. has raced to build both hypersonic offense and defense as Russia and China have deployed missiles they boasted could travel more than five times the speed of sound. Meanwhile, Moscow's defense systems reportedly gained a new hypersonic asset. The mobile, medium-range Pantsir, known to the U.S.-led NATO Western military as “SA-22 Greyhound,” is designed to take out both missiles and aircraft. The platform has been deployed at home and abroad, including in warzones like Syria, where Slugin said it “proved to be effective” when engaging moving jihadi targets. A Pentagon spokesperson told Newsweek in November that the decision by Washington's rivals to weaponize hypersonic technology “has created a warfighting asymmetry that we must address” and, less than a month later, the Pentagon awarded Lockheed Martin a nearly $1 billion contract to develop a hypersonic air-to-surface missile called the AGM-183A Air-Launched Rapid Response Weapon.

RFI repercute Le Monde sobre o Itamaraty olavo-bolsonarista

Diplomatas são perseguidos por Bolsonaro, denuncia jornal Le Monde


Diplomatas brasileiros afirmam serem vítimas de um clima de "caça às bruxas" e uma "perseguição ideológica"
Diplomatas brasileiros afirmam serem vítimas de um clima de "caça às bruxas" e uma "perseguição ideológica"  Reprodução / Le Monde

O texto começa lembrando da tradição diplomática do país, com representações em 222 países. "O Brasil possui o oitavo serviço diplomático mais importante do planeta", explica a reportagem, ressaltando que a presença do Itamaraty no mundo ultrapassa nações como Itália, Espanha ou Reino Unido. 
Além disso, a diplomacia brasileira é formada por profissionais altamente qualificados, aponta o jornal. Quase sempre trilíngues, eles são formados no Instituto Rio Branco, após passarem “um dos concursos mais difíceis do país, com 6.400 candidatos para 20 vagas em 2019”, detalha o jornalista. 
No entanto, ressalta o jornal, o Itamaraty "se tornou um alvo para Jair Bolsonaro". O presidente é apresentado pelo Le Monde como um "modesto capitão da reserva, que despreza o que considera uma ‘aristocracia’ orgulhosa e letrada". Para completar, continua o correspondente, a diplomacia seria “um ninho de partidários da esquerda”, marcado por uma “ideologia marxista”, diz o texto, citando uma declaração de Eduardo Bolsonaro. 

Caça às bruxas
"Desde que a extrema direita de Jair Bolsonaro está no poder, qualquer um que desenvolva um pensamento crítico é punido”, desabafa um diplomata entrevistado pelo jornal francês. “Vivemos um clima de caça às bruxas", denuncia o funcionário do alto escalão do ministério das Relações Exteriores, que preferiu manter o anonimato. 
Para as fontes ouvidas, existe uma tentativa de “destruir o ministério”. Em apenas um ano, cinco embaixadas brasileiras foram fechadas no Caribe e outras duas ou três devem deixar de funcionar na África, contabiliza o correspondente.
Segundo diplomatas entrevistados, uma verdadeira “perseguição ideológica” está acontecendo nesse momento no Itamaraty, visando, principalmente, aqueles que integraram a diplomacia durante as gestões de Lula e Dilma. Os funcionários indesejáveis são geralmente mandados para bases menos importantes e quase sempre substituídos por nomes menos experientes, aponta o texto. 
Um exemplo citado é o do diplomata Paulo Roberto de Almeida, ex-diretor do Instituto de Pesquisas em Relações Internacionais (IPRI), que foi transferido para cuidar dos arquivos do ministério. “Não me deram nenhuma função exata, então eu me ocupo como posso, lendo e escrevendo”, confessa o funcionário, que também teve seu salário reduzido.
Para Almeida, trata-se de uma estratégia de “intimidação”, que ninguém ousa denunciar. “Os corredores estão vazios. As pessoas se trancam em suas salas. A casa ficou silenciosa”, afirma. Outro diplomata diz que tem aumentado o número de casos de depressão entre seus colegas. 
O texto aponta que essa "ofensiva" é liderada pelo chanceler Ernesto Araújo, personagem atípico, capaz de citar Proust e uma réplica de telenovela no mesmo discurso, ironiza o correspondente. E enumera as mudanças de posição da diplomacia brasileira desde o início do novo governo, como o desengajamento na Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), a nova postura sobre as questões climáticas, ou ainda o abandono das pautas ligadas à defesa dos direitos humanos, bloqueando discussões sobre imigração, gênero e direito ao aborto. 

Na contramão de Washington?
O embaixador do Brasil em Paris, Luís Fernando Serra, ouvido pelo Le Monde, defende a nova estratégia do Itamaraty e fala de um simples “reequilíbrio”. Segundo ele, o país apenas abandonou, entre outras coisas, o “desalinhamento automático com os Estados Unidos” que primava nas gestões anteriores. O representante brasileiro na capital francesa diz que, com Bolsonaro, o país vive agora “uma diplomacia pragmática e aberta”, que não se submete a Washington, mas também não renuncia à Europa”. 
Mas para o professor de relações internacionais da Universidade de Harvard, Hussein Kalout, o que acontece nesse momento vai além de um simples reequilíbrio. “Há um ano, o alinhamento com Washington é total e incondicional”, afirma, citando como exemplo o voto de Brasília contra o fim de embargo americano em Cuba ou o apoio de Bolsonaro ao assassinato do general iraniano Soleimani. 
“O patrimônio nacional está sendo dilapidado”, insiste um dos diplomatas ouvidos. “Nosso país não é um líder natural, como a França ou os Estados Unidos. Nossa influência é relativa e teve que ser conquistada. Uma hora vamos acordar desse pesadelo e vamos nos dar conta que o soft power brasileiro desapareceu”, desabafa.