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domingo, 4 de dezembro de 2011

E agora, apertem os cintos: a aterrisagem será dura...

Estaria a China a ponto de quebrar?
Sim, quero me referir  à possibilidade de que a China faça, não um pouso suave, mas aquilo que os americanos chamam de "crash landing", uma queda brutal, o que afetaria a tudo e a todos, indiscutivelmente. 
Eu costumo dizer que a China ainda não é uma locomotiva mundial, e que ela ainda não tem a capacidade de liderar o mundo econômico, e que seu único impacto mundial seria sob a forma de uma "disruption", ou seja, um fator perturbador, mais do que um fator de ruptura positiva para algo que possa consolidar a economia mundial. A China é um elefante na loja de louças, que durante mais de dez anos desempenhou um papel eminentemente positivo na economia mundial: destruindo empregos industriais no resto do mundo, mas obrigando os países avançados a avançarem na escala tecnológica e provocando um efeito deflacionista sobre os preços das principais manufaturas intercambiadas nos mercados internacionais.
Pois bem, isso agora acabou, não de vez, mas pelo menos na presente conjuntura.
Lembro-me de um desses ministros lulistas, mais lulista que o próprio, adorador do "Nosso Guia" como ele dizia, que "congratulou-se" -- termo mais besta, não é? -- com todos e cada um, quando da primeira fase da crise atual, quando os EUA aterrisaram pesadamente o seu "boeing" econômico na sequência do estouro da bolha imobiliária em 2007 e das falências bancárias de 2008.
Pois o preclaro ministro achou ótimo que a gestão lulista tivesse rompido com as negociações da Alca e diminuido a "dependência brasileira em relação aos EUA", assim disse ele, referindo-se aos fluxos de comércio bilaterais, e à crise que afetou o México em função de sua extrema concentração nos mercados americanos. "Imaginem", disse o desonesto intelectual, "se estívessemos na Alca; em lugar de uma minicrise, como estamos tendo, teríamos uma super-recessão, como está acontecendo com o México".
As palavras podem não ter sido exatamente essas, já que cito de memória, mas o sentido era claramente esse.
E ele referiu-se, uma vez mais, à tal de "nova geografia do comércio internacional", que o governo do "Nosso Guia" estaria supostamente criando, ao desviar comércio dos países desenvolvidos  -- o que era chamado de "dependência comercial", dizia o supremo idiota -- para os aliados estratégicos antihegemônicos e para os países do Sul de forma geral.
Pois é: rompendo a tal de "dependência comercial" dos países hegemônicos, os companheiros criaram uma nova dependência para a economia brasileira, desta vez representada pela China.
O Brasil NUNCA foi dependente do comércio com os EUA, e em todo caso é MUITO MAIS dependente atualmente da China do que jamais o foi dos EUA em décadas passadas, quando grande parte do nosso comércio com o gigante hemisférico era feita de manufaturas, em qualquer hipótese um comércio bem mais diversificado e positivo para o Brasil do que o que ocorre hoje com a China, com a qual mantemos uma típica relação de dependência colonial: 95% de commodities exportadas do lado brasileiro, e 95% de importações de manufaturas chinesas, que estão destruindo empregos e indústrias inteiras no Brasil.
E o "Nosso Guia", genial condutor dos povos, ainda cometeu a idiotice de propor acordo de livre comércio e intercâmbio "em moedas nacionais" com os chineses, o que faria o Brasil recuar mais de 80 anos em sua interface comercial externa. Idiotas desse tamanho são raros na história brasileira, mas existem, acreditem.
Conseguiram implodir a Alca -- para eles um fator destruidor da indústria brasileira -- e conseguiram amarrar o Brasil a um elefante ainda mais destruidor...
Tomem crise, agora...
Paulo Roberto de Almeida 


China Hard Landing Possible; Impact ‘Devastating’: Faber
Supervising Digital Editor
CNBC Asia, Friday, 2 Dec 2011 | 2:14 AM ET

A hard landing for China will have a major negative impact on global commodities and risk currencies, says Marc Faber, the editor of The Gloom, Boom & Doom report, who adds that he is more worried about a Chinese economic downturn than a recession in Europe.
Faber, whose investment portfolio is concentrated in Asia, believes a Chinese slowdown is already under way.
"The (Chinese) economy consists of many sectors and I think some sectors are already probably in a recession," Faber said to CNBC on Friday in a phone interview. "I think growth will be much lower and it is possible that we could have a hard landing with no growth at all."
Faber, who correctly predicted the 1987 stock market crash and more recently forecast the stock market correction in August, says China's economy depends largely on capital spending, which tends to be volatile and has a strong multiplier effect on the economy.
While a recession in Europe could mean a gross domestic production contraction of 1-2 percent, he expects a shrinking Chinese economy to have a more widespread impact globally.
The commodities market, in particular, will bear the brunt of a China economic deceleration, said Faber. "If the Chinese economy grows at 10 percent, or 5 percent or no growth, it has a huge impact on iron ore, copper, nickel, anything. “
"It will have on the global economy a devastating impact via the resource producers of the world, whether it's Brazil or Australia or the Middle East or Africa," Faber added.
When asked about investor Jim Rogers' view that commodities will continue to do well in the long-run, in spite of a China slowdown, Faber said: "If I was always bullish about commodities and completely missed out on the crash in 2008, then obviously, having tied essentially my reputation to commodities, I'd continue to be bullish." Read Rogers' rebuttal here.
Still, Faber says gold [XAU=  1745.66    -0.43  (-0.02%)   ] should get some support over the near-to-medium term as he expects central banks in Europe and the U.S. to print more money to prop up their economies. As such, he advises investors to steer clear of the Australian dollar [AUD=  1.0211    0.0014  (+0.14%)   ], the Canadian dollar [CAD=  1.0192    0.0001  (+0.01%)   ] and resources stocks.
Faber says he is staying well diversified with his portfolio divided equally in four parts between gold, real estate, stocks, and cash and bonds. He adds that he is keeping cash on hand to scoop up assets should markets correct further.

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