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terça-feira, 15 de julho de 2014

Venezuela: ditadura chavista aprofunda a repressao politica

Chego a sentir vergonha pelo Mercosul, pelo meu país...

Paulo Roberto de Almeida  


América Latina

Venezuela: ex-deputada é acusada de incentivar violência 

Com mandato cassado, opositora María Corina Machado não pode deixar o país

A ex-deputada venezuelana María Corina Machado
A ex-deputada venezuelana María Corina Machado (Sérgio Lima/Folhapress)
A ex-deputada opositora María Corina Machado afirmou nesta segunda-feira que foi acusada pelo Ministério Público da Venezuela de instigação à violência durante os protestos que estouraram no país em fevereiro.A acusação foi divulgada depois que a política compareceu ao Palácio da Justiça, em Caracas, para conhecer as razões de ter sido proibida pela Justiça de deixar o país, medida imposta no final de junho. 
O Judiciário, controlado pelo Executivo chavista, já usou o mesmo tipo de acusação para intimidar e prender o opositor Leopoldo López, outra figura destacada entre os adversário so chavismo. A imputação desse tipo de crime para silenciar a oposição já provocou protestos de organizações de defesa dos direitos humanos, como a Anistia Internacional. 
Logo depois de divulgar o caso em sua conta no Twitter, María Corina acusou o presidente da Assembleia Nacional, o chavista Diosdado Cabello, de estar por trás do seu indiciamento e da proibição de viajar. Foi justamente Cabello que divulgou publicamente no final de junho que a ex-deputada não poderia deixar o país por causa de investigações relacionadas ao protesto de 12 de fevereiro, o primeiro da onda que sacudiu a Venezuela pelos meses seguintes. 
Nesta segunda-feira, Corina voltou a apontar que a divulgação do inquérito por parte de Cabello foi "ilegal e inconstitucional", já que esse tipo de investigação é sigilosa. Sua defesa disse ainda que o presidente da Casa soube da decisão antes mesmo da notificação dos interessados. A ex-deputada também disse que não existe nenhum risco de ela fugir do país. 
Um dos homens fortes do chavismo, Cabello já havia articulado a cassação da deputada, em abril, após María Corina ter tentado proferir um discurso na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA) em que denunciaria as violações de direitos humanos na Venezuela. Os chavistas também já acusaram a ex-deputada de participação em um plano mirabolante paraassassinar o presidente do país, Nicolás Maduro.

Os estragos do chavismo na Venezuela

Hugo Chávez chegou ao poder na Venezuela em fevereiro de 1999 e, ao longo de catorze anos, criou gigantescos desequilíbrios econômicos, acabou com a independência das instituições e deixou um legado problemático para seu sucessor. Nicolás Maduro assumiu o poder em 2013 e está dando continuidade aos erros do coronel. Confira:

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Criminalidade alta

A criminalidade disparou na Venezuela ao longo dos 14 anos de governo Chávez. Em 1999, quando se elegeu, o país registrava cerca de 6 000 mortes por ano, a uma taxa de 25 por 100 000 habitantes, maior que a do Iraque e semelhante à do Brasil, que já é considerada elevada. Segundo a ONG Observatório Venezuelano de Violência (OVV), em 2011, foram cometidos 20 000 assassinatos do país, em um índice de 67 homicídios por 100.000 habitantes. Em 2013, foram mortas na Venezuela quase 25 000 pessoas, cinco vezes mais do que em 1998, quando Hugo Chávez foi eleito. 
Apesar de rica em petróleo, a Venezuela é o país com a terceira maior taxa de homicídios do mundo, atrás de Honduras e El Salvador. Entre as razões para tanto está a baixa proporção de criminosos presos. Enquanto no Brasil a média é de 274 presos para cada 100 000 habitantes, na Venezuela o índice está em 161. De acordo com uma ONG que promove os direitos humanos na Venezuela, a Cofavic, em 96% dos casos de homicídio os responsáveis pelos crimes não são condenados. 

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