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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

domingo, 27 de julho de 2014

Eleicoes 2014: politica externa vira tema polemico na campanha presidencial

Normalmente, isso não ocorreria. A política externa geralmente é considerada desimportante, por todos os candidatos, e não merece sequer menções nos programas e plataformas. No máximo algumas linhas dentro do "trivial costumeiro", o que sempre foi o caso nas ocasiões anteriores.
De fato, se considerarmos a magnitude dos problemas que temos hoje na frente interna, a política externa realmente não tem importância. Todos os nossos problemas, repito TODOS, são "made in Brazil", e precisam de respostas internas para superá-los. O mundo tem sido extremamente generoso para com o Brasil, mantendo altos picos nos preços das commodities exportadas, e assim compensando os enormes prejuízos numa balança de manufaturados que só apresenta déficits por que nossas indústrias perderam totalmente a competitividade, seja nos mercados externos, seja no interno.
Mas isso se deve a políticas brasileiras, não só à competição de produtos estrangeiros, invasão chinesa, dumping desleal. Nossos problemas estão aqui mesmo, e eles são conhecidos dos empresários.
Essa questão da guerra entre Israel e o Hamas não é um problema nosso, e sim multilateral, ou regional, como quiserem, mas nós não precisaríamos ter criado um problema para nós mesmos. Não o fizemos em relação a outras questões mais graves, porque o faríamos agora, além das simples declarações humanitárias habituais?
Enfim, fica o registro, e o material abaixo, apenas como informação. Talvez sirva de reflexão, mas duvido muito. É mais provável que a opinião se divida entre os partidários da atual política externa, e portanto hostis a Israel e simpáticos aos palestinos, e os opositores da diplomacia partidária, que não são necessariamente amigos de Israel, apenas defensores de nossa tradicional política externa...
Paulo Roberto de Almeida

Política

G1, 26 de Julho de 2014 - 17:23 
  Aécio diz que governo "se precipitou" sobre violência na Faixa de Gaza
Aécio diz que governo "se precipitou" sobre violência na Faixa de Gaza O senador Aécio Neves acompanhado do governador Geraldo Alckmin, que tenta a reeleição, e José Serra, candidato ao Senado pelo PSDB, em visita ao Parque da Juventude (Foto: Mariana Lenharo / G1) Clique para ampliar a imagem
Candidato do PSDB criticou atuação da diplomacia brasileira no episódio.
Brasil retirou embaixador de Israel e abriu crise entre autoridades dos países.


O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, criticou neste sábado (26) a atuação da diplomacia brasileira após a ofensiva de Israel que aumentou a violência na Faixa de Gaza. Para o tucano, o governo brasileiro "se precipitou" no episódio.

Aécio Neves falou sobre o tema após participar de ato de campanha na capital paulista ao lado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que tenta reeleição, e do candidato ao Senado por São Paulo pelo PSDB, José Serra.

Na manhã deste sábado, eles caminharam pelo Parque da Juventude, na zona norte de São Paulo, local que antes abrigava o presídio do Carandiru, e também visitaram a Biblioteca de São Paulo, que fica dentro do parque. Em seguida, foram até a III Feira de Tecnológica da Zona Leste, em Itaquera, iniciativa liderada pela Obra Social Dom Bosco.

Na última quarta (23), o governo brasileiro classificou de "inaceitável" a escalada da violência, considerou "desproporcional" a força usada por Israel e chamou o embaixador em Tel Aviv "para consulta", o que abriu uma crise diplomática.

Depois, o jornal "The Jerusalem Post" publicou reportagem na qual o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Yigal Palmor, questionou a retirada do embaixador e chamou o Brasil de "anão diplomático". Em reação, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, afirmou que, se existe algum "anão diplomático", o Brasil não é um deles.
Para Aécio Neves, o governo brasileiro deveriater dado uma "palavra mais clara de convocação ao cessar-fogo".

"O Brasil sempre se caracterizou por ter uma política externa de equilíbrio e isso deve retornar a conduzir nossas ações. Em relação a essa última posição , acho que faltou equilíbrio.

Temos que condenar o uso excessivo de força de Israel, mas também temos que condenar as ações do Hamas com lançamento sucessivo de foguetes. Faltou uma palavra mais clara de convocação ao cessar-fogo. O Brasil se precipitou, ao meu ver", afirmou o candidato tucano.

Para ele, o Brasil perdeu espaço nas negociações sobre questões internacionais e também reduziu sua participação no comércio exterior.

Atuação econômica do governo
O candidato comentou ainda, durante o ato de campanha em São Paulo, análises de instituições financeiras que sugerem que a reeleição da presidente Dilma Rousseff poderá prejudicar a economia. O Santander chegou a pedir desculpas pelo episódio.

"Essas avaliações apontam para a mesma direção: o fracasso da política econômica da atual presidente da república." Para Aécio, a situação mostra que Dilma "perdeu a capacidade de gerar expectativas positivas" no mercado financeiro.

"Existe algo quando se fala de economia que é essencial: a expectativa. O atual governo perdeu a capacidade de gerar expectativas positivas, o que prejudica o crescimento", disse o tucano. "Vizinhos nossos, economias muito menos complexas e estruturadas que a nossa, vão crescer mais do que nós crescemos. O governo da presidente Dilma fracassou e eu concordo com a maioria dessas análises: mais quatro anos do atual governo do PT significa mais quatro anos de baixíssimo crescimento", completou

Fonte: Portal G1

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