O assessor para Assuntos Internacionais da presidente Dilma Rousseff disse que o Brasil"não busca a 'relevância' que a chancelaria israelense tem ganhado nos últimos anos". Em artigo para o "Opera Mundi", Marco Aurélio Garcia rebateu a declaração do porta-voz da chancelaria israelense, Yigal Palmor, de que o Brasil seria "irrelevante politicamente". Para Marco Aurélio, o Brasil busca "menos ainda a 'relevância' militar que está sendo exibida vis-à-vis populações indefesas".
Na quarta (23), o Itamaraty divulgou uma nota condenando Israel pelo número elevado de mortes de civis no conflito na faixa de Gaza, sem fazer menção ao Hamas, o que provocou a declaração de Palmor e uma nota de condenação do Ministério das Relações Exteriores de Israel.
"Como temos posições claras sobre a situação do Oriente Médio -reconhecimento do direito de Israel e Palestina a viverem em paz e segurança- temos sido igualmente claros na condenação de toda ação terrorista, parta ela de grupos fundamentalistas ou de organizações estatais", diz Marco Aurélio.
O assessor diz também que os palestinos vivem em situação de "virtual apartheid" e que o conflito entre Hamas e Israel é de "alcance global" porque "ameaça a paz mundial".
Marco Aurélio Garcia disse ser "preocupante que os acontecimentos atuais na Palestina sirvam de estímulo para intoleráveis manifestações antissemitas, como têm ocorrido em algumas partes, felizmente não aqui no Brasil".
Ele relembra ainda o Holocausto e diz que "antissemitismo não pode ser um álibi que justifique o massacre atual na Faixa de Gaza".
FLÁVIA FOREQUE
O assessor da Presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, minimizou as declarações de porta-voz de Israel, que qualificou o Brasil como "um anão diplomático" e lembrou o desempenho da seleção na Copa do Mundo.
Em entrevista ao Jornal Nacional, Yigal Palmor afirmou que "desproporcional" é perder de 7 a 1, em referência ao jogo entre Brasil e Alemanha. A mesma palavra havia sido utilizada em nota do Itamaraty sobre o uso da força por Israel contra palestinos.
Questionado nesta sexta-feira (25) sobre as declarações do porta-voz, Marco Aurélio Garcia afirmou a jornalistas que não iria comentar. "Ele é um sub do sub do sub do sub", disse. Perguntado se as declarações foram deselegantes, respondeu: "Não sou especialista em elegância".
Ainda ontem, o chanceler Luiz Alberto Figueiredo buscou acalmar os ânimos. "Nós jamais contestamos o direito de Israel de se defender, o que contestamos é a desproporcionalidade", afirmou.
O impasse teve início após o Itamaraty divulgar nota apontando como "inaceitável a escalada de violência entre Israel e Palestina". Não há menção a ataques palestinos, ao contrário de manifestações anteriores.
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