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sexta-feira, 25 de julho de 2014

Desproporcional pode ser o 7 a 1; se Israel nao tivesse anti-misseis a proporcionalidade de mortos seria aceitavel para o Brasil?

Cabe a pergunta: os milhares de foguetes poderiam, teoricamente, matar tantos israelenses quantos são os habitantes de Gaza vítimas do conflito, se não fosse pelo Iron Dome; essa "proporcionalidade" seria aceitável para o Brasil?
Paulo Roberto de Almeida 

Porta-voz de Israel reage e afirma que desproporcional é 7 a 1
Governo brasileiro disse que ação de Israel em Gaza é desproporcional. Porta-voz respondeu com referência à goleada que Brasil sofreu na Copa.
24/07/2014 21h30 - Atualizado em 24/07/2014 22h10
Do G1, em Brasília

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor, rebateu ementrevista ao Jornal Nacional, exibida na noite desta quinta-feira (24), as críticas feitas pelo governo brasileiro de uso "desproporcional" da força israelense na Faixa de Gaza.

Ele ironizou a declaração do Brasil e fez referência à derrota sofrida pela seleção brasileira por 7 a 1 em partida contra a Alemanha na semifinal da Copa.

"A resposta de Israel é perfeitamente proporcional de acordo com a lei internacional. Isso não é futebol. No futebol, quando um jogo termina em empate, você acha proporcional e quando é 7 a 1 é desproporcional. Lamento dizer, mas não é assim na vida real e sob a lei internacional", disse Palmor.

Na quarta (23), em nota oficial, o governo brasileiro classificou de "inaceitável" a escalada da violência na Faixa de Gaza e informou que chamou o embaixador em Tel Aviv "para consulta".

A medida diplomática de convocar um embaixador é excepcional e tomada quando o governo quer demonstrar o descontentamento e avalia que a situação no outro país é de extrema gravidade.

Nesta quinta, o jornal "The Jerusalem Post" publicou reportagem na qual Yigal Palmor questiona a retirada do embaixador e chama o Brasil de "anão diplomático".

Em reação, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, afirmou que, se existe algum "anão diplomático", o Brasil não é um deles.

Há muitos contatos diplomáticos sendo feitos [sobre cessar-fogo]. Infelizmente o Brasil não faz parte. O Brasil se afastou de todos os movimentos diplomáticos ao convocar seu embaixador"
Yigal Palmor, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel

Em entrevista à TV Globo, Yigal Palmor afirmou ainda que desproporcional seria deixar "centenas de pessoas mortas nas ruas de Israel".

Quase 800 palestinos, incluindo mulheres e crianças, e mais de 30 israelenses, entre estes 29 soldados, morreram em duas semanas de ofensiva de Israel contra a Faixa de Gaza.

O porta-voz destacou que o que desequilibrou o número de mortos na guerra foi o sistema antimísseis do país.

"A única razão para não termos centenas de mortos nas ruas de Israel é termos desenvolvido um sistema antimíssil e não vamos nos desculpar por isso. Se não tivéssemos esse sistema haveria centenas de pessoas mortas nas ruas de Israel. Isso seria considerado proporcional?", questionou.

Ao ser perguntado sobre se Israel vê possibilidade de um cessar-fogo com a iniciativa de discussão liderada pelos Estados Unidos, o porta-voz voltou a alfinetar o Brasil.

"Há muitos contatos diplomáticos sendo feitos. [...] Infelizmente o Brasil não faz parte. O Brasil se afastou de todos os movimentos diplomáticos ao convocar seu embaixador. Mas há outros países envolvidos. Um dia desses vai haver um cessar-fogo. A questão é saber quantas pessoas vão pagar com suas vidas pela teimosia e extremismo do Hamas."

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