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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

996) Em defesa de Israel (simplesmente isso)

Uma acusação sólida contra certos veiculos de comunicação, ou talvez contra parte substancial da imprensa, em geral.
Alias, contra toda a esquerda, de maneira geral, e certos "intelectuais" em particular (que certamente não merecem essa designação).
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Paulo Roberto de Almeida

EM DEFESA DE ISRAEL
Pilar Rahola

Por que não vemos manifestações em Paris, ou em Londres, ou em Barcelona contra as ditaduras islâmicas? Por que não as fazem contra a ditadura birmanesa? Por que não há manifestações contra a escravidão de milhões de mulheres que vivem sem nenhum amparo legal? Por que não se manifestam contra o uso de “crianças bomba”, nos conflitos onde o Islã está envolvido? Por que nunca lideraram a luta a favor das vítimas da terrível ditadura islâmica do Sudão? Por que nunca se comoveram pelas vítimas de atos terroristas em Israel? Por que não consideram a luta contra o fanatismo islâmico, uma de suas principais causas? Por que não defendem o direito de Israel de se defender e de existir? Por que confundem a defesa da causa palestina, com a justificação do terrorismo palestino?

E a pergunta do “milhão”, por que a esquerda européia, e globalmente toda a esquerda, estão obcecadas somente em lutar contra as democracias mais sólidas do planeta, Estados Unidos e Israel, e não contra as piores ditaduras? As duas democracias mais sólidas, e as que sofreram os mais sangrentos atentados do terrorismo mundial. E a esquerda não está preocupada por isso.
E finalmente, o conceito de compromisso com a liberdade. Ouço essa expressão em todos os foros pró-palestinos europeus. “Somos a favor da liberdade dos povos”, dizem com ardor. Não é verdade. Nunca se preocuparam com a liberdade dos cidadãos da Síria, do Irã, do Yemen, do Sudão, etc. E nunca se preocuparam com a liberdade destruída dos palestinos que vivem sob o extremismo islâmico do Hamás. Somente se preocupam em usar o conceito de liberdade palestina, como míssil contra a liberdade israelense.
Uma terrível consequência decorre destas duas patologias ideológicas: a Manipulação jornalística.

Finalmente, não é menor o dano que causa a maioria da imprensa internacional. Sobre o conflito árabeisraelense NÃO SE INFORMA, SE FAZ PROPAGANDA. A maioria da imprensa, quando informa sobre Israel, viola todos os princípios do código de ética do jornalismo. E assim, qualquer ato de defesa de Israel se converte em um massacre e qualquer enfrentamento, em um genocídio. Foram ditas tantas barbaridades, que já não se pode acusar Israel de nada pior. Em paralelo, essa mesma imprensa nunca fala da ingerência do Irã ou da Síria a favor da violência contra Israel; da inculcação do fanatismo nas crianças; da corrupção generalizada na Palestina. E quando fala de vítimas, eleva à categoria de tragédia qualquer vítima palestina, e camufla, esconde ou deprecia as vítimas judias.

Termino com uma nota sobre a esquerda espanhola. Muitos são os exemplos que ilustram o anti-israelismo e o antiamericanismo que definem o DNA da esquerda global espanhola. Por exemplo, um partido de esquerda acaba de expulsar um militante, porque criou uma página de defesa de Israel na internet. Cito frases da expulsão:`Nossos amigos são os povos do Irã, Líbia e Venezuela, oprimidos pelo imperialismo. E não um estado nazista como o de Israel.` Por outro exemplo, a prefeita socialista de Ciempuzuelos mudou o dia da Shoá pelo dia da Nakba palestina, depreciando, assim, a mais de 6 milhões de judeus europeus assassinados.
Ou em minha cidade, Barcelona, o grupo socialista decidiu celebrar, durante o 60º. aniversário do Estado de Israel, uma semana de `solidariedade com o povo palestino`. Para ilustrar, convidou Leila Khaled, famosa terrorista dos anos 70, atual líder da Frente de Libertação Palestina, que é uma organização considerada terrorista pela União Européia, que defende o uso das bombas contra Israel. E etc. Este pensamento global, que faz parte do politicamente correto, impregna também o discurso do presidente Zapatero. Sua política exterior recai nos tópicos da esquerda lunática e, a respeito do Oriente Médio, sua atitude é inequivocamente pró-árabe. Estou em condições de assegurar que, em particular, Zapatero considera Israel culpado do conflito, e a política do ministro Moratinos vai nesta direção.

O fato de o presidente ter colocado uma Kefia palestina, em plena guerra do Líbano, não é um acaso. É um símbolo. A Espanha sofreu o atentado islâmico mais grave da Europa, e `Al Andalus` está na mira de todo o terrorismo islâmico. Como escrevi faz tempo, “nos mataram com celulares via satélite, conectados com a Idade Média”. E, sem dúvida, a esquerda espanhola está entre as mais anti-israelenses do planeta. E diz ser anti-israelense por solidariedade! Esta é a loucura que quero denunciar com esta conferência.

CONCLUSÃO
Não sou judia, estou vinculada ideologicamente à esquerda e sou jornalista. Por que não sou anti-israelense como a maioria de meus colegas? Porque como não judia, tenho a responsabilidade histórica de lutar contra o ódio aos judeus, e na atualidade, contra o ódio a sua pátria, Israel. A luta contra o anti-semitismo não é coisa dos judeus, é obrigação dos não judeus. Como jornalista, sou obrigada a buscar a verdade, para além dos preconceitos, das mentiras e das manipulações. E sobre Israel não se diz a verdade. E como pessoa de esquerda, que ama o progresso, sou obrigada a defender a liberdade, a cultura, a convivência, a educação cívica das crianças, todos os princípios que as Tábuas da Lei converteram em princípios universais.
Princípios que o islamismo fundamentalista destrói sistematicamente. Quer dizer, como não judia, jornalista de esquerda tenho um tríplice compromisso moral com Israel. Porque, se Israel for derrotado, serão derrotadas a modernidade, a cultura e a liberdade. A luta de Israel, ainda que o mundo não queira saber, é a luta do mundo.
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Fonte: http://www.pilarrahola.com

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Em complemento:

Em Quero é Paz!
Rodrigo Constantino

"Tudo que é necessário para o triunfo do mal é que as pessoas de bem nada façam." (Edmund Burke)

Em 1949, o cartaz para o Congresso Mundial da Paz em Paris foi impresso com uma litografia de Picasso, que eternizou a pomba como símbolo da paz. Os patrocinadores do evento, paradoxalmente, eram os assassinos de Moscou. Os objetivos dos comunistas eram basicamente dois: poderiam dispersar a atenção mundial de Moscou e das atrocidades lá cometidas por Stalin; e forçariam uma associação simplista entre comunismo e luta pela paz. Enquanto ingênuos bem intencionados levantavam cartazes pedindo paz, seus financiadores executavam milhões de inocentes atrás da cortina de ferro.

Desde então, os comunistas, sempre mais preocupados com a propaganda ideológica do que com os seres humanos, organizam passeatas em nome da paz quando surge uma oportunidade para atacar democracias liberais. No caso recente da guerra em Gaza, o PT não perdeu tempo e logo fez uma declaração de repúdio ao "terrorismo de Estado" israelense, enquanto não existem documentos do partido fazendo uma única crítica ao verdadeiro terrorismo do Hamas. O tiranete Hugo Chávez chegou a expulsar o embaixador de Israel da Venezuela. E o PSTU organizou manifestações onde bandeiras dos Estados Unidos e Israel foram queimadas por indivíduos vestindo camisetas com a foto do assassino Che Guevara estampada.

A jornalista espanhola Pilar Rahola escreveu um artigo em defesa de Israel onde perguntas inconvenientes são feitas. Apesar de não ser judia e ser de esquerda, Rahola questiona por que as manifestações "pela paz" nunca condenam ditaduras islâmicas. Ela pergunta também por que a submissão feminina no Islã nunca é alvo de manifestações no Ocidente. Ela quer saber por que essas manifestações "pacifistas" nunca têm como alvo o uso de crianças palestinas como escudos humanos ou bombas. Por fim, ela deseja saber onde estavam esses "pacifistas" quando a ditadura islâmica exterminava milhares de vítimas no Sudão. Pilar deixa no ar a sua pergunta do "milhão": por que a esquerda européia, e globalmente toda a esquerda, estão obcecadas somente em lutar contra as democracias mais sólidas do planeta, Estados Unidos e Israel, e não contra as piores ditaduras? O silêncio diante dessa questão é uma confissão de hipocrisia da esquerda mundial.

Os "pacifistas" costumam sempre pregar a saída diplomática para os problemas geopolíticos. Vestidos com a causa pacifista, os comunistas franceses exortaram os trabalhadores das fábricas de armamento a sabotarem seu trabalho e pressionaram os soldados a desertarem, quando os exércitos nazistas estavam a poucas semanas de ocupar Paris. Quando o inimigo despreza a razão e luta por uma causa fanática, a diplomacia é totalmente ineficaz. Conversar com Bin Laden, Hitler, Stalin ou Ahmadinejad não rende bons frutos. Com terroristas não se negocia, é o lema da polícia americana. Mas os "pacifistas" não querem debater os meios mais eficazes para manter a paz. Eles desejam apenas monopolizar o fim, ou seja, posar de únicos defensores verdadeiros da paz.

Muitos "pacifistas" usam Gandhi como suposta prova de que a reação pacífica pode ser o caminho certo. Ignoram que do outro lado estava a Inglaterra, com uma população mais esclarecida e sujeita aos apelos populares. Fosse um Hitler ou Stalin, Gandhi seria apenas mais um mártir morto sem bons resultados. Para quem duvida, basta ver o destino do Tibete. Os monges que seguem Dalai Lama não passam de escravos da ditadura comunista chinesa. Gandhi teria alertado: "olho por olho e a humanidade acabará cega". Creio que faltou mencionar algo alternativo: "olho por nada e uma parte da humanidade acabará cega; a parte inocente". Como bem colocou George Orwell, o jeito mais fácil de acabar com uma guerra é perdê-la.

Não quero ser mal compreendido. Odeio violência com todas as minhas forças. Acho que seu uso é um último recurso, após o fracasso de todas as alternativas. Porém, não vou sucumbir ao mundo das fantasias, dissociado da realidade. Em certas ocasiões, lidando com certas pessoas, não existe outra opção que não a reação dura ou mesmo violenta. Ninguém vai oferecer rosas para um estuprador na iminência de um estupro. Não é razoável achar que há chance de diálogo com quem mata crianças deliberadamente em nome de sua causa. Chega a ser infantil afirmar que a educação sozinha faria um animal que pratica genocídio virar um bom samaritano. O mundo real não é tão belo. Frutos podres existem e as causas são variadas. Quem não ataca as conseqüências dos atos bárbaros desses indivíduos está pedindo para viver num mundo caótico, sob o domínio do mal. Por mais chocante que isso possa parecer, talvez seja exatamente o que muitos "pacifistas" desejam. Não passam de misantropos disfarçados. Finalizo com o alerta sábio de Schopenhauer: "Quem espera que o diabo ande pelo mundo com chifres será sempre sua presa".

4 comentários:

Maria do Espírito Santo disse...

Como sempre, "as aparências enganam aos que gelam e aos que inflamam".
Os esquerdofrênicos imediatistas defendem "as vidas das criancinhas, pobres mulheres e velhinhos" na Faixa de Gaza e culpam Israel absolutamente.
Pensar o processo inteiro, os inúmeros conflitos (1948, 1956 e tantas outras datas) e pensar também que motivos e objetivos anômalos subjazem a esses renovados conflitos dá muito trabalho às mentes panfletárias e restaqueras, agora sem trema.
Assim como Pilar, não sou judia, e assim como ela, tento ser lúcida.
Entre ideologias e verdades há uma longa distância e a distinção entre elas passa, sem dúvida, pela Faixa de Gaza.

Anônimo disse...

É simplesmente mentira que a "esquerda européia" não se preocupe com genocídios e mutilações. Protesta-se contra Israel porque é útil: protestar contra o Irã, que não é apoiado pelos EUA e não tem opinião pública, é inútil.

O tal Estado moderno, democrático e de direito, não pode, a pretexto de combater os monstros, se tornar um deles. É essa a distinção. Ou nós brasileiros deveríamos achar OK o exército explodir aleatoriamente favelas sob a alegação de que ali se abrigam 'terroristas'? Chama-se 'responsabilidade coletiva' sair destruindo prédios a esmo em Gaza e informando por linhas tortas que, enquanto não terminar o Hamas, continuarão morrendo 100 palestinos aleatórios para cada judeu morto.

O que ocorre é que a esquerda que protesta, em vez de explodir escolas, numa coisa não concorda com o segundo autor: acredita que há chance de diálogo com quem mata criancinhas deliberadamente.

Anônimo disse...

Você foi, infelizmente, seduzida e manipulada pela mídia. Vá morar em Israel por meio ano, e mais meio ano em qualquer país que quer destruí-lo. Você vai mudar drasticamente de opinião.

Anônimo disse...

Partindo de premissas como "A Democracia é uma valor em si mesmo" e o "Semita é a mesma coisa que Sionista", eu concordo plenamente com todos os textos. A esquerdalha seria um bando de idiotas, e muitos de fato o são. Agora, essa idéia do mundo de Veja, de que uma das maiores democracias está sendo aviltada pela violência, é no mínimo risível. Qualquer pessoa mais ou menos inteligente deveria saber que Democracia só existe com exclusão social, de escravos, de etnias, de povos exógenos ao território dominante. Isso só vai existir num mundo sem pobreza alguma. E exclusão, em geral, gera violência.
Esse raciocínio é bem óbvio e não precisa ser nem de direita nem de esquerda para se fazer.