EMERGENCY POD: Sester on Biden's Electric Curtain
The IRA was the carrot. Here comes the stick.
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Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
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A QUESTÃO PALESTINA
Rubens Barbosa
O Estado de S. Paulo, 13/02/2024
Continua a crescer a pressão da opinião pública mundial por uma solução a médio e longo prazo para a dramática situação no Oriente Médio, a fim de evitar a escalada do conflito entre Israel e Hamas e de buscar um entendimento que permita a estabilização política, econômica e militar na região.
Os altos custos do apoio militar para a Ucrânia e a aproximação da eleição presidencial nos EUA, com forte impacto negativo à candidatura de Biden, são agravados, no curto prazo, pela multiplicação dos incidentes militares, com o risco da situação sair do controle, e pela necessidade de garantir a segurança de Israel e a viabilização do Estado Palestino.
Com esse pano de fundo, o governo de Washington lançou um balão de ensaio com o vazamento de um esboço de proposta por meio de comentários no New York Times e no The Economist, com grande repercussão.
Segundo se noticia, estaria havendo conversas sigilosas no sentido de viabilizar um amplo plano de paz - hoje de difícil aceitação por todas as partes envolvidas -, mas que poderá, com concessões de todos, tornar possível vislumbrar uma luz no fim do túnel, caso a posição do governo norte-americano se mantenha firme e os entendimentos se intensifiquem.
Assim, a política dos EUA em relação a região parece estar evoluindo. O presidente Biden anunciou inéditas sanções contra colonos israelenses que promovem violência contra palestinos na Cisjordânia. Thomas Friedman, no New York Times, prevê uma nova “Doutrina Biden” para o Oriente Médio. As linhas principais dessa nova política americana passariam por uma atitude firme em relação ao Irã, por uma forte pressão sobre Israel, para que aceite a criação de um Estado Palestino, e pelo fortalecimento da aliança com a Arábia Saudita, que reconheceria diplomaticamente Israel. The Economist acrescenta que, em meio a intensa ação diplomática, lideradas pelos EUA e Arábia Saudita, o plano estaria tomando forma, a partir das negociações para a liberação dos reféns em poder do Hamas, (Netanyahu recusou a última proposta do Hamas), para modificar a política interna israelense e permitir a possibilidade de criação do Estado Palestino.
O primeiro passo seria uma posição dura em relação ao Irã, incluindo uma retaliação militar robusta contra aliados e agentes do Irã na região (Houthis, ISIS e outros grupos) em resposta às mortes dos três soldados americanos em uma base na Jordânia, por um drone aparentemente lançado por uma milícia pró-Irã ativa no Iraque. O segundo eixo consistiria em uma iniciativa diplomática sem precedentes, para promover um Estado palestino, que envolveria alguma forma de reconhecimento pelos EUA de um Estado palestino desmilitarizado na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, que passaria a existir somente depois que os palestinos tivessem desenvolvido um arcabouço de instituições definidas e críveis, assim como capacidades de garantir que esse Estado seja viável e incapaz de ameaçar Israel. O governo norte-americano estaria mantendo consultas dentro e fora do governo americano a respeito das diferentes formas que esse reconhecimento do estatuto de Estado dos palestinos poderia assumir. O terceiro eixo seria uma aliança de segurança ampliada dos EUA com a Arábia Saudita que também envolveria a normalização das relações dos sauditas com Israel, com reconhecimento mútuo e com garantias de segurança respaldadas pelo governo norte-americano. Seria a retomada dos entendimentos entre a Arabia Saudita e Israel (acordo de Abraão) para o reconhecimento do Estado de Israel, se o governo israelense estiver preparado para aceitar um processo diplomático que leve a criação de um Estado palestino desmilitarizado, liderado por uma Autoridade Palestina fortalecida.
A primeira fase está em curso com os ataques dos EUA aos grupos terroristas no Iraque, na Síria e no Yemen. Como nem os EUA, nem o Irã, nem os países do Golfo querem uma escalada da guerra na região, a fase inicial teria de ser concluída com o controle dos grupos terroristas financiados por Teerã. As conversas reservadas entre EUA, Arabia Saudita, Irã e Israel mostrarão se as duas etapas seguintes da estratégia serão viáveis a médio prazo.
O ataque terrorista de 7 de outubro contra Israel e seus desdobramentos estão forçando uma reformulação fundamental na maneira como a questão do Oriente Médio deve ser tratada. Se vencer as resistências, a Doutrina Biden produzirá um equilíbrio geopolítico e políticas domésticas mais seguras. Essa estratégia poderia dissuadir o Irã, tanto militarmente, quanto politicamente, ao tirar a carta palestina de Teerã. Poderia promover o estatuto do Estado palestino em termos consistentes com a segurança israelense e, simultaneamente, criar condições para a normalização das relações entre Israel e Arábia Saudita, em termos que os palestinos possam aceitar. Mas para que a questão seja bem-sucedida é indispensável que esses três eixos estejam assegurados e interconectados. O plano promete uma nova arquitetura econômica e de segurança no Oriente Médio. Essa estratégia poderia se tornar o maior realinhamento estratégico na região desde o tratado de 1979 em Camp David.
Rubens Barbosa, ex-embaixador em Washington, presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (IRICE) e membro da Academia Paulista de Letras
Um debate sobre um tema do momento:
1435. “Guerra Rússia vs. Ucrânia; alerta de Biden”, Participação em entrevista no Canal MyNews, com a jornalista Myrian Clark, na companhia do professor Felipe Loureiro, do IRI-USP (link: https://www.youtube.com/watch?v=mlupXkI31Uw; 20/02/2022; 12:00hs; 52mns). Sem original.
Felipe Loureiro e eu concordamos em muitas coisas em nosso debate-entrevista; a principal parece ser esta: Putin quer fazer da Ucrânia uma Belarus. Mas Ucrânia e Belarus vão fazer parte da UE em menos de dez anos. Não precisam aderir à OTAN, nem é desejável. Posso apostar…
Biden e Putin alertam para rompimento de relações
Itamaraty espera que Biden entenda posições de Bolsonaro
Governo brasileiro não vai mudar suas convicções em função da nova liderança nos EUA, sinaliza Ernesto Araújo em entrevista
Valor Econômico | 15/1/2021, 12h20
O governo de Jair Bolsonaro, que apoiou tanto Donald Trump quanto seus principais ideais, tem um recado para o presidente eleito Joe Biden: o Brasil não vai mudar suas posições em função da nova liderança nos Estados Unidos.
Pelo contrário, o governo brasileiro espera que Biden entenda que Brasil e Estados Unidos têm muitos interesses comuns, que Biden entenda que Brasil e Estados Unidos têm muitos interesses comuns, que incluem a promoção da democracia e da segurança na América Latina, e não estão em lados opostos em relação ao meio ambiente, disse o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
“A gente espera muito, por parte da nova administração americana, que o nosso governo seja percebido pelo que ele é realmente, por aquilo que o povo brasileiro é e pretende”, disse Araújo em entrevista em seu gabinete em Brasília na quinta-feira (14). “Os dois lados precisam fazer um esforço de compreensão mútua.”
A sintonia fluiu facilmente com Trump não apenas por conta da amizade com Bolsonaro, mas também porque o presidente dos EUA entendeu que os brasileiros fizeram uma escolha ao elegê-lo, disse Araújo. Em troca do alinhamento do Brasil com as posições dos EUA, Trump pôs fim à proibição das importações de carne in natura brasileira, apoiou a candidatura do país para ingressar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e assinou acordos de cooperação em defesa e exploração espacial.
O comércio bilateral do Brasil com os EUA é maior do que com qualquer outro país, exceto a China. No entanto, Bolsonaro tem estado em rota de colisão com Biden desde que o presidente eleito ameaçou o governo brasileiro, durante debate de campanha, com “consequências econômicas significativas” se o Brasil não se empenhar em preservar a Amazônia.
Pessoas a par dos planos de Biden disseram em dezembro que o presidente eleito pretende liderar uma frente unida do Ocidente para pressionar Bolsonaro a adotar políticas ambientais que contenham os incêndios que destroem a Amazônia.
No entanto, Araújo disse que as preocupações ambientais são exageradas pela mídia local e internacional. O chanceler insistiu que o Brasil continua no Acordo de Paris e fez uma oferta importante para antecipar a meta de neutralidade em carbono em troca de US$ 10 bilhões por ano de países em desenvolvimento. Segundo o ministro, com os EUA prestes a aderirem novamente ao acordo global, haverá mais dinheiro na mesa para esses pagamentos.
Conservadores silenciados
Bolsonaro apoiou publicamente a candidatura de Trump e foi um dos últimos líderes mundiais a parabenizar Biden por sua vitória. Na semana passada, enquanto seguidores de Trump invadiam o Capitólio, Bolsonaro repetia alegações de que houve “muita fraude” nas eleições dos EUA, bem como durante sua própria eleição em 2018 que, segundo ele, deveria ter vencido no primeiro turno.
Araújo não quis comentar as acusações de fraude, mas disse que questionamentos sobre os sistemas de votação nos EUA, Brasil e outros países são legítimos e devem ser investigados. Ele condenou a violência em Washington na semana passada, mas advertiu que isso não pode ser usado como desculpa para calar as vozes conservadoras ao redor do mundo.
“Assim como nada justifica a invasão, nada justifica o cerceamento da liberdade de expressão, que é um valor democrático tão importante quanto a integridade física”, disse, criticando a decisão do Twitter de banir Trump da plataforma e acusando a empresa de remover milhares de seus seguidores sem um motivo claro”.
“Surgiu um clima de caça às bruxas”, disse Araújo.
O ministro não descartou a possibilidade de que o tipo de protesto visto em Washington aconteça em outros países, inclusive na eleição presidencial de 2022 no Brasil.
“Se as pessoas se sentirem sufocadas na sua capacidade de falar e de ouvir, qualquer país pode ter problemas sérios”, afirmou.
Newfound flexibility? Defiant Bolsonaro not rushing to embrace Biden
By Frederic Puglie - Special to The Washington Times
Thursday, November 26, 2020
In the wee hours of election night Nov. 3, the president’s son tweeted a screenshot of Michigan vote totals purporting to show a sudden jump in favor of former Vice President Joseph R. Biden.
“Strange,” he noted ironically.
But what may sound like Donald Trump Jr. in truth came from Eduardo Bolsonaro, the congressman and third son of a man who has long and enthusiastically embraced his “Trump of the Tropics” moniker: Brazilian President Jair Bolsonaro.
Several foreign leaders who forged strong personal bonds with President Trump — including Hungary’s Viktor Orban, Turkish President Recep Tayyip Erdogan and Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu — over the past four years face challenges adjusting to the prospect of a Biden administration. But nowhere may the whiplash be as severe as in Brasilia.
Having openly endorsed President Trump’s bid for reelection, the leader of South America’s largest and most populous nation now finds himself having to deal with a man he all but called a danger to his country as recently as two weeks ago — and one who has had some pointed criticisms of the populist Brazilian leader to boot.
“We heard a great candidate for head of state say that if I don’t put out the fire in the Amazon, he’ll put up trade barriers against Brazil. How can we react to all that?” Mr. Bolsonaro said on Nov. 10.
“Diplomacy alone won’t do,” he cautioned. “When you’re out of spit, you need gunpowder.”
The remark was but the latest sign the confrontational Mr. Bolsonaro sees no immediate intent to ingratiate himself with Mr. Biden, who had threatened the former army captain with “significant economic consequences” should he refuse to “stop tearing down the forest” in exchange for a $20 billion payment.
Not surprisingly, Mr. Bolsonaro is one of the last major holdouts who has yet to formally acknowledge Mr. Biden’s apparent electoral victory, so long as his friend Mr. Trump refuses to formally concede the race.
But also characteristically, Mr. Bolsonaro’s defiance is not so much about alienating Mr. Biden or placating Mr. Trump as it is about promoting none other than Mr. Bolsonaro, said Ambassador Paulo Roberto de Almeida, a former director of the IPRI think tank at Brazil’s foreign ministry.
“He must know that Trump lost and that Joe Biden will be the next president,” Mr. de Almeida said. “But since he embodied this ‘anti-multilateralist, anti-globalist, pro-American, anti-Chinese, anti-communist and so on’ position, he sticks to it.”
And while Mr. Bolsonaro’s refusal so far to congratulate — much less offer to work with — Mr. Bidenmay unnerve Brazil’s foreign policy establishment, his inner circle continues to egg him on, Mr. de Almeida added.
“Bolsonaro depends on his immediate advisers: [foreign policy adviser] Filipe Martins; son No. 3, Eduardo Bolsonaro; and Foreign Minister Ernesto Araujo,” he detailed. “Those three kept Bolsonaro from ending [his] silence about the [Biden] victory.”
And little suggests Mr. Bolsonaro is about to turn into a second Andres Manuel Lopez Obrador, Mexico’s leftist president who — despite his political leanings — was able to forge an unexpectedly respectful and productive relationship with Mr. Trump, his ideological opposite.
Mr. Bolsonaro “doesn’t seem like he’s really ready to backtrack and find ways of working with Biden,” said Peter Hakim, president emeritus of the Inter-American Dialogue, a Washington think tank. “In part, it’s [because] Brazil is certainly less dependent on the United States than Mexico.”
Running in 2022
In the medium term, then, the fate of Washington-Brasilia relations may well depend on what Mr. Bolsonaro concludes is his best campaign strategy to win a second term two years from now.
“Whatever he does with regard to relations with the United States — what he looks for in the United States — will be in reference to his [reelection],” Mr. Hakim cautioned.
The Brazilian president, who has remained buoyant in the polls despite the country’s devastating fight with the coronavirus, has shown a tactical ability to be flexible on the policy front.
Having initially championed his Economy Minister Paulo Guedes’s pro-market fiscal conservatism, Mr. Bolsonaro this year switched course to allow for generous government handouts amid the coronavirus pandemic — one big reason, analysts say, for an unprecedented bump in his approval numbers.
“After a blustery, Trump-like start that he is going to make these huge changes in the way Brazilfunctions and he’s not going to follow the rules,” Mr. Hakim quipped, “he has [now] recognized the value of getting something done.”
And though the Nov. 15 first round of municipal elections saw Bolsonaro-backed candidates lose key mayoral races, the overall success of center-right forces, ironically, turned out to be good news.
“In truth, he gained strength,” Brasilia-based political consultant Vera Galante noted. “He ends up strengthened in Congress, and also in the states, even though his candidates were defeated.”
Which version of Mr. Bolsonaro — the 2019 ideologue or the 2020 pragmatist — will show up for the 2022 campaign, then, is, more than ever, anybody’s guess.
“He has a real dilemma facing him,” Mr. Hakim said. “Does he use his populist strongman approach? … Or is the best to try to get the economy going again? He would like to do both, but there are trade-offs there for him.”
The dilemma is real, political scientist Lucas de Abreu Maia agreed. But economic realities will ultimately force Mr. Bolsonaro’s hand, the former O Estado de S. Paulo reporter added.
“He is in a very tough position, actually, because he has to please his domestic audience — but the Brazilian economy cannot afford to have anything but [a] good relationship with the U.S.,” Mr. de Abreu Maia said. “Brazil needs the U.S. a lot more than the U.S. needs Brazil.”
And plenty of influential forces will be pushing Mr. Bolsonaro to at least try to mend fences with his new American counterpart, Mr. Hakim said.
“The agricultural lobby, the business community and the military — and even many of the evangelicals,” he said, “are going to press him to find a way to patch up relations with Biden.”
To do that, though, all roads lead back to the Amazon, whose deforestation pits Mr. Bolsonaro’s trademark talking points — sovereignty, national pride, development — against Mr. Biden’s assertion of an “existential threat” from climate change and his determination to make climate change a centerpiece of U.S. economic and foreign policy.
“Trade relations, trade negotiations, trade agreements,” Mr. Hakim enumerated, “are going to be very hard for Brazil to secure without a real reversal on Bolsonaro’s Amazon policy.”
In fact, Mr. Biden’s mention of the Amazon in the first presidential debate was the first time he had seen a purportedly domestic issue come up so prominently in a foreign campaign, economist Marcio Pochmann said.
“The Amazon issue, in truth, is an international debate,” said Mr. Pochmann, the former president of the Perseu Abramo Foundation linked to the opposition Workers’ Party.
About-face?
And given Mr. Bolsonaro’s newfound flexibility on a variety of issues, another about-face is certainly within the realm of the possible, he suggested.
“I wouldn’t rule out Bolsonaro changing positions” on the international scene, Mr. Pochmann said.
Getting along with Mr. Biden could certainly help Brasilia stay at the top of the South American pecking order, Ms. Galante suggested.
“President Bolsonaro will want to re-establish [Brazilian] hegemony in the region, and for that he needs the United States,” she said.
But any “flexibility” could easily cut both ways, Mr. Pochmann cautioned, pointing to Russian President Vladimir Putin’s conspicuous display of camaraderie toward Mr. Bolsonaro at last week’s virtual BRICS summit of major emerging economies.
And if anything, the former congressman — who during his 20-year career in politics has switched party allegiances no fewer than eight times — has a history of digging in, not dropping out.
Mr. Bolsonaro’s animosity toward Argentine President Alberto Fernandez — by all accounts mutual — seems to have survived countless attempts at reconciliation. And his jabs against China have already cost Brazil dearly, Mr. de Almeida said. At the BRICS summit — a loose grouping of Brazil, Russia, India, China and South Africa — Beijing quietly withdrew its longstanding endorsement of an expanded role for Brasilia at the United Nations.
A telltale sign of what course Mr. Bolsonaro wants to take toward the Biden administration, analysts agreed, will likely be the fate of Mr. Araujo, his foreign minister.
A changing of the guard at the ministry’s famed Itamaraty Palace in Brasilia could come around Mr. Biden’s Jan. 20 inauguration and would signal Mr. Bolsonaro’s desire for a new beginning, Mr. de Almeida said.
“I would pay close attention to the Itamaraty,” Ms. Galante agreed, “because he could use this opportunity.”
But foreign policy and self-interest aside, embracing Mr. Biden will not come easy to Mr. Bolsonaro, who modeled much of his political success — his stunning 2018 electoral victory, his jabs at “fake-news” media, his Twitter tirades — on the Donald Trump model.
“He embodied this ‘Trumpist’ position not because he was Trump’s friend — he isn’t — [but because] he is Trump’s admirer,” Mr. de Almeida said.
“To the extent that either follows a playbook, Bolsonaro has been following Trump‘s,” Mr. de Abreu Maia said. “It’s going to be harder for [Mr. Bolsonaro] to win reelection without having really an inspiration — really a playbook to follow.”
[Nota PRA: Uma curta nota do cronista misterioso para antecipar a previsível vitória do Joe Biden, mas não sei quando exatamente foi composta esta nota; nenhuma delas tem data de calendário e eu apenas recebo tardiamente esses petardos bem humorados (quase sempre). Em todo caso, o Trump é pior que um dragão da maldade, pois ele ainda não foi preso, o que pode ocorrer, assim como para a famiglia muy amiga, que também perpetra suas pequenas e grandes falcatruas. Em todo caso, o chanceler acidental está ficando órfão, de pelo menos um dos seus chefes, talvez o principal...]
O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (Semana 27)
Não sou muito afeito a futurologia, mas hei de me aventurar pela seara das moiras e farei uma previsão. O ex-vice-presidente americano, Joe Biden, sairá vitorioso da batalha contra o grande dragão vermelho (como saiu vitorioso Lincoln da batalha contra os Grand Dragons originais da Ku Klux Klan).
Não significa, é claro, que adentraremos uma nova era de progresso e paz, mas significa, ao menos, que o Fog of war de fake news e anti-iluminismo, que a alt-right criou, tenderá a dissipar-se.
Assim como no clássico de Glauber Rocha, de quem roubo o título desta crônica, lançado há mais de 50 anos, não há heróis claros nessa luta, mas, ao fim, o ódio que o grande dragão vermelho da maldade representa será vencido. Está decretado o fim da indivina trindade que Ernesto coloca em seu altar de cristão herege: Trump, Bolsonaro e o “Deus de Trump”.
Apesar de nosso ministro parlapatão e da aura de insensatez e delírio que ainda emana de nosso palácio, o novo sempre vem.
E amanhã vai ser outro dia.
Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN