O Brasil e a guerra de agressão da Rússia à Ucrânia
Paulo Roberto de Almeida
O Brasil não pode fazer muito para ajudar a Ucrânia a minimizar o sofrimento do seu povo, como aliás tenta fazer em relação ao sofrido povo de Gaza, que suporta uma agressão indiscriminada.
Poderia fazer, de uma maneira ainda mais simples e direta, pois no caso da Ucrânia, à diferença de Gaza, existe uma distinção muito clara entre o agressor e o agredido. Poderia, mas não faz e não quer; mais do que isso: diplomaticamente fica do lado do agressor, e até o ajuda, ao aumentar exponencialmente as compras de produtos russos.
À diplomacia brasileira sabe que isso é errado, que isso contraria compromissos estabelecidos na Carta da ONU, que não só proibe e condena guerras de agressão e usurpação pela força de territórios de outros Estados soberanos, mas também comanda solidariedade de todos os membros da ONU à parte agredida. A diplomacia profissional sabe disso, mas tem de seguir as instruções do chefe de Estado, do governo e da diplomacia. Todos sabemos disso, especialmente os diplomatas.
Não posso fazer muito pela Ucrânia, não consigo mudar isso, mas posso pelo menos declarar com veemência minha oposição a essa postura covarde e contrário a tudo o que defendemos no Direito Internacional, que aliás figura claramente em nossa Constituição.
É o que faço constantemente, por sinal desde antes deste governo.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 23/10/2025