Economistas são seres simplistas, por definição. Eles costumam basear suas equações sobre a criação de renda e riqueza a partir de três fatores produtivos básicos: trabalho, capital e recursos naturais. Muitos outros economistas já tentaram introduzir nessas equações um outro fator produtivo: o capital humano. Mas, por diversos motivos, este acréscimo ainda não se tornou de uso comum na ciência econômica. Em todo caso, a riqueza das pessoas (Ps) costuma ser medida sob duas formas: em fluxos reais de renda, que é aquela que deriva de seu trabalho (RT), e em estoque da riqueza acumulada do trabalho, que costuma ser chamada de patrimônio (RP), esta podendo ser imobilizada (imóveis, iates, carros, etc.), ou ser utilizada para a criação de novas riquezas, sob a forma de ativos líquidos, e que podem ser chamadas de rendas do capital (RC).
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
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domingo, 30 de novembro de 2014
Miséria do Capital no Século 21 - Paulo Roberto de Almeida
Economistas são seres simplistas, por definição. Eles costumam basear suas equações sobre a criação de renda e riqueza a partir de três fatores produtivos básicos: trabalho, capital e recursos naturais. Muitos outros economistas já tentaram introduzir nessas equações um outro fator produtivo: o capital humano. Mas, por diversos motivos, este acréscimo ainda não se tornou de uso comum na ciência econômica. Em todo caso, a riqueza das pessoas (Ps) costuma ser medida sob duas formas: em fluxos reais de renda, que é aquela que deriva de seu trabalho (RT), e em estoque da riqueza acumulada do trabalho, que costuma ser chamada de patrimônio (RP), esta podendo ser imobilizada (imóveis, iates, carros, etc.), ou ser utilizada para a criação de novas riquezas, sob a forma de ativos líquidos, e que podem ser chamadas de rendas do capital (RC).
terça-feira, 7 de outubro de 2014
Um exercício de "despikettyzacao" do mundo: minha contribuicao - Paulo Roberto de Almeida
On Oct 7, 2014, at 16:18, Pedro Magalhães Batista <notification+zj4ot_90fj46@facebookmail.com> wrote:
Pedro Magalhães Batista posted in Grupo de Estudos Lobos da Capital
4:18pm Oct 7
Lobos, nesta sexta-feira, o professor Thomas Piketty estará na minha universidade para falar um pouco sobre o seu livro "O Capital no Século XXI".
Gostaria de saber se há algo que vocês têm interesse de perguntar para ele? Estou separando alguns questionamento para levar ao seminário e acho que posso incluir mais algumas perguntas.
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Em resposta, mandei as seguintes perguntas e questões ao homem que pretende tornar o mundo mais igual, e mais pobre:
A primeira grande pergunta é este: por que ele agrupou todas as demais formas de ativos, tangíveis e intangíveis, que não são remuneração do trabalho, sob a bandeira do "capital", o que é uma categoria muito ampla, vaga e genérica para acolher as diferentes formas de riqueza que foram sendo criadas, acumuladas, aumentadas ao longo do tempo?
Pessoalmente, considero esse tipo de prática inapropriada e muito pouco consistente, uma vez que não existe uma única categoria, o capital, capaz de abarcar, integrar, corporificar, todas as formas de riqueza possíveis. Acho isso metodologicamente questionável e somente aceitável para aqueles, marxistas, marxianos e marcianos, que consideram ser possível transformar esse monstro metafísico que se chama "capital", esse superlativo conceitual - que cai muito bem entre os acadêmicos, mas que não tem maior significado econômico, pelo menos do ponto de vista microeconômico - em uma única entidade, como se fosse a Santíssima Trindade.
O segundo grande problema que eu vejo com a anályse "pikettyana" é que ele considera esse monstro metafísico do capital algo como um ente planando sobre a superfície das sociedades, como se ele fosse imanente a certas classes abastadas, independentemente de mudanças geracionais, partição, repartição, adjunção de riquezas de fontes diversas e de diversas naturezas, ou seja, ele considera que o capital gruda como cola nos estratos mais altos e que ele sempre estará ali, do contrário não daria para falar em concentração, ou seja, aumento do Gini.
O terceiro grande problema, mas aqui não tem nada a ver com a análise econômica, e sim totalmente com um projeto político, é que ele acha que é preciso um imposto para taxar as grandes fortunas, com vistas à redistribuição do "excedente" -- o que só poderia ser feito pelo Estado obviamente -- para diminuir o Gini, e portanto tornar a sociedade mais igualitária. Ele acha que a sociedade ficaria melhor com isso, o que eu acho uma grande bobagem socialista, uma mesquinharia à la Robin Hood, que não resolve nenhum problema de produtividade social, e tampouco tornará melhor a situação dos mais pobres (que são infinitamente em maior número do que o 1% de megabilionários). A riqueza se esvairia rapidamente, sem criar novas riquezas para a sociedade.
Essa vontade de querer reduzir a riqueza dos superricos, em lugar de reduzir modestamente a pobreza dos superpobres é um projeto que só pode diminuir a dinâmica de crescimento e criar um gigantesco movimento de evasão fiscal que tornará ainda mais problemática a cooperação internacional nesse terrenos.
Esses engenheiros sociais -- sempre com a riqueza dos outros -- acabam produzindo mais problemas novos do que resolvendo os problemas velhos.
Para mim não existe NENHUM problema em que o mundo tenha meia dúzia de super-mega-hiper-trilionários, isso é muito bom, pois incita centenas de outros a também tentarem chegar lá. O problema é o grande número de pobres.
Deveria um cérebro como o dele estar empenhado em fazer os pobres criar riquezas, não em redistribuir a riqueza dos ricos.
Estas são as mensagens que eu teria para ele.
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Paulo Roberto de Almeida
segunda-feira, 7 de julho de 2014
Guinness da NAO-leitura: o mais importante livro NAO lido do seculo XXI: despikettyzando as leituras...
O que já é alguma coisa, reconheçamos: muita gente comprou o livro, encheu a conta bancária do autor de royalties exagerados, e deixou o livro nas primeiras trinta páginas.
Acho que vão ter de constituir um comitê especial de trituração de invendidos apenas para esse livro...
Como apontado na matéria abaixo, a maior parte das pessoas que falaram sobre o livro não o tinha lido, o que também é o caso deste blogueiro.
Mas eu já conhecia as teses do autor desde pelo menos dois anos atrás, pois acompanho a produção dos intelectuais franceses, e estava dando aulas em Paris em 2012, quando as primeiras matérias a respeito saíram em forma de artigos analíticos (vou procurar no meu computador o que guardei a respeito sobre o autor e suas teses). Não antecipei, como muitos, o "sucesso" do livro quando ocorreu a edição americana. Aí, fui ler numa livraria, como sempre faço antes de eventualmente comprar, o tal livro. Fiquei bem uma hora e meia em cima do diagnóstico (razoável) e das prescrições (todas ruins) do autor. Talvez eu escreva algo a respeito, mas já venho fazendo comentários seguidos neste blog, introduzindo todas as matérias que julgo interessantes a respeito das teses do autor. Como já antecipado aqui, depois das glórias recebidas pelo autor, cabe "despikettyzar" as mentalidades, contaminadas pelo ardor distributivista-estatal do francês.
Acho que já está chegando...
Paulo Roberto de Almeida
Not Many People Got Past Page 26 Of Piketty's Book
Um pouco mais de "despikettyzacao" das mentalidades: Stephen Kanitz entrevista Roberto Carlos
Os "distributivistas" estão excitadissimos com o francês socialista, e se suas políticas forem implementadas, o mundo vai tornar-se um lugar mais pobre, pois teremos menos milionários e megabilionários, e menos dinheiro para ser investido, poupado, distribuído voluntariamente para fins beneficientes.
Essa gente adora o Estado, e por isso o mundo é um lugar tão pobre.
Reparem bem: os países que menos taxam os ricos são os mais ricos e mais igualitários.
Os que pretendem taxar os "capitalistas" acabam tornando seus países mais pobres.
Paulo Roberto de Almeida
Neste link: http://blog.kanitz.com.br/piketty-roberto-carlos/