O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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domingo, 10 de novembro de 2013

Lei de Murphy para bibliotecas caoticas (como a minha...)

Uma lei de Murphy, que na verdade foi inventada por mim, tal como aplicada a minhas estantes caóticas, numa biblioteca inteiramente desorganizada:

Só conseguimos encontrar algum livro de que necessitamos quando já não mais o estamos procurando.

Derivações:
Se encontrou, é porque não precisa dele no momento.
Se precisa dele, não há nenhuma chance de encontrá-lo.

Conclusão:
Esta lei de Murphy não permite nenhuma exceção à regra fundamental, justamente por isso se trata de uma lei de Murphy, por certo adaptada à minha situação.

Mas, é uma lei universal dos leitores caóticos, como eu por exemplo...
Paulo Roberto de Almeida

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Uma previsao imprevisivel previsivel (ou vice-versa...)

Aliás, temos aí um colega meu nas previsões totalmente imprevisíveis. Tenho de lhe dar um prêmio, a julgar por estas informações do jornalista Carlos Brickman:

Marque e guarde
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a inflação deve atingir aproximadamente 5,5% neste ano. Finalmente, uma informação confiável: agora já sabemos qual é o número que não vai dar.


Eu avisei...
Paulo Roberto de Almeida

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A frase que nao deveria ter sido pronunciada...

Pior do que está não fica...

Esta era a frase-campanha do candidato a deputado federal por São Paulo Tiririca (não importa aqui seu verdadeiro nome, um analfabeto que foi eleito com o maior número de votos de todo o estado, mostrando que a idiotice se divide igualmente por todos os estados da federação, independentemente da renda per capita). 
Pois o hoje deputado, que aliás pensa em desistir da carreira parlamentar e voltar à sua profissão de palhaço, descobriu que pode, sim, ficar pior, uma vez que suas excelências sempre se esforçam para degradar ainda mais a já baixa moralidade das duas casas do Congresso.

sábado, 16 de outubro de 2010

Interrupcao eleitoral (2): A Escolha de Sofia - Rodrigo Constantino

O material que segue abaixo, como explicitado, não é meu, e sim de um economista liberal. Não concordo necessariamente com tudo o que ele escreve, e provavelmente se tivesse de escrever nas mesmas linhas seguiria argumentos diferentes, ou adotaria um estilo diverso, talvez mais histórico, mais intelectual (ou conceitual), como melhor se ajusta a minhas preferências pessoais e maneira de me expressar. Mas -- e devo dizer isso claramente -- concordo com ele no essencial, e vou dizer em quê.
A escolha em 31 de outubro de 2010 não se refere à melhor política para o Brasil, mas apenas àquela que não nos afaste muito da preferível, ou da menor pior.
Com base no que conheço de economia e de política, com base no que aprendi lendo, pesquisando, refletindo, mas sobretudo viajando e conhecendo o mundo, reputo que as políticas que temos hoje nos afastam do Brasil que gostaria de ver avançando para mais democracia, para mais transparência, para menos corrupção, para mais investimento, mais criação de riqueza, mais oferta de bens e serviços a preços razoáveis (o que só se consegue com mais competição, não com cartéis ou monopólios estatais).
Porém, essencialmente e acima de tudo, eu tenho horror à mentira, à fraude, à falta de caráter, à desonestidade, à desfaçatez e também à mediocridade. Sou, sim, muito exigente comigo mesmo e, portanto, me considero no direito de ser exigente com todos aqueles que vão me representar, especialmente quanto ao presidente do país, meu chefe maior, se ouso dizer (mas eu sou muito anarquista para essa coisa de chefe).
Reafirmo aqui: acredito que nenhum dos dois candidatos à presidência encontra meu apoio sincero, incondicional. Encontro mentiras e fraudes em ambas as campanhas, demagogia até maior no candidato da oposição - que promete, de maneira TOTALMENTE IRRESPONSÁVEL, aumentar salário mínimo e dar 13o. salário para os "Bolsa-Família"!!! -- e constato a existência de populismo "rastaquera" nas duas frentes, ademais de companhias francamente desagradáveis, gente que eu jamais conversaria voluntariamente, que eu jamais gostaria de apertar a mão, mesmo hipocritamente, como às vezes somos levados, por dever de ofício.
Nem vou tocar nessas questões de religião, pois o debate já é suficientemente viciado e vicioso como está e nada do que eu pudesse dizer vai adiantar alguma coisa. Apenas lamento o foco excessivo nessas questões, pois deveriamos estar discutindo políticas públicas, não escolhas pessoais (que por certo têm uma interface pública, mas isso tem de ser debatido no parlamento e na sociedade civil, não tornar-se critério exclusivo de escolha presidencial).
Enfim, tenho motivos suficientes para reclamar de ambos.
Mas a escolha agora é para afastar o mal maior, para depois lutar contra as bobagens e incoveniências do mal menor: a demagogia, o populismo, o protecionismo, o estatismo, enfim, tudo aquilo que condenamos em certos políticos.
Apenas por isso transcrevo o artigo abaixo.
Paulo Roberto de Almeida

Serra ou Dilma? A Escolha de Sofia
Rodrigo Constantino

Tudo que é preciso para o triunfo do mal é que as pessoas de bem nada façam
Edmund Burke

Agora, praticamente é oficial: José Serra e Dilma Rousseff são as duas opções viáveis nas próximas eleições. Em quem votar? Esse é um artigo que eu não gostaria de ter que escrever, mas me sinto na obrigação de fazê-lo.

Os antigos atenienses tinham razão ao dizerem que assumir qualquer lado é melhor do que não assumir nenhum?

Mas existem momentos tão delicados e extremos, onde o que resta das liberdades individuais está pendurado por um fio, que talvez essa postura idealista e de longo prazo não seja razoável.

Será que não valeria a pena ter fechado o nariz e eliminado o Partido dos Trabalhadores Nacional - Socialista, em 1933, na Alemanha, antes que Hitler pudesse chegar ao poder? Será que o fim de eliminar Hugo Chávez justificaria o meio deplorável de eleger um candidato horrível, mas menos louco e autoritário? São questões filosóficas complexas. Confesso ficar angustiado quando penso nisso.

Voltando à realidade brasileira, temos um verdadeiro monopólio da esquerda na política nacional. PT e PSDB cada vez mais se parecem.
Mas também existem algumas diferenças importantes.

O PT tem mais ranço ideológico, mais sede pelo poder absoluto, mais disposição para adotar quaisquer meios, os mais abjetos, para tal meta.
O PSDB parece ter mais limites éticos quanto a isso.

O PT associou-se aos mais nefastos ditadores, defende abertamente grupos terroristas, carrega em seu âmago o DNA socialista.
O PSDB não chega a tanto.

Além disso, há um fator relevante de curto prazo: o governo Lula aparelhou a máquina estatal toda, desde os três poderes, passando pelo Itamaraty, STF, Polícia Federal, ONGs, estatais, agências reguladoras, tudo!

O projeto de poder do PT é aquele seguido por Chávez, na Venezuela; Evo Morales, na Bolívia; Rafael Correa, no Equador. Enfim, todos os comparsas do Foro de São Paulo.
Se o avanço rumo ao socialismo não foi maior no Brasil, isso se deve aos freios institucionais, mais sólidos aqui, e não ao desejo do próprio governo. A simbiose entre Estado e governo na gestão Lula foi enorme. O estrago será duradouro. Mas quanto antes for abortado, melhor será: haverá menos sofrimento no processo de ajuste.

Justamente por isso acredito que os liberais devem olhar para este aspecto fundamental, e ignorar um pouco as semelhanças entre Serra e Dilma. Uma continuação da gestão petista através de Dilma, é um tiro certo rumo ao pior.

Dilma é tão autoritária ou mais que Serra, com o agravante de ter sido uma terrorista na juventude comunista, lutando não contra a ditadura, mas sim por outra ainda pior, aquela existente em Cuba ainda hoje.

Ela nunca se arrependeu de seu passado vergonhoso; pelo contrário, sente orgulho. Seu grupo Colina planejou diversos assaltos.

Como anular o voto sabendo que esta senhora poderá ser nossa próxima presidente?! Como virar a cara sabendo que isso pode significar passos mais acelerados em direção ao socialismo bolivariano?

Entendo que para os defensores da liberdade individual, escolher entre Dilma e Serra é como uma escolha de Sofia. Mas anular o voto, desta vez, pode significar o triunfo definitivo do mal.
Em vez de soco na cara ou no estômago, podemos acabar com um tiro na nuca.

Dito isso, assumo que votarei em Serra. Meu voto é anti-PT acima de qualquer coisa.
Meu voto é contra o Lula, contra o Chávez, que já declarou abertamente apoio Dilma.
Meu voto não é a favor de Serra.

No dia seguinte da eleição, já serei um crítico tão duro do governo Serra, como sou hoje do governo Lula. Mas, antes é preciso retirar a corja que está no poder. Antes é preciso desarmar a quadrilha que tomou conta de Brasília.

Só o desaparelhamento de petistas do Estado já seria um ganho para a liberdade, ainda que momentâneo. Respeito meus colegas liberais, que discordam de mim e pretendem anular o voto. Mas espero ter sido convincente de que o momento pede um pacto temporário com a barbárie, como única chance de salvar o que resta da civilização - o que não é muito, mas é o que hoje devemos e podemos fazer!

Rodrigo Constantino

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O artigo acima foi escrito no final de 2009, pelo economista Rodrigo Constantino, autor de vários livros. Ele assina a coluna "Eu e Investimentos", do jornal Valor Econômico; também é colunista do jornal O Globo; além de ser Membro-fundador do Instituto Millenium e vencedor do prêmio Libertas em 2009, no XII Forum da Liberdade.