O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador desastre econômico. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador desastre econômico. Mostrar todas as postagens

domingo, 21 de novembro de 2010

Venezuela: em direcao da penuria do seculo 21...

A Venezuela atual constitui, provavelmente, o ÚNICO país no mundo que encontra-se ativamente construindo o socialismo, ou pelo menos o que passar por ser socialismo, no caso, uma simples estatização de propriedades, fábricas, companhias, negócios "capitalistas" em geral.
De fato é o  unico, pois os dois outros únicos exemplos de economia socialista ainda existentes -- Cuba e Coréia do Norte -- não parecem estar progredindo na vida da estatização do setor produtivo, da distribuição, do setor financeiro, enfim, de qualquer grande setor econômico da vida nacional, como parece estar ocorrendo na Venezuela.
A Coréia do Norte é apenas uma nação miserável, um Estado pária, que sobrevive apenas graças às "bondades" da China, mas que já fez pelo menos uma tentativa de criar zonas econômicas especiais para abrigar investimentos industriais sul-coreanos, destinados exclusivamente à exportação, como fez a China, no início de sua longa marcha de volta ao capitalismo.
Quanto a Cuba, bem, parece incrível que no momento em que eles estão começando a liberalizar o regime econômico da ilha, permitir negócios privados -- inclusive despedindo meio milhão, eu disse MEIO MILHÃO de empregados estatais -- estivessem ao mesmo tempo formulando recomendações de reforço do socialismo aos venezuelanos. Se o fizeram são hipócritas, ou no mínimo desonesto, pois devem saber que o regime socialista é um impasse total, que só pode levar a mais penúria, mais desabastecimento, mais pobreza geral para a população.
Outros exemplos? Não existem: a China é o país que mais rapidamente se engaja no modo capitalista de produção, seguida pelo Vietnã e outros infelizes do passado socialista. Para eles, tudo o que for capitalista é bom, por definição.
O caso da Venezuela é de fato único na história da humanidade, depois de tudo o que se sabe dos desastres humanos incomensuráveis que representou o socialismo num século 20 que acumulou fracasso sobre fracasso, não apenas em termos econômicos, mas sobretudo nos planos sociais e político. Isso sem falar nas vítimas, reais, do socialismo.
O professor Chávez não vê tudo isso? Seus conselheiros cubanos não o alertam para o desastre, inevitável? Só podemos nos entristecer com a infelicidade previsível sendo criada para o povo venezuelano. Eles certamente não merecem esse desastre, mas é o que terão...
Paulo Roberto de Almeida

Venezuela's economy

Towards state socialism

A wave of nationalisation promises scarcity and decline

OWNERS of property, large or small, sleep uneasily in Venezuela these days. After the opposition narrowly won a majority of the vote in a legislative election in September, Hugo Chávez, the country’s leftist president, has been on a nationalisation spree, seizing everything from steel companies and bottle makers to housing schemes. When workers have protested, he has deployed the national guard against them. The government has justified the confiscations by saying that it was breaking up monopolies or stopping breaches of labour or environmental rules. But the aim appears to be to move decisively against what Mr Chávez calls “the oligarchy” before the new parliament, which has a sizeable opposition minority, comes into session in January.
On October 25th the Venezuelan subsidiary of Owens-Illinois, an American glass maker, became the 200th business nationalised so far this year. As usual, managers and workers learned of their fate during a live television broadcast by the president. He accused the company of exploiting its workers and laying waste to forests. But the expropriation decree, published the next day, made no mention of these alleged crimes, accusing the company instead of exploiting its dominant market position.
By the government’s own reckoning, it has confiscated some 3m hectares (7.4m acres) of farmland, and plans to seize another 450,000 hectares next year. Although the 1999 constitution guarantees property rights, successive changes to the land law have given the government the right to seize any farm it takes a fancy to, in most cases with little or no compensation.
Industrial and commercial firms have fared no better. According to the employers’ organisation, Fedecamaras, since Mr Chávez became president in 1999 almost 400 companies have been nationalised, the vast majority in the past two years. The Venezuelan-American Chamber of Commerce says that compensation was paid to the owners of only nine out of the 44 of its member-firms that have been taken over this year. The constitution states that no expropriation can take place without a final verdict from the courts and fair compensation. In practice, a stroke of the president’s pen is all that is required.
Over the years the official rationale for nationalisation has changed. The earliest takeovers were justified on the grounds that the company (or farm) was unproductive. The government then decided that “strategic” areas of the economy should pass into state hands. So in 2007-08 it took over private-sector oil and electricity businesses, as well as telecommunications, the cement industry and Sidor, an iron and steel firm privatised in the 1990s.
The government also now controls a quarter of the banking system. Mr Chávez said recently that any bank which declined to “co-operate with national development” by assigning credit according to government priorities would also be taken over. Nowadays officials openly state that their aim is to implant a socialist economy.
Paradoxically, despite the takeovers, the state’s share of GDP seems still to be around 30%, the same as it was in 1998. That is partly because the private sector expanded rapidly during the 2004-08 oil boom. But it is also because many nationalised companies now produce less than when they were in private hands. Much of the food industry has been confiscated in order to “ensure food sovereignty”. But the result has been a sharp increase in imports. Earlier this year, more than 130,000 tonnes of decomposing food imported by PDVAL, an arm of the state oil company, was found in ports and on wasteland.
There are one or two exceptions. Officials say that output at Enlandes, a nationalised milk firm, has risen by 50% in two years. The science minister said recently that CANTV, the main telecoms firm, had 65% more customers since its nationalisation, though he provided no details. But more typically, once companies are in state hands their staffing levels rise, prices fall and they become dependent on government subsidies, according to Richard Obuchi of IESA, a business school in Caracas. In addition, they tend to make a smaller range of products.
The construction industry has been badly hurt by nationalisation. Cement and steel rods have become scarcer (there is a thriving black market in both). Sidor produced 4.3m tonnes of steel in its last year in private ownership; this year it hopes to make 2m tonnes. Another reason that housing schemes have slowed or halted is that the government has banned developers from adjusting prices in line with inflation, which is running at over 30%. Earlier this month Mr Chávez expropriated six new estates under construction, to the horror of most buyers. Developers, the president says, are “bandits” who will not be compensated for the seizure.
The story is repeated in almost every area the government has moved into. Electricity nationalisation contributed to power shortages that saw severe rationing earlier this year and continuing unscheduled blackouts across the country. The oil industry, the bulk of which was already state-owned, has seen production of both crude and refined products fall (by how much is a matter of dispute).
Polls suggest that most Venezuelans disapprove of the nationalisations and firmly support private property. But Mr Chávez seems to be following the advice of Alan Woods, a Welsh Trotskyist who has become an informal adviser. Mr Woods, who is better known in Caracas than Cardiff, publicly urged the president to respond to his electoral setback by “accelerating the revolutionary process”, expropriating land, banks and the main industries. Venezuelans had better brace themselves for more nationalisation, scarcity and economic decline.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Socialismo Agrario do seculo 21: ultimas noticias do front...

Estamos falando da Venezuela, claro; de qual outro país poderia ser?
Nenhum outro país neste mundo (sorry detentor do copyright), nunca antes neste século (ops, esta é forçada), nenhum outro Estado minimamente organizado (mas existem muitos desorganizados), nenhuma outra direção política minimamente racional (mas todos tem direito de ser ilógicos em algum momento da vida), enfim, em nenhum outro lugar conhecido no planeta Terra, temos algum líder empenhado em construir o tal de socialismo agrário, que é uma variante, claro, do velho socialismo estatista do século 20, aplicado à produção primária.
Olhando para o que sobrou de socialismo no mundo, temos o seguinte: a ilha-prisão do mar do Caribe está ativamente empenhado em restabelecer as atividades privadas para estimular a produção (acho que vai dar errado no esquema atual, mas a intenção é mesmo a de desmantelar o socialismo agrário, justamente); o imenso gulag norte-coreano, onde o caro lider se empenha em regimes de emagrecimento forçados de sua população há muito tempo. Acho que não sobrou nada de experimentos em matéria de socialismo agrário. Ou quase...
Só poderia ser a terra do inefável coronel de boné e camiseta vermelha...
Um grande professor de economia, como tenho repetido aqui: tudo o que ele recomenda como organização produtiva, distribuição de produtos, repartição de renda, é para ser feito al revés, pois se trata simplesmente do maior professor de economia ao contrário que já conhecemos nos anais da história econômica mundial.
Seguem, pois, duas postagens sobre o tal de socialismo agrário, com um único comentário meu: nem segurança alimentar, nem abastecimento suficiente, nem racionalidade produtiva, nem satisfação dos consumidores, nada disso será assegurado aos venezuelanos como resultado do socialismo agrário sendo aplicado pelo coronel de Caracas.
Não sou de fazer previsões, pois isto é coisa de astrólogos e outros adivinhos. Mas neste caso ouso prever a decadência agrícola, a perda de equipamentos, o desabastecimento alimentar, mais inflação, mais crise, mais tragédias, enfim...

Lineas de Chávez n. 92
(...)
Lo digo en voz alta y clara: nada está por encima de los sagrados intereses de la Patria. Recuerdo aquellas palabras que escribiera Martí en 1873: “La Patria es comunidad de intereses, unidad de tradiciones, unidad de fines, fusión dulcísima y consoladora de amores y esperanzas”. Y nosotros queremos y estamos decididos a hacer vivas esas palabras.

Hago esta reflexión necesaria, a propósito de la decisión que asumimos el domingo pasado de expropiar a la compañía trasnacional Agroisleña, ya que algunos sectores se empeñan en tergiversar la medida con espurias motivaciones políticas.

El pueblo está consciente de los enormes esfuerzos que venimos realizando no sólo para hacer justicia en la tenencia de la tierra, sino también para conquistar nuestra soberanía alimentaria. Por todo ello, teníamos que impedir a toda costa que el oligopolio Agroisleña siguiera extorsionando a nuestros campesinos con sus precios y con el elevado interés de sus créditos, amén de imponernos un paquete agrotóxico y ecocida trasnacional que deteriora nuestros suelos con productos de alta incidencia ambiental. Tenemos, entonces, que esta empresa ejemplificaba todas las perversiones del capitalismo.

En varias ocasiones se les advirtió de la necesidad de acoplarse a los planes implementados por el Gobierno nacional, sin que estos llamados fuesen atendidos. Procedimos a expropiar por razones de interés nacional.

La nacionalización de Agroisleña va a contribuir tanto en el abaratamiento de los alimentos, y con ello a la disminución de la inflación, como a la salvaguarda ecológica de nuestros suelos.

Tengamos presente lo que bien señala el destacado agroecólogo venezolano Miguel Ángel Núñez: Agroisleña tiene numerosos pasivos sociales, labores y ambientales. En realidad y en verdad al nacionalizarla estamos comenzando a saldar una deuda histórica con el campo venezolano.

Quiero desde aquí expresarles a todas y todos los trabajadores de Agroisleña, que este Gobierno se hace responsable, como se ha responsabilizado siempre, de su estabilidad laboral y de la garantía de todos sus beneficios contemplados en nuestras leyes: contamos con ustedes para que la empresa crezca y rinda sus mejores dividendos al servicio del pueblo trabajador.

Agroisleña es ahora propiedad popular, propiedad patria. Y ese es precisamente el nuevo nombre que le damos desde ahora: Agropatria.

Sepan los latifundistas que se acabó este oligopolio del que tanto se beneficiaron: ahora es cuando la Revolución agraria va a acelerarse.

Digámoslo con el General Zamora:
“Tierras y Hombres Libres”
“Venceremos”

Hugo Chávez Frías / (Domingo 10/10/2010)

============

Presidente Chávez destaca que recuperación de tierras consolidará socialismo agrario

La recuperación de tierras consolidará el socialismo agrario en el país y permitirá convertir a Venezuela en una potencia agrícola, destacó este domingo el presidente de la República, Hugo Chávez Frías.

“Estamos golpeando la dictadura de los latifundistas. No debe quedar ni un hueso sano del viejo latifundio, hay que consolidar el socialismo y la democracia agraria”, sostuvo el jefe de Estado, durante la transmisión del Aló, Presidente número 364, realizado en el Proyecto Agrario Socialista Río Tiznados, estado Guárico.

El Presidente insistió en la necesidad de continuar rescatando tierras en todo el país para consolidar el socialismo económico y producir los alimentos que requiere el pueblo venezolano.

Chávez solicitó a los gobernadores de cada entidad, sobre todo la llanera, y también a la Fuerza Armada Nacional Bolivariana (FANB), unirse a esta tarea, hacer recorridos y donde se encuentre un latifundio reportarlo.

“Una de las tareas de las Fuerzas Armadas en Los Llanos es hacer reconocimiento terrestre aéreo, donde vean un latifundio, repórtenlo, y si ven que pasa mucho tiempo y no hay acciones me llaman directo a mi. Latifundio que haya, latifundio que vamos a tomar, para entregarlo liberado al pueblo”, enfatizó el mandatario.

Refirió que el latifundio es el gran culpable de la pobreza de los campos y que para revertir esta situación es necesario seguir rescatando tierras.

Chávez realizó un recorrido por el Complejo Agroindustrial Manuel Ibarra en la sabana de Guárico, que cuenta con 9 silos para almacenar el maíz que allí se produzca, y una capacidad cada uno de 3.800 toneladas, para un total de 34 mil 200 toneladas.

Dicho complejo está operando desde la semana pasada y ha recibido, hasta ahora, 400 toneladas de las unidades de producción social de la zona.

Asimismo, cuenta con una planta propia para la generación de energía, que suministra aproximadamente unos 2000 mil amperios. De este total se consume apenas la mitad (1000 amperios).

La estructura del complejo es de procedencia y tecnología italiana, en tanto que la maquinaria fue adquirida a través de un convenio con la República Popular de China, informó el ministro del Poder Popular para la Agricultura y Tierras, Juan Carlos Loyo.

AVN / 03 de octubre de 2010

============

Addendum (pequenas notícias sobre a atualidade venezuelana, apenas chamadas):

Venezuela: Chávez anuncia una ley orgánica para ocupar tierras urbanizables
El presidente venezolano, Hugo Chávez, anunció que presentará ante la Asamblea Nacional una ley orgánica que le permitirá al Gobierno “regularizar tierras urbanas” destinadas a la construcción de viviendas.

El Análisis de Infolatam, por Leonardo Vera
Salarios, consumo y votos: ¿Por qué Chávez está perdiendo el respaldo electoral?
(Especial para Infolatam).- “… la economía venezolana no genera ya incrementos de ingresos suficientes para compensar tasas de inflación de 30% anual. En este ambiente, el consumo privado en términos reales se ha desplomado y en los últimos ocho trimestres ha crecido a una tasa promedio interanual de -1,2%. Una decisiva restricción en los ingresos ha conducido a este dramático ajuste. Esta es la pérdida de bienestar que para bien o para mal los venezolanos hipervaloran hoy día. El chavismo no ha permanecido inerte frente a esta realidad. Su desarrollada intuición para conocer el mercado político local le ha advertido la importancia que tiene mitigar los efectos de esta caída en el ingreso real de su clientela”.
Venezuela: Chávez anuncia que la expropiada Agroisleña se llamará Agropatria

El análisis, por Marta Colomina (El Universal)
La hiel de la “victoria”
“…Como no pudo convencer a nadie de su inexistente “victoria” el 26S, Chávez acelera su venganza contra todos los venezolanos, sean burgueses, proletarios o pobres de solemnidad…Chávez “radicaliza su socialismo”, es decir, el comunismo, como dijera Fidel a calzón quitao, y estatiza febrilmente las empresas y fincas agrícolas que aún quedan en pie…El último golpe constitucional que nos conduce al desabastecimiento y hambre colectivos, es la toma salvaje de la empresa Agroisleña”. (El Universal. Venezuela)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Chavez tenta suprimir a podridao do capitalismo...

Eu sempre me pergunto, nesses exercícios de história virtual que costumo fazer, o que seria do socialismo (do século 21, ou do 19, não importa) se os seus dirigentes fossem um pouco, só um pouquinho mais inteligentes.
Provavelmente teria um futuro brilhante pela frente, sem esses desastres todos acumulados ao longo do último século.
Talvez não, mas não custa imaginar.
Enfim, vejamos.
Lênin foi um brilhante estrategista político, sabia exatamente quão frágil era o governo provisório saído da revolução de fevereiro de 1917 e aplicou o seu golpe -- sim, foi um putsch, a tomada do poder pelos bolcheviques, não uma revolução, como eles proclamam -- justo no nomento em que o governo de Kerensky estava envolvido na realização das primeiras eleições livres em toda a história russa até ali, eleições que aliás deram a vitória aos mencheviques, ou socialistas revolucionários, não aos bolcheviques. Lênin sentiu que era o momento, deu o golpe, dissolveu a Assembléia Constituinte, prendeu os seus membros, dissolveu todos os partidos políticos e instalou a ditadura comunista.
Bem, se ele era um gênio em política, era um completo estúpido em economia: pretendeu suprimir as leis do mercado, e deu no que deu: o sistema socialista funcionou de modo claudicante, durante 70 anos, mais na base da mão-de-obra escrava do que no trabalho voluntário, e depois fez tilt e morreu, de morte morrida, não de morte matada...
Mao Tsé-tung também era um brilhante estrategista militar, mas um estúpido completo em economia: seus planos mirabolantes podem ter resultado na morte matada, sim, por fome induzida, de pelos menos 25 milhões de chineses, talvez mais, com toda a repressão de seu regime estúpido.
Enfim, tudo isso para falar do nosso indefectível professor de economia al revés, el Profesor Chávez, que esta semana, já não bastasse tudo o que fez para destruir o seu socialismo do século 21, está empenhado em acabar com a "podridão do capitalismo".
Só podemos desejar sucesso a ele, pois do contrário o seu socialismo vai perecer nos escombros das ideias fracassadas, como todos os precedentes do gênero...
Paulo Roberto de Almeida

Chávez promulgó nueva ley que concentra en el Estado venta de bonos públicos
Por AFP
El Nuevo Herald, 17 Agosto 2010

CARACAS - El presidente de Venezuela Hugo Chávez promulgó este martes la ley del Mercado de Valores, que concentra en el Estado la comercialización de bonos de deuda a través de bolsas públicas, que según anunció serán creadas "en pocas semanas''.

"Es la ley que nos permite ir saliendo de la podredumbre del capitalismo. Esa podredumbre de las casas de bolsas, esa es la verdadera podredumbre'', lanzó Chávez en una reunión con sus ministros, transmitida en la televisión estatal VTV, donde firmó el nuevo texto, aprobado la semana pasada por el Parlamento.

"Estuvimos revisando el nuevo mercado de valores, la bolsa pública de valores. Colocamos ya una fecha para lanzar la bolsa pública de valores, va a ser en pocas semanas, tenemos una fecha tentativa'', indicó Chávez sin precisar detalles.

La Bolsa de Valores Pública es el "espacio para la intermediación de los Títulos de Deuda Pública Nacional y otros títulos emitidos por empresas del Estado'', según explica la ley aprobada hace una semana.

Las casas de bolsa y sociedades de corretaje no podrán "ejercer operaciones con los títulos de deuda pública ni tener en cartera instrumentos públicos''. De modo que su operación, que tiene que ser autorizada por el Banco Central de Venezuela (BCV), se limita a la negociación de acciones de privados.

La ley le da la potestad al presidente de la República de "suspender las operaciones del mercado de valores'' para "salvaguardar la economía del país''.

Hasta principios de año, la compra y venta de bonos de deuda pública servía para obtener, de forma legal, dólares a una tasa que llegó a triplicar a la fijada por el Estado, que impuso desde 2003 un férreo control cambiario.

El precio, llamado "permuta'', se fijaba a partir de la ley de la oferta y la demanda. Sin embargo, el gobierno venezolano denunció que las casas de bolsa que negociaban con estos títulos especulaban con el valor del billete verde y les prohibió operar con bonos del Estado.

Desde enero, hay dos precios oficiales para el dólar en Venezuela: 2,60 para productos de primera necesidad, y 4,30 para el resto de los productos.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Venezuela: economia em frangalhos

O que tinha de acontecer, aconteceu. Aliás, estava demorando para que as lecciones de economía al revés del Profesor Chávez resultassem no que se tem agora: a total destruição das bases produtivas da economia venezuelana.
A Venezuela, o seu povo e sua sociedade, recolhem hoje os resultados de uma das mais ineptas administrações econômicas da economia já conhecidas no século 20, abrindo uma exceção para o Zimbabue e alguns outros casos dramáticos desse tipo.
Demorou para acontecer, pois os preços do petróleo estiveram altos durante muito tempo, o que deu uma margem de manobra para o caudilho venezuelano.
Parece que a conta chegou...
Paulo Roberto de Almeida

Chávez deu errado
Miriam Leitão
O Globo, Quinta-feira, 22/07/2010

O preço do caminho escolhido por Hugo Chávez ficou claro no relatório divulgado pela Cepal. A América Latina cresce este ano mais de 5%. O Brasil mais de 7%. A Venezuela vai ter uma queda de 3%. É a segunda pior recessão depois do Haiti, que tem uma boa explicação para seu número negativo. A crise da Venezuela é resultado das escolhas de um governante equivocado.

Os erros políticos do presidente Hugo Chávez são mais falados, mas ele é também um péssimo administrador e tem criado para a economia venezuelana uma série espantosa de incertezas. Isso inibe o investimento.

A Venezuela enfrentou uma severa crise energética provocada por uma seca, mas como sabem todos os que têm hidrelétricas: secas acontecem. Por isso é preciso ter garantias em investimentos em outras fontes de energia que possam suprir as oscilações da oferta.

Não era de se esperar que a Venezuela, com suas enormes reservas de petróleo, tivesse que enfrentar uma crise de energia, com racionamento. Isso mostra falta de planejamento.

O autoritarismo de Chávez virou incerteza regulatória.

Ele muda as regras quando quer. As políticas e as econômicas. Tem hostilizado empresas estrangeiras e até o capital nacional privado. Qualquer divergência com um de seus ditames pode ser suficiente para que desabe sobre a empresa alguma mudança de regra. E tudo tem sempre o objetivo explícito de perseguir qualquer voz discordante.

Recentemente, o Banco Central venezuelano encampou o Banco Federal, uma instituição privada, que acabou sendo estatizada. Agora fica claro por quê. O banco tinha ações da TV que tem uma posição mais crítica a Chávez, a Globovisión. O governo está anunciando que vai nomear conselheiros para a emissora, coisa que pode fazer, já que é agora um dos acionistas.

A Venezuela já está pagando o custo político de um governo como esse. O país há muito tempo não é uma democracia. As regras das eleições são manipuladas para favorecê-lo; mas quando não favorecem, Chávez tira poderes do administrador de oposição que foi eleito. A Constituição tem sido alterada com frequência apenas para favorecer seu projeto de eternização do poder. Tudo é tão claramente autoritário que é espantoso que o regime chavista tenha tantos defensores no governo brasileiro.

Nunca é demais dizer: uma coisa é manter boas relações com a Venezuela, outra, diferente, é defender Hugo Chávez. O presidente Lula e seus dois ministros das relações exteriores — Celso Amorim e Marco Aurélio Garcia — defendem Chávez. Parecem desconhecer as lições da História de governantes que chegaram ao poder pelo voto e usaram o poder para destruir as bases da democracia que os elegeu.

A Cepal trouxe números inequívocos no relatório divulgado ontem. As projeções da instituição para o crescimento na região são: Brasil, 7,6%; Uruguai, 7%; Paraguai, 7%; Argentina, 6,8%; Peru, 6,7%; Bolívia, 4,5%; Chile, 4,3%, apesar do terremoto; México, 4,1%.

Dois países estão em recessão: Haiti, 8,5%; e Venezuela, -3%.

Outras análises mostram a mesma tendência de que a Venezuela tenha recessão este ano e continue no ano que vem com o PIB negativo.

Além disso, o país enfrenta uma longa inflação, a maior da região. Há vários anos a inflação está em dois dígitos e este ano está próximo de 30%. Em maio, a enviada especial do GLOBO a Caracas, Mariana Timóteo da Costa, mostrou que a inflação e a grave crise de desabastecimento estão tirando popularidade do presidente.

É por isso que Chávez está mais uma vez tentando um espetáculo de marketing.

Este ano há eleições para o Congresso e há risco de que ele perca. Ele saiu à cata de algo espetacular para capturar a atenção pública.

Foi mais fundo que podia: exumar o cadáver de Simón Bolívar. Seria cômico se não fosse uma forma patética de manipular a opinião pública.

O Chile pediu para enviar senadores para acompanhar as eleições venezuelanas em setembro e pediu à OEA uma atitude de maior vigilância às eleições. O Conselho Nacional Eleitoral — controlado por Chávez, como tudo mais — rejeitou com uma nota em que afirma que: “não permitiremos que nenhum ator alheio à Venezuela intervenha e coloque sob suspeita a vontade soberana do povo.” Curioso. Hugo Chávez interfere e dá palpite em todas as eleições da região — principalmente no Peru, Equador e Bolívia — sem mostrar o mínimo respeito à vontade soberana do povo desses países.

Há entre os governistas mais aguerridos a impressão de que o país deve agradecer ao presidente Lula por ter sido magnânimo e não ter tentado um terceiro mandato; que ele o teria se tivesse tentado. Um equívoco.

A indiscutível popularidade do presidente Lula não era garantia de que ele ganharia a eleição se tivesse a possibilidade de tentar. Para abrir o caminho para essa tentativa, Lula teria que mudar a Constituição. Na Colômbia, o ex-presidente Álvaro Uribe foi informado pela Suprema Corte de que nem deveria tentar um terceiro mandato apesar da popularidade que tinha. Aqui, Lula também teria os mesmos obstáculos. O Brasil não aceitaria que o presidente seguisse o caminho do continuísmo chavista e tem estado atento a qualquer tentativa de se repetir aqui alguns dos truques do modelo Hugo Chávez.

O caminho do desrespeito às leis não tem volta e leva ao fracasso político e econômico.

É apenas uma questão de tempo. Para a Venezuela, a conta econômica chegou. A proposta intervencionista e autoritária de Chávez deu errado. A Venezuela está perdendo o melhor momento da região.

===============

La verdadera razón de la eliminación del mercado paralelo: las reservas cayeron 34% entre enero y mayo

El ritmo de consumo de divisas durante los primeros 5 meses del 2.010 era insostenible. La merma en la capacidad de producción de crudo de PDVSA, a la que se le resta el incremento desbocado del consumo interno a precios subsidiados, no pudo sostener el creciente nivel de importaciones a través de CADIVI, las demandas del mercado paralelo y las dádivas petroleras a Cuba, PetroCaribe un cuanto pedigüeño estuvo dispuesto a adular a Estéban y pedir petróleo barato a cambio. El diario El Nacional reportó que las reservas internacionales disminuyeron 20% en el primer semestre, al pasar de 35,8 millardos de bolívares a 28,8 millardos de bolívares, pero el descenso en las disponibilidades e inversiones en divisas que integran las llamadas reservas operativas es aún más pronunciado. Los estados financieros del Banco Central de Venezuela muestran que la parte más líquida de las reservas internacionales bajó de 14,1 millardos de dólares el 31 de enero a 9,3 millardos de dólares el último día de marzo, un retroceso de 34% en 4 meses. En enero, las disponibilidades sumaban 1,7 millardos de dólares, mientras que las inversiones ascendían a 12,4 millardos. En mayo, las primeras aumentaron a 3,5 millardos de dólares, pero las segundas cayeron a 5,8 millardos de dólares. Dólares El saldo de 9,3 millardos de dólares con que las reservas operativas cerraron el quinto mes del año es insuficiente para cubrir 3 meses de importaciones. Las compras en el exterior sumaron 38,4 millardos de dólares en 2009, un promedio mensual de 3,2 millardos de dólares, según el BCV. Los balances del ente emisor indican que, al cierre de mayo, dos tercios de las reservas se encuentran en activos menos líquidos, como el oro monetario, las tenencias en derechos especiales de giro y la posición crediticia neta en el Fondo Monetario Internacional. El oro representa 13,9 millardos de dólares, casi la mitad de las reservas, mientras que las tenencias en derechos especiales de giro suman 3,3 millardos de dólares. Con esta reducción en las reservas internacionales era imperativo tomar medidas drásticas. CADIVI, Cuba y PetroCaribe, armas políticas de Estéban, no podían sufrir. El chivo expiatorio ideal era el mercado paralelo y sus operadores. Prendieron la pira incendiaria, y tiraron al pajón a las Casas de Bolsa y Sociedades de Corretaje, que no tienen doliente