O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

Mostrando postagens com marcador discurso improvisado do presidente Lila. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador discurso improvisado do presidente Lila. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 1 de outubro de 2024

Atirando no que viu, esquecendo o que não pretende ver: mais um improviso do presidente brasileiro - Paulo Roberto de Almeida

Atirando no que viu, esquecendo o que não pretende ver: mais um improviso do presidente brasileiro.

A frase de Lula aponta obviamente para o primeiro ministro de Israel, na destruição indiscriminada de Gaza e do Libano. Mas ela se aplica inteiramente, completamente, exatamente ao presidente da Rússia, em sua insana e criminosa guerra de agressão contra a Ucrânia, que nem foi motivada por qualquer ataque ou ameaça deste país contra o maior país do mundo:

 “A guerra é a prova da incapacidade civilizatória do cidadão, que acha que ele pode, na explicação de que ele precisa se vingar de um ataque, fazer matança desnecessária com pessoas que não tem nem como se defender.” 

Por que seria tão dificil à dupla Lula-Amorim reconhecer que Putin é o principal responsável pela maior violação à Carta da ONU desde 1950, o ataque das forças de Kim Il Sung contra a Coreia do Sul? 

Tratou-se da primeira transgressão aos princípios do Direito Internacional da ordem jurídica do pós-Segunda Guerra Mundial e a primeira missão de imposição da paz da ONU: três anos de combates devastadores e um armistício que nunca foi convertido em acordo de pacificação e de estabelecimento de relações diplomáticas.

Uma prova, talvez, de que a humanidade não está tão longe assim da guerra de Troia: paixões e interesses, mais estes que aquelas, continuam a prevalecer sobre qualquer conduta racional.

A racionalidade nem sempre prevalece quando o personalismo toma o lugar de decisões ponderadas de um conjunto mais amplo de responsáveis bem informados e formados. Personalidades despreparadas também podem exercer carisma sobre sociedades pobremente educadas.

Paulo Roberto de Almeida

Brasilia, 1/10/2024