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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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domingo, 28 de fevereiro de 2021

Mini-reflexão sobre o Consolo (se isso ajuda...) - Paulo Roberto de Almeida

 Mini-reflexão sobre o Consolo (se isso ajuda...)

Paulo Roberto de Almeida


Alguns argumentam segundo a alegação conhecida: não há mal que nunca acabe!

Sim, sempre tem luz no fim do tunel, ainda que isso demore um bocado de tempo. Vejamos os experimentos autoritários ou totalitários mais conhecidos.


Bolchevismo: 1917-1989

Fascismo: 1922–1943

Hitlerismo: 1933-1945

Estado Novo português: 1928-1970

Estado Novo brasileiro: 1937–945

Franquismo: 1939-1975

Maoísmo: 1949-1979

Stroessner: 1954-1989

Castrismo: desde 1959

Ditadura militar brasileira: 1964-1985

Chavismo: eleito em 1999, continua...


Mas, regimes populistas, mais ou menos autoritários, são mais frequentes: porfiriato no México, varguismo e lulismo no Brasil, peronismo na Argentina, e muito mais, mundo afora.

Que o bolsonarismo seja como o trumpismo: um único mandato.

Mas, isso não significa que a deriva tenha um fim: a Alemanha e a Austria ainda têm a sua cota de nazistas, assim como a Itália de fascistas; Portugal e Espanha exibem saudosistas do salazarismo e do franquismo, a Rússia do stalinismo!


Ah, sim: no Brasil, muitos idiotas,  saudosistas da ditadura militar, pedem o impossível: uma “intervenção militar constitucional”! (sic três vezes).

Trumpistas continuam poluindo o ambiente político americano, sequestrando dezenas de representantes republicanos (pelo menos até que o Grande Mentecapto vá para a cadeia).

No Brasil, beócios vão continuar a gritar “mito”, ainda que o Pequeno Mentecapto possa ir para a cadeia.


Adoradores de tiranos, apoiadores de ditaduras, favoráveis a governos duros e eleitores de “homens fortes” sempre vão existir, em todas as classes e faixas de renda; não se pode impedir as pessoas de serem idiotas, nem de preferir regimes autoritários. Populistas pululam em todos os países, na direita e na esquerda, em nações ricas e pobres.

Nem o mais longo e estável regime parlamentar, a Inglaterra (depois Reino Unido), escapou de conservadores idiotas, assim como a República mais democrática do mundo sucumbiu (e ainda não terminou) a um falastrão mentiroso e medíocre. 

Desculpem se não consegui consolar ninguém: minha racionalidade, sempre embasada na história, costuma passar na frente...

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 28/02/2021