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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Continuando a mentir e a manipular os dados da realidade: um "academico" sectario...

Atenção: estou respondendo a um fraudador da realidade e a um mentiroso contumaz
Paulo Roberto de Almeida

Este blog se destina, precipuamente, ao debate de ideias, como esclarecido acima, se possível inteligentes, como também alertado.
De vez em quando, porém, somos levados a comentar ideias "desinteligentes", quando não estúpidas, ou então mentiras deliberadas, quando elas assumem tal proporção de publicidade nestes meios que são os nossos, que correm o risco de deformar os dados da realidade, pela manipulação deliberadamente falsa da história passada, o que pode induzir ao erro muitos jovens que não dispõem da informação correta ou do instrumental analítico para se precaverem contra os muitos fraudadores que pululam em nossas universidades (em constante processo de deterioração, como já escrevi aqui).

Pois bem, como este blog também tem essas funções didáticas, de esclarecimento e de instrução aos mais jovens, vou me permitir abusar da paciência de vocês -- eu sei que é chato lidar com mentirosos, mas por vezes é necessário fazê-lo -- para responder e continuar desmantelando as ideias falsas, os erros deliberados e as fraudes declaradas com que me deparo ocasionalmente.
É inacreditável que esse tipo de mentira com os dados da realidade passe impune na academia, o que apenas revela a degradação moral, o total desregramento ético a que estamos assistindo nos últimos anos, certamente a marca registrada dos nossos tempos.

A história é a seguinte: eu havia lido uma "Carta aberta a Fernando Henrique Cardoso" -- supostamente entre colegas sociólogos, mas na verdade de um acadêmico mentiroso a um ex-presidente -- que apresentou tal deformação dos dados da realidade, contra o Plano Real, contra as políticas econômicas do período FHC, contra os simples dados da realidade, que me senti obrigado a comentar as afirmações mais deliberadamente falsas, os dados mais obviamente fraudados. Deixei de lado os "argumentos" de natureza subjetiva, pois existem sempre interpretações diferentes de itinerários econômicos, para me concentrar apenas no que era falso, no que era fraude, no que era desinformação factual, no que ia contra os dados da história recente.
Meu post é este aqui:


Distorcendo estatisticas e deformando a historia: um academico mentiroso

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Não preciso dizer que não enviei ao mentiroso em questão, mas simplesmente o postei neste blog. Um dos leitores deste meu post, pretendendo fazer um favor ao acadêmico que não merece esse nome, compareceu com um "comentário" neste post, tentando oferecer, como ele disse, um "contraponto ao [que eu afirmei]... para os leitores deste [meu] blog" . Ele o fez, porém, de forma anônima, sem dizer, aproveitando um outro comentário que o acadêmico mentiroso fez em seu blog tentando responder a questionamentos de um outro leitor, confuso quanto aos "dados" e "argumentos" propostos pelo próprio acadêmico mentiroso.
Sinceramente, eu volto a dizer que não entendo como, num país democrático como o nosso, tantas pessoas, em lugar de debater abertamente, escolher postar comentários como "Anônimos", o que não entendo e me parece uma contradição nos termos. Quem tem ideias próprias e acha seus argumentos sólidos, basta expô-los e assumir responsabilidade pelo que escreve. (Enfim, as pessoas são livres para continuar escrevendo como "anônimas" no meu blog, mas eu também sou livre para julgar se esses comentários merecem ou não ser publicados; em princípio, anônimos já começam com uma prevenção "contra", da minha parte).

Em todo caso, para retirar esse "comentário anônimo subscrito" de uma simples "nota de rodapé", pouco vista ou lida pelos visitantes e frequentadores deste blog, decidi transcrevê-lo por inteiro aqui, o que faço in fine, antecedendo-o, porém, de novos comentários de minha parte, já que as novas afirmações do acadêmico  mentiroso merecem novos comentários de minha parte. É o que faço agora.


Continuando a desmantelar inverdades e fraudes deliberadas:
(Para fins de identificação, faço as seguintes distinções: Acadêmico Mentiroso = AM; Paulo Roberto de Almeida = PRA)

AM: Eu não disse que o plano real não derrubou a inflação e sim que se situou dentro de uma tendência deflacionária da economia mundial.
PRA: Não disse explicitamente que o Plano Real (com maiúsculas, pois que já faz parte da história econômica destepaiz), mas queria sim dizer, indiretamente, que a derrubada da inflação no Brasil teve a ver com uma fantástica "tendência deflacionária da economia mundial".
Desafio o acadêmico mentiroso a provar que havia essa tal de "tendência deflacionária da economia mundial", com base em dados, em números verificáveis. Está lançado o repto.
Se ele quiser, que aproveite a dica que eu lhe dei, e vá ver os números. Estão aqui, nesta tabela insuspeita pois que construída a partir dos dados oficiais dos institutos de estatística nacionais de cada um dos países, reponderados, quando é o caso, por "number crunchers" isentos como são os da OCDE.
Este é o link: http://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/1999/01/data/#top.
O AM (acadêmico mentiroso) delira, obviamente, pois TODOS, rigorosamente todos os países avançados (que na época ainda eram responsáveis por mais de 60% do PIB mundial) tinham inflações abaixo de 5%, geralmente entre 2 e 4%.
Apenas o Japão apresentava tendências deflacionárias ANTES e portanto não pode ter influenciado NENHUMA tendência deflacionária no começo dos anos 1990, como escreve AM.
O que ele repete é simplesmente uma MENTIRA, uma fraude completa, só explicada pelo seu desejo obsessivo, doentio, de diminuir o Plano Real, que ele confunde com "tendência deflacionária".

Ora, QUANDO um plano concebido e arquitetado para desmantelar todo o aparato da indexação generalizada num país -- este nosso infeliz país, convivendo com taxas de inflação de 500% ao ano -- e para TROCAR A MOEDA, todo o meio circulante, e fazer várias outras coisas mais, pode ser identificado com uma "tendência deflacionária mundial"???!!!
Isso é simplesmente delírio completo, uma fraude consumada, uma desinformação que o AM não hesita em perpetrar mais uma vez.
Não por acaso um dos comentaristas em seu blog escreveu o seguinte:
"Puxa, O Plano Real não foi o responsável pela derrubada da inflação?
Hiperinflação mundial ? Eu lembro, era 230% na Holanda, 317% no Canadá, 86% na Inglaterra, 477% no Chile e 118% na França.
Aí, por razões conjunturais mundiais, todas caíram abaixo de 10%, como em uma epidemia. Devo ser o Eremildo (personagem do golpista Elio Gaspari).
"
Ou seja, o AM se submete a gozações de quem conhece os números e não deixa passar em branco essa deformação completa por parte de quem só sabe mentir.
Não vou me dar ao trabalho de transcrever os dados reais das taxas de inflação no mundo. O AM pode fazer isso nos documentos que figuram em meu link.

AM: TODOS os países terminaram com a inflação neste período e não fizeram um plano real.
PRA: MENTIRA. A maior parte dos países responsáveis já tinham cuidado da inflação desde a primeira metade dos anos 1980, depois que os impactos do primeiro e do segundo choques do petróleo (1973-74 e 1979-1980) conseguiram ser absorvidos por MEDIDAS MONETARISTAS, de um lado (isto é, aumento da taxa de juros) e de AJUSTE ESTRUTURAL, por outro lado (isto é, reconversão produtiva num sentido de fazer a base industrial trabalhar com menor conteúdo de petróleo, o que foi obtido de maneira notável, AUMENTO de PREÇOS dos combustíveis, e uma série de outras medidas no setor real da economia).
É simplesmente ridículo dizer que TODOS os países "terminaram com a inflação" -- vejam bem, no começo dos anos 1990, o que é simplesmente ERRADO -- e o fizeram não através, NOTEM, "de um plano real", como se os países fizessem revoluções em sua macroeconomia assim, todos os dias, ou ao sabor da conjuntura.
Decerto esse AM deve imaginar que os responsáveis econômicos de TODOS os países devam decidir algo deste gênero: "Vejamos, será que vamos fazer um 'plano real' (sic) agora, ou vamos deixar para depois? Não, plano real não!; é um estelionato eleitoral; vamos esperar uma tendência deflacionária mundial e aí, muito melhor, a gente não precisa fazer nenhum esforço, é só navegar na crista da onda das tendências deflacionárias mundiais e, zut, voilà, está feito o serviço. Vamos deixar esses 'planos reais' para esses coitados do Brasil..."
O que o AM está dizendo simplesmente não faz sentido e NÃO BATE COM A REALIDADE. Ou seja, trata-se de um fraudador contumaz e repetido. Ele pretende ofender a nossa inteligência e se contrapor aos dados da realidade.

AM: "Contudo, ao manter a moeda sobre valorizada e ao não tomar medidas estruturais contra a inflação e sobretudo ao elevar absurdamente os juros, a equipe econômica manteve a nossa inflação entre as mais altas do mundo."
PRA: MENTIRA mais uma vez. O Plano Real não manteve a moeda sobrevalorizada e não pretendia fazer isso. Não sei se o AM sabe disso, mas a primeira versão do Plano Real previa um forte ajuste fiscal -- o que era desejável, necessário e mesmo indispensável, em visto do descontrole dos gastos públicos e do total irrealismo dos orçamentos públicos até então -- o que não foi feito por oposição do presidente Itamar Franco, que não queria ajustes fortes que seriam, necessariamente, temporariamente recessivos. TODO plano de ajuste estrutural, em TODO o mundo, possui um componente recessivo, até porque se tem de quebrar a espinha da realimentação inflacionária. O Brasil foi o ÚNICO país no mundo que efetuou todo um processo de estabilização sem QUALQUER EFEITO RECESSIVO.
Ora, o preço pelo não ajuste é a necessidade de se manter taxas de juros mais elevadas. Foram essas taxas de juros que foram responsáveis pela sobrevalorização do real -- que teve sua paridade estabelecida, mas não fixada, no mesmo nível do dólar, em julho de 1994 -- ao atrairem fluxos de capitais. Em economia não existem medidas que produzam efeitos em uma única direção: se a escolha foi por um ajuste SEM RECESSÃO, então o preço a pagar são juros altos.
Por outro lado, a sobrevalorização do real, temporária como foi, serviu para diminuir mais rapidamente a inflação, esta sim, o principal inimigo dos pobres. Com uma taxa de câmbio "desvalorizada" como preferem esses economistas simplórios, o resultado teria sido um ritmo menor de queda na inflação.
Concluo disso, que os economistas que proclamam, a exemplo do AM, que a moeda deveria ter sido desvalorizada -- por meios compulsórios entenda-se, pois essa gente adora controlar tudo -- são a favor da inflação, a favor de que os pobres sofram mais um pouco.
Ora, o Plano Real foi a mais fantástica redistribuição de renda que se fez na história econômica do Brasil, ao permitir a eliminação rápida do imposto inflacionário, aquele que mais atinge os pobres.
Somos levados a concluir, assim, que o AM e seus amigos são contra os pobres e amigos da inflação.
Dispenso-me de comentar o resto da frase do AM, pois ele não parece entender de economia monetária, ao fazer uma conexão direta entre juros altos e inflação alta: qualquer economista principiante, mesmo os mais renitentes keynesianos, sabe que alta de juros faz diminuir a inflação, não o contrário.
Isso apenas prova o quão pobre, eu diria miserável, é o "raciossímio" econômico do AM.

AM: "Trata-se de comparar a inflação do período FHC com a inflação de todos os outros países. E a nossa inflação foi mais de 5 vezes mais alta que os casos mais bem sucedidos."
PRA: O AM talvez não saiba mas pelo menos um terço da inflação no Brasil é "encomendada" pelo Estado, ao manter tarifas para certos serviços públicos e contratos com concessionárias indexados ao índice de inflação oficial. E por que se fez isso, em lugar de simplesmente desindexar toda a economia?
Porque ao fazer o Plano Real, num patamar de hiperinflação de 2.700% ao ano (ou mais, mas neutralizada em parte pelos mecanismos generalizados de correção monetária), não se tinha certeza de que tudo iria funcionar, e assim uma parte da economia continuou a funcionar com preços revistos e corrigidos.
O outro fator, obviamente, era o descontrole das contas públicas e a total orgia de gastos nos estados e municípios, que tiveram de ser primeiro contornados com as renegociações de dívidas estaduais e municipais de 1995 a 1998 -- o que custou os olhos da cara à União -- e depois tentativamente engessados pela Lei de Responsabilidade Fiscal, lei que os amigos e aliados do AM tentaram barrar no Supremo Tribunal Federal.
O AM tampouco lembra que a União trocou todas as dívidas estaduais e municipais por títulos federais, assumindo um pesado encargo de juros, e limitando os pagamentos dos devedores por títulos de menor taxa de juros, a 30 anos, mas com a obrigação de comprometer certo percentual dos orçamentos (de 10 a 15% segundo os casos) com o seu repagamento (o que é o mínimo que se poderia esperar).
Em conexão com isso, a acusação de que o governo FHC aumentou enormemente a dívida pública, SEM CONSIDERAR esse prêmio feito aos estados e munícipios, é de uma enorme má-fé, na verdade de um mau-caratismo impressionante.
O governo FHC colocou as contas públicas em ordem, restabeleceu a verdade dos orçamentos, reduziu a inflação para níveis civilizados, e o AM vem colocar em dúvida tudo isso? É preciso muita desfaçatez para deformar assim os dados da história.

AM: "Que teoria econômica pode considerar uma baixa inflação uma alta de preços 5 vezes maior que a do resto da economia mundial?"
PRA: O AM não sabe escrever, pois sua frase acima não faz nenhum sentido. Em primeiro lugar, porque não há nenhuma teoria econômica envolvida e sim medidas de política econômica. No caso, as metas de inflação estabelecidas em 1999, para dar uma perspectiva referencial de preços aos agentes econômicos. A inflação em 1998 já se situou abaixo de 3%, e poderia estar nesse patamar atualmente, se os amigos e aliados do AM não insistissem em MANTER O PATAMAR EM 4,5%, quando o Conselho Monetário Nacional poderia ter estabelecido uma meta menor. Se o AM quiser, posso transcrever diversas declarações do atual Ministro da Fazenda, antes e DEPOIS de assumir o cargo, em que ele se pronuncia CONTRA um patamar mais baixo para a meta de inflação.
O Brasil tem, sim, uma inflação duas a três vezes maior (não cinco) superior à médias mundiais (mas apenas duas vezes maior que a dos países emergentes). Isso se deve exclusivamente aos gastos públicos excessivos, à permissividade fiscal, todas de responsabilidade dos amigos do AM.

Fico por aqui, pois os argumentos do AM são tão pobres que me constrange ter de aulas de economia, e pior, LIÇÕES DE HISTÓRIA a um acadêmico que não merece esse nome.
Confesso que sinto vergonha pela academia brasileira e tenho pena dos alunos desse fraudador contumaz e desse mentiroso sectário.

Termino dizendo que em nenhum momento coloquei este "debate" no âmbito das eleições e dos candidatos. Não tenho nenhum e não estou tratando aqui de suas plataformas econômicas futuras.
Eu estava apenas interessado em restabelecer a VERDADE DOS FATOS, e recolocar a história em seu devido lugar.
Não tenho nenhuma ilusão de que o AM venha a se retratar por suas afirmações fraudulentas.
Mas isso faz parte do caráter dessa gente.
Paulo Roberto de Almeida
(Shanghai, 28.10.2010)


Comentário transcrito por um "anônimo visitante", em nome, ou a favor, do acadêmico mentiroso em meu post supra-citado
Palavras do Acadêmico Mentiroso:
"Eu não disse que o plano real não derrubou a inflação e sim que se situou dentro de uma tendência deflacionária da economia mundial. TODOS os paises terminaram com a inflação neste período e não fizeram um plano real. Contudo, ao manter a moeda sobre valorizada e ao não tomar medidas estruturais contra a inflação e sobretudo ao elevar absurdamente os juros, a equipe econômica manteve a nossa inflação entre as mais altas do mundo. Não se trata de comparar a inflação do período Fernando Henrique com a fase que, em entrevista para os 40 anos do CEBRAP, Serra chamou de “superinflação” para distinguir de uma tendência ao crescimento infinito da inflação que seria considerada uma ”hiperinflação”. Trata-se de comparar a inflação do período FHC com a inflação de todos os outros paises. E a nossa inflação foi mais de 5 vezes mais alta que os casos mais bem sucedidos. Dizer que isto é sectarismo ou má analise econômica é demonstrar um delírio teórico insensato. Que teoria econômica pode considerar uma baixa inflação uma alta de preços 5 vezes maior que a do resto da economia mundial? É elementar exceto para quem está com a mente obliterada por uma propaganda absurda."  http://theotoniodossantos.blogspot.com/2010/10/o-debate-sobre-carta-aberta-fernando.html

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Pausa para a piada da semana...Centro de Atendimento Virtual da Receita para o petista...

Quem não conhece o Vanguarda Popular, o maior centro do pensamento marxista-leninista-maoista do Brasil (possivelmente do mundo também), eu recomendo uma visita ao seu portal, neste link.

Receita Federal lança novo Centro de Atendimento Virtual ao Petista
Escrito por Emmanuel Goldstein
Vanguarda Popular, 6.10.2010

A Receita Federal lançou um novo Centro de Atendimento Virtual ao Petista (e-CAP), que pode ser acessado por qualquer militante do PT de casa ou do diretório, pela Internet. O serviço reúne todas as informações que a Receita possui sobre qualquer otário pagador de impostos cidadão brasileiro.

Com o novo atendimento, será possível acessar/violar/devassar vários sigilos fiscais de inimigos políticos ao mesmo tempo.

“O novo sistema e-CAP vai contribuir para a democratização dos meios de intimidação, permitindo que os sigilos fiscais sejam violados de forma mais rápida e sem deixar vestígios. O e-CAP é fundamental para a implantação do socialismo petista”, declarou o Ministro da Insegurança da Informação do Governo Lula.

sábado, 11 de setembro de 2010

Com os nervos a flor da pele...

É o que se poderia dizer desta matéria de imprensa:

Petista confunde "fralda" com "fraude" e encerra entrevista
GRACILIANO ROCHA DE PORTO ALEGRE

A presidenciável Dilma Rousseff (PT) confundiu as palavras "fraude" e "fralda" e encerrou entrevista coletiva em sua primeira aparição pública após o nascimento do neto em Porto Alegre.
Sem participar de atos de campanha desde anteontem para acompanhar o parto de Paula, sua filha única, Dilma disse no início da entrevista, em tom de brincadeira, que gostaria de falar de fraldas e mamadas do neto Gabriel.
Cerca de 25 minutos depois, um repórter começou a fazer uma pergunta sobre "fraldas" e foi cortado pela candidata, que aparentemente pensou que ele se referia ao escândalo da Receita.
"Eu não falo mais sobre fraudes, vocês me desculpem, vocês perguntem isso para o meu adversário [José Serra, do PSDB], que isso é a pauta dele", afirmou a candidata antes de deixar a sala.
Segundo Dilma, o nascimento de Gabriel foi momento mais feliz de sua vida. "Os avós sempre me disseram que a gente fica meio bobo [com os netos]. Estou hoje meio boba", disse.

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Não deixa de ser engraçado, mas também revelador...

domingo, 2 de maio de 2010

Fraude com titulos publicos: alguem tinha alguma duvida de que isso poderia ocorrer?

A despeito de toda a experiência, e registros factuais, de que cada vez que se tem um "dinheiro fácil" sendo oferecido como possibilidade, sempre haverá alguém "esperto" para fraudar o sistema, governos e pessoas continuam emprestando credibilidade a transações efetuadas com títulos de alguma forma certificados pelos governos.
A Política Agrícola Comum da UE, por exemplo, está recheada de fraudes, de rebanhos inexistentes a tomates imaginários, e no entanto os governos continuam confiando em que se trata de um sistema útil.
Claro, aqueles que afirmam que os "mercados são anárquicos por natureza" sempre vão achar que regulação pública é melhor e sobretudo isenta de falcatruas.
Abaixo mais um relato de como isso ocorre na prática.

Descoberta fraude com créditos de carbono
Jamil Chade
O Estado de S.Paulo, 30/04/2010

Polícia europeia estima em cinco bilhões de euro o prejuízo causado em 2009
A Europa descobre que, por trás das boas intenções de cuidar do ambiente, grupos criminosos estavam se aproveitando do sistema de venda de créditos de carbono para lucrar bilhões de euros, evadir impostos e criar um verdadeiro esquema de fraude.

Nos últimos dois dias, a polícia alemã conduziu uma operação de busca e apreensão em mais de 20 escritórios pelo país, incluindo sedes de bancos como o Deutsche Bank. A suspeita é de que a fraude com créditos de carbono chegou a 180 milhões na Alemanha. Já a Europol alerta que, em 2009, o esquema pode ter custado aos cofres públicos cerca de 5 bilhões. Só na Alemanha, 150 pessoas e 50 companhias são suspeitas de fazer parte da fraude, que também está sob investigação na Holanda, Reino Unido e França.

Os grupos criminosos agiam usando brechas no mercado comum europeu. Estabeleciam uma empresa de fachada e compravam créditos de carbono de empresas no exterior, com isenção de impostos locais como prevê a lei da UE. Logo, vendiam esses créditos no mercado local, exatamente pelo mesmo preço, mas cobrando impostos, e repetiam as vendas uma série de vezes até reexportar os créditos a um outro país, mais uma vez sem pagar o imposto.

Com os lucros garantidos, aceleravam o fechamento das empresas e desapareciam com o dinheiro, sem repassar os impostos ao governo.

Em Genebra, a Associação Internacional de Comércio de Emissões estima que 7% do comércio de créditos de carbono em 2009 teria sido alvo da fraude, o equivalente a quase US$ 10 bilhões. No total, o comércio de créditos chegou a US$ 125 bilhões em 2009.

Para entender
Os países industrializados precisam reduzir em cerca de 5% suas emissões de gases-estufa até 2012, pelo Protocolo de Kyoto. Eles podem comprar créditos de carbono de projetos que reduzem emissões em países em desenvolvimento para ajudar no cumprimento de suas metas.