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domingo, 18 de setembro de 2022

As Forças Armadas na Política, não no Brasil, mas na Alemanha, para um enorme desastre nacional - leitura

 Estou lendo este livro, depressivamente instrutivo, sobre como as Forças Armadas da Prússia, e da Alemanha, foram especialmente ativas no ato de intervir na política do Estado, sempre provocando guerras de conquista e, em última instância, provocando a ruína do país e do seu povo.


Como relembra o autor na Introdução, Mirabeau, retornando a Paris no final do século XVIII (1788), escrevia isto: 

"La Prusse n'est pas um pays qui a une armée; c'est une armée qui a un pays", 

acrescentando em seguida: 

"La guerre est l'industrie nationale de la Prusse". 

Pois é, parece que outras Forças Armadas também tentaram dominar um país.

Eis o resumo do espírito com o qual este livro foi escrito, tal como o autor escreve em sua Introdução: 


Traduzo a última parte, que pode ser instrutiva, para outras épocas e outros países (como ênfase minha nas maiúsculas):

"Foi também meu objetivo mostrar a extensão da responsabilidade das Forças Armadas (da Alemanha) na ascensão dos nazistas ao poder, por tolerar as infâmias desse regime desde que alcançou o poder, E POR NÃO TOMAR AS MEDIDAS – numa fase em que só as FFAA o poderiam fazer – para remover aquele regime do poder." (p. x)

From the Epilogue (p. 694)

"As Forças Armadas dominaram a República de Weimar desde o momento exato de seu nascimento e o seu próprio eclipse aparente em Novembro de 1918, até as fantásticas circunstâncias de sua contribuição para os obséquios da República em janeiro de 1933. Elas procuraram dominar o Terceiro Reich da mesma maneira, e foram cegas e confiantes sob a impressão de que eles o estavam fazendo, até que a crise de 1938 diminuiu o seu orgulho e enfraqueceu o seu poder.
Até 1938, as FFAA foram o árbitro final dos destinos políticos do Reich. Elas tinham primeiro apoiado, e então condenaram a República à sua derrota, e tinham feito a principal contribuição para a chegada de Hitler ao poder. Elas entraram num pacto com o Partido [Nazista] de maneira a preservar o seu status privilegiado e influência, e, como resultado, foram culpadas de cumplicidade na Purga Sangrenta de 30 de junho de 1934 [aquela que eliminou Ernst Rohm e diversos membros das tropas de assalto, inclusive dois generais da Wehrmacht.]. Conhecendo muito bem o que tinham feito, elas aceitaram Hitler como chefe de Estado e ofereceram sua lealdade a ele pessoalmente como o Supremo Comandante, sempre com a reserva ao seu próprio arbítrio que elas poderiam desfazer o Cesar que elas criaram".  (p. 694) 

PRA: Muito parecido com certo país, bem conhecido...

O final foi a rendição incondicional de maio de 1945, na França e em Berlim, depois da completa derrota da Wehrmacht.