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sábado, 3 de agosto de 2013

Mais Medicos: um programa dos companheiros cubanos, por supuesto...

Denúncia - Antes de todo mundo, médicos formados em Cuba combinaram com Padilha todo o programa "Mais Médicos". Veja aqui as provas.

- O material a seguir é do médico Castro Alvarenga, Campinas. Ele acaba de enviar o e-mail a seguir para o editor. A notícia sobre a qual ele fala, está na página da Associação Médica Nacional, pró-Cuba, que se encontra no Facebook. Vai tudo na íntegra:

Escrevo-lhe para informar algo sobre o programa Mais Médicos.

O programa que foi anunciado no dia 8 de julho de 2013,  pegou de surpresa o Conselho Federal de Medicina e os reitores das universidades. Ninguém sabia do conteúdo que foi anunciado no último dia 8. Entretanto, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reuniu-se no dia 26 de junho de 2013, portanto alguns dias antes, com uma associação de médicos formados em Cuba,  para desenhar e arquitetar esse projeto. Se o leitor duvida desta afirmação, peço que consulte a página dessa associação e leia o que ela  divulgou no dia 27 dejunho. Ali está o que foi  acordado com o ministro. Os participantes da reunião souberam com antecipação, inclusive o nome do programa, tudo com 10 dias de antecedência. O governo do PT instituiu mudanças nos currículos das faculdades brasileiras sem ouvir diretores de faculdades e nem reitores das universidades, entretanto chamou para reunião em Brasília pessoas que fazem parte do projeto de instituição da ditadura do proletariado no Brasil, seguindo o modelo cubano.O ministro Alexandre Padilha não só é um traidor dos médicos, mas é um traidor da pátria, porque está abrindo as portas do país aos cubanos, visando fazer  proseletismo comunista, como os médicos cubanos fazem na Venezuela, Colômbia e Equador. Encaminho a postagem na página daquela associação para a sua análise e na esperança de que possa lhe ser útil em uma reportagem.

CLIQUE AQUI para ler as informações completas sobre a reunião com os médicos formados em Cuba, tudo redigido por Wesley Caçador Soares. Há até foto do encontro. 
CLIQUE AQUI, também, para saber mais sobre a saúde. Trata-se de artigo do Estadão de quinta, intitulado "A hora da verdade para a saúde".

Nota do editor - Esse sujeito que assina o material da Associação Nacional de Medicina foi um dos ativistas que tentou impedir a fala de Yoani Sanchez no Congresso, conforme provas em opinião do leitor, a seguir.


Da coluna do jornalista gaúcho Políbio Braga

domingo, 14 de julho de 2013

Os centauros da medicina companheira: meio medico, meio escravo - Fernando Reinach

Quando saiu a medida provisória criando o programa "Mais médicos", deveria ter sido criada uma página a respeito pelo Ministério da Saúde, mas não parece haver nada. Talvez tudo não passe de uma ficção, um programa construído apenas para inserir no sistema de atendimento médico do Brasil os companheiros dos companheiros que tinha ido fazer um curso de "medicina" na Escuela Latinoamericana de Salud, de Cuba, e também para acomodar algumas centenas de médicos cubanos, exportados pelo regime a preço de custo (cubano), mas que depois reverte em dólares para o regime comunista.
A opinião do cientista Fernando Reinach é bem mais severa.
Ao final, a carta de um médico à PR, de Porto Alegre, terra governada pelos companheiros.
Paulo Roberto de Almeida

FERNANDO REINACH
O Estado de S.Paulo, 13 de julho de 2013

Incapaz de convencer jovens médicos a trabalhar no SUS, o governo federal resolveu criar um novo profissional, o meio médico meio escravo. Esse profissional, inspirado nos mitológicos centauros e na famosa meia muçarela meia calabresa, virá em duas versões, nacional e importado. É a pizza que vai ser servida no SUS.

Durante anos dei aula para os calouros da Faculdade de Medicina da USP. Eram jovens que haviam escolhido uma profissão em que a derrota é certa. Ninguém consegue escapar da morte. Ingenuamente arrogantes e prepotentes, algo compreensível em quem sempre foi o melhor aluno, sobreviveu dois anos de cursinho, e se classificou entre os 300 melhores no vestibular mais competitivo, acreditavam que se tornando médicos curariam doenças letais, mitigariam o sofrimento, descobririam novos remédios e, lutando contra o único inimigo realmente invencível, ajudariam a humanidade. Durante os dois primeiros anos de curso, a maior dificuldade era mantê-los longe do hospital. Bastava surgir a oportunidade de participar em alguma atividade que envolvesse pacientes e a frequência nas minhas aulas de bioquímica minguava. Isso não era um problema, aqueles alunos aprendiam sozinhos.
Mas nos anos seguintes a realidade desabava sobre a cabeça dos alunos. O primeiro cadáver dissecado, cenas de sofrimento, a primeira morte observada de perto, a primeira parada cardíaca que não consegui reverter, um erro que só não foi fatal porque um supervisor estava atento. A primeira noite no pronto-socorro, uma lâmpada quebrada dentro da vagina de uma paciente. Na década de 80 ano, um aluno se suicidava todo ano. Hoje existe na Medicina da USP um serviço dedicado exclusivamente a ajudar os alunos a enfrentar a impotência e o convívio com o sofrimento e a morte.
Mas a realização do sonho também aparece, sofrimentos são amenizados, situações desesperadoras são revertidas. Aos poucos, os alunos percebem que a medicina moderna é poderosa, mas complexa. Com conhecimento teórico, muita prática e um trabalho coordenado de toda a equipe, o sonho pode se tornar realidade.
A arrogância do calouro que acreditava que se bastava, que o sucesso dependia somente de sua dedicação e esforço, desaparece. Ele aprende que o bom médico, sem recursos diagnósticos e equipamentos, sem leitos hospitalares, sem remédios, sem enfermeiros, sem fisioterapeutas, sem nutricionistas e sem um processo de gestão sofisticado e ágil, vai praticar uma medicina medíocre.
Doenças que poderiam ser curadas pioram, doenças controláveis progridem rapidamente e mortes que poderiam ser evitadas ocorrem frequentemente. Aprendem que o médico é somente uma peça importante do sistema de saúde. Esse aprendizado não é teórico, os alunos trabalham no caos semiorganizado do Hospital das Clínicas, fazem estágios em outros hospitais públicos e em centros de saúde. Ao terminar o curso, eles sabem que praticar a medicina sem suporte é tão difícil quanto jogar tênis sem raquete.
Para os recém-formados, a frustração mais difícil de tolerar é não praticar a medicina que aprenderam por falta de infraestrutura. Muitos, incapazes de suportar a impotência diante de pacientes que voltam piores por falta de remédio, frustrados diante de pacientes que não podem ser tratados por falta de resultados de diagnósticos, ou desesperados com a visão de filas infinitas, abandonam a prática médica. Outros, apesar de despreparados para tarefas administrativas, se tornam gestores na esperança de melhorar a infraestrutura pública. Vários preferem trabalhar em hospitais de elite, onde a infraestrutura é quase perfeita. Alguns desenvolvem uma casca mais grossa e aceitam fazer o que é possível, tolerando a frustração. E é claro que há os que se aproveitam da bagunça para fingir que trabalham e receber o salário no final do mês.
Não é de se espantar que nos últimos anos os serviços públicos não tenham conseguido atrair médicos para trabalhar nos postos de saúde e hospitais onde as condições de trabalho são piores. Os salários foram aumentados, mas a maioria dos médicos recusa um emprego fixo de R$ 10 mil em um local sem infraestrutura. O experimento não foi levado adiante, mas seria interessante saber o salário necessário para convencer os melhores alunos de nossas melhores universidades a venderem seus sonhos.
Melhorar as condições de trabalho é a solução óbvia. Mas isso exige que o governo assuma a culpa e deixe de empurrar o problema com a barriga. Mais fácil é culpar os jovens médicos, pouco patrióticos, que só pensam em dinheiro e se recusam a trabalhar em um sistema público de saúde bem organizado, eficiente, sem filas e tão bem avaliado pela população.
Diálogo no Planalto: “A solução é forçar os médicos a trabalhar onde queremos. Mas como é possível forçar alguém que possui um CRM e portanto o direito de praticar sua profissão em qualquer lugar do País? Fácil, basta criar um CRM provisório, que só permite ao recém-formado clinicar no local designado. Cumprida a missão, liberamos o CRM definitivo. Mas isso não é uma forma de coerção? Não se preocupe, o trabalho cívico fará parte formal do treinamento, basta aumentar o curso em dois anos. Boa ideia, quem escreve a medida provisória?”
No dia seguinte: “Um aluno com um CRM provisório é um médico de verdade? Pode tratar pacientes sem supervisão? Claro que sim, senão como ele vai trabalhar no local designado? Mas então ele não é um aluno, é um médico escravizado. Não, escravidão é inconstitucional, ele tem de ser também aluno, vai lá, escreve a MP, depois resolvemos esse detalhe. Sim, chefe, mas que tal incluirmos os médicos importados na MP? Basta dar a eles uma licença provisória para praticar a medicina no País, uma espécie de CRM provisório atrelado ao local de trabalho. Brilhante, vai, escreve a MP que o Diário Oficial fecha daqui a duas horas.”

No terceiro dia eles descansaram. Haviam criado o meio médico, meio escravo. A pizza que esperam servir aos manifestantes. Se tudo der certo, agora vamos protestar na frente das Faculdades de Medicina e do CRM, os verdadeiros culpados pela crise na saúde pública.
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CARTA À PRESIDENTE DILMA
02/07/2013
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Milton Pires

Excelentíssima Sra. Presidente da República Dilma Rousseff

Permita-me a apresentação: na minha opinião eu sou um médico; na sua um "trabalhador da saúde". Na minha opinião,medicina é cuidar de pessoas doentes; na sua é fazer "transformação social". Eu penso em salvar vidas; a senhora em ganhar votos. Como podemos ver, a senhora e  eu, não temos muito em comum à primeira vista mas existem na minha vida alguns fatos que a senhora desconhece.

Assim como a senhora,eu já fui marxista – e dos fanáticos! Brigava com colegas da faculdade no final dos 80 e início dos anos 90 para ver seu projeto de poder realizado. Caminhei ao lado daquele seu amigo que gosta de uma cachacinha e costuma ser fotografado com livros de cabeça para baixo..Conversei pessoalmente com o "poeta do sêmen derramado" que agora governa o Rio Grande do Sul..

Não tinha ideia correta daquilo que havia acontecido no Brasil entre 1964 e 1985. Imaginava, como a senhora quer fazer parecer até hoje, que tudo estava indo bem até que militares malvados que não tinham nada para fazer decidiram, com ajuda dos americanos, derrubar o governo brasileiro.

Eu só me dei conta, presidente, de quem Lula, a senhora e seu Partido-religião representavam quando comecei a trabalhar com a gente de vocês aqui em Porto Alegre a partir de 98. Duvido que eu estivesse mal-preparado, sabe? Eu já tinha feito 6 anos de faculdade, um ano de residência em Pediatria, um de Medicina Interna e dois de Cardiologia. Gostaria que a senhora visse em que lugar seus "cumpanheros" aqui dos pampas me colocaram para trabalhar...Imagino a senhora doente naquelas condições de segurança, higiene, espaço e administração que a ralé do PT do Rio Grande do Sul nos ofereceu.

A senhora tem ideia de como deve se sentir um médico ao ter seu estágio probatório avaliado por técnicos de enfermagem? A senhora sabe o que é receber, depois de tudo que se estudou na vida, ordens de enfermeiras, presidente? Em nome de que? Em nome de um delírio chamado "democratização da gestão"? Em nome de um absurdo chamado "controle social"??

A senhora tem alguma noção de quantas pessoas eu vi morrerem depois que esse seu partido de assassinos e mensaleiros terminaram com o resto da rede hospitalar brasileira "aparelhando" a gestão dela com uma legião de analfabetos, recalcados, alcoólatras e incompetentes que por oferecer uma parte de seu salário ao PT passaram a dar ordens a homens e mulheres com capacidade de salvar vidas ???

Mas por favor, não fique ofendida comigo presidente, de certa forma essa carta é um agradecimento, sabe? Formado há quase 20 anos, eu nunca havia visto os médicos brasileiros tão unidos quanto agora. É mais um mérito seu e desse seu partido a promover a maior humilhação que os médicos de um país sofreram até hoje! A senhora não tem vergonha de apelar para uma ditadura bananeira, para um país que mata, tortura, prende e vigia seus próprios cidadãos para fornecer médicos para o SEU povo? A senhora é brasileira, ou não, presidente Dilma??

Se não tem vergonha da medicina do seu país, tenha pelo menos do seu povo! A senhora nasceu aqui e a primeira pessoa que lhe viu foi provavelmente um médico do Brasil. Provavelmente vai ser algum colega, intensivista como eu sou hoje, quem vai estar ao seu lado no último momento e mesmo assim a senhora quer chamar médicos cubanos para enganar nossa gente pobre e doente a ponto de garantir sua reeleição? 

Quem lhe deu esse conselho, presidente Dilma? Identifique por favor, um por um, os médicos que lhe cercam e sugeriram semelhante ideia! A senhora e eu já conhecemos alguns, né?  Vamos apresentar os demais ao Conselho Federal de Medicina, ou não?

Presidente Dilma, até bandidos e prostitutas se ofendem quando tem seu território e ganha pão ameaçados. Nós somos médicos, nós salvamos vidas e não vamos permitir que uma profissão cuja origem se perde no tempo seja levada ao fundo do poço por um partido como o da senhora com o argumento de que estamos sendo corporativistas e o Brasil está sem médicos.

Deus lhe proteja na batalha que vai enfrentar conosco, presidente. Se a senhora for ferida vai precisar ser atendida por um médico – e eu duvido muito que ele fale português..

Porto Alegre, 2 de julho de 2013

Milton Simon Pires é Médico - CREMERS 20958.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Medicos cubanos: proposta para esfriar os ardores pro e contra a sua vinda ao Brasil...

Percival Puggina

"Recebamos os médicos cubanos de braços abertos, atribuindo-lhes a competência exclusiva de atender à Presidência da República e os membros do Governo Federal, do primeiro ao último escalão, bem como a todos os companheiros que estão defendendo a vinda deles. 

Quando não tiverem mais a quem atender, damos por concluído o contrato."

Não é a política que faz o candidato virar ladrão, é o seu voto que faz o ladrão virar político.

sábado, 22 de junho de 2013

OK, pessoal, enrolem as bandeiras, comecem a aprender espanhol...

Intro: Atenção Adesistas Anônimos e Mercenários a Soldo
Façam-me o favor: pesquisem direito no meu post abaixo, pois devem ter escapado dois ou três erros de digitação, de concordância, de estilo. Depois mandem-me dizer, com ofensas ou sem elas; eu agradeço pelas correções; as ofensas ficam pelo caráter de vocês...
Paulo Roberto de Almeida

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Bem, de tudo o que eu ouvi, li, só tem uma coisa que pode acontecer amanhã, ou na semana que vem, ou no mês que vem, ou no ano que vem (depende de quando os seis mil médicos vão ganhar permissão para começar a trabalhar, em espanhol, por estas bandas).
Este trecho é a única coisa concreta que pude perceber no discurso transcrito abaixo:

O foco será: primeiro, a elaboração do Plano Nacional de Mobilidade Urbana, que privilegie o transporte coletivo. Segundo, a destinação de cem por cento dos recursos do petróleo para a educação. Terceiro, trazer de imediato milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do Sistema Único de Saúde, o SUS.

Vejamos então:
1) Esse tal Plano Nacional de Mobilidade Urbana, se depender dos burocratas do governo federal, dos seus correspondentes nas 27 capitais estaduais e nas outras dezenas de grandes metrópoles urbanas (OK, deixemos a coisa em torno de 15 grandes cidade), vai demorar mais ou menos dois anos para ficar pronto, e não se sabe bem como será implantado. O governo federal vai dar dinheiro para prefeitos e governadores construirem linhas de metro, estações, implantarem vias expressas para ônibus, bondes, trens suburbanos, metrô para aeroportos, etc? Se for isso, pode ser que em dez anos a coisa melhore...
2) Royalties do petróleo: supondo que o Congresso acate o que não acatou até agora, que todos os governadores concordem, em quantos anos esses royalties (que diga-se de passagem não existem ainda) vão produzir frutos na educação?: em cinco, em dez, em quinze anos? E o que quer dizer "cem por cento dos recursos do petróleo"? São os que ficam com o governo federal, juntando os dos governos estaduais, todos os recursos? Como, onde, quando? Pode ser pura especulação.
3) OK, Cuba parece ser o único país do mundo que pode exportar algumas centenas, quem sabe até alguns poucos milhares de médicos baratos para enfiar lá no fundo da Amazonia e nas grandes cidades. Quantos exatamente? Eles poderão exercer medicina no Brasil sem passar por exame da Ordem dos Médicos? Vão falar Portunhol? Me contem, por favor, como é que eu contrato um médico cubano...

Bem, acho que isso resolve as principais reivindicações das manifestações, ou não?
Claro, tem a corrupção, o custo de vida, o dinheiro já comprometido com os estádios, essas coisas menores...
Depois a gente resolve isso, tá?
Paulo Roberto de Almeida

Aqui está, na ÍNTEGRA, o discurso da presidente Dilma Rousseff na TV:

Minhas amigas e meus amigos,
Todos nós, brasileiras e brasileiros, estamos acompanhando, com muita atenção as manifestações que ocorrem no país. Elas mostram a força de nossa democracia e o desejo da juventude de fazer o Brasil avançar.

Se aproveitarmos bem o impulso desta nova energia política, poderemos fazer, melhor e mais rápido, muita coisa que o Brasil ainda não conseguiu realizar por causa de limitações políticas e econômicas. Mas, se deixarmos que a violência nos faça perder o rumo, estaremos não apenas desperdiçando uma grande oportunidade histórica, como também correndo o risco de colocar muita coisa a perder.

Como presidenta, eu tenho a obrigação tanto de ouvir a voz das ruas, como dialogar com todos os segmentos, mas tudo dentro dos primados da lei e da ordem, indispensáveis para a democracia.
O Brasil lutou muito para se tornar um país democrático. E também está lutando muito para se tornar um país mais justo. Não foi fácil chegar onde chegamos, como também não é fácil chegar onde desejam muitos dos que foram às ruas. Só tornaremos isso realidade se fortalecermos a democracia – o poder cidadão e os poderes da República.

Os manifestantes têm o direito e a liberdade de questionar e criticar tudo, de propor e exigir mudanças, de lutar por mais qualidade de vida, de defender com paixão suas ideias e propostas, mas precisam fazer isso de forma pacífica e ordeira.
O governo e a sociedade não podem aceitar que uma minoria violenta e autoritária destrua o patrimônio público e privado, ataque templos, incendeie carros, apedreje ônibus e tente levar o caos aos nossos principais centros urbanos. Essa violência, promovida por uma pequena minoria, não pode manchar um movimento pacífico e democrático. Não podemos conviver com essa violência que envergonha o Brasil. Todas as instituições e os órgãos da Segurança Pública têm o dever de coibir, dentro dos limites da lei, toda forma de violência e vandalismo.
Com equilíbrio e serenidade, porém, com firmeza, vamos continuar garantindo o direito e a liberdade de todos. Asseguro a vocês: vamos manter a ordem.

Brasileiras e brasileiros... As manifestações dessa semana trouxeram importantes lições: as tarifas baixaram e as pautas dos manifestantes ganharam prioridade nacional. Temos que aproveitar o vigor destas manifestações para produzir mais mudanças, mudanças que beneficiem o conjunto da população brasileira.

A minha geração lutou muito para que a voz das ruas fosse ouvida. Muitos foram perseguidos, torturados e morreram por isso. A voz das ruas precisa ser ouvida e respeitada, e ela não pode ser confundida com o barulho e a truculência de alguns arruaceiros.
Sou a presidenta de todos os brasileiros, dos que se manifestam e dos que não se manifestam. A mensagem direta das ruas é pacífica e democrática.

Ela reivindica um combate sistemático à corrupção e ao desvio de recursos públicos. Todos me conhecem. Disso eu não abro mão.
Esta mensagem exige serviços públicos de mais qualidade. Ela quer escolas de qualidade; ela quer atendimento de saúde de qualidade; ela quer um transporte público melhor e a preço justo; ela quer mais segurança. Ela quer mais. E para dar mais, as instituições e os governos devem mudar.

Irei conversar, nos próximos dias, com os chefes dos outros poderes para somarmos esforços. Vou convidar os governadores e os prefeitos das principais cidades do país para um grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos.

O foco será: primeiro, a elaboração do Plano Nacional de Mobilidade Urbana, que privilegie o transporte coletivo. Segundo, a destinação de cem por cento dos recursos do petróleo para a educação. Terceiro, trazer de imediato milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do Sistema Único de Saúde, o SUS.

Anuncio que vou receber os líderes das manifestações pacíficas, os representantes das organizações de jovens, das entidades sindicais, dos movimentos de trabalhadores, das associações populares. Precisamos de suas contribuições, reflexões e experiências, de sua energia e criatividade, de sua aposta no futuro e de sua capacidade de questionar erros do passado e do presente.

Brasileiras e brasileiros... Precisamos oxigenar o nosso sistema político. Encontrar mecanismos que tornem nossas instituições mais transparentes, mais resistentes aos malfeitos e, acima de tudo, mais permeáveis à influência da sociedade. É a cidadania, e não o poder econômico, quem deve ser ouvido em primeiro lugar.
Quero contribuir para a construção de uma ampla e profunda reforma política, que amplie a participação popular. É um equívoco achar que qualquer país possa prescindir de partidos e, sobretudo, do voto popular, base de qualquer processo democrático. Temos de fazer um esforço para que o cidadão tenha mecanismos de controle mais abrangentes sobre os seus representantes.
Precisamos muito, mas muito mesmo, de formas mais eficazes de combate à corrupção. A Lei de Acesso à Informação, sancionada no meu governo, deve ser ampliada para todos os poderes da República e instâncias federativas. Ela é um poderoso instrumento do cidadão para fiscalizar o uso correto do dinheiro público. Aliás, a melhor forma de combater a corrupção é com transparência e rigor.

Em relação à Copa, quero esclarecer que o dinheiro do governo federal, gasto com as arenas é fruto de financiamento que será devidamente pago pelas empresas e os governos que estão explorando estes estádios. Jamais permitiria que esses recursos saíssem do orçamento público federal, prejudicando setores prioritários como a Saúde e a Educação.

Na realidade, nós ampliamos bastante os gastos com Saúde e Educação, e vamos ampliar cada vez mais. Confio que o Congresso Nacional aprovará o projeto que apresentei para que todos os royalties do petróleo sejam gastos exclusivamente com a Educação.

Não posso deixar de mencionar um tema muito importante, que tem a ver com a nossa alma e o nosso jeito de ser. O Brasil, único país que participou de todas as Copas, cinco vezes campeão mundial, sempre foi muito bem recebido em toda parte. Precisamos dar aos nossos povos irmãos a mesma acolhida generosa que recebemos deles. Respeito, carinho e alegria, é assim que devemos tratar os nossos hóspedes. O futebol e o esporte são símbolos de paz e convivência pacífica entre os povos. O Brasil merece e vai fazer uma grande Copa.

Minhas amigas e meus amigos... Eu quero repetir que o meu governo está ouvindo as vozes democráticas que pedem mudança. Eu quero dizer a vocês que foram pacificamente às ruas: eu estou ouvindo vocês! E não vou transigir com a violência e a arruaça.
Será sempre em paz, com liberdade e democracia que vamos continuar construindo juntos este nosso grande país.

Boa noite!
(Boas)...

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Ainda o caso dos medicos cubanos - Carlos Brickmann


La Medicina soy yo
Carlos Brickmann, 5/06/2013 

O debate sobre a contratação de médicos no Exterior virou um tema ideológico. E, no entanto, a questão é simples: não há qualquer problema em contratá-los, venham de Cuba, da Argentina, do Paquistão, do Canadá, desde que revalidem seu diploma no Brasil e comprovem sua capacidade de falar e entender nossa língua. É como acontece com advogados formados aqui mesmo: até que sejam aprovados no exame da OAB, são bacharéis em Direito, mas não podem exercer a advocacia. Por que, com médicos estrangeiros, seria diferente?

Nada contra faculdades estrangeiras. Este colunista conhece uma médica brasileira que se formou no Peru, revalidou seu diploma no Brasil e vem trabalhando há anos, com clientes fieis e confiantes em sua capacidade. O médico russo Noel Nutels fez um trabalho magnífico com índios. Ideologia é besteira: o importante é saber se o médico estrangeiro tem competência (e se os locais para onde for designado têm condições de dar-lhe apoio básico para seu trabalho).

Quanto à história de que em outros países qualquer médico desembarca e já começa a trabalhar, definitivamente não é assim.

Um competente médico paulista, Luiz Nusbaum, estudioso do assunto, lembra que não há qualquer restrição do Conselho Federal de Medicina à contratação de médicos estrangeiros, desde que revalidem o diploma e saibam comunicar-se em Português - ou não entenderão seus clientes, que também não entenderão suas recomendações e prescrições. Na Inglaterra, informa, o médico se submete ao PLAB, Professional and Linguistic Assessment Board. Nos EUA, ao USMLE, United States Licensing Examination. O mesmo ocorre em Portugal e Espanha.

E há outra questão: médicos de países europeus estarão interessados em mudar-se para o Brasil? Diz o presidente da Ordem dos Médicos de Portugal, José Manuel Silva: "A proposta do governo brasileiro fica próxima da escravatura"; "os médicos vão ficar dependentes das decisões discricionárias do governo brasileiro"; "as condições que devem encontrar do outro lado do Atlântico são semelhantes ao Portugal do início do século 20".

Traduzindo: trazer médicos estrangeiros significa, em bom português, importar médicos cubanos. Exclusivamente cubanos.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Medicos cubanos: uma paranoia com fundamento na matematica

De fato, seis mil médicos cubanos, se vierem de uma vez só, parece acima da capacidade da ilha em fornecer tanta mão-de-obra supostamente especializada, inclusive porque, nos últimos 50 anos, o que Cuba mais faz é "exportar" médicos para países simpáticos à sua causa. Contando os que já estão na Venezuela, na Bolívia, possivelmente na Nicarágua, no Haiti, ou em alguns outros países latino-americanos e africanos, Cuba teria de ter um imenso exército de 30 ou 50 mil médicos para mandar para todos esses lugares ao mesmo tempo, ou então ficar reciclando e fazendo shuttle de médicos sucessivamente em diversos continentes e países.
É até possível que muita gente se tenha oferecido para fazer um cursinho rápido de medicina preventiva, justamente para poder sair da ilha-prisão, e acumular alguns trocados em países capitalistas, mesmo pobres.
Não partilho dessa visão de que os médicos seriam todos agentes do comunismo cubano, um sistema totalmente fracassado, incapaz até mesmo de assegurar um bom serviço médico e alimentos à sua própria população; eles apenas querem ganhar uns trocados, como disse, mas eles são fortemente enquadrados pelos "comissários do povo", os agentes cubanos que ficam vigiando sua mão-de-obra escrava para evitar que fujam, justamente.
Em todo caso, concordo em que é preciso fazer as contas...
Paulo Roberto de Almeida
PS.: Os autores das denúncias abaixo pertencem aos quadros dos movimentos e grupos velhos inimigos dos velhos comunistas cubanos; todos ainda com o espectro do comunismo presente, o que não deixa de ser ridículo

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Denúncia: FARSA! Não existem 6 mil médicos em Cuba! Quem virá para o Brasil?
ACORDA BRASIL!!!

Existem apenas DUAS Universidades de Medicina em Cuba:
- 'La Habana': Forma em média 200 médicos por ano;
- 'Elam - Escuela Latino Americana de Medicina': Forma em média 100 médicos por ano;
Portanto seriam: 200 + 100 = 300 por ano.

Para ajuntar 6 mil médicos, seriam necessários todos os médicos formados nos últimos 20 anos, que teriam de estar disponíveis para vir trabalhar no Brasil.

Vão imprimir 6 mil diplomas e mandar agentes da ditadura da família Castro para formar células revolucionárias no Brasil.

E você? O que acha disso? 

Confira a seguir o artigo no site Alerta Total – www.alertatotal.net
Por José Gobbo Ferreira

Em primeiro lugar, tenho que lhes pedir que não me considerem paranoico ou adepto de teorias conspirativas. Meu assunto hoje é gravíssimo e peço que o apreciem com profunda atenção.

Fato portador de futuro: O governo pretende contratar 6.000 médicos cubanos para trabalhar nas áreas carentes do Brasil.

Em primeiro lugar, chama a atenção o número. Cuba é um país muito pequeno. Nele é fácil ajustar a formação profissional com as necessidades da sociedade. É no mínimo estranho que haja tantos médicos sobrando, a ponto de nos serem oferecidos nessa quantidade.

Depois, é preciso levar em conta a qualidade da formação desses profissionais. Estou anexando reportagem de "O Globo" do dia 8/05/2013, que discute esse assunto. A qualidade daqueles profissionais está abaixo da
crítica.

Em seguida, note-se que o destino dessas pessoas será os rincões mais atrasados do país, onde todos os serviços prestados pelo governo, que já são péssimos alhures, praticamente inexistem, em particular a segurança.

Se forem de fato médicos, depois de militarem por algum tempo naqueles lugares, é perfeitamente compreensível que queiram um upgrade, ou seja, oportunidades em locais melhores, e aí com certeza o regime bolivariano brasileiro lhes facultará esse direito, que equivalerá a equipará-los aos profissionais formados nas faculdades brasileiras.

Por todos esses motivos a vinda desses(as) senhores(as) deve ser abortada.

Mas agora vem o mais importante: Esse pessoal pode se constituir em uma ameaça gravíssima à SegurançaNacional. Em outras palavras: nada me convence que eles, pelo menos em sua grande maioria SEJAM REALMENTE MÉDICOS, AINDA QUE APRESENTEM OS MAIS DIFERENTES DIPLOMAS CUBANOS.

Raciocinem comigo. Qual a melhor maneira de infiltrar guerrilheiros cubanos em nosso território sem combate, sem defesa, e em locais onde a ação do Estado brasileiro é deficiente, ou mesmo ausente? Qual a melhor maneira para doutrinar grupos como o MST, por exemplo, do que infiltrar instrutores de guerrilha em seu meio, disfarçados de médicos? Ainda que não seja provável que o governo bolivariano brasileiro um dia quisesse fazê-lo, como fiscalizar a atuação dessas pessoas e, mesmo que ela se torne francamente indesejável, como destruir uma rede de pelo menos 6.000 (eles se multiplicam) pontos estrategicamente distribuída pelas áreas carentes e/ou
remotas do país e já solidamente implantada?

Por amor ao Brasil eu os concito a agir da maneira que estiver ao alcance de cada um, para fazer abortar essa iniciativa do grupo bolivariano que nos governa. Repassem o mais possível, enviem e-mails para os CRM´s e para  o CFM, mobilizem os médicos que possam ter em seus círculos de amizade e principalmente na família. Não é necessário (ainda) pegar em armas. No momento nossa arma é a internet e o boca a boca.

Ainda que meus temores sejam indevidos, não há vantagem nenhuma em aceitar essa horda em nosso país. Não há porque correr esse risco pois até mesmo os possíveis benefícios não são compensadores. Isso me parece ser o maior
cavalo de Troia da idade moderna.  

Estou anexando também um artigo que mostra a infiltração de guerrilheiros cubanos no Chile de Salvador Allende. Naquele tempo, a maior parte usou passaportes diplomáticos. Hoje, o governo do Brasil é exatamente o que era o
governo Allende. E os cubanos usariam desta vez seus diplomas de péssima qualidade para se instalar.

Acorda Brasil!

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Ordem dos Medicos Estrangeiros Escravizados: servidao voluntaria?

A situação dos profissionais da medicina -- eu hesitaria em chamá-los de médicos -- em Cuba é tão miserável, mas tão miserável, que eles aceitam partir para o estrangeiro em condições humilhantes, apenas para escapar daquele inferno e conseguir respirar um pouco de liberdade nos outros países, países que, a despeito das loucuras de seus líderes políticos, ainda não caíram numa ditadura partidária absoluta, monocrática, stalinista, como em Cuba.
O mais triste é que um ministro de Estado parece achar absolutamente normal, e acha que também pode dispor da liberdade de médicos da península ibérica, tangendo-os como gado para rincões desolados do interior brasileiro.
Quem gosta de ditadura, deve achar normal escravizar outros seres humanos...
Paulo Roberto de Almeida


“Nosso maior interesse é atrair médicos de Espanha e Portugal para atuar restritamente em regiões com carência de profissionais, por um período de dois anos, três anos, na área de atenção primária, em que a Espanha tem grande tradição”.
Alexandre Padilha, ministro da Saúde.



ANDRÉ DE SOUZA
O GLOBO, 20/05/2013

Mesmo longe de casa, os médicos cubanos não saem do controle do governo daquele país. Foi o que aconteceu com os que foram trabalhar na Bolívia em 2006, no âmbito do acordo de cooperação firmado entre os dois países. Os médicos ficaram sujeitos a uma série de restrições impostas pelo governo de Cuba.
Regulamento editado na época diz que o profissional deve informar imediatamente às autoridades cubanas caso tenha uma relação amorosa com alguma boliviana. Além disso, para que o namoro possa ir adiante, a parceira do médico deve estar de acordo com o “pensamento revolucionário” das missões cubanas.
Os profissionais também foram proibidos de falar com a imprensa sem prévia autorização, de pedir empréstimos aos nativos, e de manter amizade com outros cubanos que tenham abandonado a missão.
Outra proibição é a de beber em lugares públicos, com algumas poucas exceções, como festividades nacionais cubanas, aniversários e despedidas de outros médicos cubanos do país. Pelo regulamento, eles não poderiam sequer falar, sem prévia autorização, sobre seu estado de saúde com seus amigos e parentes que vivem em Cuba.
Eles também foram impedidos de sair de casa depois das 18h sem autorização de seu chefe imediato. Ao pedir permissão, os médicos deviam informar onde iam, os motivos da saída, e se estavam acompanhados de cubanos ou bolivianos.
Se quisessem sair da área onde residiam e trabalhavam, também precisariam de autorização. Se fossem sair de um dos departamentos bolivianos (o equivalente aos estados brasileiros), a autorização deveria vir do chefe máximo da missão naquele departamento.
Segundo o regulamento, o não cumprimento dos deveres resulta em infração, o que pode levar o médico a ser processado e punido pela Comissão Disciplinar. Entre as punições previstas estão a advertência pública, a transferência para outro posto de trabalho no país e o regresso a Cuba.
O GLOBO tentou falar com a embaixada cubana em Brasília para saber se a resolução foi atualizada, mas foi informado que o atendimento só será possível nesta sexta-feira.
As condições de trabalho dos médicos cubanos são alvo de críticas do Conselho Federal de Medicina (CFM). Em representação entregue ontem à Procuradoria Geral da República, o Conselho diz que os cubanos estão sujeitos a regras que “ofendem a nossa soberania nacional, bem como os direitos fundamentais previstos na Carta Magna, que também são assegurados aos estrangeiros, e passíveis inclusive de tutela via mandado de segurança e habeas corpus, nos casos previstos na Constituição Federal de 1988 e nas respectivas leis”.
Além da Bolívia, há vários médicos cubanos atuando na Venezuela. Os três países são politicamente aliados.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Facilitacao de diplomas, so' o do proprio Ministro da Educacao...

E tem mais: além de comprar um diploma, literalmente, com seus amiguinhos do peito da Unicamp (que vergonha para essa universidade, deixar-se prostituir dessa maneira), o ministro acho que ele, ou o MECssauro, pode determinar onde, quando, como podem se instalar faculdades de medicina. No seu dirigismo exacerbado, o ministro revogável acha que eles sabem melhor do que o mercado onde localizar os cursos de medicina.
Estarrecedor, para dizer o mínimo...
Paulo Roberto de Almeida


Mercadante defende contratação de médicos estrangeiros, mas rejeita facilitar validação de diplomas
Gorette Brandão
Agência Senado, 15/05/2013

Posicionamento do ministro da Educação foi manifestado ontem em audiência pública

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, apoiou nesta terça-feira (14), em audiência pública, a proposta em estudo no governo de permitir a contratação de médicos estrangeiros pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os profissionais seriam admitidos em regime temporário, por até três anos, com tutoria, para prestar assistência em áreas carentes do interior, especialmente na Amazônia e no Nordeste.

Mercadante, no entanto, afastou a hipótese de flexibilização das exigências do Revalida, o sistema de validação de diplomas médicos obtidos no exterior, tanto por estrangeiros como por brasileiros que estudaram fora. No último exame, apenas 11% dos médicos cubanos inscritos conseguiram aprovação. O ministro observou que, em qualquer situação, os diplomas só poderão ser validados se os cursos forem formalmente reconhecidos nesses países.

- O Brasil precisa de mais médicos, mas também de bons médicos - comentou.

Situação emergencial
O ministro argumentou que o Brasil tem apenas 1,8 médicos para cada mil habitantes, uma quantidade que seria muito abaixo da média da Europa e mesmo de países sul americanos. Ele classificou de "legítima" a reação das entidades médicas à contratação de médicos de fora, mas observou que o déficit causa uma situação de impossível equilíbrio: são 350 mil profissionais para 850 mil jornadas de trabalho.

- Ou seja, os médicos estão trabalhando duas jornadas e meia - afirmou.

Na audiência promovida pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), Mercadante explicou que a ideia examinada pelo Ministério da Saúde seria uma proposta de "transição", para uma situação emergencial. A sua pasta, por sua vez, estaria tratando de uma solução "estruturante" para ampliar a quantidade de médicos, que inclui o aumento da oferta de vagas nos cursos de Medicina.

Porém, o foco atual será instalar faculdades em áreas com maior carência desses profissionais. Dessa forma, os médicos seriam formados em lugares mais perto da demanda, já que hoje eles evitam trabalhar no interior. Atualmente, conforme o ministro, o país tem 450 municípios sem sequer um médico residente. Ele adiantou que o Ministério da Educação vai lançar editais para receber propostas de instituições privadas interessadas em implantar cursos em cinco localidades já escolhidas.

- Se não tivermos proposta, nós vamos lá fazer - comentou, esclarecendo que os novos cursos poderão ser ofertados pelo governo.

Formação prática
O ministro observou ainda que a escolha das cidades para os novos curso de Medicina levará em conta critérios que ajudem a qualidade da formação prática dos alunos, como até então não acontecia. No local, deverá haver uma Unidade Básica de Saúde, pelo menos cinco leitos do SUS por estudante, serviços de urgência e emergência médica e monitoria para residência médica.

- Só serão abertos cursos onde houver condições de existir uma boa prática médica - reforçou.

Outro esforço do ministério está ocorrendo na ampliação das vagas de residência médica, com aumento em 10.600 admissões, conforme o ministro. Ele disse que a intenção é fortalecer a formação de médicos nas especialidades em que há maior carência de profissionais: anestesia, pediatria, obstetrícia e ginecologia, além de pediatria.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

O Brasil em processo de venezuelizacao, ou de cubanizacao?

Calma, calma, não se trata de implantar uma ditadura política aqui, mas apenas de importar médicos cubanos, o que talvez não se realize. Mas, se acontecer, esperemos que eles não "matem" brasileiros, involuntariamente, claro...

A falácia dos médicos cubanos

10 de maio de 2013 | 2h 08
Editorial O Estado de S.Paulo
 
Não poderia ser pior a medida em estudo pelo governo federal - a importação de 6 mil médicos cubanos - para resolver o problema da falta desses profissionais em cidades do interior, principalmente nas regiões mais pobres do País. Além das restrições legais ao seu trabalho aqui, que deveriam bastar para invalidar a ideia, é preciso considerar também a duvidosa qualificação técnica desses médicos. Como essa não é a primeira vez que a medicina cubana é apresentada como valiosa ajuda para a solução de nossos problemas, sem base em nenhum dado objetivo, tal insistência torna inescapável a conclusão de que o governo está misturando perigosamente política com saúde da população.
Embora a questão esteja sendo estudada, além dele, também pelos Ministérios da Saúde e da Educação, não deixa de ser significativo que tenha sido o titular do Ministério das Relações Exteriores, Antônio Patriota, que anunciou a possível adoção da medida, depois de um encontro com seu colega cubano, Bruno Rodriguez, em Brasília. "Estamos nos organizando para receber um número maior de médicos (cubanos) aqui, em vista do déficit de profissionais de medicina. Trata-se de uma cooperação que tem grande potencial e a qual atribuímos um grande valor estratégico", disse ele.
Acrescentou o ministro, de acordo com o jornal O Globo, que a vinda daqueles médicos fortaleceria ainda mais a parceria do Brasil com Cuba numa área em que este país "detém clara vantagem e se estabeleceu mundialmente como um país que contribui para elevar os níveis de saúde aqui na América Latina". Como o que está em discussão não são sistemas de saúde, mas especificamente a possível contribuição de médicos cubanos, supõe-se que Patriota, ao falar em "clara vantagem", tenha se referido à da medicina cubana sobre a brasileira. Isto é, na melhor da hipóteses, um exagero retórico, que não pode ser levado a sério, mas que coloca em evidência o componente político da medida em estudo.
Os médicos cubanos viriam como prestadores de serviço ao governo brasileiro, com contratos temporários - de dois a três anos - assinados com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Como a lei exige a revalidação dos diplomas desses profissionais para que eles possam trabalhar aqui, o Ministério da Saúde estaria tentando, desde o ano passado, negociar com o Conselho Federal de Medicina (CFM) a concessão de licença provisória por aquele período, tanto para médicos de Cuba como de Portugal e Espanha. A pronta reação do CFM ao anúncio de que aquela medida estava em estudo, com duras críticas do governo, mostra que a negociação deu em nada.
Em dura nota oficial, ele condena "qualquer iniciativa que proporcione a entrada irresponsável de médicos estrangeiros e de brasileiros com diplomas de Medicina obtidos no exterior sem sua respectiva validação". Como pela lei essa validação é obrigatória, a questão deverá ser levada à Justiça. A nota chama a medida de "agressão à Nação", porque atenderia a "interesses específicos e eleitorais". A posição adotada pelo CFM se justifica plenamente. Como o governo sabe que dificilmente os médicos cubanos conseguirão passar no exame para validação de seus diplomas, a tal licença provisória é um expediente para contornar a exigência legal.
Foram decepcionantes os resultados do exame, feito no ano passado, para a validação de diplomas de médicos, cubanos ou não, formados em Cuba. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), dos 182 inscritos, só 20 foram aprovados, ou seja, 1 de cada 9. É aos cuidados desse tipo de médico, comprovadamente sem a necessária qualificação, que o governo quer deixar a população pobre das pequenas cidades.
Têm razão portanto os especialistas, quando afirmam que a solução não é importar médicos cubanos ou contratar brasileiros formados em Cuba, sem diplomas validados. É investir cada vez mais na formação de médicos brasileiros e criar estímulos para que trabalhem no interior.