Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sexta-feira, 19 de abril de 2019
Um historiador da escravidao americana - David Brion Davis (Drew Gilpin Faust, NYRBooks)
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Ditadura cubana ganha mais com trabalho escravo do que com exportacoes comerciais - Editorial Estadao
Mas é alarmante que o Brasil participe da farsa.
Destaco este trecho do editorial abaixo:
Em 2011 Bolívia e Venezuela pagaram a Cuba por médicos "importados" US$ 8 bilhões, valor superior ao que rendeu o total das exportações do país naquele ano. E isso antes de o Brasil ser acrescentado à relação dos países amigos importadores...
Paulo Roberto de Almeida
Mais médicos: ilegal e imoral
quarta-feira, 25 de dezembro de 2013
Diplomatas e a escravidao moderna: ainda o caso da India vs EUA -editorial NYT
EDITORIAL
India’s Misplaced Outrage
By THE EDITORIAL BOARD
The New York Times: December 19, 2013
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
Diplomatas e a moderna escravidao: India vs EUA
Fury in India Over Diplomat’s Arrest in New York
By BENJAMIN WEISER and GARDINER HARRIS
The New York Times, December 19, 2013
The outrage was remarkable, not merely for its proportion, but also for what provoked it: the arrest of an Indian diplomat in Manhattan last week on charges that she fraudulently obtained a work visa for her housekeeper, forced her to work longer hours than agreed to and paid her far less than the minimum wage.
Much of the furor over the arrest of the diplomat, Devyani Khobragade, the deputy consul general in New York, stemmed from reports of her treatment in custody.
Indian officials have been quoted as saying she was arrested and handcuffed as she was leaving her daughter at school, and the Indian news media have run accounts saying she was strip-searched and cavity-searched, and then held with drug addicts before her release on $250,000 bail.
Devyani Khobragade
REUTERS
The latest development in the case came as American officials expressed concern that relatives of the victim, Sangeeta Richard, might be subjected to intimidation in India, where they lived.
Preet Bharara, the United States attorney in Manhattan, whose office is prosecuting Ms. Khobragade, said in a written statement on Wednesday that it became necessary to “evacuate” the victim’s family, which has been brought to the United States. He said the family “reportedly was confronted in numerous ways regarding this case.”
The State Department on Thursday confirmed, without offering details, that the government had “taken steps to reunite” the family and was aware of “allegations that the family was intimidated in India.”
A person close to Ms. Richard’s family described several episodes that frightened family members. In one case, Ms. Richard’s husband, while bicycling with one of his children, was confronted by a man with a gun who demanded that his wife return home.
Ms. Richard’s husband said he had been called more than once by Ms. Khobragade’s father, who asked him to make his wife return to India, the person said. Yet another time, Ms. Richard’s husband was interrogated by the police in India about his wife’s whereabouts in the United States.
Ms. Khobragade’s lawyer, Daniel N. Arshack, said he had no information concerning Ms. Khobragade’s father. Mr. Arshack called the charges against Ms. Khobragade “false and baseless,” and said she would plead not guilty and was protected from prosecution “by virtue of her diplomatic status.”
“This entire prosecution represents a significant error in judgment and an embarrassing failure of U.S. international protocol,” Mr. Arshack said, adding that he hoped the matter would be resolved promptly.
Mr. Arshack also disputed Mr. Bharara’s characterization that legal action had been brought in India against Ms. Richard, “attempting to silence her.” Mr. Arshack said his client, who had initiated the legal action there, did so in response to a legal complaint Mr. Richard filed about his wife’s treatment and then withdrew. A Delhi high court then ordered that Ms. Richard not take legal action against Ms. Khobragade outside of India.
In India, the furor over Ms. Khobragade’s arrest continued to grow on Thursday, dominating India’s political discussion despite an expression of regret by Secretary of State John Kerry.
“How would the U.S. react if one of their diplomats were subjected to this treatment in India?” said Ravi Sankar Prasad, a spokesman for the Bharatiya Janata Party, the main opposition party in India.
The prosecutor, Mr. Bharara, dismissed such complaints on Wednesday and said Ms. Khobragade was discreetly detained and afforded courtesies “beyond” those accorded United States citizens. He also said she was “fully searched by a female deputy marshal” in a private setting, the standard procedure.
Mr. Bharara’s statements were widely criticized in India, and Foreign Minister Salman Khurshid said he would ignore them and demanded the immediate dismissal of all charges against Ms. Khobragade.
“We are not convinced there is a legitimate legal ground for pursuing this case,” he said. “The worst that can be said about her is that she did not comply with the amounts that were supposed to be paid under your law. I don’t think that justifies treating her like a common criminal.”
From November 2012 until about this past June, the complaint said, Ms. Richard worked for Ms. Khobragade “far more than 40 hours a week” and was paid about $3.30 an hour, despite a contract that stated a higher rate.
Ms. Richard’s lawyer, Dana Sussman of Safe Horizon, a victim services agency, said on Thursday: “My client is frustrated with how the media has portrayed this story and the response from the Indian government. The victim in this case is not the criminal defendant. The victim is the person who worked incredibly long hours and was severely underpaid.”
Ms. Khobragade is the third Indian diplomat stationed in New York City in recent years to be accused of exploiting a domestic worker. Domestic servants in India routinely work from dawn to dusk and six or seven days a week for minuscule wages. Their presence is ubiquitous in Indian middle-class homes.
Asked why Indian diplomats seem to run afoul of United States wage-and-hour laws, Mr. Khurshid said that India might not pay its diplomats as much as United States diplomats were paid.
“We try to ensure that they have enough to serve with dignity,” Mr. Khurshid said. “If there is a problem with your law and our settled wage scales, that’s something we need to talk about with your government.”
Benjamin Weiser reported from New York, and Gardiner Harris from New Delhi. Hari Kumar and Malavika Vyawahare contributed reporting from New Delhi, and Neha Thirani Bagri from Mumbai.
domingo, 8 de setembro de 2013
Mais Medicos e as taticas escravocratas dos companheiros - Percival Puggina
INIMIGOS MÉDICOS
Percival Puggina
Zero Hora, 8/09/2013
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Quando viu o povo na rua, cobrando atenção à Saúde Pública, Dilma adotou prática tão antiga quanto namorar no portão. Escolheu um inimigo e o apontou à sociedade: os médicos brasileiros. A partir daí, jogou contra eles os raios e trovões que conseguiu recolher em seu repertório.
A saúde pública tem problemas. Falta atendimento, dinheiro, leitos. São longas as filas. Espera-se meses por um exame e anos por uma cirurgia. De quem é a culpa? Segundo a presidente, a culpa é dos médicos. Sua Excelência cuidou de passar à sociedade a impressão de que eles preferem viver nos grandes centros não porque ali estejam os melhores hospitais, laboratórios e equipamentos, mas porque ali estão os melhores restaurantes, clubes e cinemas. Foi para a tevê tecer ironias com o fato de que os primeiros a fazerem opções no "Programa Mais Médicos" preferiram localidades litorâneas. A compreensão dessa mensagem pelos sem discernimento (estamos falando de dezenas de milhões) fica assim: os doutores gostam, mesmo, é de praia.
Através dessas paquidérmicas sutilezas, o governo tenta convencer a sociedade de que os médicos não vão para as pequenas comunidades porque se lixam para as carências com que ele, governo, se preocupa. Opa! Preocupa-se agora, preocupa-se depois das vaias, preocupa-se depois das passeatas. E esquece que, pelos mesmos motivos, milhões de outros profissionais também preferem trabalhar em centros urbanos mais dinâmicos. Identificado o inimigo, a presidente partiu para o ataque. Criou um 2º ciclo de formação médica, obrigatório, a serviço do SUS, com duração de dois anos, a ser prestado onde houver necessidade. Fez com que os médicos perdessem a exclusividade de diversas atribuições relativas a diagnósticos e prescrição de tratamentos. Jogou na lixeira a insistente e lúcida recomendação no sentido de que seja criada na área médica uma carreira de Estado, semelhante à que existe para as carreiras jurídicas. Explico isso melhor: espontaneamente, nenhum juiz ou promotor vai solicitar lotação em Paranguatiba do Morro Alto. No entanto, como etapa de uma carreira atraente e segundo regras bem definidas, sim. É desse modo que se resolvem as coisas numa sociedade de homens livres.
Nada revela melhor a vocação totalitária do partido que nos governa do que este episódio. É uma vocação que dispensa palavras, que atropela leis e se expressa nas grandes afeições. Cubanas, por exemplo. A vinda dos médicos arrematados em Castro & Castro Cia. Ltda. permite compor um catálogo de transgressões aos princípios da liberdade individual, da dignidade da pessoa humana, da justiça, da equidade, da proporcionalidade, do valor do trabalho. Repugna toda consciência bem formada a ideia de que um país possa alugar seus cidadãos a outro, enviá-los aos magotes como cachos de banana, beneficiar-se financeiramente dessa operação em proporções escandalosas e ainda fazer reféns as respectivas famílias por garantia da plena execução do mandado. E há quem afirme que toda oposição a uma monstruosidade dessas é "preconceito ideológico"! Pois eu digo diferente: acolher como louvável semelhante anomalia política é coisa que só se explica por desvio do juízo moral.
Dilma e os seus gostariam de dispor dos brasileiros como coisas suas, assim como os Castro dispõem dos cubanos. Sendo impossível, buscam-nos lá, do mesmo modo como, antigamente, eram trazidos escravos das feitorias portuguesas no litoral africano.
Zero Hora, 8 de setembro de 2013
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segunda-feira, 26 de agosto de 2013
Medicos cubanos: a linha de frente e os comissarios do povo - Reinaldo Azevedo
Pois é: os companheiros não escrevem nada de interessante e a gente fica tentado a postar coisas que nos fazem refletir.
Este artigo abaixo, por exemplo, me fez pensar numa outra situação extrema, de outra época e outro lugar, mas que conserva paralelismos com a triste situação dos médicos cubanos, sem as mesmas consequências trágicas, pelo menos.
Refiro-me à resistência heróica do povo soviético, ou russo, contra a invasão hitlerista, e a luta de morte que se seguiu, pelo menos desde o verão de 1941 até o inverno de 1943, quando, depois da batalha de Stalingrado, a situação se inverteu, e os russos passaram à ofensiva.
Pois bem, a resistência heróica não era tão heróica assim, pois detrás de cada linha de frente dos soldados russos, havia um agente do povo, um "comissário do povo". Ele ficava com um revólver na mão, não para se defender dos alemães, mas para controlar os soldados: que recuasse, levava um tiro ali mesmo, sem qualquer piedade. Os soldados tinham então de sempre marchar em frente, contando que, com alguma sorte, escapariam das balas nazistas e conseguissem então sobreviver. Uma única certeza: se recuassem, estavam mortos, se avançasse poderiam sobreviver, com alguma sorte. Pois foi assim que a União Soviética ganhou a guerra da Alemanha nazista, com "apenas" 20 milhões de mortos, entre soldados e civis.
Os cubanos tem sorte de não terem nazistas à sua frente, mas têm os comissários do povo à sua retaguarda, que estão sempre vigiando para que eles não escapem da linha do partido, que na verdade é a da ditadura pessoal dos irmãos Castro. Eles não tem vontade própria, apenas a vontade da ditadura.
Isso me lembra uma famosa piada cubana, a respeito do corte de cana. Como não tem trator naquela ilha maravilhosa, todos são chamados a participar do corte de cana, "la zafra", feita na base do facão, como nos tempos coloniais no Brasil, e ainda em algumas partes do Brasil sem mecanização. No caso de Cuba é tudo na mão, mesmo.
Pois os cubanos costumam brincar com essa participação na safra -- esses cubanos são gozadores, como os brasileiros, que adoram fazer piada de tudo -- e dizem o seguinte: "Hermano, la participación en la zafra es voluntaria, pero la voluntad es obligatoria".
Pois é, parece que para os médicos é mais ou menos nas mesmas bases...
Paulo Roberto de Almeida
sábado, 24 de agosto de 2013
Existem Asilos e asilos; Escravidao e escravidao: depende de onde onde vc olha...
Quanto ao direito de asilo, só para os que fogem de torpes ditaduras burguesas...
Paulo Roberto de Almeida
Alguem ai falou de escravidao moderna? O caso dos medicos cubanos...
Mais Médicos
Durante missão na Bolívia, médicos cubanos seguiram cartilha ditatorial
Em 2006, os cubanos eram proibidos de namorar nativos e de sair de casa após às 18 horas sem autorização e de pedir empréstimo local
Governo contratará 4.000 médicos cubanos
Médicos estrangeiros escolhem áreas menos carentes
Governo preenche apenas 6% das vagas do programa Mais Médicos
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Gulag: nao apenas escravidao humana, mas tambem um empreendimento economico - Anne Applebaum
Anne Applebaum
Gulag: a History
New York: Doubleday, 2003
Contrary to popular assumption, the Gulag did not cease growing in the 1930s, but rather continued to expand throughout the Second World War and the 1940s, reaching its apex in the early 1950s. By that time the camps had come to play a central role in the Soviet economy. They produced a third of the country’s gold, much of its coal and timber, and a great deal of almost everything else. In the course of the Soviet Union’s existence, at least 476 distinct camp complexes came into being, comprising thousands of individual camps, each of which contained anywhere from a few hundred to many thousands of people. The prisoners worked in almost every industry imaginable–logging, mining, construction, factory work, farming, the designing of airplanes and artillery–and lived, in effect, in a country within a country, almost a separate civilization.
Efetuei uma resenha da edição brasileira, como transcrito abaixo: