Lá vou eu, outra vez, com esse "ser asqueroso", como o classificam os companheiros amigos das ditaduras. Lá vou postar mais um artigo desse reacionário exemplar, desse jornalista amigo do imperialismo e inimigo do povo.
Pois é: os companheiros não escrevem nada de interessante e a gente fica tentado a postar coisas que nos fazem refletir.
Este artigo abaixo, por exemplo, me fez pensar numa outra situação extrema, de outra época e outro lugar, mas que conserva paralelismos com a triste situação dos médicos cubanos, sem as mesmas consequências trágicas, pelo menos.
Refiro-me à resistência heróica do povo soviético, ou russo, contra a invasão hitlerista, e a luta de morte que se seguiu, pelo menos desde o verão de 1941 até o inverno de 1943, quando, depois da batalha de Stalingrado, a situação se inverteu, e os russos passaram à ofensiva.
Pois bem, a resistência heróica não era tão heróica assim, pois detrás de cada linha de frente dos soldados russos, havia um agente do povo, um "comissário do povo". Ele ficava com um revólver na mão, não para se defender dos alemães, mas para controlar os soldados: que recuasse, levava um tiro ali mesmo, sem qualquer piedade. Os soldados tinham então de sempre marchar em frente, contando que, com alguma sorte, escapariam das balas nazistas e conseguissem então sobreviver. Uma única certeza: se recuassem, estavam mortos, se avançasse poderiam sobreviver, com alguma sorte. Pois foi assim que a União Soviética ganhou a guerra da Alemanha nazista, com "apenas" 20 milhões de mortos, entre soldados e civis.
Os cubanos tem sorte de não terem nazistas à sua frente, mas têm os comissários do povo à sua retaguarda, que estão sempre vigiando para que eles não escapem da linha do partido, que na verdade é a da ditadura pessoal dos irmãos Castro. Eles não tem vontade própria, apenas a vontade da ditadura.
Isso me lembra uma famosa piada cubana, a respeito do corte de cana. Como não tem trator naquela ilha maravilhosa, todos são chamados a participar do corte de cana, "la zafra", feita na base do facão, como nos tempos coloniais no Brasil, e ainda em algumas partes do Brasil sem mecanização. No caso de Cuba é tudo na mão, mesmo.
Pois os cubanos costumam brincar com essa participação na safra -- esses cubanos são gozadores, como os brasileiros, que adoram fazer piada de tudo -- e dizem o seguinte: "Hermano, la participación en la zafra es voluntaria, pero la voluntad es obligatoria".
Pois é, parece que para os médicos é mais ou menos nas mesmas bases...
Paulo Roberto de Almeida
Reinaldo Azevedo, 26/08/2013
É um despropósito absoluto o que se passa diante do nariz do Congresso Nacional, do Poder Judiciário e do Ministério Público. Ou esses entes reagem, ou, então, seus integrantes podem se candidatar a protagonistas de uma nova série dos “Bananas de Pijama”. Num
post do dia 21, informei aqui que, a exemplo do que ocorre com os profissionais que atuam na Venezuela, no Equador e na Bolívia, os médicos continuariam cubanos a obedecer às ordens do regime cubano. Acusaram-me de estar fantasiando. Eis aí. A determinação (
ver post anterior) da vice-ministra da Saúde de Cuba, Márcia Cobas, que proibiu seus escravos de interagir com os demais médicos, mantendo-os confinados em instalações militares, viola as leis brasileiras. Quem é esta senhora para vir dar ordens no Brasil. Sim, meus caros: o Brasil, nesse particular, abre mão de uma prerrogativa soberana. Todo estrangeiro que ingressa legalmente no país, como é o caso, tem assegurado o seu direito de ir e vir. Submete-se à lei brasileira,
a 6.815 , que regula a sua permanência em nosso território. E só. Não cabe ao governo cubano, sob nenhuma circunstância, meter o bedelho. A tal Márcia Cobas é que viola a lei.
Que fique claro: essa ingerência do governo cubano não é temporária; não está sendo praticada apenas nessa fase Inicial, que marca a chegada dos primeiros médicos. Pelo tempo que os cubanos ficarem aqui, estarão sujeitos à chefia de representantes da ditadura. Junto com os médicos, chegam os capitães do mato, chegam os seus algozes, que os vigiam de perto. Em se repetindo o padrão vigente na Venezuela, são verdadeiros agentes da polícia política da ilha. Alguns desses “coordenadores” são médicos; outros não; são burocratas do Ministério da Saúde de Cuba e do Partido Comunista. Qualquer insatisfação que o governo tenha com os profissionais, ela terá de ser encaminhada a esses intermediários. Também é a ditadura que decide quando é hora de um médico sair e de outro chegar. Na Venezuela, os agentes cubanos retêm os passaportes dos médicos.
O que mais é necessário para caracterizar trabalho análogo à escravidão, ainda que boa parte dos profissionais, quando conseguem se expressar, falem como militantes políticos? Eles não têm saída. Suas respectivas famílias ficaram na ilha. Mesmo que quisessem desertar, não poderiam. Se decidirem, ainda assim, pedir para ficar no Brasil, Luís Inácio Adams, o mais novo agente do serviço secreto cubano, já avisou: serão “devolvidos”. Sim, ele empregou a palavra “devolvidos”. Adams decidiu, sozinho, exercer o papel do Conare (Comitê Nacional para os Refugiados, do Ministério da Justiça e do Poder Judiciário). No Brasil, cubano é “coisa”, não é gente. Tarso Genro, como vocês se lembram, é um emérito devolvendo de gente para as ditaduras e um entusiasmado importador de terrorista — o que contou com o apoio de Adams.
Um escândalo de proporções inimagináveis está se consolidando, e noto que setores importantes da imprensa estão deixando de lado a questão essencial para começar a cuidar dos fru-frus do jornalismo de amenidades. Imaginem um país governado por um partido considerado “de direita”, que importasse médicos, nessas condições, negociando com outro governo igualmente de direita. As esquerdas demonstram, assim, o que entendem por civilização. Esse é o seu devir, esse é o seu horizonte. Na sua utopia, cada homem é funcionário do Estado e faz o que o partido mandar.
Cadê as vozes de protesto? Restringem-se quase exclusivamente à área médica. Raciocínios indecorosos são feitos à luz do dia, sem vergonha nem medo de ser feliz. No “Entre Aspas”, o senador Humberto Costa (PT-PE)
anunciou que o programa já estava em andamento havia um ano e meio. A oposição deveria ter estrilado na hora, denunciando, então, as mentiras que foram contadas ao país. Tucanos estão muito ocupados em seu esporte predileto — tiro aos tucanos! — para se interessar por isso para valer.
E a OAB? Os digníssimos não viram nada, até aqui, que agrida frontalmente os direitos humanos? Vai ver alguns dos doutores estão muito ocupados oferecendo proteção aos black blocs para se ater a um governo que decidiu entrar no comércio de carne humana.
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