O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador ditadura comunista. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ditadura comunista. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 23 de junho de 2021

Ditadura do PCC liquida o último jornal independente de Hong Kong - Deutsche Welle

A liberdade prevalecerá, na ilha e no continente, é só uma questão de tempo... 

ÁSIA

Tabloide pró-democracia de Hong Kong anuncia fechamento

Último jornal crítico a Pequim em Hong Kong sucumbe à ofensiva contra redação e decide fechar as portas. Nos últimos meses, o "Apple Daily" sofreu com batidas policiais, congelamento de bens e prisão de proprietário.

    
Cópias do tabloide Apple Daily de Hong Kong

Fundado em 1995 pelo magnata Jimmy Lai, o tabloide pró-democracia "Apple Daily" tornou-se um espinho para Pequim 

O último jornal diário pró-democracia de Hong Kong, o tabloide Apple Daily, publicará sua derradeira edição na quinta-feira, após um ano tempestuoso em que sua sede foi invadida pela polícia, seus ativos foram congelados e seu proprietário e funcionários acabaram presos no âmbito de uma nova lei de segurança nacional chinesa.

O fim de 26 anos de publicações do notório tabloide, que mistura discurso pró-democracia com fofocas atrevidas de celebridades e investigações sobre pessoas no poder, soou um novo alarme sobre a liberdade de imprensa e outros direitos civis na região semiautônoma de Hong Kong.

"Obrigado a todos os leitores, assinantes, clientes de publicidade e cidadãos de Hong Kong por 26 anos de imenso amor e apoio. Aqui dizemos adeus, cuidem-se", escreveu o Apple Daily num artigo em seu site nesta quarta-feira (23/06).

Pequenos grupos se reuniram em frente à sede do jornal na noite de quarta-feira. Os manifestantes entoaram mensagens de apoio e acenderam as lanternas de seus smartphones enquanto os jornalistas finalizavam a edição derradeira do Apple Daily.

Jornalistas afirmaram que planejam imprimir um milhão de cópias durante a noite – um número impressionante, dada a população de 7,5 milhões de residentes em Hong Kong. Geralmente, o Apple Daily imprimia 80 mil cópias.

Apple Daily: uma pedra no sapato de Pequim

O tabloide foi fundado em 1995 pelo magnata Jimmy Lai, que chegou a Hong Kong da China continental num barco de pesca quando tinha 12 anos de idade. Com o passar dos anos, o apoio do Apple Daily aos direitos e às liberdades democráticas tornou o tabloide uma pedra no sapato de Pequim. O Apple Daily sacudiu o panorama midiático em língua chinesa na região e se posicionou como um advogado da democracia às margens da China comunista.

Embora visto, às vezes, como espalhafatoso por alguns de seus críticos, o Apple Daily serviu como uma refúgio da liberdade midiática no mundo de língua chinesa e era lido por dissidentes e por uma diáspora chinesa mais liberal – um constante desafio ao autoritarismo de Pequim.

O proprietário Jimmy Lai, atualmente na prisão por participar de protestos pró-democráticos, foi um dos primeiros a ser acusado sob a nova lei após sua imposição no ano passado. Mas o capítulo final para o Apple Daily foi escrito na semana passada, quando as autoridades utilizaram o subterfúgio da lei de segurança nacional para invadir a redação, prender executivos e diretores e congelar ativos em torno de 2,3 milhões de dólares – o que impossibilitou o jornal de manter sua folha de pagamento. Cerca de mil pessoas perderam seus empregos, sendo cerca de 600 jornalistas.

As fotografias de semana passada de policiais sentados nas mesas dos repórteres e imagens deles enchendo vans com materiais jornalísticos causaram arrepios na mídia da ex-colônia britânica. A invasão foi avaliado como o ataque mais direito à imprensa de Hong Kong desde que Pequim recuperou o controle da região semiautônoma em 1997. 

O parque de ciências, administrado pelo governo e que abriga a sede do Apple Daily, também decidiu anunciar nesta quarta-feira que a empresa que administra o tabloide estava violando o contrato de locação e que medidas legais foram tomadas para confiscar o edifício.

"Golpe terrível à liberdade de expressão"

"Instamos o governo a cumprir a promessa de salvaguardar a liberdade de imprensa, de permitir que as pessoas que trabalham na indústria de notícias sirvam a Hong Kong sem medo", disse Ronson Chan, chefe da associação de jornalistas de Hong Kong. "Ficaremos muito preocupados se houver consequências ao escrever um artigo. Receio que isso faça a sociedade sentir que as pessoas podem ser colocadas na prisão por causa do que escrevem. E isso leva a uma enorme preocupação com a liberdade de expressão na cidade."

"O fechamento forçado do Apple Daily pelas autoridades de Hong Kong é um golpe terrível à liberdade de expressão em Hong Kong", disse o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab. "Está claro que os poderes da lei de segurança nacional estão sendo usados como uma ferramenta para restringir as liberdades e punir os dissidentes, em vez de manter a ordem pública."

"O assédio ao Apple Daily é mais um esforço das autoridades de Pequim para silenciar um meio de comunicação crítico. Viola o direito do povo de Hong Kong de acessar notícias independentes e é mais um passo para a erradicação da liberdade de imprensa na região", disse Barbara Trionfi, diretora-executiva da organização International Press Institute (IPI).

"Um ano após sua promulgação, a lei de segurança nacional da China para Hong Kong revelou ser exatamente o que os críticos temiam: um instrumento pronto para suprimir a cobertura independente de notícias", prosseguiu Trionfi. "A comunidade internacional não deve permanecer em silêncio enquanto as liberdades de Hong Kong são removidas tijolo por tijolo. A rede global do IPI é solidária com os jornalistas e funcionários do Apple Daily." 

pv (ap, afp, rtr)

sábado, 1 de dezembro de 2018

O relatório secreto de Krushev contra Stalin: como ele veio a publico - John Rettie (The Observer)

Um dos jornalistas que revelou o relatório secreto de Krushev, no XX Congresso do PCUS, que denunciou os crimes de Stalin, relata aqui a atmosfera e o contexto no qual, numa União Soviética ainda basicamente stalinista, ele, e alguns outros jornalistas ocidentais, conseguiram trazer ao público ocidental o conteúdo quase completo do famoso relatório feito em sessão especial desse congresso, e que não deveria ser revelado para não causar comoções (como causou, na Polônia e sobretudo na Hungria) e retirar legitimidade ao movimento comunista internacional. Os maoístas nunca perdoaram aos soviéticos essa "traição", pois isso seria condenar igualmente os crimes de Mao Tsé-tung. O próprio PCB não ficou imune ao relatório, e vários comunistas brasileiros começaram a dissentir da liderança semi-stalinista de Luiz Carlos Prestes, alguns para a "direita" – ou para a liberdade, simplesmente –, outros para a esquerda, como os "maoístas" do PCdoB.
O universo comunista nunca mais seria o mesmo...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 1 de dezembro de 2018


The secret speech that changed world history



Fifty years ago Nikita Khrushchev shocked the Soviet Union by denouncing Stalin in a special address to Communist party comrades. The text, detailing the dictator's crimes, was smuggled out of Moscow and later published in full in The Observer. John Rettie recalls his part in the mission and reflects on a pivotal episode of the 20th century.

The sublime strains of Sibelius echoed off the walls of my Moscow flat as Kostya Orlov unfolded Nikita Khrushchev's grim tale of the obscene crimes committed by his predecessor, Josef Stalin. It was an evening half a century ago, a week or so after Khrushchev had denounced the horrors of Stalin's rule to a secret session of the Soviet Communist Party's 20th Congress.
That was only three years after the death of Stalin, mourned by the great majority of Soviet citizens, who saw him as a divine father. So soon afterwards, here was their new leader telling them they had made a cataclysmic error: far from divine, Stalin was satanic. The leaders who inherited the party from the old dictator agreed that Khrushchev should make the speech only after months of furious argument - and subject to the compromise that it should never be published.
Its consequences, by no means fully foreseen by Khrushchev, shook the Soviet Union to the core, but even more so its communist allies, notably in central Europe. Forces were unleashed that eventually changed the course of history. But at the time, the impact on the delegates was more immediate. Soviet sources now say some were so convulsed as they listened that they suffered heart attacks; others committed suicide afterwards.
But when Kostya Orlov, a Russian contact I now suspect was working for the KGB, phoned me that evening in early March 1956, I knew little of all this. For the 10 days of the congress, the handful of Western correspondents in Moscow had read speeches that roundly condemned 'the cult of personality', a well-understood code meaning Stalin. The party's Central Committee building hummed with activity on the night of 24 February, its windows blazing with light well into the small hours. But why, we wondered, was this going on after the congress had formally closed? It was only years afterwards that it became clear that the party leadership was still arguing about the text of the speech to be made by Khrushchev the next morning to a secret session of party delegates.
In the next few days diplomats of central European communist states began to whisper that Khrushchev had denounced Stalin at a secret session. No details were forthcoming. I was working as the second Reuters correspondent in Moscow to Sidney Weiland, who - more for form's sake than anything - tried to cable a brief report of this bald fact to London. As expected, the censors suppressed it.
Then, the evening before I was due to go on holiday to Stockholm, Orlov telephoned to say: 'I've got to see you before you go.' Hearing the urgency in his voice, I told him to come round at once. As soon as he said why he had come, I deemed it wise to confuse the microphones we all thought we had in our walls by putting on the loudest record I had. So, through soaring trombones, Orlov gave me a detailed account of Khrushchev's indictment: that Stalin was a tyrant, a murderer and torturer of party members.
Orlov had no notes, far less a text of the speech. He told me that the party throughout the Soviet Union heard of it at special meetings of members in factories, farms, offices and universities, when it was read to them once, but only once. At such meetings in Georgia, where Stalin was born, members were outraged at the denigration by a Russian of their own national hero. Some people were killed in the ensuing riots and, according to Orlov, trains arrived in Moscow from Tbilisi with their windows smashed.
But could I believe him? His story fitted in with what little we knew, but the details he had given me were so breathtaking as to be scarcely credible. It is easy now to think that everyone knew Stalin was a tyrant, but at that time only an unlucky minority in the USSR believed it. And to accept that Khrushchev had spoken of this openly, if not exactly publicly, seemed to need some corroboration - and that was not available.
There was another problem, too. 'If you don't get this out, you're govno [shit],' he told me. That sounded like a clear challenge to break the censorship - something no journalist had done since the 1930s, when Western correspondents would often fly to Riga, capital of the still independent Latvia, to file their stories and return unscathed to Moscow. But Stalin had ruled with increasing severity for two more decades since then, and no one would have risked it in the 1950s.
Feeling unable to resolve this problem on my own, I called Weiland and arranged to meet him in the centre of town. It was intensely cold, but we stayed outside where there were no microphones. Thick snow lay on the ground but we tramped through it, pausing only now and then for me to consult my notes under the streetlamps. We noted that Orlov had often given me scraps of information that had always proved correct, though not of major importance. His story fitted with the limited reports circulating in the Western community. And we noted that a temporary New York Times correspondent was leaving the next day and would certainly write about these reports. So we could be beaten on our own, far better, story. We decided we had to believe Orlov.
Next morning, I flew to Stockholm from where I called Reuters' news editor in London. My name, I insisted, must not appear on either story, and they should both have datelines other than Moscow: I did not want to be accused of violating the censorship on my return to Moscow. Then, after several hours writing up my notes, I dictated the two stories over the telephone to the Reuters copytaker. Still nervously determined to conceal my identity, I assumed a ridiculous American accent. The ploy failed dismally. 'Thank you, John,' he signed off cheerfully.
Back in Moscow, everything continued as before. During that summer of 1956, Khrushchev's thaw blossomed and Muscovites relaxed a little more. But in central Europe the impact of the speech was growing. By autumn Poland was ready to explode and in Hungary an anti-communist revolution overthrew the Stalinist party and government, replacing them with the short-lived reformist Imre Nagy.
In Moscow, the Soviet leaders were thrown into turmoil. For six weeks not one appeared at any diplomatic function. When they reappeared they looked haggard and older. This was especially true of Anastas Mikoyan, Khrushchev's right-hand man, who had constantly urged him on to greater reforms. According to his son, Sergo, that was because Mikoyan had spent long days in Budapest desperately trying to save the Nagy regime, without success. In the end, the diehard conservatives won the argument, insisting that for security reasons the USSR could not let a neighbouring country leave the Warsaw Pact. Khrushchev and Mikoyan reluctantly agreed it should be crushed .
In the West, the impact of the speech received a colossal boost from the publication of the full, albeit sanitised, text in The Observer and the New York Times. This was the first time the full text had been available for public scrutiny anywhere in the world. Even local party secretaries who read it to members had to return their texts within 36 hours. (Those texts were also sanitised, omitting two incidents in the speech that Orlov related to me.)
According to William Taubman, in his masterly biography of Khrushchev, the full text leaked out through Poland where, like other central European communist allies, Moscow had sent an edited copy for distribution to the Polish party. In Warsaw, he said, printers took it upon themselves to print many thousand more copies than were authorised, and one fell into the hands of Israeli intelligence, who passed it to the CIA in April. Some weeks later the CIA gave it to the New York Times and, apparently, to The Observer's distinguished Kremlinologist, Edward Crankshaw.
Exactly how he obtained it is not recorded. But on Thursday, 7 June, at a small editorial lunch traditionally held every week in the Waldorf Hotel, Crankshaw 'modestly mentioned that he had obtained complete transcripts of Khrushchev's speech', according to Kenneth Obank, the managing editor. The meeting was galvanised. Such a scoop could not be passed over and, with strong support from David Astor, the editor, as well as Obank, it was agreed that the full 26,000 words must be published in the following Sunday's paper.
This was a heroic decision bordering, it seemed, on folly. In those days everything had to be set in hot metal to be made up into pages. By that Thursday, according to Obank, 'half the paper had been set, corrected and was being made up. Worse, we found that we would have to hold out almost all the regular features - book reviews, arts, fashion, bridge, chess, leader-page articles, the lot. The Khrushchev copy, page by page, began flowing. As we began making up pages, it became clear that still more space would be needed, so we gulped and turned to the sacred cows - the advertisements.' Seven precious columns of advertising had to be discarded. An endless number of headlines, sub-headings, cross-heads and captions had to be written as the copy wound its way through the paper.
But the gamble paid off. Reader response was enthusiastic. One said: 'Sir, I am just a chargehand in a factory, hardly a place where you might expect The Observer to have a large circulation. But my copy of the Khrushchev edition has been going from hand to hand and from shop to shop in the administration offices, transport etc. I was quite amazed at the serious interest shown as a result of the very minute examination of the speech.'
The paper sold out and had to be reprinted. That, surely, was justification for the extraordinary decision to print the full text at three days' notice. 'Minute examination' greatly contributed to the thinking that eventually gave birth to reformist 'Euro-communism'.
Khrushchev was clearly shaken by developments. His opponents gained strength, and in May 1957 came within an ace of ousting him. When a majority in the Presidium of the Central Committee (the Politburo) voted to depose him, only his swift action to convene a full Central Committee meeting gave him a majority. It was his opponents, notably the veteran Vyacheslav Molotov and Lazar Kaganovich, who were deposed.
But seven years later the conservatives did succeed in ousting him. Twenty years of Leonid Brezhnev followed, during which the clock was turned back, if not to full-scale Stalinism, at least part of the way. But there were Communists who never forgot Khrushchev, and in particular his 'secret speech'. One was Mikhail Gorbachev, who had been a student at Moscow University in 1956. When he came to power in 1985 he was determined to carry on Khrushchev's work in reforming the Soviet Union and opening it to the rest of the world. More than once he publicly praised his predecessor for his courage in making the speech and pursuing the process of de-Stalinisation.
Some may doubt that Stalin's Soviet Union could ever have been reformed, but Khrushchev was not among them - and neither, indeed, was Gorbachev. But after two decades of decay under Brezhnev, even he could not hold the country together. It can well be argued that the 'secret speech' was the century's most momentous, planting the seed that eventually caused the demise of the USSR.
What Muscovites think about Khrushchev now
Marina Okrugina, 95, former Gulag prisoner
'I was born in Siberia in 1910. My father had been exiled there in Tsarist times after killing a Cossack who attacked a workers' demonstration that he was taking part in. In 1941 I was working in Mongolia as a typist for a group of Soviet journalists. They were producing a newspaper to be distributed in Manchuria with the hope of making the Chinese sympathetic to us. But the censor decided it was a "provocation". We were all arrested and sent to the Gulag. When the war started the men were sent to the front and I was left behind. I spent eight years in the camps. In 1945 I got word that my two sons had died in the Leningrad blockade and my husband had perished fighting in Smolensk. I was released in 1949, but not allowed to live in the 39 biggest cities in the Soviet Union. I stayed in the Far East and had to report to the police every week. I had no life. My only friends were former inmates. When Stalin died in 1953 we closed the door tight and danced with joy. Finally, in 1956, a few months after Khrushchev's speech, I was fully rehabilitated. My life changed. I could travel. I got a decent job and pension. We former prisoners were very thankful for Khrushchev's bravery.'
Dima Bykov, young intellectual
'Stalin couldn't do anything without fear, a loathsome dictator. Khrushchev was more a dictator of stupidities. My attitude to him is rather sympathetic and warm. He returned life to millions of people. But in reality it was a very bad freedom under Khrushchev. Only people like the Soviets who had had the horrifying experience of dictatorship for 30 years could have been happy with the thaw. Khrushchev squandered his chance. No one knew where the country was going. There were placards everywhere with Lenin saying: "Take the right road, comrades!" But in which direction?'
Fyodor Velikanov, 21, student
'Stalin wasn't all bad. He possessed decisiveness. He was strict and efficient, and he could make quick decisions, even if they weren't always the right ones. It's very difficult for me to evaluate what life was like under Stalin. I only know it from books and what my relatives told me. What do I know about Khrushchev? Well, he was famous for doing impulsive things like wanting to plant maize everywhere. And the time he banged his shoe on the table [at the UN in 1960]. Some people say that President Vladimir Putin is a dictator, but I think it's incorrect. Although there were a few good characteristics which Stalin had that Putin also has.'
Nikita Khrushchev, 45, journalist, grandson of the Soviet leader
'Grandpa was a kind man, but very demanding. When he retired he asked me to help to repaint a greenhouse at his dacha in Petrovo Dalnee. Afterwards, he checked every detail to show me where I had painted badly. Of course, he participated in the repressions, but the fact that he dared expose Stalin was courageous. Half his speech was improvised - he was sharing his own recollections. He believed in the inevitable failure of capitalism. Someone described him as the "last romantic of communism" and I agree with that.'
Professor Oksana Gaman-Golutvina, expert on Russian elites
'By the time Khrushchev came to power, the country was tired of fear. He understood this. And he had a sincere aspiration to ease the pain of the people. Before his speech in 1956 there was already a consensus for change among the elite. The people themselves could not be the engine of change because they were struggling for survival. But despite his speech Khrushchev was a child of Stalin. He had a similar mindset: there are two opinions in the world, mine and the wrong one. His absurd agricultural projects and his foreign policy gaffes meant the country got no peace.'
Interviews by Tom Parfitt

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Totalitarismo enraivecido: a Resolucao Politica do PT e o stalinismo embutido

Andei lendo a Resolução Política do Diretório Nacional do PT -- que todo mundo pode consultar neste link: http://www.pt.org.br/wp-content/uploads/2014/11/Resolu%C3%A7%C3%A3o-Pol%C3%ADtica.pdf  -- e pensei que tínhamos recuado no tempo e no espaço.
Pensei que estávamos no início da Guerra Fria, numa dessas "democracias populares" da Europa oriental, onde o Exército Soviético ajudava os frágeis partidos comunistas da região a "revolucionar a sociedade", a "criar o homem novo", tentando convencer os desconfiados cidadãos que tudo aquilo era luta anti-fascista, que tudo aquilo era a continuidade da luta contra o nazismo, e que o socialismo em construção representaria a verdadeira liberdade e que tudo isso iria trazer prosperidade ao povo.
Só trouxe miséria e opressão, obviamente, e por isso esses povos se revoltaram várias vezes, até tudo desmoronar na queda do muro de Berlim, exatamente 25 anos atrás (vejam post anterior).
Pois bem: ao ler essa resolução do PT pensei que estivéssemos recuando para tempos anteriores, e que o PT, como esses partidos do stalinismo triunfante apenas desejasse confirmar velhas mentiras, e convencer todo mundo que a sua visão do mundo é que está certa.
Destaco algumas pérolas desse documento.

1) "Uma vitória comemorada por todos os setores democráticos, progressistas e de esquerda no mundo e, particularmente, na América Latina e no Caribe. "
PRA: Sem dúvida: os comunistas cubanos (que devem sua sobrevivência financeira aos companheiros brasileiros) e os bolivarianos em geral rejubilaram com essa notícia. Ufa!, disseram.

2) " Foi uma disputa duríssima, contra adversários apoiados pela direita, pelo oligopólio da mídia, pelo grande capital e seus aliados internacionais. "
PRA: Exatamente a mesma linguagem que os stalinistas usavam nos anos 1950: sempre o grande capital e a grande mídia são os inimigos dos companheiros. Que coisa hem?

3) " Vencemos graças à consciência política de importantes parcelas de nosso povo, da mobilização da antiga e da nova militância de esquerda, da participação de partidos de esquerda ..."
PRA: Essa consciência política se chama dependência dos mais pobres do Bolsa Família, submetidos ao terrorismo eleitoral dos companheiros, que nunca deixaram de dizer que a prebenda só continuaria com o voto no partido do poder. Pobres em geral sempre votam no governo. Basta ver a alta correlacão entre voto no oficialismo e proporção da população inscrita no BF. Quanto aos militantes, metade dispõe de uma boquinha no Estado, e não poderiam ficar fora da luta pelo continuismo.

4) " A oposição, encabeçada por Aécio Neves, além de representar o retrocesso neoliberal, incorreu nas piores práticas políticas: o machismo, o racismo, o preconceito, o ódio, a intolerância, a nostalgia da ditadura militar. "
PRA: Essas foram justamente as mentiras e as calúnias usadas intensamente durante a campanha. Nunca antes no Brasil um partido havia descido tão baixo na fraude política.

5) " É urgente construir hegemonia na sociedade, promover reformas estruturais, com destaque para a reforma política e a democratização da mídia. "
PRA: Exatamente a linguagem do gramscismo de botequim que eles usam em todas as ocasiões. O partido deve controlar a sociedade, o partido é maior do que o país. Isso se chama totalitarismo.

6) "...será  necessário, em conjunto com partidos de esquerda, desencadear um amplo processo de mobilização e organização dos milhões de brasileiros e brasileiras que saíram às ruas
para apoiar Dilma Rousseff, mas também para defender nossos direitos humanos, nossos direitos à democracia, ao bem estar social, ao desenvolvimento, à soberania nacional."
PRA: Idem, idem. Registre-se que se trata de "nossos direitos humanos, nossos direitos à democracia"; ou seja, são os deles, não os de toda a população.

7) "... para transformar o Brasil, é preciso combinar ação institucional, mobilização social e revolução cultural. "
PRA: Revolução Cultural? Vai ter algum livrinho vermelho, vão colocar os professores em campos de reeducação?

8) "... certas medidas, impostas pela realidade internacional e nacional, mas principalmente pela atitude de reação permanente da oposição, precisam ser tomadas imediatamente. "
PRA: O partido totalitário tem pressa em assegurar sua hegemonia sobre toda a sociedade. O projeto orwelliano precisa ser implementado rapidamente.

9) " Adotar iniciativas para dar organicidade ao grande movimento político-social que venceu o segundo turno... Compor uma ampla frente... em defesa de reformas democrático-populares."
PRA: O mesmo gramscismo incontido, a mesma vontade de se impor sobre toda a sociedade. Reformas democrático-populares são todas aquelas que servem ao partido totalitário.

10) " Relançar a campanha pela reforma política e pela mídia democrática ..."
PRA: Ou seja, dominar completamente a sociedade, como sempre fizeram os partidos stalinistas.

11) "... reforma política, precedida de um plebiscito, através de uma Constituinte exclusiva;"
PRA: Leia-se: contornar os obstáculos constitucionais e legais à ditadura stalinista.

12) " democracia na comunicação, com uma Lei da Mídia Democrática "
PRA: Leia-se: desmantelar o Partido da Imprensa Golpista, ou seja, a imprensa não subordinada ao partido e ainda independente.

13) " democracia representativa, democracia direta e democracia participativa, para que a mobilização e luta social influenciem a ação dos governos, das bancadas e dos partidos políticos. O governo precisa dar continuidade à participação social na definição e acompanhamento das políticas públicas e tomar as medidas para reverter a derrubada da Política Nacional de Participação Social, objeto de um decreto presidencial cancelado pela maioria conservadora da Câmara dos Deputados ..."
PRA: A ofensiva pelo estrangulamento de toda a sociedade e sua submissão ao partido stalinista vai continuar...

14) " compromisso com as reformas estruturais, com destaque para a reforma política, as reformas agrária e urbana, a desmilitarização das Polícias Militares; "
PRA: Como as Forças Armadas ainda não se deixaram submeter, vão tentar começar pelas forças militares estaduais, colocando-as se possível sob o mando federal, do governo stalinista.

15) " ampliar a importância e os recursos destinados às áreas da comunicação, da educação, da cultura e do esporte, pois as grandes mudanças políticas, econômicas e sociais precisam criar raízes no tecido mais profundo da sociedade brasileira; "
PRA: Este é o terreno de ação por excelência do gramscismo stalinista: quanto mais dinheiro da sociedade para as suas correias de transmissão melhor para os totalitários.

16) " Afirmamos o compromisso com a revisão da Lei da Anistia de 1979 e com a punição dos torturadores. "
PRA: os guerrilheiros derrotados querem se vingar dos que os derrotaram.

17) " controle democrático e republicano sobre as instituições que administram a economia brasileira, entre as quais o Banco Central, a quem compete entre outras missões combater a especulação financeira. "
PRA: cenas explícitas de intervencionismo econômico e de estatistmo desenfreado.

18) "... o Partido tem que retomar sua capacidade de fazer política cotidiana, sua independência frente ao Estado, e ser muito mais proativo no enfrentamento das acusações de corrupção, em especial no ambiente dos próximos meses, em que setores da direita vão continuar premiando delatores. "
PRA: O problema não é a corrupção, ela pode e deve continuar. O problema são as acusações de corrupção, que devem ser combatidas. Elementar, não é mesmo?

19) "... sugerir medidas claras no debate sobre a política econômica, sobre a reforma política e em defesa da democracia nos meios de comunicação. É preciso incidir na disputa principal em curso neste início do segundo mandato: as definições sobre os rumos da política econômica."
PRA: Idem, idem. Os stalinistas precisam controlar tudo, do contrário nunca estarão satisfeitos.

20) "... avançaremos em direção a um Brasil democrático-popular. "
PRA: Todos os regimes ditatoriais do extinto socialismo pretendiam ser "democrático-populares". O partido totalitário não tem vergonha de propor esse modelo para a sociedade brasileira.

Não é preciso dizer mais nada sobre o partido totalitário. Ele se revelou totalmente nessa declaração política que é absolutamente clara nos seus objetivos de converter o Brasil num país dominado pelo partido stalinista, nos mesmos moldes do que existia nas antigas "democracias populares" do universo concentrácionario soviético que desmoronou com o muro de Berlim.
Os companheiros ainda não se converteram: eles continuam no stalinismo puro e duro da época triunfante do sistema soviético.

Para os que não conhecem suficientemente esse universo de totalitarismo, de privações política, de opressão individual e de miséria econômica, eu recomendaria os livros de Archie Brown, sobre a história do comunismo, e os dois de Anne Applebaum, sobre o Gulag e sobre a Europa oriental nos anos do stalinismo triunfante no imediato pós-Segunda Guerra. Leituras depressivas, mas necessárias.

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 6 de novembro de 2014
(25 anos da queda do muro de Berlim)


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Mai$$$$ Medico$$$$ = Mais $$$$$ para Cuba, para a Opas, para os companheiros - Leonardo Coutinho (Veja)

Uma matéria de quase um ano atrás, de que tomo conhecimento apenas agora. Não que haja algo surpreendente para mim, praticamente nada, pois já sabia desse programa estarrecedor, mas que apenas confirma que os companheiros estão a serviço, e sob as ordens, dos companheiros cubanos, aos quais eles devolvem agora ajudas prestadas no passado.
Uma coisa, porém, me surpreendeu: os valores envolvidos, que são substanciais. Não imaginava que fosse tanto dinheiro assim. Os montantes são, sim, estarrecedores. Não estamos falando apenas de uns poucos milhões de dólares (o que é isso para os companheiros, não é mesmo?; desde 2003 eles nadam em dinheiro, sobretudo dinheiro da Petrobras, e esse dinheiro dos cubanos é como se fosse uma corrida de taxi, digamos assim), mas de dezenas de milhões de dólares.
Só encontro duas explicações para isso: (1) os ditadores cubanos estão realmente precisando de muito dinheiro, agora que os venezuelanos enfrentam sérias dificuldades para manter o nível do mensalão chavista e fizeram um apelo desesperado aos seus companheiros brasileiros, a quem eles ajudaram no passado, inclusive como investimento...; (2) estes últimos estão fazendo uma operação triangular, dessas clássicas, na qual o dinheiro sai para fins aparentemente legais, e termina alimentando dutos menos legais, ou muito mais legais, dependendo do ponto de vista, claro.
Tenho uma dúvida e ele é absolutamente pertinente, para saber se ainda vivemos em uma democracia normal, ou se já estamos numa ditadura companheira: saber se esse acordo foi formalmente aprovado pelo Senado brasileiro, como compete cada vez que existe uma operação financeira externa. Se não houve aprovação congressual, ou se o dinheiro foi remetido antes que houvesse a ratificação formal pelo Senado, as remessas são claramente ilegais e inconstitucionais, e pode haver neste caso crime de responsabilidade política da parte do ministro da Saúde -- o anterior e o atual -- e provavelmente até da presidente da República. Está na constituição: qualquer acordo gravoso para o país tem de ser submetido à aprovação do Congresso brasileiro.
E não me venham dizer que não se trata de um acordo com Cuba, e sim com a OPAS, que isso não cola e não vale igual. Mesmo que o dinheiro fosse para o Espírito Santo, no Vaticano, ele teria antes de ser aprovado pelo Congresso.
Assusta-me viver num país em que os dirigentes se arrogam o direito de afrontar a Constituição, como se vivêssemos em ditadura. Talvez já seja o caso e ainda não percebemos...
Paulo Roberto de Almeida 
5/08/2014


Blog de Ricardo Setti, 18/10/2013
às 15:00 \ Política & Cia

“MAIS MÉDICOS”: Estava tudo combinado — um jeitinho para enviar dinheiro a Cuba

RAPAPÉS -- Carissa Etienne, diretora da Opas, com o ditador Raúl Castro, em Havana, em julho: elogios à obsoleta medicina cubana (Foto: Granma)
RAPAPÉS — Carissa Etienne, diretora da Opas, com o ditador Raúl Castro, em Havana, em julho: elogios à obsoleta medicina cubana (Foto: Granma)
Reportagem de Leonardo Coutinho, publicada em edição impressa de VEJA
ESTAVA TUDO COMBINADO
Documentos oficiais mostram que o Mais Médicos foi concebido para enviar dinheiro à ditadura de Cuba — e que o governo brasileiro escondeu o acordo durante meses
Desde o colapso da União Soviética, no início dos anos 90, Cuba ficou à míngua, sem um padrinho para financiar sua ditadura comunista. Na década passada, esse papel passou a ser desempenhado pela Venezuela de Hugo Chávez e por outros países latino-americanos governados por simpatizantes.
Com o PT no poder, o Brasil tem contribuído sem alarde com empréstimos camaradas do BNDES e, descobre-se agora, com a importação de médicos.
Em maio passado, o então chanceler Antonio Patriota anunciou o plano de trazer 6.000 médicos da ilha para atuar nos rincões do Brasil. O que Patriota não disse é que o “plano” era, na verdade, um fato consumado. O acordo para a importação de médicos cubanos já havia sido assinado no mês anterior, valendo-se de um subterfúgio para não tornar pública a verdadeira natureza do negócio.
O contrato falava, em termos genéricos, de uma “contratação de profissionais temporários” e em nenhum trecho citava Cuba ou médicos cubanos. Isso era possível porque, formalmente, o acordo foi fechado entre o Ministério da Saúde e a Organização Panamericana de Saúde (Opas).
Na prática, a entidade vinculada à ONU era apenas a intermediária da transferência de recursos dos contribuintes brasileiros para a ditadura cubana (o que também não era dito no acordo original).
Tanto esforço para omitir Cuba do acordo intermediado pela Opas se explica pela reação negativa da opinião pública brasileira, especialmente das associações médicas, ao anúncio feito por Patriota. Afinal, a importação de médicos cubanos viola uma série de leis brasileiras, além de pôr em risco a saúde da população por causa da qualificação duvidosa dos profissionais.
Criticado pelo “plano”, o governo federal deu sinais de que recuaria. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, chegou a dizer que a prioridade não era trazer médicos cubanos, mas portugueses e espanhóis. Puro diversionismo, pois nos bastidores os trâmites burocráticos para a contratação dos cubanos seguiam em ritmo acelerado.
Em meio aos protestos de junho, a presidente Dilma Rousseff ressuscitou o tema, prometendo na TV “trazer de imediato milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do SUS”. Daí nasceu o programa Mais Médicos, sob medida para esquentar o acordo já firmado para importar profissionais cubanos.
A abertura de inscrições para médicos de outros países e de brasileiros que trabalham no exterior foi só uma maneira de legitimar a vinda dos cubanos, pois já se sabia que estes viriam em maior número. O documento assinado por Padilha em 22 de agosto foi apenas um termo de ajuste do acordo assinado em abril na surdina.
ENTROSADO -- O cubano Joaquín Molina, chefe da Opas no Brasil (Foto: ABr)
ENTROSADO — O cubano Joaquín Molina, chefe da Opas no Brasil (Foto: ABr)

Eis por que três dias depois os primeiros 400 médicos cubanos já desembarcavam no Brasil. Uma semana antes, o governo brasileiro havia pago 11,5 milhões de reais à Opas, valor que coincide com o custo das passagens.
Um dos arquitetos da triangulação Brasil-Opas-Cuba foi o dentista Joaquín Molina, ex-coordenador da Cooperação Técnica Internacional, o departamento do Ministério da Saúde de Cuba responsável pela exportação de mão de obra médica. Em 29 de março de 2012, Molina assumiu o posto de representante da Opas no Brasil – um dia antes de a entidade firmar com Cuba um convênio, que ele ajudou a negociar, para intermediar a venda de serviços de saúde da ilha.
A missão de Molina em Brasília era bem definida e servia com perfeição aos planos de Padilha. Em 17 de dezembro, Molina protocolou no Ministério da Saúde o projeto Fortalecimento da Atenção Básica no Brasil, em que a Opas pedia quase 512 milhões reais para ajudar o país a combater “as iniquidades sociais e limites de acesso aos serviços de saúde”.
Antes do Natal, o documento venceu cinco degraus da burocracia, mais rápido do que qualquer outra proposta feita ao ministério na mesma data. Em fevereiro, a diretora da Opas, a dominiquense Carissa Etienne, veio a Brasília para dar mais um empurrãozinho na “cooperação médica” com Cuba, pela qual a Opas viria a receber 24,3 milhões de reais de comissão.
Em meio às mentiras e dissimulações envolvendo a contratação de médicos cubanos, há um dado intrigante: o valor de mais de 500 milhões de reais (dos quais 100 milhões foram pagos no mês passado e os outros 400 milhões já foram reservados no Orçamento federal) pleiteado pela Opas em dezembro de 2012 é rigorosamente o mesmo do contrato-encenação feito por Padilha oito meses depois para a importação de 4 000 médicos.
Patriota, porém, havia anunciado em abril a vinda de 6.000 cubanos. Ou seja, o Brasil está pagando a mesma quantia por menos profissionais. Considerando a má qualidade do ensino médico em Cuba, talvez seja melhor não reclamar.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Liu Xiaobo Plaza nb. 1, the House of the Chinese Big Brother - Aljazeera America


China livid over US plan to rename embassy street after dissident

Beijing slams ‘really absurd’ move to rename street in front of its Washington embassy after imprisoned Chinese activist
Chinese diplomats on Wednesday said Congress’ decision to rename the street in front of Beijing’s embassy in the U.S. capital after a Chinese dissident is "really absurd" and motivated by concerns not entirely related to human rights.
On Tuesday the House Appropriations Committee voted to rename the street outside the Chinese Embassy in Washington, D.C., to “Liu Xiaobo Plaza” — after a Chinese dissident who received the Nobel Peace Prize in absentia and is currently serving an 11-year prison term for subverting the government’s authority. Liu has called for an end to one-party rule in China.
The bipartisan move, led by Rep. Frank Wolf, R-Va., would effectively have all correspondence sent to the Chinese Embassy addressed to No. 1 Liu Xiaobo Plaza.
“This attempt driven by some personal interests runs counter to the joint efforts by and interests of the vast majority of peoples in both China and the United States to pursue a win-win cooperative partnership between our countries,” Chinese Embassy spokesman Geng Shuang said.
“This amendment is really absurd.”
Wolf had not responded to an interview request from Al Jazeera at time of publication.
U.S. trade union United Steelworkers (USW) was among the key proponents of the bid to remind Chinese diplomats of the jailed dissident, according to a statement released by Wolf’s office late Tuesday.
At the time of publication, USW had not answered questions regarding its support for the renaming effort. But according to a copy of a letter sent to Congress by USW President Leo W. Gerard, he said, “The fight for freedom, democracy and human rights depends on people like Dr. Liu and our willingness to stand by their sides.”
China has long been the world’s leading producer of crude steel and its top steel exporter, according to the World Steel Association, ahead of the European Union, Japan and the U.S. 
The USW said it has on numerous occasions mounted efforts to protect American industry and consumers from what it called subpar Chinese-produced steel and other products, ranging from green technology to tires
“What would be gained for [USW], I guess is the question,” said Elizabeth Economy, U.S.-China relations expert at the Council on Foreign Relations, adding that labor rights groups have a history of teaming up with proponents of human rights.
Regardless of intentions, Economy said that renaming a street will not do much to support political reform in China — an ongoing, albeit controversial, project of the Xi Jinping administration, which has mounted a massive crackdown on corruption in the public sector.
“By and large, what the U.S. says doesn’t really affect what the Chinese government does. The Chinese government does what it wants to do with reform in politics and human rights,” she said. “I just think you need to grant the Chinese government more autonomy in its decision-making than perhaps you are.”
Opponents of human rights advocates in China, including in Chinese state media, have often criticized homegrown reform movements for receiving support from the West. Analysts have said that Western administrations’ and activists’ criticisms of China’s human rights situation have set back the work of Chinese human rights advocates.
Gao Wenqian, New York–based senior policy adviser with the international advocacy group Human Rights in China, disagrees with the idea that gestures like Washington’s further the belief that the West has a monopoly on human rights.
“China’s human rights situation must first and foremost rely on people on the inside, but also depends on international support,” he said.
Like Economy, Gao believes that renaming the street in front of the embassy after a dissident is a major show of support for democracy advocates in China.
“This shows that [the U.S. Congress] cares about the popular movement in China,” Gao said.
Supporters of the planned renaming cited a move in the 1980s by the Washington, D.C., City Council to rename the street outside the Soviet Embassy as Andrei Sakharov Plaza, after the noted Soviet dissident and human rights advocate. The move was hailed as a major symbol of Washington’s support for human rights internationally.
But Economy believes that, as Chinese diplomats indicated, the move will not affect China’s domestic policy and will exacerbate perennial tensions between the world’s two largest economies.
“I don’t think, frankly, that this symbolic act — clearly irritating — will have any effect on Chinese policy,” she said.