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segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

A Paz como Projeto e Potência - Paulo Roberto de Almeida

A Paz como Projeto e Potência 
Ciclo de debates do Ateliê de Humanidades
Dezembro 18, 2025

Projeto de paz não pode ser visto como um resultado da força bruta, ou seja, si vis pacem, para bellum.
A Potência é justamente o contrário da paz, pois pressupõe apenas uma paz armada, ou a preparação para a guerra. A paz precisa ser um projeto civilizatório com base nos pressupostos kantianos, ou seja, regimes constitucionais, repúblicas fundadas na lei e no Direito.
Estamos mais próximos da Guerra de Troia do que se pensa: fatores contingentes podem ser temporariamente poderosos, e redundar em desastres, mas fatores estruturais costumam ser determinantes em última instância, como acertaram, por metodologias diversas, Marx e Weber.
Raymond Aron tinha a exata noção do hasard et de la nécessité na condução dos assuntos de Estado, mas importantes em decisões tomadas em última instância por humanos, com capacidade limitada de informação.
Tampouco estamos muito longes da guerra do Peloponeso, genialmente descrita por Tucídides ao relatar os muitos erros diplomáticos de uma Atenas confiante, mas soberba, ante uma Esparta dotada da vontade dos autoritários. Mas há quem interprete a armadilha de Tucídides como se fosse um calcanhar de Aquiles inevitável, o que representaria cair numa espécie de mecanicismo que já esteve identificado com o determinismo histórico muito bem criticado por Popper, como uma falácia lógica.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 8/12/2025
Para: “ Ciclo de Humanidades: ideias e debates em filosofia e ciências sociais, um espaço de reflexão, exposição e conversa sobre ideias, autores e temas clássicos e contemporâneos.

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