O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Entrevista da presidente da ADB sobre os embaixadores nos EUA


Diplomata vê ‘injustiça’ em crítica de Bolsonaro a embaixadores nos EUA
Maria Celina Rodrigues diz que presidente da República deveria analisar a ‘folha corrida’ dos ex-chefes em Washington
Entrevista com Maria Celina de Azevedo Rodrigues, presidente da Associação dos Diplomatas do Brasil (ADB)
Eliane Cantanhêde, O Estado de S.Paulo
29 de julho de 2019 | 05h00

BRASÍLIA – Para a presidente da Associação dos Diplomatas do Brasil (ADB), Maria Celina de Azevedo Rodrigues, é “injusto” o presidente Jair Bolsonaro dizer que os embaixadores do Brasil nos Estados Unidos “não fizeram nada de bom” e a alegada proximidade do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) com a família Trump “pode ser um trunfo, pode não ser”. Ela faz uma advertência: embaixadores “devem ter certa distância, certo equilíbrio, nas relações com a sociedade como um todo, com acesso inclusive à oposição”.



Para Maria Celina, é ‘muito difícil’ dizer se Eduardo Bolsonaro será ‘o trunfo’ na diplomacia com Trump e os EUA  Foto: JULIA SEABRA / ESTADÃO
Celina, hoje aposentada, foi embaixadora na Colômbia, cônsul em Paris e chefe da Missão do Brasil junto à Comunidade Europeia, em Bruxelas. Ela opina que o sucesso do filho do presidente nos EUA “vai depender da permeabilidade e da acessibilidade da família Trump no dia a dia”. E lembra: “Trump é muito ocupado...” A seguir, os principais trechos da entrevista:
O presidente Jair Bolsonaro indicou seu filho Eduardo para a embaixada em Washington alegando que ele tem acesso à família Trump. Isso é mais importante do que a alta qualificação dos diplomatas, realçada em nota pela ADB?
Depende da real acessibilidade com a família Trump na vida, no dia a dia. Uma coisa é você ser amigo, outra é você ter acesso no dia a dia, porque o presidente Trump é muito ocupado, tem muito o que fazer. Então, é muito difícil você partir do princípio de que isso aí é “o trunfo”. Pode ser, pode não ser.
Mas não é mesmo importante ter um embaixador com acesso à Casa Branca, se isso for verdade?
Eu insisto: depende da permeabilidade da família Trump. Em se confirmando, pode ser positivo, sim, mas é importante ressaltar que todo embaixador, seja de carreira ou por indicação política, deve ter certa distância, certo equilíbrio, nas relações com a sociedade como um todo. Tem de ouvir a opinião de todos, do mundo político, econômico, acadêmico, da mídia, dos meios diplomáticos de terceiros países, da sociedade civil e dos setores de oposição, para enviar relatos e análises o mais objetivos possíveis, que possam pautar as nossas ações.
E, em tese, o Trump pode não ser reeleito...
Ainda tem esse aspecto. Você não pode se comprometer demais com uma vertente só. Espero que o deputado Eduardo saiba dosar bem isso.
Na nota em que critica a escolha do deputado, a ADB...
Vou fazer uma correção. A associação não criticou a escolha, nem poderia, porque respeita o direito do presidente de indicar quem ele quiser. A nota não criticou a escolha nem entrou na discussão se é nepotismo, se é ética ou não. Não entrou na qualificação de ninguém. O que fizemos questão de ressaltar é que nós temos pessoas mais do que qualificadas para fazer isso, porque a gente carrega uma bagagem enorme que vai acumulando ao longo de anos e anos de experiência.
Então a nota foi para confrontar a qualificação de um diplomata com 35 anos de carreira com a de um deputado de 35 anos de idade que alega já ter fritado hambúrguer nos EUA?
Confrontar, não. Comparar.
Segundo o presidente, o Brasil teve muitos embaixadores nos EUA eles “não fizeram nada de bom”. A sra. concorda?
É injusto. Tenho certeza de que, se ele visse a folha corrida desses embaixadores e fizesse um levantamento do trabalho feito pelos que passaram por lá, iria ver o quanto eles contribuíram. O que ele entende por “nada de bom”? O trabalho do diplomata é quase silencioso, quieto, ele não sai gritando “eu fiz isso”, “eu fechei tal acordo”!. Você vai trabalhando aquilo ao longo de anos para frutificar dez, 15 anos depois. Tivemos muitas vitórias e fechamos muitos acordos assim, como o acordo do algodão na OMC (Organização Mundial do Comércio). Aliás, como o próprio acordo Mercosul-União Europeia, que começou com o embaixador Jorio Dauster há mais de 20 anos. A conclusão desse acordo, como de todos os acordos, é resultado de sucessivos espaços que foram sendo criados e se somando. E ninguém vai sair tomando vinho francês amanhã. Ainda falta muito o que fazer.
O ministro Onyx Lorenzoni disse em entrevista que diplomatas “prestaram desserviço” e “achincalharam o Brasil” durante a campanha eleitoral. Houve isso?
Não vi, não ouvi, não soube nada disso. Se fizeram, a crítica procede, mas o que me entristece é o fato de, ao falar em diplomatas, embora não tenha falado do Itamaraty e da carreira diplomática, o ministro deixe a impressão na opinião pública de que “os” diplomatas fizeram isso. Não é verdade. Nós agimos institucionalmente e a própria defesa do governo tem de ser feita de acordo com instruções. Achincalhar? Isso não compete a diplomatas. Você não pode usar sua posição oficial para fazer críticas ao país a que serve. Não pode acender uma vela a Deus e outra ao diabo. Fiquei profundamente entristecida de que se tenha passado essa imagem para a opinião pública.
Podcast – O que esperar de Eduardo Bolsonaro embaixador?
O ministro também criticou o uso de dinheiro público para coquetéis, automóveis, uísques. É isso a vida diplomática?
Coquetéis são local de trabalho. A vida diplomática é estabelecer relações e criar vínculos com o país, não permanentes, mas de maneira que você possa entender melhor o país onde você está servindo, para melhor defender o seu próprio país. Você precisa estabelecer uma ampla rede de contatos, com os mais diversos setores, para traçar um quadro mais complexo sobre aquele país. Muitas vezes, depois de um dia de trabalho longo, difícil, você tem de fazer o social, aliás, como qualquer empresário faz, porque aquele social vai te abrir portas que serão muito importantes.
Na questão dos navios iranianos, para onde ia a posição do presidente Bolsonaro, a favor de reabastecer ou de agradar aos EUA?
Eu ainda não entrei no pensamento do presidente da República, mas a resposta para o impasse está na independência entre os Poderes, que dá uma saída honrosa para todo mundo.
Como presidente da ADB, a sra. tem recebido queixas sobre uma caça às bruxas no Itamaraty?
Sinceramente, não. Há uma queixa ou outra, mas é difícil avaliar qual o interesse da pessoa que está magoada, ofendida. Não há nada generalizado e, afinal, toda freada de arrumação precisa ser decantada.
QUEM É
Nascida no Rio de Janeiro, Maria Celina Azevedo Alves ingressou na carreira diplomática em 1969. Foi Diretora Geral do Departamento Cultural, embaixadora em Bogotá (2002), chefe da Missão do Brasil junto às Comunidades Europeias (2005) e cônsul-geral do Brasil em Paris (2008).
NOTÍCIAS RELACIONADAS


Visoes conflitantes na reuniao do BRICS no RJ - The Hindu

Conflicting views pervade BRICS Ministers’ meeting

Fight against terrorism, cooperation in areas of economy and people-to-people exchanges emerged as prominent themes in the one-day meet.

For a meeting set to articulate the voice of emerging countries, the BRICS Foreign Ministers’ gathering here on Friday could not have started on a more discordant note. 
Opening the meeting, Foreign Minister of Brazil Ernesto Araujo called upon fellow BRICS members — Russia, India, China and South Africa — to “act on Venezuela” in support of Juan Guaido, who proclaimed himself interim president of the South American country on January 23. Brazil holds the rotating presidency of BRICS grouping for 2019.
“There is a cry of freedom coming from Venezuela. Brazil has heard this cry… Every member of international community needs to hear this cry and act,” said Mr. Araujo spelling out his country’s vision for the BRICS Summit in November.

Conflicting views

However, following Mr. Araujo on the speaking list, Russian Foreign Minister and policy veteran Sergey Lavrov, who, also, spoke on Venezuela, took a diametrically opposite position. 
“We need to use international law as the basis for reaching a solution by themselves without outside interference,” said Mr. Lavrov, restating the Russian position.
He then called for a similar approach to the crisis in the Persian Gulf. The importance of his reference to Iran was not lost on anyone, as two Iranian ships have been stuck in a port here for days, with Brazilian oil companies refusing to provide fuel because of U.S. sanctions. 
Brazil’s new government, led by far-right President Jair Bolsonaro, has closely allied itself with U.S. President Donald Trump’s government. In such a climate, the meeting opened with a bit of uncertainty. “The BRICS Sherpas and teams of diplomats worked for days to make sure a positive agenda is set. We did not want anything negative about any particular country in it. We only want to articulate the position of the developing world,” said an Indian official who was a member of the official delegation. 
The final statement released to the media reflected a commonality of purpose among the BRICS countries. “The Ministers agreed to further deepen BRICS three-pillar-driven cooperation in the areas of economy, peace and security and people-to-people exchanges,” it said.

Fight against terrorism

The details of the statement reflect that the group of five emerging countries might now be looking for a bigger and different role in global affairs. A large part of the joint statement is devoted to “fight against terrorism”, which emerged as a major theme of the one-day meeting. In his address, General V.K. Singh (retd.), Union Minister of State for Transport, who stood in for External Affairs Minister S. Jaishankar said, “All our countries have been victims of terrorism and we need to support each other to end these groups and their supporters. The BRICS has to fight to end the financing of terrorist networks in all our territories.”
Chinese Foreign Minister Wang Yi too during his speech called upon the BRICS countries to cooperate in combating terrorism.
The BRICS Working Group on Counter Terrorism — already in place — will hold a seminar on terrorism in Brazil from July 29 to August 2.
According to Indian officials, the inclusion of FATF in the statement is a positive move as India has been pushing for Pakistan to be put on this list for financing terrorism in the region. 
On the issue of terrorism in Afghanistan, India clearly got a shot in the arm as the BRICS statement reiterated support for “international and national efforts to achieve an Afghan-led, Afghan-owned peace and reconciliation process”. 
With the Trump government working on a deal with the Taliban, India has been almost left out of the ongoing Afghan peace process. But with China and Russia two other major stakeholders in Afghanistan reaffirming their support to an “Afghan-led, Afghan-owned” process, India can hope to still play a role in a country it has invested heavily in.

Citacoes a trabalhos P R Almeida no Google Scholar (parcial)


Trabalhos de Paulo Roberto de Almeida mais citados na ferramenta Google Scholar

CITADO POR
Revista Brasileira de Política Internacional 47 (1), 162-184
2004
Grupo Gen-LTC
2012
Grande Oriente do Brasil
1998
Paz e Terra
2002
Livraria do Advogado Editora
1999
Revista de Sociologia e Política
2003
Revista brasileira de política internacional 49 (1), 95-116
2006


Cena Internacional 9 (1), 7-36
2007
UFRGS Editora
2004
Revista brasileira de política internacional 53 (2), 160-177
2010
PR De Almeida
1998
P Roberto de Almeida
Braz. J. Int'l L. 2, 20
2005
José Flávio Sombra Saraiva, Relações internacionais: dois séculos de …
2001
Revista brasileira de política internacional 44 (1), 112-136
2001
Instituto Millenium
2016
Carta internacional 2 (1)
2007
MC Lima, Encontro Internacional
2001
Revista Brasileira de Política Internacional 36 (1), 11-36
1993
Editora Saraiva
2013

(…)

1 of 20